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INFORME CONJUNTURAL
Informativo da Confederação Nacional da Indústria                                               Ano 27 Número 02 abril/junho de 2011 www.cni.org.br




                                                                                                                               A economia
Deterioração do saldo comercial explica                                                                              brasileira no segundo
baixo crescimento da indústria                                                                                          trimestre de 2011

A indústria de transformação deverá crescer         De dezembro de 2005 a junho de 2011, a                             Economia em desaceleração
apenas 2,6% em 2011, taxa menor que o               cotação da moeda brasileira passou de 2,30                               no segundo trimestre
estimado para o crescimento do PIB (3,8%)           reais por dólar para o nível atual de menos                                             Pág. 2
no ano. Essa é uma situação inversa à               de 1,60. Essa valorização, superior a 30%, é
de 2010, quando esses números foram,                impossível de ser absorvida por ganhos de                                 Menor dinamismo do
respectivamente, 9,7% e 7,5%.                       eficiência das empresas. Nesse período, não                                 emprego em 2011
                                                    houve avanços na competitividade brasileira                                             Pág. 4
A perda da liderança no crescimento por             – na esfera da tributação, custo de capital e
parte da indústria de transformação não se          logística, dentre outros aspectos sistêmicos –                     Inflação supera teto da meta
deve à desaceleração da economia brasileira.        que mitigassem esse efeito.                                       pela primeira vez desde 2005
A demanda doméstica, de consumo e                                                                                                           Pág. 6
investimento, segue em expansão a                   É urgente implementar mecanismos eficazes
taxa ainda expressiva e sustentaria um              e potentes para compensar essa perda de                                Crescimento dos gastos
crescimento do PIB próximo a 6%. A                  competitividade dos produtos brasileiros.                         públicos é menor no segundo
contribuição líquida do setor externo, todavia,     Medidas pontuais serão insuficientes para                                            trimestre
será negativa em 1,2 ponto percentual.              alterar a atratividade do setor manufatureiro.                                          Pág. 8
                                                    A perda de importância do setor irá
A inflexão no comércio externo do setor                                                                                  Cenário de valorização do
                                                    continuar se a configuração competitiva
industrial é a chave para entender essa                                                                                               real persiste
                                                    atual permanecer, causando elevados danos
mudança, como explicita o gráfico abaixo.           à trajetória de crescimento e à estrutura
                                                                                                                                            Pág. 10
Em 2006, a indústria de transformação               produtiva da economia brasileira.
registrava superávit expressivo em suas
transações externas (R$ 30,4 bilhões), que
se transformou em déficit da ordem de R$            Saldo comercial da indústria de transformação
33,5 bilhões em 2010. A expectativa é que           Em US$ bilhões
esse déficit supere R$ 50 bilhões em 2011.          Déficit comercial da indústria de transformação cresce rapidamente
Para o conjunto dos produtos de maior valor                30,4
agregado – identificados como produtos
manufaturados na classificação de comércio                                   19,5
exterior da SECEX – a deterioração é ainda
mais intensa. Esse déficit alcançou R$ 71
bilhões em 2010 e poderá atingir mais de R$
100 bilhões em 2011.

As mudanças na economia mundial –                                                               -6,2          -7,0
com a crise financeira e a mudança do
eixo dinâmico para a Ásia – explicam
apenas parte dessa deterioração. A maior
parcela se deve à contínua valorização                                                                                      -33,5
da moeda brasileira, que expõe a falta de
competitividade dos produtos brasileiros
nos mercados internacionais e promove                                                                                                    -51,1
forte penetração de importados no mercado
                                                           2006              2007              2008          2009           2010         2011*
doméstico.
                                                    Fonte: Elaborado pela CNI com base em dados da Funcex
                                                    Projeção para 2011: CNI
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




   atividade econômica

Economia em desaceleração no segundo trimestre
Medidas econômicas implicam em menor crescimento da demanda
O PIB deverá expandir 3,8% em 2011.                      seguintes a economia deve se expandir              Banco Central; b) a elevação da taxa
O aumento da estimativa da CNI (ante                     não mais que 1,0% por trimestre no                 básica de juros Selic; c) o aumento
a previsão anterior, de março, de 3,5%)                  dado dessazonalizado.                              da inadimplência das famílias e das
é resultado, preponderantemente, do                                                                         empresas; d) a contenção do ritmo de
crescimento do PIB acima do esperado                     O índice de atividade econômica                    crescimento das despesas do setor
no primeiro trimestre deste ano.                         calculado pelo Banco Central                       público; e) a menor criação de vagas
Naquele período, a economia brasileira                   dessazonalizado (IBC-BR/Banco Central)             no mercado de trabalho; e f) a redução
avançou 1,3% frente ao trimestre                         confirma o arrefecimento da atividade              do otimismo dos consumidores, desde
anterior, acima da estimativa de 1,0%                    no segundo trimestre. Enquanto no                  outubro de 2010, e dos empresários,
da CNI. O cenário para os próximos                       primeiro trimestre, contra o último                desde janeiro do mesmo ano.
trimestres, entretanto, se mantém                        trimestre de 2010, o índice cresceu
inalterado.                                              1,3%, a variação do acumulado em abril             Esses fatores provocam a redução da
                                                         e maio frente aos primeiros três meses             demanda principalmente via menor
O forte crescimento da economia do                       foi de apenas 0,9%.                                expansão do crédito, tanto para pessoa
primeiro trimestre deste ano não se                                                                         física quanto para pessoa jurídica, e
repetirá nos próximos trimestres. A                      São vários os fatores para a perda de              menor propensão a consumir. O principal
CNI estima uma expansão de 0,6%                          ritmo da atividade econômica a partir              componente do PIB afetado foi o
do PIB no segundo trimestre, frente                      do segundo trimestre: a) as medidas                consumo das famílias, que desacelerou
ao trimestre anterior. Nos trimestres                    de restrição ao crédito adotadas pelo              fortemente o ritmo de crescimento, de
                                                                                                            2,3% no quarto trimestre de 2010, para
                                                                                                            0,6% no primeiro trimestre de 2011.
Evolução da produção industrial, vendas da indústria, vendas do comércio e índice de
atividade econômica (IBC-BR)                                                                                O consumo das famílias deve manter
Base jan/10 = 100                                                                                           o patamar de crescimento observado
                                                                                                            no primeiro trimestre até o fim do ano.
Produção industrial não acompanha crescimento das vendas do setor                                           Dessa forma, a CNI espera uma alta de
                                                                                                            4,5% para o consumo das famílias em
112
                                                                                                            2011. Mesmo com crescimento menor
                                                                                                            do que em 2010, quando registrou
110                                                                                                         aumento de 7,0%, o consumo das
                                                                                                            famílias será, do lado da demanda, o
108                                                                                                         componente que mais influenciará no
                                                                                                            crescimento do PIB.
106
                                                                                                            A desaceleração esperada para o ritmo
                                                                                                            de crescimento a partir do segundo
104                                                                                                         trimestre, em relação ao observado
                                                                                                            no primeiro, será determinada pelo
102                                                                                                         aumento da contribuição negativa do
                                                                                                            setor externo. As importações, que
100                                                                                                         caíram 1,6% no primeiro trimestre,
      jan/10       mar/10          mai/10   jul/10   set/10    nov/10      jan/11     mar/11     mai/11     devem retomar a trajetória de
         IBC-BR             Faturamento industrial    Vendas comércio varejista       Produção industrial   crescimento registrada durante todo o
                                                                                                            ano de 2010. A expectativa da CNI é
Fonte: CNI, Banco Central e IBGE




