O documento discute a economia criativa e o empreendedorismo sociocultural sustentável. Aborda três pontos principais: 1) a abordagem sociocultural e como toda atividade humana tem impacto sociocultural; 2) iniciativas de governos para apoiar a economia criativa no Brasil entre 1990-2012; 3) os desafios de empreender de forma sustentável conciliando desenvolvimento econômico, preservação ambiental e diversidade cultural.
2. ABORDAGEM SOCIOCULTURAL
Nossa cultura, nossos pensamentos, práticas e aprendizados constroem as
relações sociais ao mesmo tempo que são construídos por elas.
As ação sociocultural envolve um processo de aprendizagem individual e
coletiva que vai tecendo as relações sociais e também as relações do homem
com o meio ambiente econômico, cultural, social, político e natural.
TODA ATIVIDADE HUMANA, toda ação empreendida no mundo, provoca, em
maior ou menor grau, impacto sociocultural.
4. INICIATIVA SOCIOCULTURAL
E EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL
Ampliar nossa compreensão sobre impactos socioculturais;
observar os efeitos produzidos pela nossa ação como empreendedores;
saber analisá-los;
reorientar práticas a partir dos aprendizados acumulados no processo;
pode significar empreender de forma mais sustentável.
7. Panorama – 1990 a 2012
1991- Lei Rouanet, Lei do Audiovisual -> Patrocínio Empresarial Incentivado;
Década de 90 - Crescimento do Terceiro Setor no Brasil -> Investimento Social Privado
Início do Milênio - Incremento nos investimentos e políticas de Sustentabilidade
1995 - Barateamento do PCs e democratização do acesso à internet:
Revolução Digital, Era do Conhecimento, Cidadania Digital, Cultura Livre
2003 - Programa Cultura Viva e Pontos de Cultura ->
Brasil torna-se referência mundial em Política Cultural.
Valorização, proteção e preservação da Diversidade.
Direitos Culturais, Cidadania Cultural, Democratização e Acesso Cultural.
2006 – Convenção da UNESCO – Diversidade Cultural como Valor
2008 - Relatório Economia Criativa, UNCTAD.
2011 – Secretaria de Economia Criativa, MINC
8. Panorama – 1990 a 2012
E MAIS:
CREATIVE COMMONS, CULTURA LIVRE
PLANO NACIONAL DE CULTURA
INVESTIMENTO COLABORATIVO, CROWDSOURCING, CROWDFUNDING
NOVOS INVESTIDORES, PRIVATE EQUITY, INVESTIMENTO-ANJO, START UPS
MESH
MOEDAS CRIATIVAS E SOLIDÁRIAS
ECONOMIA VERDE / ECONOMIA SOLIDÁRIA / ECONOMIA COLABORATIVA
10. O QUE É ECONOMIA CRIATIVA?
Uma produção que valoriza a singularidade, o
simbólico e aquilo que é intangível: a criatividade.
Esses são os três pilares da economia criativa. Embora
esse conceito venha sendo amplamente discutido,
defini-lo é um processo em elaboração, pois envolve
contextos culturais, econômicos e sociais diferentes.
ANA CARLA FONSECA REIS
Economia criativa : como estratégia de desenvolvimento : uma visão dos países
em desenvolvimento. São Paulo : Itaú Cultural, 2008.
11. ECONOMIA -> BEM DE CONSUMO
A cada novo carro produzido, novos recursos naturais são necessários.
Alto impacto ambiental. Uso = desgaste do bem
Desenvolvimento econômico = degradação do meio ambiente
ERA INDUSTRIAL . ECONOMIA DE ESCALA . PADRONIZAÇÃO COMO VALOR
12. ECONOMIA -> BEM INTANGÍVEL
As músicas do álbum não perdem valor com o tempo.
A difusão / fruição digital permite que o bem seja replicado sem a necessidade de
novos recursos naturais. Baixo impacto ambiental.
Desenvolvimento econômico <> não degrada o meio ambiente.
ERA DO CONHECIMENTO . ECONOMIA CRIATIVA . DIVERSIDADE COMO VALOR
13. Era industrial < > Era do conhecimento
Sociedade do Consumo < > Sociedade da informação
Alto Impacto Ambiental < > Baixo Impacto Ambiental
Bens Tangíveis < > Bens Intangíveis
Competição < > Colaboração/Cooperação
14. SECRETARIA DE ECONOMIA CRIATIVA
COMO POLÍTICA BRASILEIRA
A criatividade e diversidade
cultural brasileiras como
recursos para um novo
desenvolvimento…
15. - Relação entre cultura, economia e território.
