SlideShare a Scribd company logo
1 of 6
Frei Luís de Sousa – Almeida Garrett
Ato I
Passa-se numa “câmara antiga com todo o luxo e caprichosa elegância do século XVII”, no
palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Este espaço elegante pretende corresponder à felicidade e harmonia familiar que aí se vive.
Cena I e II
Madalena lê o episódio de Inês de Castro dos Lusíadas. Este permite fazer a analogia entre
amores de D. Pedro e D. Inês e de Madalena e de Manuel Sousa Coutinho. Nas duas histórias
existe a pureza e a intensidade amorosa e a morte ou separação dos amantes.
Madalena com 13 anos casou-se com D. João de Portuga, que integrou o exército liderado por
D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir a 4 de Agosto de 1578. D. João de Portugal
desapareceu na batalha, mas como o seu corpo nunca foi encontrado, Madalena ordenou
buscas com o objetivo de o encontrarem. Essas buscas duraram sete anos, após os quais se
casou com Manuel Sousa Coutinho com quem tem uma filha, Maria.
D. Madalena pede a Telmoque não faça nenhuma referência junto de Maria a possibilidade do
regresso de D. Sebastião que desapareceu na batalha de Alcácer Quibir. D. Madalena pretende
proteger a sua filha da dúvida que ensombra a sua família, uma vez que o regresso de D. João
de Portugal implicaria o fim do seu casamento com Manuel de Sousa Coutinho e a desonra da
sua filha.
Cena III a VI
É feito o retrato físico e psicológico de Maria.
Retrato físico: aspeto frágil; é doente havendo várias referências a sua saúde frágil. Teria
provavelmente tuberculose, doença comum na época (séc. XIX)
da produção/escrita da obra.
Lema das características atribuídas aos doentes era extraordinária capacidade auditiva. Maria
era capaz de ouvir sons que mais ninguém conseguia ouvir.
Retrato psicológico: é perspicaz, possuí uma intuição premonitória (prevê o futuro), que é
alimentada pelos sonhos e pelas deduções a partir do que vê, do que ouve e do que lê. É
corajosa e destemida, idealista, utópica.
Cena VII
A entrada de Manuel de Sousa Coutinho desencadeia os seguintes acontecimentos: É dada
como certa a vinda dos governadores de Lisboa para Almada, concretamente, para casa de
Manuel de Sousa Coutinho; É transmitida a decisão que este tomou em relação à saída da
família daquela casa; É dada a informação de que sairão naquela noite para a casa que tinha
pertencido a D. João de Portugal.
Reações a decisão de Manuel de Sousa Coutinho:
Maria – elogiou a decisão do pai apoiando incondicionalmente a oposição da liderança por seu
pai;
Madalena – é mais contida, aconselha prudência ao marido; Quando percebe que a decisão
implica a mudança de palácio para o palácio de D. João de Portugal fica assustada,
manifestando o seu desagrado.
Cena VIII a XIII
D. Madalena pede ao marido para não irem para o palácio de D. João de Portugal, utilizando
vários argumentos relacionados com o medo que sente relativamente a uma possível
interferência do primeiro marido no seu casamento com Manuel de Sousa Coutinho. Manuel
de Sousa Coutinho considera que esses argumentos emocionais sem qualquer validade e os
medos de D. Madalena desadequados a sua condição social e à racionalidade que o momento
exige. Ao incendiar a sua casa, Manuel de Sousa Coutinho revela-se extremamente patriota,
corajoso e despegado dos bens materias. D. Madalena não consegue salvar o retrato do
marido. A destruição desse retrato funciona como prenuncio a destruição da família e da
separação física do casal que se vai realizar no terceiro ato.
II Ato
Acontece “no palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada; salão antigo, de gosto
melancólico e pesado, com grandes retratos de família…”.
As memórias do passado e soturnidade deste espaço indicam fatalidade.
Cena I a III
Maria cita o início da novela “Menina e moça”, de Bernardim Ribeiro autor do século XVI. A
Frase citada por Maria pode ser um indício de que situação semelhante pode acontecer com
ela “Menina e moça me levaram de casa dos meus pais”.
Maria entusiasma-se na descrição do incendio do palácio de seu pai, considerando-o um
espetáculo bonito e, para além disso, sente-se orgulhosa da atitude de seu pai. Ao contrário,
D. Madalena ficou aterrorizada pois no incendio perdeu o retrato do marido e pensa que essa
perda é apenas um prenúncio de desgraça maior.
Durante a conversa com Telmo, Maria identificou o retrato de D. Sebastião e de Luís Camões.
Telmo não quer que Maria conheça a identidade do terceiro retrato porque se trata de D. João
de Portugal.
É Manuel de Sousa Coutinho que revela a identidade do retrato, caracterizando-o como
alguém nobre e corajoso.
Cena IV a VIII
Maria quer ir com o pai a Lisboa, pois deseja visitar a Sóror Joana de Castro, uma freira, de
comum acordo com o marido decidiu separar-se indo cada um para o seu convento.
Embora num primeiro momento tenha mostrado relutância em leva-la devido a peste
