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Trabalho Elaborado por:
- Ana Catarina Batista
Nº1 10ºProfissional
Ficha Técnica
Autor: Ferreira, Vergílio.

Editora: Bertrand

Local de Edição: Lisboa

Ano de Edição: 1994

Ano de Publicação: [s.d]
Sobre o Autor
Vergílio Ferreira nasceu em Melo no dia 28 de janeiro de 1916.
Em 1920, o pequene Virgílio é deixado mais os seus irmãos aos
cuidados de umas tias maternas, após a emigração dos pais para
os Estados Unidos da América.
Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, em 1939,
escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe.
Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Publica o ensaio
"Teria Camões lido Platão?" e, durante as férias, em Melo,
escreve "Onde Tudo Foi Morrendo“, entre muitos outros.
Em 1980, o realizador Lauro António adapta para o cinema, o
romance, Manhã Submersa e, Vergílio Ferreira intrepreta um dos
principais papéis, o de Reitor do Seminário, contracenando assim
com outros grandes vultos da cena portuguesa. Vergílio morreu
no dia 1 de março de 1996, em sua casa, em Lisboa, na
freguesia de Alvalade...
Apresentação do Livro
 Esta obra pode ser dividida em três partes: o prólogo, a história em si
  em vinte e cinco capítulos e o epílogo. No prólogo, Alberto Soares, o
  nosso protagonista, encontra-se no presente e começa a refletir sobre
  a sua vida. No início do primeiro capítulo ele começa a contar-nos a
  história da sua vida, por meio de uma analepse. Ele conta acerca da
  sua estadia em Évora e como nesse período de tempo (um ano letivo)
  ficou a lecionar nessa terra e conheceu pessoas com quem discutiu e
  aprofundou as suas teorias relacionadas com a existência; a procura
  da sua pessoa e da sua aparição. Criou também uma relação com
  uma mulher, Sofia, que era dominadora e mais tarde deixou de dar
  importância a Alberto, passando a concentrar a sua atenção em
  Bexiguinha, que tinha idéias/teorias parecidas às de Alberto; criou uma
  relação amor ódio com Ana, a irmã de Sofia. Ambos discutiam acerca
  das teorias existenciais do autor e ela desvalorizava e valorizava em
  simultâneo a lógica deste.
Continuação...



     Ao longo do livro temos dificuldade em saber se Ana gosta ou
      desgosta de Alberto visto estar constantemente a convidá-lo para que
      a acompanhe e, ao mesmo tempo, contra as suas idéias. No livro, o
      próprio Alberto questiona-se a si próprio se certos personagens, como
      Ana, estão a favor ou contra ele. Existe ainda outra personagem,
      também irmã de Sofia, que é Cristina. Esta criança excepcional tocava
      piano de forma magnífica, algo que acalmava Alberto. Ao longo do livro
      entramos ainda numa 2ª analepse onde o autor se recorda de um
      passado ainda mais distante. Esse passado, normalmente relacionado
      com a família, relata-nos o que o levou a ter estas teorias filosóficas,
      sendo as mais importantes à morte do pai e do seu cão.
      Existem várias outras mortes de personagens mais importantes, tendo
      todas uma simbologia: o Bailote comete suicídio por ter perdido a fonte
      do seu rendimento, sendo que a sua existência perde todo o sentido;
      Cristina morre pois é perfeita demais para viver neste mundo; Sofia
      morre como punição de todo o mal que tivera feito aos outros;
      Bexiguinha e Ana não conseguiram igualar os seus seres e desistiram,
      o que se pode considerar uma morte psicológica.
Continuação...


     Talvez Alberto, o herói que alcançou a sua aparição, possa ser visto
      como um “eu” de Vergílio Ferreira, pois se o autor escreveu sobre
      estas teorias, é porque também pensou sobre elas. O termo "aparição"
      significa exatamente a revelação instantânea de si a si próprio.
      O único filho solteiro do Dr. Álvaro Soares, médico e lavrador e de
      D.Susana. Tem dois irmãos: Tomás, engenheiro agrónomo e lavrador,
      casado com Isaura, tem dez filhos e é o preferido do pai; Evaristo, o
      preferido da mãe, é o mais novo, tem o curso geral dos liceus, é
      casado com Júlia, filha de um industrial rico, e tem um filho, nasceu na
      Serra da Estrela. Vive uma infância em comunhão com a Natureza
      aliada à figura materna, como princípio gerador da vida. É na
      montanha que Alberto encontra a proteção que o une à figura paterna,
      sobrepondo a presença serrana à fragilidade da forma humana. Após
      a morte do pai ele abandona a serra e passa a viver na cidade.
      Évora representa para ele a materialização do seu conflito interior e o
      drama de existir.
Citações Relevantes

 - (...) só há um problema para a vida, que é o de saber, saber a
  minha condição, e de me restaurar a partir daí a plenitude e a
  autenticidade de tudo – da alegria, do heroísmo, da amargura, de
  cada gesto. (pág.11)


 - (...) De que nadas a vida se sustenta! O necessário, sim, o
  necessário é que o futuro os habite – mesmo em ilusão. (pág.27)


 - (...) « Que esperas tu da vida? Vê como os teus sonhos se
  resolvem nos outros em ... Mas são actos definitivos, não se iludem,
  não se iludem. » « Dúvidar é cómodo, interrogar-se é cómodo.» «Sei
  o que quero, sei o que sonho.» «Que fazes para o atingir?»