                                                                                  2
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




de expansão média de 7,9% nos três          de junho mostram que o indicador           Moderação da atividade
últimos trimestres, alcançado aumento       de estoques efetivo em relação ao          reduz os investimentos
de 17,0% em 2011.                           planejado atingiu o patamar de 53,0
                                            pontos – indicadores acima de 50           Os investimentos continuaram em
                                            apontam estoques acima do planejado.       expansão no início de 2011, tendo
Aumento das importações
                                            Dezessete setores registraram excesso      crescido 1,2% no primeiro trimestre
leva a menor expansão da                                                               com relação aos últimos três meses de
indústria                                   de estoques no mês, incluindo setores
                                            como Máquinas e equipamentos,              2010. Todavia, o quadro de moderação
A queda na atividade econômica              Material eletrônico e de comunicação,      da atividade econômica e a menor
apontada pelo IBC-BR/Banco Central          Vestuário e Têxteis.                       confiança do empresário farão com
no segundo trimestre se mostrou mais                                                   que o crescimento dos investimentos
intensa quando se observa os dados          Nesse ambiente, deve ocorrer forte         em 2011 seja substancialmente menor
relativos à indústria.                      desaceleração no crescimento do            do que o verificado em 2010. Nesse
                                            PIB industrial a partir do segundo         sentido, a CNI reduziu a projeção do
A produção industrial (PIM-PF/IBGE)         trimestre. A projeção da CNI é de          aumento da formação bruta de capital
cresceu apenas 0,4% na comparação           crescimento médio de 0,6% para o PIB       fixo de 9,0% para 8,5% em 2011.
da média de abril e maio com a do           industrial nos últimos três trimestres,
primeiro trimestre. Nos primeiros           ao passo que no primeiro trimestre a       Ressalte-se que boa parte desses inves-
três meses do ano, contra o quarto          expansão foi de 2,2% contra o quarto       timentos é atendida pelas importações.
trimestre de 2010, a produção industrial    trimestre de 2010. Dessa forma,            Enquanto a produção doméstica de bens
havia se expandido 1,2%.                    a expectativa da CNI é que o PIB           de capital na média de abril e maio frente
                                            industrial cresça 3,2% em 2011, o          ao primeiro trimestre do ano cresceu
Além disso, cabe ressaltar que o                                                       1,1%, as importações da mesma cate-
                                            que representa menos de um terço do
avanço da produção industrial nos dois                                                 goria de uso cresceram 5,6%, de acordo
                                            crescimento de 2010.
primeiros meses do segundo trimestre                                                   com os dados da Funcex dessazonaliza-
ocorreu apenas pelo crescimento da                                                     dos pela CNI.
indústria extrativa (1,1%), pois na
indústria de transformação registrou-se
queda de 0,3%. A pesquisa Indicadores
Industriais da CNI também mostra            Estimativa para PIB
queda de 0,3% no faturamento real da        Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB
indústria de transformação na mesma
base de comparação.                                                                                     2011
                                                       Componentes do PIB                    Taxa de            Contribuição
No mesmo período, as vendas do                                                          crescimento (%)            (p,p,)
comércio varejista (PMC/IBGE)               Ótica da   Consumo das famílias                    4,5                  2,7
cresceram 0,8%. Esse descompasso            demanda    Consumo do governo                      3,0                  0,7
entre a evolução das vendas no                         FBKF                                    8,5                  1,6
comércio e a produção industrial se                    Exportações                            10,0                  1,1
deve ao expressivo crescimento das                     (-) importações                        17,0                  -2,3
importações. Na média de abril e
maio deste ano, frente ao primeiro
                                            Ótica da   Agropecuária                            4,3                  0,2
trimestre do ano, a importação de bens      oferta     Indústria                               3,2                  0,9
de consumo duráveis cresceu 6,9%
e a de não duráveis cresceu 1,5%,                         Indústria extrativa                  4,5                  0,1
de acordo com os dados da Funcex                          Indústria de transformação           2,6                  0,4
dessazonalizados pela CNI.                                Construção civil                     3,8                  0,2
                                                          SIUP                                 4,0                  0,2
Além disso, os estoques industriais se
                                                       Serviços                                4,0                  2,7
encontram acima do desejado. Dados
                                                       PIB pm                                 3,8
da Sondagem Industrial (CNI) do mês




                                                                3
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




      emprego e renda

Menor dinamismo do emprego em 2011
Indústria e comércio diminuem ritmo de criação de vagas