existente em Lisboa, Manuel de Sousa Coutinho decidiu fazer a vontade a filha por considerar
que ela precisava de respirar outros ares, alegrar-se um pouco e fugir ao clima pesado do
palácio.
Madalena fica assustada e ansiosa com a ida do marido e da filha a Lisboa porque está com
receio de os perder. Mostra também que não está de acordo com a atitude da Sóror Joana
(deixar tudo e professar numa ordem religiosa).
Telmo procura acalmar D. Madalena, dizendo-lhe que a peste já tinha acabado e que Manuel
já não seria preso por ter negado acolhimento aos governadores incendiando o seu palácio.
A calma de D. Madalena dura pouco quando sabe pelo marido que é sexta feira, dia azarado
para ela e que ficará sozinha no palácio com Frei Jorge.
Cena IX a X
Frei Jorge está preocupado porque, ao ver a angústia dos seus familiares, sente que está a ser
contagiado por ela.
D. Madalena teme que aquele dia lhe traga alguma desgraça porque foi numa sexta feira que
D. Sebastião desapareceu em Africa, foi nesse dia da semana que casou com D. João de
Portugal e foi ainda numa sexta feira Manuel de Sousa Coutinho. Ela considera que cometeu
um bravo pecado quando viu Manuel de Sousa Coutinho e se apaixonou por ele porque ainda
estava casada com D. João de Portugal e foi como se o tivesse traído.
Cena XI a XV
A partida de Manuel de Sousa Coutinho para Lisboa deixa D. Madalena ansiosa e, por isso, esta
pede a Miranda (criado) que esteja atento ao regresso de seu marido.
Miranda informa D. Madalena e Frei Jorge que um Romeiro vindo da Palestina lhe trazia um
recado e, somente a ela o podia entregar.
Depois de alguma hesitação, D. Madalena recebe o Romeiro, ficando a saber que este esteve
cativo na Palestina durante vinte anos, onde sofreu maus tratos e passou fome, que não tem
filhos, a família julga-o morto e conta apenas com um único amigo. O Romeiro diz a D.
Madalena que deve a sua liberdade a outro cativo, de quem não sabe o nome e que lhe pediu
que entregasse um recado a D. Madalena.
Perante as afirmações do Romeiro Frei Jorge pede-lhe que identifique o emissor do recado,
nos quadros que estavam na sala. O Romeiro aponta para o retrato de D. João de Portugal, o
que faz com que D. Madalena saia da sala aterrorizada.
À pergunta de Frei Jorge, o Romeiro identifica-se como sendo ninguém.
Ato III
Passa-se na capela, que se situa na “na parte baixa do palácio de D. João de Portugal”. “É um
casarão vasto sem ornato algum”.
O espaço simboliza e carateriza o mundo da espiritualidade em que os bens materiais não
fazem sentido.
Cena I e II
Manuel de Sousa Coutinho sente-se desesperado, infeliz e revoltado devido ao regresso de D.
João de Portugal. Sente que cometeu um grave erro que tem que ser reparado e que o vai
separar da mulher e da filha.
Perante a situação trágica em que a família se encontra, Manuel de Sousa Coutinho está
indeciso sobre o destino que quer para sua filha. Por outro lado, deseja que ela viva, pois
Maria não tem culpa dos erros dos pais, é apenas uma vítima dos seus pecados; Por outro
lado, sabe que, caso ela viva vai ser muito infeliz porque a sociedade irá desprezar.
Cena III e IV
Telmo debate-se com grande dilema. Após a partida para a guerra de D. João de Portugal,
Telmo sentiu sempre o desejo forte do seu regresso. Depois do nascimento de Maria,
afeiçoou-se de tal modo preferia não ver mais D. João de Portugal. Com o seu regresso, Telmo
sabe que Maria não resistirá.
Cena V e VI
Telmo pede a Deus que conserve a vida de quem ajudou a criar e o Romeiro pensa que esta
prece é a seu favor, pois também a ele Telmo o criou.Além disso, ainda não sabe da existência
de Maria.
Na conversa com Telmo, D. João de Portugal consta que o seu regresso não é bem vindo e que
causará infelicidade então, ordena a Telmo que vá dizer a D. Madalena que o Romeiro era um
impostor, um enviado dos inimigos de Manuel de Sousa Coutinho e que já tinha ido embora D.
João de Portugal toma esta atitude para não manchar o nome de D. Madalena e também a sua
honra. Confessa que o seu regresso foi imprudente, injusto e cruel.
Cena VII a X
Ao constatar que as noticias a cerca de D. João de Portugal irão dissolver o seu casamento e
desonra-la a ela e a filha, D. Madalena tenta convencer-se de que se precipitou ao acreditar
nas palavras de um vagabundo que ninguém valoriza as suas desconfianças, ainda que
contrariada, aceita o seu destino.
D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho tomam a mesma atitude de Sóror: entrar para um
convento. No entanto, ao contrário desta, D. Madalena foi forçada a faze-lo.
Cena XI e XII
Durante a cerimónia religiosa em que D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho tomam o
hábito, Maria surge desesperada e muito debilitada, culpabilizando D. João de Portugal, a
quem apelida de “O outro”, pela desgraça que se abateu sobre a sua família.
Maria quando ouve a voz do Romeiro (D. João de Portugal) morre, a cerimónia religiosa
prossegue.