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Aparição português

  • 1. Trabalho Elaborado por: - Ana Catarina Batista Nº1 10ºProfissional
  • 2. Ficha Técnica Autor: Ferreira, Vergílio. Editora: Bertrand Local de Edição: Lisboa Ano de Edição: 1994 Ano de Publicação: [s.d]
  • 3. Sobre o Autor Vergílio Ferreira nasceu em Melo no dia 28 de janeiro de 1916. Em 1920, o pequene Virgílio é deixado mais os seus irmãos aos cuidados de umas tias maternas, após a emigração dos pais para os Estados Unidos da América. Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, em 1939, escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe. Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Publica o ensaio "Teria Camões lido Platão?" e, durante as férias, em Melo, escreve "Onde Tudo Foi Morrendo“, entre muitos outros. Em 1980, o realizador Lauro António adapta para o cinema, o romance, Manhã Submersa e, Vergílio Ferreira intrepreta um dos principais papéis, o de Reitor do Seminário, contracenando assim com outros grandes vultos da cena portuguesa. Vergílio morreu no dia 1 de março de 1996, em sua casa, em Lisboa, na freguesia de Alvalade...
  • 4. Apresentação do Livro  Esta obra pode ser dividida em três partes: o prólogo, a história em si em vinte e cinco capítulos e o epílogo. No prólogo, Alberto Soares, o nosso protagonista, encontra-se no presente e começa a refletir sobre a sua vida. No início do primeiro capítulo ele começa a contar-nos a história da sua vida, por meio de uma analepse. Ele conta acerca da sua estadia em Évora e como nesse período de tempo (um ano letivo) ficou a lecionar nessa terra e conheceu pessoas com quem discutiu e aprofundou as suas teorias relacionadas com a existência; a procura da sua pessoa e da sua aparição. Criou também uma relação com uma mulher, Sofia, que era dominadora e mais tarde deixou de dar importância a Alberto, passando a concentrar a sua atenção em Bexiguinha, que tinha idéias/teorias parecidas às de Alberto; criou uma relação amor ódio com Ana, a irmã de Sofia. Ambos discutiam acerca das teorias existenciais do autor e ela desvalorizava e valorizava em simultâneo a lógica deste.
  • 5. Continuação...  Ao longo do livro temos dificuldade em saber se Ana gosta ou desgosta de Alberto visto estar constantemente a convidá-lo para que a acompanhe e, ao mesmo tempo, contra as suas idéias. No livro, o próprio Alberto questiona-se a si próprio se certos personagens, como Ana, estão a favor ou contra ele. Existe ainda outra personagem, também irmã de Sofia, que é Cristina. Esta criança excepcional tocava piano de forma magnífica, algo que acalmava Alberto. Ao longo do livro entramos ainda numa 2ª analepse onde o autor se recorda de um passado ainda mais distante. Esse passado, normalmente relacionado com a família, relata-nos o que o levou a ter estas teorias filosóficas, sendo as mais importantes à morte do pai e do seu cão. Existem várias outras mortes de personagens mais importantes, tendo todas uma simbologia: o Bailote comete suicídio por ter perdido a fonte do seu rendimento, sendo que a sua existência perde todo o sentido; Cristina morre pois é perfeita demais para viver neste mundo; Sofia morre como punição de todo o mal que tivera feito aos outros; Bexiguinha e Ana não conseguiram igualar os seus seres e desistiram, o que se pode considerar uma morte psicológica.
  • 6. Continuação...  Talvez Alberto, o herói que alcançou a sua aparição, possa ser visto como um “eu” de Vergílio Ferreira, pois se o autor escreveu sobre estas teorias, é porque também pensou sobre elas. O termo "aparição" significa exatamente a revelação instantânea de si a si próprio. O único filho solteiro do Dr. Álvaro Soares, médico e lavrador e de D.Susana. Tem dois irmãos: Tomás, engenheiro agrónomo e lavrador, casado com Isaura, tem dez filhos e é o preferido do pai; Evaristo, o preferido da mãe, é o mais novo, tem o curso geral dos liceus, é casado com Júlia, filha de um industrial rico, e tem um filho, nasceu na Serra da Estrela. Vive uma infância em comunhão com a Natureza aliada à figura materna, como princípio gerador da vida. É na montanha que Alberto encontra a proteção que o une à figura paterna, sobrepondo a presença serrana à fragilidade da forma humana. Após a morte do pai ele abandona a serra e passa a viver na cidade. Évora representa para ele a materialização do seu conflito interior e o drama de existir.
  • 7. Citações Relevantes  - (...) só há um problema para a vida, que é o de saber, saber a minha condição, e de me restaurar a partir daí a plenitude e a autenticidade de tudo – da alegria, do heroísmo, da amargura, de cada gesto. (pág.11)  - (...) De que nadas a vida se sustenta! O necessário, sim, o necessário é que o futuro os habite – mesmo em ilusão. (pág.27)  - (...) « Que esperas tu da vida? Vê como os teus sonhos se resolvem nos outros em ... Mas são actos definitivos, não se iludem, não se iludem. » « Dúvidar é cómodo, interrogar-se é cómodo.» «Sei o que quero, sei o que sonho.» «Que fazes para o atingir?»