O mercado de trabalho perdeu, no                      de empregos cortados com a crise já foi         em 2011, a geração de vagas formais
segundo trimestre de 2011, parte do                   recuperado.                                     alcançou 1,3 milhão.
dinamismo do trimestre anterior. O ritmo
                                                      A despeito da menor velocidade de               Entre os cinco setores considerados
de criação de vagas foi menor quando
                                                      criação de novos empregos, a formaliza-         pelo CAGED (indústria, comércio, servi-
comparado com o mesmo período de
                                                      ção da mão de obra continua ocorrendo.          ços, administração pública e agropecu-
2010. A continuidade da formalização
                                                      O emprego metropolitano com carteira            ária), o setor de serviços foi o que mais
da mão de obra, a queda da taxa de
                                                      assinada do setor privado cresce em             aumentou o emprego entre janeiro a
desemprego e a alta dos rendimentos
                                                      detrimento da queda das vagas sem               junho de 2011, criando 507 mil vagas.
reais, no entanto, ainda são destaques                carteira. No acumulado de janeiro a             Comparado ao mesmo período do ano
para o período.                                       junho, a modalidade de emprego formal           passado, o número de vagas criadas
Na média dos seis primeiros meses                     avançou 6,8% frente ao mesmo período            pelo setor é 3,5% superior.
deste ano, o emprego metropolitano                    do ano anterior. Já os empregos sem
                                                      carteira recuaram 3,7% e a ocupação             A agropecuária criou 224 mil vagas no
(PME/IBGE) cresceu 2,4%, frente ao
                                                      por conta própria diminuiu 0,2% no              período, sendo o setor que mais expan-
mesmo período do ano anterior. Um
                                                      mesmo período.                                  diu na comparação com o mesmo perí-
ritmo bastante inferior ao observado
                                                                                                      odo de 2010 (27,7%). A administração
em meados de 2010 (3,6%), na mesma                    Dados do CAGED, do Ministério do Tra-           pública apresentou expansão de 14,7%
base de comparação. O mercado de                      balho e Emprego, indicam que o número           na mesma base de comparação, com a
trabalho mostra um processo natural de                de novas vagas é de 1,7 milhão no               criação de 24 mil vagas até junho.
arrefecimento à medida que o número                   acumulado em 12 meses até junho. Só
                                                                                                      Entre os setores, aqueles que criaram
                                                                                                      em 2011 menos vagas do que em 2010
                                                                                                      estão o comércio e a indústria. O co-
Emprego por categoria de ocupação
                                                                                                      mércio criou 92 mil vagas no ano, 36%
Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior
                                                                                                      menos que no mesmo período de 2010.
Ocupação com carteira cresce em ritmo acima da conta própria
desde fevereiro de 2010                                                                               Os quatro segmentos da indústria –
                                                                                                      extrativa, transformação, construção
10                                                                                                    civil e serviços de utilidade pública –
  8                                                                                                   criaram 33% do total de 1,3 milhão de
  6                                                                                                   novas vagas formais no acumulado de
  4                                                                                                   2011 até junho, o que significa 418 mil
  2
                                                                                                      empregos. Contudo, no mesmo período
                                                                                                      do ano anterior a criação era de 643 mil
  0
                                                                                                      vagas – uma queda de 35%.
 -2
 -4                                                                                                   A procura por emprego cresce em
 -6
                                                                                                      menor velocidade em 2011 e é infe-
                                                                                                      rior à expansão da ocupação quando
 -8
                                                                                                      comparado com o mesmo mês do ano
-10
                                                                                                      anterior. Esse padrão ocorre desde junho
      out/09 dez/09   fev/10    abr/10 jun/10   ago/10 out/10 dez/10        fev/11    abr/11 jun/11
                                                                                                      de 2007. De acordo com a PME/IBGE,
                  Com carteira (set. priv.)     Sem carteira (set. priv.)       Conta própria
Fonte: IBGE
                                                                                                      em junho a população economicamente




                                                                            4
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




ativa (PEA) metropolitana – a força de      Ocupação e População Economicamente Ativa
trabalho – cresceu 1,4%, comparado a        Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior
junho de 2010 (PME/IBGE), o que repre-
                                            Ocupação cresce em ritmo acima da força de trabalho desde
senta 340 mil pessoas. Paralelamente,
                                            junho de 2007
foram criados 515 mil empregos nesse
mesmo período (crescimento de 2,3%).
                                             5
Como consequência desse movimento,           4
a taxa de desemprego ficou sistematica-      3
mente inferior à registrada nos mesmos
                                             2
meses do ano anterior. Em junho o indica-
dor foi de 6,2%, uma queda de 0,8 ponto      1

percentual frente a junho de 2010.           0
                                            -1
Observe-se que historicamente, a taxa
de desemprego cresce ao longo dos pri-      -2
meiros três meses do ano. No entanto,       -3
em 2011, o aumento desse indicador          -4
foi menos intenso, o que ajuda ainda                  jun/07           fev/08         out/08         jun/09     fev/10    out/10         jun/11
mais na queda da taxa de desemprego
                                                                                         Ocupação             PEA
média anual.
                                            Fonte: IBGE

Acreditamos que a PEA continuará
crescendo menos do que a ocupação e
que a taxa de desemprego média anual
continuará recuando. A CNI estima uma
taxa de desemprego média anual de
5,9% em 2011. Não obstante, o ritmo de
queda desse indicador perderá força no
decorrer do ano, na medida que a menor
                                            Taxa de desemprego
atividade econômica se reflita de forma
mais abrangente no mercado de trabalho.     Em % da PEA
                                            Taxa de desemprego média continuará em queda em 2011
Renda do trabalhador
                                            10
segue em crescimento
O crescimento da renda do trabalhador        9
metropolitano (PME/IBGE) desacelerou               2009
durante os quatro primeiros meses do         8
ano, quando comparado com o mesmo                  2010
mês do ano anterior. No entanto, em          7
maio e em junho, esse indicador voltou             2011
a crescer com mais força (4,6% e 4,2%,       6
respectivamente).