More Related Content

What's hot

Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoLurdes Augusto
 
Resumo por Capítulos Amor de Perdição
Resumo por Capítulos Amor de PerdiçãoResumo por Capítulos Amor de Perdição
Resumo por Capítulos Amor de PerdiçãoAlexandre R
 
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraAlexandra Madail
 
Cap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralCap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralHelena Coutinho
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesDaniel Sousa
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaLurdes Augusto
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Maria Góis
 
Maria de Noronha-Frei Luis de Sousa
Maria de Noronha-Frei Luis de SousaMaria de Noronha-Frei Luis de Sousa
Maria de Noronha-Frei Luis de Sousananasimao
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaAntónio Aragão
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoRaffaella Ergün
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesGijasilvelitz 2
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particularHelena Coutinho
 
Uma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição deUma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição deFernanda Pantoja
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. iameliapadrao
 

What's hot (20)

Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
 
Resumo por Capítulos Amor de Perdição
Resumo por Capítulos Amor de PerdiçãoResumo por Capítulos Amor de Perdição
Resumo por Capítulos Amor de Perdição
 
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo V Sermão Santo António aos Peixes Padre António Vieira
 
Cap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralCap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geral
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
 
Maria de Noronha-Frei Luis de Sousa
Maria de Noronha-Frei Luis de SousaMaria de Noronha-Frei Luis de Sousa
Maria de Noronha-Frei Luis de Sousa
 
Os Maias - análise
Os Maias - análiseOs Maias - análise
Os Maias - análise
 
Lírica camoniana
Lírica camonianaLírica camoniana
Lírica camoniana
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões lírico
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particular
 
