Este poema reflete sobre a dualidade entre permanecer no lugar de origem ou embarcar em uma nova jornada, deixando para trás laços e confortos para explorar o desconhecido. A pessoa questiona se tem a capacidade inata de se adaptar e co-criar como outros parecem fazer de forma natural, ou se os desafios a assustam. No fim, questiona se deve seguir seu impulso de liberdade como um pássaro ou ficar onde está.
2. Somos pontes
Temos um pouco dos dois lados
A saudade nos mantém lá
A curiosidade nos traz pra cá
E a cada acontecimento me pergunto:
por onde transitar?
Tem quem ta cá
E sorri e abana para quem ta lá
Chamando para a ponte atravessar
Mas o ticket não compra
Porque malas não se pode levar
Tudo deve transmutar
E já dá saudade só de pensar
Como fizeram essas pessoas?
Tenho também esse DNA co-criar?
Parece tão natural para elas
Porque para mim vejo desafios a me amedrontar?
Mas se então as pessoas de cá
Estão tentando me ensinar
Que mudanças são naturais
Me questiono se estou indo
contra meu próprio ser
que só quer ser como um passarinho a voar
Sem malas
Sem cais
Sem nada para pesar
A não ser o pensamento:
ficar ou embarcar?
Clara Bianchini.