Enquanto o aumento da inflação no            5
acumulado em 12 meses fez a renda
crescer em menor velocidade, as ne-          4
gociações salariais atuaram no sentido              jan       fev     mar       abr    mai     jun      jul   ago   set   out      nov   dez
contrário.                                  Fonte: IBGE. Estimativas CNI




                                                                     5
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




   inflação, juros e crédito

Inflação supera teto da meta pela primeira vez desde 2005
IPCA em 12 meses pode chegar aos 7%
Em junho o IPCA apresentou alta de                   centro da meta de inflação de 4,5%         ano, como já é característico desse tipo
0,15% em comparação a maio. Esse                     a.a. Uma vez que os meses de julho e       de bem, e permanecem exercendo a
resultado representa uma desaceleração               agosto de 2010 também apresentaram         maior contribuição para o IPCA elevado.
em relação aos meses anteriores, em                  variações próximas a zero (0,01% e         Em junho de 2011, o grupo acumula alta
função de dois componentes: combustí-                0,04%, respectivamente) o acumulado        em 12 meses de 8,9%, contra 5,1% em
veis e alimentos. A gasolina apresentou              em 12 meses nos próximos meses pode        junho de 2010, e mostra aceleração nos
queda de 3,9%, e o álcool de 8,8%; os                alcançar 7%.                               últimos dois meses.
preços dos alimentos retraíram 0,26%.
                                                     A alta recente nos preços colocou um       Os preços dos serviços continuam em
Contudo, esse resultado deve ser enca-               sinal de alerta para a inflação no ano.    aceleração, e não mostram sinais de
rado com cautela. Como em junho do                   Essa deixou de refletir uma situação       reversão no curto prazo. A inflação
ano passado a variação do IPCA foi zero,             simplesmente sazonal – como observado      acumulada em 12 meses do grupo, que
o acumulado em 12 meses – que baliza                 em períodos anteriores, com os alimen-     em 2010 era de 6,7% a.a., já se aproxi-
a meta de inflação – aumentou. O índice              tos – para algo mais estrutural. Os qua-   ma dos 9% a.a.. Dado que seu peso no
oficial de inflação (IPCA) manteve-se aci-           tro grandes grupos de preços do IPCA       IPCA é em torno de 25%, sua contribui-
ma do limite superior da meta estabele-              (administrados, industriais, alimentos e   ção para a sustentação do índice em
cida para o ano (6,5% a.a.) pelo terceiro            serviços) apresentam taxas acumuladas      patamar elevado é alta.
mês consecutivo (6,71%, acumulado nos                em 12 meses em junho de 2011 superio-
últimos 12 meses).                                   res ao mesmo mês do ano anterior.          Os preços administrados apresentaram
                                                                                                forte aceleração nesse início de ano,
Nesse mesmo mês em 2010, o IPCA                      Os preços dos alimentos mantiveram alta    principalmente entre fevereiro e abril.
acumulava alta de 4,84%, já acima do                 volatilidade nos seis primeiros meses do   Em junho, o acumulado em 12 meses
                                                                                                alcançou 5,6%, taxa superior em 1,37
                                                                                                ponto percentual (p.p.) ao mesmo mês
IPCA por grupos
                                                                                                do ano anterior. O grande número de
Percentual (%) acumulado em 12 meses                                                            preços ainda indexados sustentou essa
Serviços e alimentos colocam IPCA acima da meta de inflação                                     tendência.
                                                 8,9%            8,6%                           Os produtos industriais, entre os diversos
                                                                                                grupos componentes do IPCA, são os
                                                                                                únicos que se mantém abaixo do centro
                                                                                6,71%
                                                                                                da meta de 4,5% a.a.. Seus preços são
                                    5,6%                                                        os mais diretamente influenciados pela
                                                                                                política de aumentos nos juros praticada
4,5%
                                                                                                nos últimos meses e pelo câmbio sobre-
                3,9%                                                                            valorizado, em função de sua caracterís-
                                                                                                tica de bens comercializáveis (tradables).
                                                                                                Esses preços acumulam alta de 3,9% em
                                                                                                12 meses até junho de 2011, apenas 0,4
                                                                                                p.p. acima do observado no mesmo mês
                                                                                                do ano anterior.
              Industriais      Administrados   Alimentos       Serviços          IPCA           Nos últimos meses de 2011, a inflação
                                     jun/10     jun/11       Centro da meta                     no acumulado em 12 meses irá se redu-
Fonte: IBGE       Elaboração: CNI                                                               zir. As medidas de contenção de crédito




                                                                          6
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




e a elevação da taxa de juros adotadas       Concessão de crédito livre às pessoas físicas e jurídicas
nos últimos meses tendem a trazer um         Percentual (%) médio dos últimos 12 meses contra os 12 meses anteriores
cenário de inflação para o final do ano
                                             Desaceleração no crédito afeta pessoas físicas e jurídicas
relativamente melhor que da primeira
metade do ano.                               25%