Frei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, sínteseFrei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, síntese
 
Uma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição deUma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição de
 
O resumo de Os Maias
O resumo de Os MaiasO resumo de Os Maias
O resumo de Os Maias
 
Os maias personagens
Os maias personagensOs maias personagens
Os maias personagens
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
 

Viewers also liked

Frei Luís de Sousa - Quadro Síntese
Frei Luís de Sousa - Quadro SínteseFrei Luís de Sousa - Quadro Síntese
Frei Luís de Sousa - Quadro SínteseJulianaOmendes
 
Frei luis de sousa
Frei luis de sousaFrei luis de sousa
Frei luis de sousaMaria da Paz
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasMaria Rodrigues
 
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura ClássicaFrei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássicanelsonalves70
 
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"complementoindirecto
 
Apontamentos do texto dramatico
Apontamentos do texto dramaticoApontamentos do texto dramatico
Apontamentos do texto dramaticomariananunes1998
 
Categorias Narrativa
Categorias NarrativaCategorias Narrativa
Categorias Narrativanelsonalves70
 
Texto de Apreciação Crítica
Texto de Apreciação CríticaTexto de Apreciação Crítica
Texto de Apreciação CríticaVanda Sousa
 
D. Madalena - Frei Luis de Sousa
D. Madalena - Frei Luis de SousaD. Madalena - Frei Luis de Sousa
D. Madalena - Frei Luis de Sousamauro dinis
 

Viewers also liked (11)

Frei Luís de Sousa - Quadro Síntese
Frei Luís de Sousa - Quadro SínteseFrei Luís de Sousa - Quadro Síntese
Frei Luís de Sousa - Quadro Síntese
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Frei luis de sousa
Frei luis de sousaFrei luis de sousa
Frei luis de sousa
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
 
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura ClássicaFrei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
 
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"
A Linguagem em "Frei Luís de Sousa"
 
Camões sonetos
Camões sonetosCamões sonetos
Camões sonetos
 
Apontamentos do texto dramatico
Apontamentos do texto dramaticoApontamentos do texto dramatico
Apontamentos do texto dramatico
 
Categorias Narrativa
Categorias NarrativaCategorias Narrativa
Categorias Narrativa
 
Texto de Apreciação Crítica
Texto de Apreciação CríticaTexto de Apreciação Crítica
Texto de Apreciação Crítica
 
D. Madalena - Frei Luis de Sousa
D. Madalena - Frei Luis de SousaD. Madalena - Frei Luis de Sousa
D. Madalena - Frei Luis de Sousa
 

Similar to Frei Luís de Sousa

Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousaFilipe Leal
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74luisprista
 
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdf
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdfFrei Luis de Sousa- Resumo R.pdf
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdfLibnioCarvalhais1
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72luisprista
 
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei Jorge
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei JorgeFrei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei Jorge
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei JorgePatricia Martins
 
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...helder goncalves
 
Frei Luís de Sousa - sistematização
Frei Luís de Sousa - sistematizaçãoFrei Luís de Sousa - sistematização
Frei Luís de Sousa - sistematizaçãoAntónio Fernandes
 
Resumo de-frei-luis-de-sousa
Resumo de-frei-luis-de-sousaResumo de-frei-luis-de-sousa
Resumo de-frei-luis-de-sousajomadeira
 
Frei luis de sousa resumos 2
Frei luis de sousa resumos 2Frei luis de sousa resumos 2
Frei luis de sousa resumos 2Anabela Torres
 
Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Sofia Yuna
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74luisprista
 
Ficha informativa frei luís de sousa
Ficha informativa frei luís de sousaFicha informativa frei luís de sousa
Ficha informativa frei luís de sousaMargarida Valente
 
Módulo 7- Frei Luís de Sousa
Módulo 7- Frei Luís de SousaMódulo 7- Frei Luís de Sousa
Módulo 7- Frei Luís de Sousaflaviacorreia0
 

Similar to Frei Luís de Sousa (20)

