2. Tudo o que é folclórico é também, por
definição, popular.
Qualifica-se de popular, aquilo que foi criado ou
que teve origem no povo, o que agrada ao
povo.
3. As danças floclóricas, não só porque se
inserem numa arcaica tradição, como também,
porque na sua origem, foram danças de
significado religioso, ritualista, mágico ou
laboral e, ainda, porque se revestem de uma
forte e profunda carga de simbolismo.
4. • Simbolismo – é a razão porque se executa uma
determinada dança;
• Forma – é a maneira como a dança é
realizada;
• Tema – é a ideia e até o próprio simbolismo de
uma dança; uma dança não tem
necessariamente uma só forma: uma dada
dança tanto pode ser expressa em roda, como
em forma de quadrilha, em par ou em grupo.
5. Acessórios – muito importantes nas danças
folclóricas, devem ter um valor
representativo (vestes, máscaras, objectos
usados pelos dançarinos, etc.), que ajudam
a mostrar o simbolismo da dança que os
usa.
Coreografia – interligação e
desenvolvimento dos passos, gestos, poses,
movimento, linhas, evolução das figuras e
dos grupos, etc. além de constituir a dança
propriamente dita, procura exprimir o
simbolismo, a ideia, de cada dança.
7. • O povo minhoto e duriense é
caracteristicamente alegre, festivo, trabalhador
e profundamente religioso. A variedade e
características destas gentes contribui para a
riqueza e diversidade da sua música.
• Hoje em dia, ainda podemos assistir a festas e
romarias, nas quais se continua a divulgar o
património cultural, desta região, sobretudo no
que diz respeito a cantares, danças e trajes.
8.
9. • Os instrumentos são comuns às das restantes
regiões portuguesas, mas as razões típicas da
reunião das gentes para dançar, dos locais onde
dançavam, assumiam características únicas.
• São componentes dois violinos, um clarinete
vareiro, três violas de lavoura, dois cavaquinhos,
dois violões da aldeia. Estes instrumentos são
acompanhados por canas de “bonecos” e dois
cantadores populares.
10.
11. Nesta região a dança, normalmente, era dançada por
seis pares, vestidos com os trajes típicos. As mulheres
faziam estalejar os dedos e os homens usavam as
castanholas.
12. As mais célebres são “a vareira descansada”,
“vareira picada”, “vareira corrida”, a “vareira
das palmas”, a “vareirinha”, a “tirana”, a
“Margarida moleira”, o “Regadinho”, o
“Sapatinho”, “S. João corrido”, “S. João de
Roda”, “S. João traçado”, “O velho”, a “Cana
Verde”. É impossível explicar como terá surgida
a forma como a mulher dança estas danças,
em especial a “Vareira descansada”.
13. Vareira descansada – Grupo Folclórico da Corredoura:
http://www.youtube.com/watch?v=XLsNk7oiQh4
Vareira das Palmas – Grupo Folclórico Casa do Minho:
http://www.youtube.com/watch?v=TX61_tJONNY
Tirana – Grupo Folclórico de S. Torcato:
http://www.youtube.com/watch?v=n9yNWLguGek
Margarida Moleira – Rancho Folclórico de S. Cipriano de Tabuadelo:
http://www.youtube.com/watch?v=1ATD9EQwni8
Velho – Rancho Folclórico de S. Torcato:
http://www.youtube.com/watch?v=dcYj9ACJo-Y
Cana Verde – Rancho Folclórico de Ponte da Barca:
http://www.youtube.com/watch?v=KWtL81ihdts
14. É curioso notar que, enquanto foi proibido
cantar canções profanas durante o
período da quaresma, o povo trabalhava,
interpretando canções religiosas.
Das músicas bailadas características
desta região podemos destacar: a
“tirana”, o “malhão”, o “vira”, a “cana
verde” e a “chula”.
15. Para além das características musicais
desta região, é de salientar que a utilização
do cavaquinho e do violino, bem como, o
canto ao desafio têm aqui as suas práticas
habituais.
Cantar ao desafio: Maria Celeste
http://www.youtube.com/watch?v=aXWul8NR190
16. A região de Trás-os-Montes é muito vasta e
possui um relevo com características
contrastantes que influencia os costumes e
tradições do seu povo.
As músicas estão intimamente ligadas aos
trabalhos rurais: pastorícia, trabalho do linho e
do centeio, etc.
17. O fandango, a par do passeado, da
carvalhesa e da murinheira, são as danças
tradicionais desta região, embora também
se possam encontrar em várias província
portuguesas. Isto deve-se ao facto de que
quando estas entraram em Portugal,
durante o século XVIII, vindas de Espanha,
terem atingido uma grande aceitação. É
dançado por um casal, embora na região do
Ribatejo tenha sofrido algumas alterações.
19. A gaita de foles,
instrumento de
sopro, é o mais típico
desta região. Feito
tradicionalmente de
pele de cabra tem
um saco ligado a
vários tubos de
madeira.
20. Nesta região podemos encontrar, também, as
tunas, agrupamentos com uma grande
variedade instrumental, que interpretam obras
que vão desde as modas regionais à música
religiosa passando pelo reportório das bandas
filarmónicas.