Contudo, essas medidas demoram mais          20%
a surtir efeitos sobre os preços dos
serviços e administrados, que tendem a       15%
sustentar o patamar elevado observado
em junho. Essa situação inviabiliza uma      10%
queda mais expressiva da inflação. Nes-
se contexto, a CNI mantém a previsão de       5%
inflação de 6,0% a.a. para 2011.
                                              0%
Melhora nas perspectivas
                                              -5%
de inflação indicam fim do
ciclo de alta dos juros                      -10%
Apesar de se apresentar acima da meta            mai/07        nov/07       mai/08       nov/08     mai/09   nov/09     mai/10     nov/10    mai/11
de inflação, a perspectiva do IPCA ter-
                                                                                    Pessoa física                Pessoa jurídica
minar o ano em desaceleração aponta          Fonte: Banco Central do Brasil - Elaboração: CNI
que o ciclo de alta nos juros deve estar
chegando a fim. Nas cinco reuniões do
Copom deste ano, a decisão foi pela          taxa real de juros média do ano, nessa                     concessão adotadas após a crise, que
elevação na Selic. Foram inicialmente        situação, ficaria em 5,2% a.a..                            ainda vigoravam.
duas elevações de 0,5 p.p. e posterior-                                                                 No início de 2011, medidas em sentido
mente três de 0,25 p.p., alcançando          Desaquecimento da
                                                                                                        oposto foram adotadas, como a majora-
12,50% em julho.                             concessão de crédito                                       ção do IOF para crédito à pessoa física e
                                             contribui para controle                                    o aumento do fator de risco na concessão
Os efeitos da alta nos juros sobre os
                                             inflacionário                                              de crédito à pessoa física com prazo
preços são defasados. As elevações pra-
ticadas no início do ano devem contribuir    As concessões de crédito tanto para                        superior a 24 meses (o que aumenta o
para a desaceleração do IPCA. Contudo,       pessoas físicas como jurídicas estão                       depósito compulsório). O intuito dessa
a política monetária via elevação de juros   desacelerando. A concessão à pessoa                        política foi de desaquecer a concessão,
surte efeito apenas em alguns compo-         física nos últimos 12 meses terminados                     de forma a contribuir com as políticas de
nentes do índice de preços, não repre-       em maio é 17,9% superior aos 12 meses                      controle inflacionário. Por parte da pessoa
sentando a medida mais eficiente para        anteriores; em janeiro, esse mesmo                         física, a linha mais afetada pelas medidas
controlar a inflação.                        indicador apontava para uma expansão                       é a de financiamentos a veículos.
                                             de 22,1%. Para pessoas jurídicas a desa-
As medidas de restrição ao crédito de                                                                   As medidas encareceram as linhas e re-
                                             celeração é menos intensa, passando de
curto prazo, adotadas em conjunto com                                                                   duziram o prazo de concessão. Contudo,
                                             9,7% em fevereiro para 9,1% em maio,
a política monetária, já afetaram as                                                                    a desaceleração do crédito não está fun-
                                             na mesma base de comparação.
concessões e tendem a ter um efeito                                                                     damentada unicamente nessa questão.
mais direto em termos de controle            Durante todo o ano de 2010, os emprés-                     Em 2011, já começa a se observar um
da inflação, via desaquecimento da           timos que utilizam recursos livres de                      crescimento no atraso maior do que 90
demanda interna. Nesse contexto, a CNI       direcionamento (principalmente de curto                    dias (indicativo de inadimplência), o que
acredita que Copom não altere mais a         prazo, com funding da própria instituição                  gera menor incentivo à oferta de crédito
Selic nas próximas reuniões, mantendo-       financeira) se expandiram fortemente,                      pelos bancos e diminui o número de
-a em 12,50% a.a. até o fim de 2011. A       em função das medidas de incentivo à                       pessoas aptas a tomar empréstimos.




                                                                       7
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




     política fiscal

Crescimento dos gastos públicos é menor no
segundo trimestre
Governos regionais aumentam as despesas em ritmo superior ao do crescimento do PIB

O comportamento das despesas do Governo                       de 2011, na comparação com o mesmo           de 2011, quando comparados ao realizado
Federal nos primeiros cinco meses de 2011                     período de 2010. Entretanto, o estímulo      nos mesmos meses em 2010.
mostra que a política fiscal está contribuindo                à demanda proveniente de estados e municí-
para a redução do ritmo de crescimento                        pios está diminuindo no segundo trimestre,   Por outro lado, as despesas correntes
da demanda e, dessa forma, da atividade                       dado que a taxa de expansão das despesas     tiveram crescimento real de 3,2% na
econômica. O gasto público federal teve                       é menor do que a registrada até fevereiro    mesma base de comparação. Trata-se de
aumento real de 2,6% na comparação com o                      (10,8%) e no ano de 2010 (10,4%).            uma expansão significativamente menor do
mesmo período de 2010, contra crescimen-                                                                   que a registrada em 2010 (8,4%) e pode
to real da economia estimado em 4,0% pelo                     Embora importante para o controle do         ser explicada por dois fatores principais:
Banco Central.                                                ritmo de expansão da economia, a con-        reajuste menor do salário mínimo e corte de
                                                              tenção das despesas federais tem recaído     despesas com subsídios nas operações de
A contribuição da política fiscal para o                      sobre os investimentos. Essa é uma           financiamento habitacional.
controle inflacionário se reduz em função dos                 consequência da enorme rigidez orçamen-
gastos de estados e municípios, que cres-                     tária, que não deixa muitas opções de        Expressivo crescimento do
cem acima da expansão do PIB. Estimamos                       redução nos gastos correntes. Os investi-    superávit primário
aumento real das despesas dos governos                        mentos do Governo Federal apresentaram
regionais de 7,2% nos primeiros cinco meses                   queda real de 4,7% entre janeiro e maio      A redução no ritmo de crescimento das
                                                                                                           despesas e o grande aumento das receitas
                                                                                                           proporcionaram melhoria expressiva nos
Crescimento das despesas do Governo Federal, dos governos regionais e do PIB                               resultados primários.
Taxa de crescimento real (%)
                                                                                                           No Governo Federal, a receita líquida
Crescimento real das despesas federais passa de 9,8%, em 2010, para                                        apresentou aumento real de 9,0% nos
2,6%, nos primeiros cinco meses de 2011                                                                    primeiros cinco meses de 2011, com relação
16                                                                                                         ao mesmo período de 2010. Os principais
14                                                                                                         fatores que explicam esse comportamento
                                                                                                           da receita são: maior lucratividade das
12
                                                                                                           empresas em 2010, após os efeitos da
10                                                                                                         crise econômica, aumento da massa salarial
 8                                                                                                         e crescimento das vendas no mercado
                                                                                                           nacional, com destaque para a ampliação
 6                                                                                                         das importações.
 4
                                                                                                           Nos governos regionais, estimamos um
 2                                                                                                         crescimento real das receitas de 8,6% até
 0                                                                                                         maio, na comparação com o mesmo período
                                                                                                           de 2010. A maior parte desse crescimento
-2
                                                                                                           foi proporcionada pelo aumento nas transfe-
-4                                                                                                         rências da União (17,4%).
        2004          2005            2006       2007            2008        2009        2010   2011*
                                PIB               Gov. Federal                Gov. Regionais
                                                                                                           Os resultados primários cresceram for-
Fonte: Tesouro Nacional e IBGE - Estimativas das despesas de estados e municípios: CNI                     temente desde o final de 2010. Para o
Deflator: IPCA
                                                                                                           Governo Federal e suas estatais, o superávit