. Enredo
. Enredo. Enredo
. Enredo
 
Frei Luís de Sousa - 2ª G - 2011
Frei Luís de Sousa - 2ª G - 2011Frei Luís de Sousa - 2ª G - 2011
Frei Luís de Sousa - 2ª G - 2011
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 73-74
 
frei luis de sousa
 frei luis de sousa frei luis de sousa
frei luis de sousa
 
Frei Luís de Souza - 2ª A - 2011
Frei Luís de Souza  -  2ª A - 2011Frei Luís de Souza  -  2ª A - 2011
Frei Luís de Souza - 2ª A - 2011
 
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdf
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdfFrei Luis de Sousa- Resumo R.pdf
Frei Luis de Sousa- Resumo R.pdf
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 71 72
 
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei Jorge
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei JorgeFrei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei Jorge
Frei Luis de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho e Frei Jorge
 
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...
Os acontecimentos na obra frei luís de sousa que espelham cada um dos element...
 
Frei Luís de Sousa - sistematização
Frei Luís de Sousa - sistematizaçãoFrei Luís de Sousa - sistematização
Frei Luís de Sousa - sistematização
 
Sistematizacao (1)
Sistematizacao (1)Sistematizacao (1)
Sistematizacao (1)
 
Resumo de-frei-luis-de-sousa
Resumo de-frei-luis-de-sousaResumo de-frei-luis-de-sousa
Resumo de-frei-luis-de-sousa
 
Frei luis de sousa resumos 2
Frei luis de sousa resumos 2Frei luis de sousa resumos 2
Frei luis de sousa resumos 2
 
1 enredo
1  enredo1  enredo
1 enredo
 
Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização
 
Dom Juan2
Dom Juan2Dom Juan2
Dom Juan2
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74
Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6 aula 73 74
 
Ficha informativa frei luís de sousa
Ficha informativa frei luís de sousaFicha informativa frei luís de sousa
Ficha informativa frei luís de sousa
 
Módulo 7- Frei Luís de Sousa
Módulo 7- Frei Luís de SousaMódulo 7- Frei Luís de Sousa
Módulo 7- Frei Luís de Sousa
 

More from CatarinaNeivas

Gestão de recursos humanos no desporto
Gestão de recursos humanos no desportoGestão de recursos humanos no desporto
Gestão de recursos humanos no desportoCatarinaNeivas
 
Gestão de Complexos Desportivos
Gestão de Complexos DesportivosGestão de Complexos Desportivos
Gestão de Complexos DesportivosCatarinaNeivas
 
Aprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteAprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteCatarinaNeivas
 
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionais
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionaisInteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionais
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionaisCatarinaNeivas
 
Sigmund Freud - Psicanálise
Sigmund Freud - PsicanáliseSigmund Freud - Psicanálise
Sigmund Freud - PsicanáliseCatarinaNeivas
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesCatarinaNeivas
 
Relações Públicas no Desporto
Relações Públicas no DesportoRelações Públicas no Desporto
Relações Públicas no DesportoCatarinaNeivas
 
Planos de Comunicação no Desporto
Planos de Comunicação no DesportoPlanos de Comunicação no Desporto
Planos de Comunicação no DesportoCatarinaNeivas
 
Marketing no Desporto - Marca
Marketing no Desporto - MarcaMarketing no Desporto - Marca
Marketing no Desporto - MarcaCatarinaNeivas
 
Financiamento e Patrocínio no Desporto
Financiamento e Patrocínio no Desporto Financiamento e Patrocínio no Desporto
Financiamento e Patrocínio no Desporto CatarinaNeivas
 
Módulo 4 salas e pavilhões desportivos
Módulo 4   salas e pavilhões desportivosMódulo 4   salas e pavilhões desportivos
Módulo 4 salas e pavilhões desportivosCatarinaNeivas
 
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)CatarinaNeivas
 

More from CatarinaNeivas (18)

Gestão de recursos humanos no desporto
Gestão de recursos humanos no desportoGestão de recursos humanos no desporto
Gestão de recursos humanos no desporto
 