- Potenciais e talentos culturais locais como ativos econômicos;
- Oferta e demanda – Criatividade e cultura para atender ao
mercado? Cultura é negócio? Cultura é desenvolvimento
economico?
- Pulso criativo - valores e vontades;
-Qual a papel das políticas públicas;
- O impacto das tecnologias digitais;
-
16. -Indústrias Culturais / Indústrias Criativas / Economia Criativa;
- Empreendedorismo na economia criativa – reproduzindo modelos
ou criando novas formas de empreender
- Cultura como negócio?
-Negócio, empreendimento, projeto, programa, iniciativa;
- Cadeias criativas, arranjos produtivos locais;
- Desenvolvimento de empreendimentos ou da cadeia no território;
-O que se espera do empreendedor cultural no novo cenário?
17.
18. NOVA SECRETARIA DA ECONOMIA CRIATIVA
- Papel da cultura como eixo de desenvolvimento;
- Foco em pequenos e médios empreendedores;
- Desenvolvimento local / regional;
- Includente, Sustentável, pensa a diversidade como
insumo e é voltada à inovação;
26. DESAFIOS
COMO EMPREENDER DE FORMA SUSTENTÁVEL?
COMO CONCILIAR DESENVOLVIMENTO ECONOMICO X PRESERVAÇÃO AMBIENTAL X
DIVERSIDADE CULTURAL?
COMO EQUILIBRAR BENS INTANGÍVEIS, SERVIÇOS E PRODUTOS CULTURAIS E
CRIATIVOS?
COMO MUDAR DE PARADIGMA: DA SOCIEDADE INDUSTRIAL P/ SOCIEDADE DO
CONHECIMENTO?
COMO REPENSAR A ATUAÇÃO EMPREENDEDORA ALIANDO COMUNICAÇÃO GLOBAL E
DIGITAL COM SOLUÇÕES LOCAIS?
COMO COMPOR ARRANJOS PRODUTIVOS E CRIATIVOS LOCAIS COMPREENDENDO
POTENCIAIS DO TERRITÓRIO E FORMAÇÃO DE CADEIAS SUSTENTÁVEIS E JUSTAS?
27. DESAFIOS
COMO REPENSAR A ATUAÇÃO NO TERRITÓRIO - GERADORA E
POTENCIALIZADORA DE ATIVOS CULTURAIS E CRIATIVOS - SEM PERDER AS
PERSPECTIVAS SOCIAL, SIMBÓLICA, AMBIENTAL E POLÍTICA DAS AÇÕES
EMPREENDIDAS?
COMO GARANTIR QUE AS PERPECTIVAS CULTURAIS, HUMANAS E INTANGÍVEIS,
POSSAM TRANSFORMAR A ECONOMIA HISTORICAMENTE FOCADA NO
CONSUMO (EFEITO DESEJADO…) - E NÃO O CONTRÁRIO?
COMO CONCILIAR PERSPECTIVAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS?
COMO INCORPORAR PERSPECTIVAS ECONOMICAS À CULTURA SEM PERDER DE
VISTA O AFETO, O SIMBÓLICO, O PRAZER DE CRIAR, A LIBERDADE DE EXPRESSÃO?
28. DESAFIOS
PRODUTO INTERNO BRUTO E FELICIDADE INTERNA BRUTA
AS CADEIAS CRIATIVAS PODEM SER CADEIAS AFETIVAS?
OS MODELOS DE EMPREENDEDORISMO DE NEGÓCIOS ATENDEM À ECONOMIA
CRIATIVA?
FLUXOS DE DESENVOLVIMENTO: Humano? Economico? Cultural? Social?
O que? Por que? Para quê? Para quem? Como? Onde?
39. empreendimento sociocultural
emoção e sentidos compartilhados
movimento organizado
colaboração: pensar e agir juntos
compreender e resolver questões de interesse comum
40. processo vivo de aprendizagem social
Por meio de seus empreendimentos socioculturais,
a comunidade pode aprofundar a compreensão sobre si
mesma, sobre o mundo e seu lugar nele,
adquirir novos potenciais e
desenvolver capacidades para articular o próprio futuro.
Então, empreender é aprender e vice-e-versa.
43. Sustentabilidade [Wikipedia]
É um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos
aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade
humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e actividade
humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas
economias possam preencher as suas necessidades e expressar o
seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a
biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de
forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses
ideais.
44. Sustentabilidade [Wikipedia]
A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a
vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em
vista 4 requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
•ecologicamente correcto;
•economicamente viável;
•socialmente justo; e
•culturalmente aceito.