Tuna Universitária de Bragança:
http://www.youtube.com/watch?v=mHtcO7v2o7U
21. A Beira Litoral, que abarca uma grande parte
dos distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria, está
muito ligada à região do Minho.
Verifica-se a presença de viola portuguesa, que
aqui assume o nome de viola ramaldeira, e
pela existência de danças comuns, como é o
caso da “rusga”, da “tirana” e do “vira”.
22. Grupo Folclórico de Joane –
Leiria - “Rusga”
http://www.youtube.com/watch?v=K-trNyp9zX0
Rancho Folclórico Nossa Senhora dos Altos
Céus – Espinho – “Tirana de Roda”
http://www.youtube.com/watch?v=DEloJAhiLoY&feature
23. Também na Beira Alta, que abrange grande
parte dos distritos da Guarda e de Viseu, se
podem encontrar semelhanças com a região
de Trás-os-Montes, como é o caso das
tunas.
Deste tipo de agrupamento fazem parte
instrumentos como o bandolim ou o violão.
24. É exemplo a música Maçadela do Linho,
cantado especificamente por mulheres
enquanto trabalhavam o linho. O son é
produzido unicamente pelo son das moças de
madeira a baterem ritmadas no linho.
http://www.youtube.com/watch?v=XlVElJA7nwE
25. Na música de baile podemos encontrar a
contra-dança. É de origem inglesa e expandiu-
se durante os séculos XVI a XVIII.
Tem um carácter vivo e alegre.
Grupo Folclórico da Casa do Povo de Viseu:
http://www.youtube.com/watch?v=FJp0CUkV0Wk
26. O distrito de Castelo Branco e parte dos
distritos de Coimbra e Santarém formam a
chamada Beira Baixa. Nesta região é bem
notória a influência dos Árabes, por exemplo,
através da utilização do Adufe (instrumento de
pele, geralmente de forma quadrada, que
contém no interior pequenos elementos como
feijões, pedrinhas, areias, etc, que com o
movimento produzem son.
27. É o instrumento
indispensável na
execução da maioria das
músicas desta região,
estando presente nas
festas e romarias. É
tocado exclusivamente
por mulheres, o que
contribui para a afirmação
destas no seu meio.
http://www.youtube.com/watch?v=tGp-zyVACng&feature=related
28. Pode ser encontrada em todo o país mas, na
Beira Baixa assume um contexto diferente.
Nas tabernas era habitual haver um ou mais
guitarras portuguesas para que os clientes
pudessem tocar acompanhados, por vezes,
pelo próprio dono. Era uma forma de se
divertirem em conjunto e de atrair clientes.
O mesmo se passa com o acordeão,
também típico de todo o país.
29. Esta é uma zona que
se dedica à criação de
gado, sobretudo o
touro bravio, destinado
às touradas. Também
neste território é criado
o cavalo lusitano. O
campino, com o seu
colete vermelho e
gorro verde é a figura
mais tradicional do
Ribatejo.
30. • Estas três regiões são muito semelhantes, como os
cantos interpretados durante as lidas do campo.
• As características das suas danças mais antigas
foram-se perdendo com a introdução das danças de
salão, muito em voga no século XIX, como as valsas
e as polcas.
• Para além destas danças temos o fandango,
também cantado nos campos enquanto decorre o
trabalho. Nesta região era dançado exclusivamente
pelos homens talvez por ser típico das tabernas que
normalmente eram frequentadas pelos homens.
• http://www.youtube.com/watch?v=TOW-7z3Vz0A&feature=related
31. Muito popular é o acordeão, também chamado
harmónio. Inicialmente era conhecido como
harmónio de mão, para se distinguir do
harmónio de boca. Era usada, também, a
flauta travessa, a guitarra portuguesa e a gaita
de foles, assim como o conjunto flauta
tamboril, são usadas na interpretação da
música tradicional.
32.
33. • No Baixo Alentejo são típicos os grupos corais
que interpretam música polifónica (várias
vozes). A sua origem estará relacionada com os
coros litúrgicos. Inicialmente eram cantados
nos campos, durante o trabalho, quer por
homens, quer por mulheres. No entanto, com a
mecanização do trabalho no campo, passou a
ser contado, com mais frequência, nas
tabernas, consequentemente, só por homens.
Contudo, as mulheres ainda continuam a
cantar neste tipo de coros nas festas populares
e religiosas.
35. Na região do Algarve podemos encontrar duas
facetas distintas. Por um lado, temos um povo
serrano, com modos de vida muito próprios;
por outro lado, a zona costeira que, nas últimas
décadas, tem vindo a sofrer grandes e rápidas
transformações, sobretudo a nível urbanístico,
com o desenvolvimento do turismo.
36. • Para além do “corridinho” a “roda” é uma
dança algarvia muito divulgada na Europa.
• Era costume os rapazes e as raparigas se
juntarem, ao ar livre, normalmente no largo da
Igreja, para dançarem danças de roda.
• A interpretação ficava a cargo das vozes ou
então de um instrumento como a flauta
travessa de cana, também conhecida como
pífaro.