Gestão de Complexos Desportivos
Gestão de Complexos DesportivosGestão de Complexos Desportivos
Gestão de Complexos Desportivos
 
Aprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteAprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento Operante
 
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionais
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionaisInteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionais
Inteligência - Processos cognitivos, emocionais e motivacionais
 
Sigmund Freud - Psicanálise
Sigmund Freud - PsicanáliseSigmund Freud - Psicanálise
Sigmund Freud - Psicanálise
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
 
Questão coimbrã
Questão coimbrãQuestão coimbrã
Questão coimbrã
 
Escravatura
EscravaturaEscravatura
Escravatura
 
Canoagem Sebenta
Canoagem SebentaCanoagem Sebenta
Canoagem Sebenta
 
Golfe Sebenta
Golfe SebentaGolfe Sebenta
Golfe Sebenta
 
Basquetebol Sebenta
Basquetebol SebentaBasquetebol Sebenta
Basquetebol Sebenta
 
Relações Públicas no Desporto
Relações Públicas no DesportoRelações Públicas no Desporto
Relações Públicas no Desporto
 
Planos de Comunicação no Desporto
Planos de Comunicação no DesportoPlanos de Comunicação no Desporto
Planos de Comunicação no Desporto
 
Marketing no Desporto
Marketing no DesportoMarketing no Desporto
Marketing no Desporto
 
Marketing no Desporto - Marca
Marketing no Desporto - MarcaMarketing no Desporto - Marca
Marketing no Desporto - Marca
 
Financiamento e Patrocínio no Desporto
Financiamento e Patrocínio no Desporto Financiamento e Patrocínio no Desporto
Financiamento e Patrocínio no Desporto
 
Módulo 4 salas e pavilhões desportivos
Módulo 4   salas e pavilhões desportivosMódulo 4   salas e pavilhões desportivos
Módulo 4 salas e pavilhões desportivos
 
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)
As desigualdades do mundo globalizado (desevolvimento sustentável)
 