51. pensamento pensamento
linear-cartesiano complexo
razão razão + emoção . intuição
separação entre disciplinas articulação entre disciplinas
ou/ou e/e
causa + efeito acaso
solucionar compreender
(re)produzir criar, amar
ciência ciência, filosofia, arte, mitos
desenvolver aprender
52. Se é verdade que o nosso organismo traz em si células-
tronco indiferenciadas capazes, como as células
embrionárias, de criar todos os diversos órgãos de nosso
ser,
a humanidade também possui em si as virtudes genéricas
que permitem criações novas.(…)
Não devemos mais continuar na rota do
“desenvolvimento”.
Precisamos mudar de caminho,
precisamos de um novo começo.
Edgard Morin
53. sustentabilidade
Pensamento que gera ação, ação que gera
pensamento...
...ciclo contínuo em que todos os sistemas políticos,
econômicos, sociais e culturais são fundados no
equilíbrio e no respeito integral à vida.
67. sentido
A articulação entre
os valores e vontades
das pessoas que realizam os quatro
um empreendimento elementos
apontando para um jeito
próprio de pensar e agir.
68. Sentido
· Faculdade de sentir, de compreender, de apreciar.
· Faculdade de julgar; razão, bom senso, entendimento, juízo.
· Faculdade de gostar, de apreciar; sentimento.
· Idéia, ponto de vista, pensamento.
· Propósito; intento, mira.
· Atenção, cuidado, idéia fixa.
· Interpretação que se pode dar a uma proposição.
· Maneira especial segundo a qual uma ação se produz.
· Direção em que alguma coisa se desloca ou atua ou é imaginada deslocar-se
ou atuar.
(Dicionário MICHAELLIS)
69. Valores são a expressão das formas de conduta nas quais
acreditamos.
Vontade é a faculdade que tem o ser humano de querer, de
escolher, de praticar livremente ou deixar de praticar certos atos.
É ainda a força interior que impulsiona o indivíduo a aquilo que se
propôs, a atingir seus fins ou desejos. (segurancahumana.org.br)
O sentido de um empreendimento é uma força que
impulsiona os empreendedores a atingir seus fins ou desejos
(vontade) a partir das condutas em que acreditam (valores).
70. propósito
Um empreendimento tem
propósitos quando pensamento,
esforços e investimentos estão
efetivamente comprometidos com os quatro
uma pauta - cultural, social e elementos
ambiental - relevante e estruturante.
Os propósitos são o sentido derivado
em objetivos que repercutem em
movimentos e cenários que fazem
diferença para a comunidade direta e
indiretamente relacionada ao projeto.
71. método
É o conjunto de tecnologias
e metodologias de gestão,
articulação e ação sociocultural
que permitem transformar sentido os quatro
e propósitos em resultados e elementos
benefícios tangíveis e sustentáveis.
(do grego methodos que significa,
literalmente, "caminho para
chegar a um fim”) (Wikipedia)
.
72. aprendizado
Produção
e apropriação de
os quatro
conhecimento a medida
em que o método é colocado elementos
em prática. Gera lições que ampliam a
sensibilidade dos empreendedores em
relação às questões sociais, ambientais,
economicas, culturais e políticas
implicadas na execução
do empreendimento.
75. 1.
linguagens,
O empreendimento
instrumentos compreendido como
e conteúdos provedor de linguagens,
instrumentos e conteúdos para
uma determinada comunidade,
ampliando, para essa comunidade,
a possibilidade de protagonizar
processos culturais ou artísticos.
76. Linguagem
Segundo o dicionário Houaiss, é: “1 o conjunto das palavras
e dos métodos de combiná-las usado e compreendido por
uma comunidade 2 capacidade de expressão, esp. verbal 3
meio sistemático de expressão de ideias ou sentimentos com
o uso de marcas, sinais ou gestos convencionados 4 qualquer
sistema de símbolos e sinais; código 5 linguajar.
Para simplificar: os meios que utilizamos para compartilhar
o que pensamos e sentimos com outras pessoas e vice-e-
versa.
Música, matemática, cinema, teatro, língua portuguesa,
dança etc.
77. Instrumento
1. ferramenta para fazer algo: um instrumento de costura2.
meio para obter algo: A língua é um instrumento de
comunicação (dicionário Léxico).
A linguagem é sempre um instrumento para dizer ou
compreender algo.
Um instrumento também é sempre linguagem.
Podemos usar um guarda-chuva como ferramenta, na rua,
para se proteger da garoa.