                                                                                         8
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




acumulado em 12 meses passou de 2,1%,            Evolução da Dívida Líquida do Setor Público
em dezembro de 2010, para 2,6% do PIB,           Em relação ao PIB (%)
em maio de 2011. No caso dos governos
                                                 Apesar do déficit público maior, endividamento público voltará
regionais e suas estatais, o resultado passou
de 0,64%, em dezembro de 2010, para
                                                 a cair em 2011
0,71% do PIB, em maio de 2011.
                                                 65
Dessa forma, o superávit primário do setor
público consolidado subiu de 2,8%, em
dezembro de 2010, para 3,3% do PIB no
acumulado dos últimos 12 meses encerrados        55
em maio de 2011. Esse aumento mais do
que compensou o crescimento das despesas
com juros, que passaram de 5,3% para 5,7%
do PIB na mesma base de comparação. O
resultado foi uma pequena queda do déficit       45
nominal (2,55% para 2,4% do PIB) e, con-
sequentemente, da relação Dívida Líquida/
PIB, que passou de 40,2%, em dezembro de
2010, para 39,8% do PIB, em maio de 2011.        35
                                                         2001      2002      2003    2004      2005      2006     2007    2008   2009    2010    2011*
Política Fiscal deve se                          Fonte: Banco Central do Brasil     *Projeção para 2011: CNI

manter contracionista
Os gastos públicos federais devem manter         Os governos regionais e suas estatais                         Assim, projetamos queda da relação Dívida
crescimento moderado até o fim de 2011.          não deverão cumprir a meta de superávit                       Líquida/PIB de 40,2%, no fim de 2010, para
Essa é a expectativa diante do comporta-         primário de R$ 36,1 bilhões, assim como                       39,5%, em dezembro de 2011.
mento do Governo Federal que, mesmo              ocorreu em 2010. O resultado deverá
com o aumento das receitas, não elevou os        continuar melhorando até o fim do ano, mas                    Orçamento de 2012 retoma
limites de despesas não-obrigatórias nos         estimamos superávit primário máximo de                        política fiscal expansionista
dois primeiros relatórios de avaliação da exe-   R$ 32,5 bilhões. Assim, o superávit primário
cução orçamentária. Dessa forma, projeta-        projetado para o setor público consolidado                    A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
mos crescimento real de 3,0% nas despesas        em 2011 é de R$ 109,5 bilhões (2,7% do                        de 2012 indica uma reversão do caráter
federais em 2011, contra um aumento real         PIB projetado pela CNI), abaixo da meta                       contracionista da política fiscal. As
de 3,8% do PIB.                                  de R$ 117,9 bilhões (2,9% do PIB) sem os                      despesas atreladas ao salário mínimo
                                                 descontos do PAC.                                             irão crescer fortemente, pois o aumento
Com relação à receita líquida do Governo                                                                       projetado para o salário mínimo é de
Federal, os resultados de março a maio nos       Com a não reedição dos impactos positivos                     13,1%. Cabe ressaltar que a LDO subestima
levaram a aumentar a previsão de cresci-         da capitalização da Petrobras, o resultado                    esse aumento. Isso porque a inflação
mento real de 5,2%, no Informe Conjuntural       esperado para o superávit primário em 2011                    embutida na projeção orçamentária é de
do primeiro trimestre, para 6,5%.                é menor do que o observado em 2010 (2,8%                      5,2% e o índice deve fechar o ano em torno
                                                 do PIB). Essa queda, aliada à expectativa de                  de 6,0%. Além disso, a LDO prevê reajuste
Nesse cenário, o superávit primário estima-      maiores despesas com juros (de 5,3% para                      real para os benefícios previdenciários de
do para o Governo Federal para 2011 é de         5,9% do PIB), provocará aumento significati-                  valor acima do salário mínimo.
R$ 78,0 bilhões. Como as empresas estatais       vo do déficit nominal – de 2,55%, em 2010,
federais devem registrar déficit primário em     para 3,2% do PIB, em 2011.                                    Um destaque positivo na lei aprovada foi a
torno de R$ 1,0 bilhão, o superávit primá-                                                                     determinação de que as despesas correntes
rio da esfera federal deve ser de R$ 77,0        Esse aumento do déficit nominal não levará a                  não podem ter crescimento maior que os
bilhões, contra uma meta de R$ 81,8 bilhões      aumento da relação Dívida Líquida/PIB, pois                   investimentos, o que – se implementado –
– sem o desconto de despesas do PAC (até         o PIB nominal deve crescer significativamen-                  garante maior qualidade à composição dos
R$ 32,0 bilhões).                                te, impulsionado pelo aumento da inflação.                    gastos públicos.




                                                                            9
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




   setor externo e câmbio

Cenário de valorização do real persiste
Fatores que pressionam pela valorização devem se manter até o fim do ano