Frei Luís de Sousa

  • 1. Frei Luís de Sousa – Almeida Garrett Ato I Passa-se numa “câmara antiga com todo o luxo e caprichosa elegância do século XVII”, no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Este espaço elegante pretende corresponder à felicidade e harmonia familiar que aí se vive. Cena I e II Madalena lê o episódio de Inês de Castro dos Lusíadas. Este permite fazer a analogia entre amores de D. Pedro e D. Inês e de Madalena e de Manuel Sousa Coutinho. Nas duas histórias existe a pureza e a intensidade amorosa e a morte ou separação dos amantes. Madalena com 13 anos casou-se com D. João de Portuga, que integrou o exército liderado por D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir a 4 de Agosto de 1578. D. João de Portugal desapareceu na batalha, mas como o seu corpo nunca foi encontrado, Madalena ordenou buscas com o objetivo de o encontrarem. Essas buscas duraram sete anos, após os quais se casou com Manuel Sousa Coutinho com quem tem uma filha, Maria. D. Madalena pede a Telmoque não faça nenhuma referência junto de Maria a possibilidade do regresso de D. Sebastião que desapareceu na batalha de Alcácer Quibir. D. Madalena pretende proteger a sua filha da dúvida que ensombra a sua família, uma vez que o regresso de D. João de Portugal implicaria o fim do seu casamento com Manuel de Sousa Coutinho e a desonra da sua filha. Cena III a VI É feito o retrato físico e psicológico de Maria. Retrato físico: aspeto frágil; é doente havendo várias referências a sua saúde frágil. Teria provavelmente tuberculose, doença comum na época (séc. XIX) da produção/escrita da obra. Lema das características atribuídas aos doentes era extraordinária capacidade auditiva. Maria era capaz de ouvir sons que mais ninguém conseguia ouvir. Retrato psicológico: é perspicaz, possuí uma intuição premonitória (prevê o futuro), que é alimentada pelos sonhos e pelas deduções a partir do que vê, do que ouve e do que lê. É corajosa e destemida, idealista, utópica.
  • 2. Cena VII A entrada de Manuel de Sousa Coutinho desencadeia os seguintes acontecimentos: É dada como certa a vinda dos governadores de Lisboa para Almada, concretamente, para casa de Manuel de Sousa Coutinho; É transmitida a decisão que este tomou em relação à saída da família daquela casa; É dada a informação de que sairão naquela noite para a casa que tinha pertencido a D. João de Portugal. Reações a decisão de Manuel de Sousa Coutinho: Maria – elogiou a decisão do pai apoiando incondicionalmente a oposição da liderança por seu pai; Madalena – é mais contida, aconselha prudência ao marido; Quando percebe que a decisão implica a mudança de palácio para o palácio de D. João de Portugal fica assustada, manifestando o seu desagrado. Cena VIII a XIII D. Madalena pede ao marido para não irem para o palácio de D. João de Portugal, utilizando vários argumentos relacionados com o medo que sente relativamente a uma possível interferência do primeiro marido no seu casamento com Manuel de Sousa Coutinho. Manuel de Sousa Coutinho considera que esses argumentos emocionais sem qualquer validade e os medos de D. Madalena desadequados a sua condição social e à racionalidade que o momento exige. Ao incendiar a sua casa, Manuel de Sousa Coutinho revela-se extremamente patriota, corajoso e despegado dos bens materias. D. Madalena não consegue salvar o retrato do marido. A destruição desse retrato funciona como prenuncio a destruição da família e da separação física do casal que se vai realizar no terceiro ato.
  • 3. II Ato Acontece “no palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada; salão antigo, de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família…”. As memórias do passado e soturnidade deste espaço indicam fatalidade. Cena I a III Maria cita o início da novela “Menina e moça”, de Bernardim Ribeiro autor do século XVI. A Frase citada por Maria pode ser um indício de que situação semelhante pode acontecer com ela “Menina e moça me levaram de casa dos meus pais”. Maria entusiasma-se na descrição do incendio do palácio de seu pai, considerando-o um espetáculo bonito e, para além disso, sente-se orgulhosa da atitude de seu pai. Ao contrário, D. Madalena ficou aterrorizada pois no incendio perdeu o retrato do marido e pensa que essa perda é apenas um prenúncio de desgraça maior. Durante a conversa com Telmo, Maria identificou o retrato de D. Sebastião e de Luís Camões. Telmo não quer que Maria conheça a identidade do terceiro retrato porque se trata de D. João de Portugal. É Manuel de Sousa Coutinho que revela a identidade do retrato, caracterizando-o como alguém nobre e corajoso. Cena IV a VIII Maria quer ir com o pai a Lisboa, pois deseja visitar a Sóror Joana de Castro, uma freira, de comum acordo com o marido decidiu separar-se indo cada um para o seu convento. Embora num primeiro momento tenha mostrado relutância em leva-la devido a peste existente em Lisboa, Manuel de Sousa Coutinho decidiu fazer a vontade a filha por considerar que ela precisava de respirar outros ares, alegrar-se um pouco e fugir ao clima pesado do palácio. Madalena fica assustada e ansiosa com a ida do marido e da filha a Lisboa porque está com receio de os perder. Mostra também que não está de acordo com a atitude da Sóror Joana (deixar tudo e professar numa ordem religiosa). Telmo procura acalmar D. Madalena, dizendo-lhe que a peste já tinha acabado e que Manuel já não seria preso por ter negado acolhimento aos governadores incendiando o seu palácio. A calma de D. Madalena dura pouco quando sabe pelo marido que é sexta feira, dia azarado para ela e que ficará sozinha no palácio com Frei Jorge.