Mas podemos usar em cena, numa peça de teatro, como
linguagem, para representar um dia chuvoso.
78. Conteúdo
É uma determinada sistematização de conhecimento a
partir do uso de linguagens e instrumentos.
Um livro, um filme, uma canção, uma técnica, um
teorema, um game, um relatório, uma pintura.
79.
80. conteúdo instrumento linguagem
obra de Villa Lobos partitura musical
orquestra
violino
cinema brasileiro filme audiovisual
projetor
sala de cinema
matemática fórmula matemática
financeira planilha
computador
81. O domínio dos conteúdos,
instrumentos e linguagens abre janelas
para aprendizagem de outros
conteúdos, instrumentos e linguagens.
82.
83.
84.
85. 2. Os movimentos
patrimônio vivo de um empreendimento
compreendidos quanto às
relações (vivas) entre identidade,
memória social, meio ambiente e
patrimônio cultural material e
imaterial da comunidade.
86. A cultura é produto da vida do homo sapiens em comunidades.
Construímos as relações sociais e a nós mesmos nessas relações
sociais inseridas em processos históricos e em contexto geográficos.
87. Nosso modo de vida está relacionado
aos territórios que habitamos.
90. 3. O empreendimento
emancipação compreendido a partir da
econômica capacidade e movimentação
econômicas por ele instaladas na
comunidade: infraestrutura,
know-how, uso responsável dos
recursos econômicos, financeiros,
tecnológicos e naturais.
91. Empreendimento como atividade
econômica.
Cadeia econômica do
empreendimento.
Articulação de aspectos culturais
dos processos econômicos.
97. 4.
articulação
e redes Sinergia entre o que o
empreendimento busca e
realiza e o trabalho/aprendizado
de outros movimentos orientados
para sentidos, valores, princípios
e propósitos compatíveis.
98. Diálogo com agendas públicas
governamentais e
intergovernamentais.
Colaboração em rede.
Articulação intersetorial.
99. Agendas públicas são questões de interesse geral
debatidas pela sociedade e articuladas em ideologias e
ações de Estado, de organizações intergovernamentais
e/ou de instituições de repercussão pública (mídia,
fundações, partidos etc).
103. 5.
coempreen- Governança para
dedorismo viabilizar, nas tomadas de
decisão mais críticas,
a participação direta ou
indireta dos segmentos e setores
envolvidos no empreendimento,
garantindo assim a sua legitimidade.
104. Para Alyson Brody, antropóloga da Bridge, entidade
especializada em pesquisa e informações de gênero e
desenvolvimento da Inglaterra, governança se refere às
decisões tomadas por uma gama de pessoas interessadas.
“Essas decisões têm um grande impacto sobre as formas
como a comunidade leva sua vida, sobre as regras que
eles devem seguir e sobre as estruturas que determinam
onde e como as pessoas dessa comunidade trabalham e
vivem.”
105. Aprendizado dos
6. coempreendedores:
pesquisa integrar metodologias
em ação e processos continuados de
pesquisa às ações e resoluções
dos problemas envolvidos;
revisar e aperfeiçor as práticas;
sistematizando e difundir os
conhecimentos decorrentes.
106. Pesquisa-ação
“[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é
concebida e realizada em estreita associação com uma
ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
qual os pesquisadores e os participantes representativos
da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo.”
MICHEL THIOLLENT
108. 7.
diversidade
em diálogo Convivência não violenta e uso
de tecnologias para a resolução
dos conflitos ou divergências que
surgem naturalmente na gestão e
operação do empreendimento,
tanto como meio quanto como fim
109.
110.
111. discussão/debate diálogo
Visa fechar questões Visa abrir questões
Visa convencer Visa mostrar
Visa demarcar posições Visa estabelecer relações
Visa defender idéias Visa compartilhar ideias
Visa persuadir e ensinar Visa questionar e aprender
Visa explicar Visa compreender
Visa as partes em separado Vê a interação partes/todo
Descarta as idéias “vencidas” Faz emergir ideias
Busca acordos Busca a pluralidade de ideias
115. LINGUAGENS, INSTRUMENTOS E CONTEÚDOS
PATRIMONIO VIVO
EMANCIPAÇÃO ECONÔMICA
ARTICULAÇÃO E REDES
COEMPREENDEDORISMO
PESQUISA EM AÇÃO
DIVERSIDADE EM DIÁLOGO
116. O método correto nas mãos do homem
incorreto, torna-se incorreto.
O método incorreto nas mãos do homem
certo, torna-se correto.
I Ching