Este documento discute a importância de se concretizar o potencial em desempenho para adicionar valor, gerando força direcional para desenvolver o potencial, mas também gerindo o rumo com períodos de análise para poupar energia. Um exemplo dado é de como a empresa investiu muito na produção no passado, mas não se preocupou com a comercialização, gastando mais energia para parar do que produzir, e como agora aplica períodos de avaliação entre os de produção.
1. IINNÉÉRRCCIIAA PPOOSSIITTIIVVAA
Eng Pedro Toste Mendes (ptm@avitoste.pt)
Todos temos algum potencial. É um facto. Servimos nem que seja para
mau exemplo. No entanto, potencial por si só não é necessariamente
valor. O valor de uma pessoa é o resultado da multiplicação do potencial
pelo desempenho; se o potencial for, digamos, dez, mas o desempenho
for zero então dez vezes zero é… zero.
Há então que concretizar potencial em desempenho para adicionar valor.
Há que cultivar o potencial (semente) para o tornar em desempenho. Há
que aplicar força direccional e manter o rumo até concretizar o potencial.
Temos então que desenvolver dois esforços: gerar a força, e gerir o rumo.
Gerar e gerir são palavras similares, até soam parecido, mas o objectivo é
díspar: um é motor e ou outro volante. Sem energia não se guia e sem
volante não se dirige.
Então geramos movimento. Mas gerar movimento consome energia, e esta é cara e a rarear. Manter o motor a
trabalhar por períodos longos desgasta, degrada, e por fim arruína. Além disso, é difícil pensar quando estamos a
correr. Ou corremos ou pensamos. Mas se conseguirmos gerar movimento e por períodos aproveitarmos o
impulso para nos movermos sem esforço gerindo apenas a inércia e influenciando o rumo delicadamente
(grandes viragens causam perda de rendimento) conseguimos poupar energia e chegar mais longe e mais perto
do objectivo.
Esta inércia positiva caracteriza-se então por aplicações judiciosas de energia interligadas com períodos de
análise e ponderação.
Um exemplo prático: no passado a nossa empresa investiu na produção e empenhou-se a fazer jorrar do solo
quantidades, qualidade, e novidades impressionantes… mas não nos preocupámos (muito) com o que faríamos
com tudo aquilo (…porque o mercado absorveria a produção - mesmo à anos 1970s!). E gastamos mais energia a
travar o motor (e a consertar alguns estragos) do que a produzir. Felizmente aprendemos depressa (somos
modestos acima de tudo!) e direccionamos a produção para novos produtos de mercado mais aliciante. Agora,
periodicamente deixamos a produção sem aplicar esforço (antes de novo esforço de impulso), e levantamos a
cabeça, olhamos à nossa volta e avaliamos, corrigimos, e inovamos novamente. E então aplicamos mais energia
e produzimos. Se só produzirmos e não vendermos consumimos toda a energia sem renovação; se só avaliarmos
e estudarmos (ad infinitum et ad nauseam) e não produzimos ficamos pelo potencial e a energia dissipa-se sem
desempenho.
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