  • 4. Cena IX a X Frei Jorge está preocupado porque, ao ver a angústia dos seus familiares, sente que está a ser contagiado por ela. D. Madalena teme que aquele dia lhe traga alguma desgraça porque foi numa sexta feira que D. Sebastião desapareceu em Africa, foi nesse dia da semana que casou com D. João de Portugal e foi ainda numa sexta feira Manuel de Sousa Coutinho. Ela considera que cometeu um bravo pecado quando viu Manuel de Sousa Coutinho e se apaixonou por ele porque ainda estava casada com D. João de Portugal e foi como se o tivesse traído. Cena XI a XV A partida de Manuel de Sousa Coutinho para Lisboa deixa D. Madalena ansiosa e, por isso, esta pede a Miranda (criado) que esteja atento ao regresso de seu marido. Miranda informa D. Madalena e Frei Jorge que um Romeiro vindo da Palestina lhe trazia um recado e, somente a ela o podia entregar. Depois de alguma hesitação, D. Madalena recebe o Romeiro, ficando a saber que este esteve cativo na Palestina durante vinte anos, onde sofreu maus tratos e passou fome, que não tem filhos, a família julga-o morto e conta apenas com um único amigo. O Romeiro diz a D. Madalena que deve a sua liberdade a outro cativo, de quem não sabe o nome e que lhe pediu que entregasse um recado a D. Madalena. Perante as afirmações do Romeiro Frei Jorge pede-lhe que identifique o emissor do recado, nos quadros que estavam na sala. O Romeiro aponta para o retrato de D. João de Portugal, o que faz com que D. Madalena saia da sala aterrorizada. À pergunta de Frei Jorge, o Romeiro identifica-se como sendo ninguém.
  • 5. Ato III Passa-se na capela, que se situa na “na parte baixa do palácio de D. João de Portugal”. “É um casarão vasto sem ornato algum”. O espaço simboliza e carateriza o mundo da espiritualidade em que os bens materiais não fazem sentido. Cena I e II Manuel de Sousa Coutinho sente-se desesperado, infeliz e revoltado devido ao regresso de D. João de Portugal. Sente que cometeu um grave erro que tem que ser reparado e que o vai separar da mulher e da filha. Perante a situação trágica em que a família se encontra, Manuel de Sousa Coutinho está indeciso sobre o destino que quer para sua filha. Por outro lado, deseja que ela viva, pois Maria não tem culpa dos erros dos pais, é apenas uma vítima dos seus pecados; Por outro lado, sabe que, caso ela viva vai ser muito infeliz porque a sociedade irá desprezar. Cena III e IV Telmo debate-se com grande dilema. Após a partida para a guerra de D. João de Portugal, Telmo sentiu sempre o desejo forte do seu regresso. Depois do nascimento de Maria, afeiçoou-se de tal modo preferia não ver mais D. João de Portugal. Com o seu regresso, Telmo sabe que Maria não resistirá. Cena V e VI Telmo pede a Deus que conserve a vida de quem ajudou a criar e o Romeiro pensa que esta prece é a seu favor, pois também a ele Telmo o criou.Além disso, ainda não sabe da existência de Maria. Na conversa com Telmo, D. João de Portugal consta que o seu regresso não é bem vindo e que causará infelicidade então, ordena a Telmo que vá dizer a D. Madalena que o Romeiro era um impostor, um enviado dos inimigos de Manuel de Sousa Coutinho e que já tinha ido embora D. João de Portugal toma esta atitude para não manchar o nome de D. Madalena e também a sua honra. Confessa que o seu regresso foi imprudente, injusto e cruel.
  • 6. Cena VII a X Ao constatar que as noticias a cerca de D. João de Portugal irão dissolver o seu casamento e desonra-la a ela e a filha, D. Madalena tenta convencer-se de que se precipitou ao acreditar nas palavras de um vagabundo que ninguém valoriza as suas desconfianças, ainda que contrariada, aceita o seu destino. D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho tomam a mesma atitude de Sóror: entrar para um convento. No entanto, ao contrário desta, D. Madalena foi forçada a faze-lo. Cena XI e XII Durante a cerimónia religiosa em que D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho tomam o hábito, Maria surge desesperada e muito debilitada, culpabilizando D. João de Portugal, a quem apelida de “O outro”, pela desgraça que se abateu sobre a sua família. Maria quando ouve a voz do Romeiro (D. João de Portugal) morre, a cerimónia religiosa prossegue.