O real manteve tendência de valorização                 mente não menos importante, o elevado          em trajetória ascendente – ainda que de
no segundo trimestre de 2011, atingindo,                diferencial entre as taxas de juros domésti-   forma moderada. Tampouco há razões
em junho, a menor cotação em 12 anos.                   cas e praticadas no exterior.                  para acreditar em uma alteração brusca
A valorização nos últimos 12 meses foi                                                                 no Risco-país, estável durante todo o
de 9,7% – sendo 4,3% nos últimos 3 me-                  Uma série de medidas foram adotadas            ano, o que refletiria maior preocupação
ses. Em termos reais, a moeda brasileira                pelo Governo Federal com o objetivo de         com a estabilidade econômica e maiores
encontra-se no patamar mais valorizado                  reduzir o influxo de recursos, até o início    custos para as empresas emitirem dívi-
desde sua criação.                                      do segundo trimestre. As medidas tive-         da. A economia brasileira deverá manter-
                                                        ram efeito sobre a trajetória de valoriza-     -se em evidência, atraindo investimentos.
A expressiva entrada de divisas é a                     ção, que reduziram seu ímpeto, mas não         As taxas de juros americana e brasileira
responsável pela valorização. Essa entrada              foram capazes de reverter ou mesmo             deverão manter-se constantes até o fim do
deve-se, principalmente: (i) aos elevados               interromper essa trajetória.                   ano. Por conta disso, haverá pressão por
preços das commodities e o decorrente sal-                                                             apreciação adicional da moeda doméstica,
do comercial; (ii) à expansão da economia               O cenário que estimula a entrada de            o que exigirá novas medidas para atingir
doméstica, atraindo investimentos diretos;              divisas permanece e pouco deve se              seu objetivo de reduzir a valorização.
(iii) à estabilidade econômica e a expres-              alterar até o final do ano. Não se espera
siva liquidez internacional, que estimula a             contração nos preços de commodities;           Se eficazes, essas medidas farão que o
emissão de dívida externa por empresas                  pelo contrário, a manutenção da forte          câmbio mantenha-se próximo do pata-
brasileiras e atrai investimentos em títulos            demanda mundial e a elevada liquidez           mar observado no início de julho, oscilan-
públicos; e (iv) por último, embora certa-              internacional devem manter os preços           do ao longo do semestre entre R$/US$
                                                                                                       1,60 e R$/US$ 1,55. Com isso, a taxa
                                                                                                       média de dezembro será R$/U$ 1,56 e a
Saldo comercial por categoria de uso                                                                   de 2011, R$/US$ 1,59, uma valorização
Em US$ bilhões                                                                                         de 9,7% ante a média de 2010.
Déficit comercial de manufaturados é cada vez maior                                                    Exportações de básicos
                                                                                 66,2                  sustentam saldo comercial

                                                             43,2                                      O saldo comercial brasileiro aumentou
                                          41,2
                                                                                                       muito no segundo trimestre, alcançando
   23,1               29,8
                                                                                        21,1           US$ 12,9 bilhões no acumulado no ano
       15,2                  16,1                18,2               15,4
                5,1
                                                                                                       até o fim de junho, um crescimento de
                                                                                                       64,8% na comparação com igual período
                                                                                                       de 2010.
                                -9,2                                                                   O aumento do saldo deve-se a um forte
                                                                                                       aumento nas exportações, que superaram
                                                   -39,8              -36,5                            o crescimento das importações. As ex-
                                                                                                       portações acumularam US$ 118,3 bilhões
                                                                                                       no semestre, um crescimento de 32,6%
                                                                                          -71,2        frente ao mesmo período de 2010. Já as
        2006              2007                2008               2009               2010               importações cresceram 29,5% na mesma
                      Básicos          Semimanufaturados         Manufaturados
                                                                                                       comparação. A corrente de comércio,
Fonte: Funcex                                                                                          US$ 223 bilhões, é recorde no período.




                                                                              10
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




Ressalte-se, contudo, que o saldo            Investimento estrangeiro líquido
comercial só se sustenta por conta dos       Acumulado em 12 meses (US$ milhões)
produtos básicos e semimanufaturados.
                                             Investimento estrangeiro é a maior fonte de financiamento do
O saldo comercial de básicos alcançou
US$ 39,9 bilhões nos últimos seis meses,
                                             déficit em transações correntes
enquanto o saldo de semimanufaturados        70.000
                                                                                                                                         63.682
alcançou US$ 11,7 bilhões. O comércio
de manufaturados, por sua vez, registra      60.000
déficit: US$ 41,1 bilhões no primeiro
semestre de 2011.                            50.000                                                                        45.058
O déficit na pauta de manufaturados cres-
                                             40.000
ce, principalmente, por um aumento mui-
to forte das importações. As exportações
                                             30.000
de manufaturados, em valor, cresceram
19,1% na comparação com o primeiro
                                             20.000                                                                                 24.604
semestre de 2010. Já as importações de
manufaturados, por sua vez, cresceram
                                             10.000
26,9% na comparação entre os primeiros
semestres de 2010 e 2011.                               4.659
                                                  0
Mesmo o elevado superávit dos produtos                     jan/97    jan/99   jan/01      jan/03       jan/05     jan/07    jan/09       jan/11
básicos é explicado não somente por          Fonte: Banco Central
aumento do volume exportado, mas
também por consideráveis ganhos de           tações de produtos intermediários e de                aluguel de equipamentos. A contenção
preço. Na comparação entre o primeiro        bens de capital deverão se tornar menos               do crescimento no déficit em transa-
semestre de 2011 e de 2010, o volume         intensas uma vez que a produção industrial            ções correntes deve-se, em parte, à
exportado aumentou apenas 1%, enquan-        deverá manter ritmo mais moderado até                 elevação do saldo comercial nesse
to os preços aumentaram 45%. Deve ser        o fim do ano. As importações deverão                  início de 2011.
destacado que os preços dos produtos         totalizar US$ 230 bilhões no fim do ano, o
básicos estão em alta por conta da alta      que geraria um saldo de US$ 20 bilhões.               Até o final de 2011, o déficit de serviços
de demanda e de liquidez externa, que                                                              e rendas deverá manter-se em cresci-
favorece os preços desses produtos.          Investimento direto financia                          mento, respondendo à combinação de
                                             déficit em transações                                 valorização da moeda brasileira e eleva-
Até o final do ano, o cenário externo        correntes em elevação                                 do consumo das famílias. Com isso, o
de alta liquidez e de alta demanda por                                                             déficit em conta corrente deverá manter
produtos básicos não deve se alterar, pos-   A valorização do real contribui para                  o ritmo de expansão. A CNI estima esse
sibilitando a manutenção da alta do valor    o crescimento do saldo negativo em                    déficit em US$ 61 bilhões ao fim de
exportado apesar do fraco desempenho         conta corrente da mesma forma que                     2011, o que será equivalente a 2,4% do
das vendas externas de manufaturados,        impulsiona as importações. O déficit em               PIB em dólares.
que não deverá mostrar melhora significa-    conta corrente alcançou US$ 51 bilhões
tiva. A CNI mantém a previsão de US$ 250     no acumulado em 12 meses até maio.                    Outro fator de grande importância é o
bilhões para as exportações em 2011.                                                               investimento estrangeiro direto (IED),
                                             O crescimento do déficit reflete a piora              que acelerou fortemente nos últimos
As importações, por sua vez, deverão         na conta de serviços e rendas, cujo                   meses e permanece como a maior fonte
manter o crescimento observado no            déficit aumentou 25,6% na comparação                  de financiamento do déficit em transa-
primeiro semestre. A importação de bens      entre os primeiros cinco meses de 2011                ções correntes. Nos últimos 12 meses,
de consumo deverá manter o ritmo de          e 2010. Destacam-se os maiores saldos                 o IED acumulado é de US$ 64,1 bilhões,
crescimento, uma vez que o consumo das       negativos nas remessas de lucros e                    ante US$ 26,0 bilhões no acumulado
famílias deverá manter-se forte. As impor-   dividendos, viagens internacionais e                  até maio de 2010.




                                                                    11
Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011




                perspectivas da economia brasileira

                                                                                                           2011                  2011
                                                                              2009            2010     projeção anterior        projeção
                                                                                                           março/11
                                                                          Atividade econômica
             PIB
                                                                              -0,6%             7,5%        3,5%                 3,8%
             (variação anual)
             PIB industrial
                                                                              -6,4%           10,1%         2,8%                 3,2%
             (variação anual)
             Consumo das famílias
                                                                               4,2%             7,0%        4,5%                 4,5%
             (variação anual)
             Formação bruta de capital fixo
                                                                              -10,3%          21,9%         9,0%                 8,5%
             (variação anual)
             Taxa de Desemprego                                                7,9%             6,7%        6,0%                 5,9%
             (média anual - % da PEA)
                                                                               Inflação
             Inflação
                                                                               4,3%             5,9%        6,0%                 6,0%
             (IPCA - variação anual)
                                                                             Taxa de juros
             Taxa nominal de juros
             (taxa média do ano)                                              10,13%          9,90%        12,13%              12,07%
             (fim do ano)                                                     8,75%           10,75%       12,50%              12,50%
             Taxa real de juros                                                5,0%             4,6%        5,4%                 5,2%
             (taxa média anual e defl: IPCA)
                                                                           Contas públicas*
             Déficit público nominal
                                                                              3,34%           2,55%        3,05%                3,20%
             (% do PIB)
             Superávit público primário
                                                                              2,03%           2,80%        2,70%                2,70%
             (% do PIB)
             Dívida pública líquida                                           42,8%           40,2%        39,9%                39,5%
             (% do PIB)
                                                                            Taxa de câmbio
             Taxa nominal de câmbio - R$/US$
             (média de dezembro)                                               1,75             1,69        1,63                  1,56
             (média do ano)                                                    1,99             1,76        1,63                  1,59
                                                                             Setor externo
             Exportações
                                                                              153,0           201,9         250,0                250,0
             (US$ bilhões)
             Importações
                                                                              127,6           181,6         230,0                230,0
             (US$ bilhões)
             Saldo comercial
                                                                               25,4             20,3        20,0                  20,0
             (US$ bilhões)
             Saldo em conta corrente                                           -24,3          -47,5         -57,0                -61,0
             (US$ bilhões)

             * Não inclui as empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras



INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo:
Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e
Mário Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: Núcleo de Editoração| Impressão e acabamento: Reprografia
Sistema Indústria | Normalização bibliográfica: Área Compartilhada de Informação e Documentação - ACIND | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente
SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br.
Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.
                                                                                                           Documento elaborado em 22 de julho de 2011.

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Informe Conjuntural - Abril a junho - 2011

  • 1. INFORME CONJUNTURAL Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 27 Número 02 abril/junho de 2011 www.cni.org.br A economia Deterioração do saldo comercial explica brasileira no segundo baixo crescimento da indústria trimestre de 2011 A indústria de transformação deverá crescer De dezembro de 2005 a junho de 2011, a Economia em desaceleração apenas 2,6% em 2011, taxa menor que o cotação da moeda brasileira passou de 2,30 no segundo trimestre estimado para o crescimento do PIB (3,8%) reais por dólar para o nível atual de menos Pág. 2 no ano. Essa é uma situação inversa à de 1,60. Essa valorização, superior a 30%, é de 2010, quando esses números foram, impossível de ser absorvida por ganhos de Menor dinamismo do respectivamente, 9,7% e 7,5%. eficiência das empresas. Nesse período, não emprego em 2011 houve avanços na competitividade brasileira Pág. 4 A perda da liderança no crescimento por – na esfera da tributação, custo de capital e parte da indústria de transformação não se logística, dentre outros aspectos sistêmicos – Inflação supera teto da meta deve à desaceleração da economia brasileira. que mitigassem esse efeito. pela primeira vez desde 2005 A demanda doméstica, de consumo e Pág. 6 investimento, segue em expansão a É urgente implementar mecanismos eficazes taxa ainda expressiva e sustentaria um e potentes para compensar essa perda de Crescimento dos gastos crescimento do PIB próximo a 6%. A competitividade dos produtos brasileiros. públicos é menor no segundo contribuição líquida do setor externo, todavia, Medidas pontuais serão insuficientes para trimestre será negativa em 1,2 ponto percentual. alterar a atratividade do setor manufatureiro. Pág. 8 A perda de importância do setor irá A inflexão no comércio externo do setor Cenário de valorização do continuar se a configuração competitiva industrial é a chave para entender essa real persiste atual permanecer, causando elevados danos mudança, como explicita o gráfico abaixo. à trajetória de crescimento e à estrutura Pág. 10 Em 2006, a indústria de transformação produtiva da economia brasileira. registrava superávit expressivo em suas transações externas (R$ 30,4 bilhões), que se transformou em déficit da ordem de R$ Saldo comercial da indústria de transformação 33,5 bilhões em 2010. A expectativa é que Em US$ bilhões esse déficit supere R$ 50 bilhões em 2011. Déficit comercial da indústria de transformação cresce rapidamente Para o conjunto dos produtos de maior valor 30,4 agregado – identificados como produtos manufaturados na classificação de comércio 19,5 exterior da SECEX – a deterioração é ainda mais intensa. Esse déficit alcançou R$ 71 bilhões em 2010 e poderá atingir mais de R$ 100 bilhões em 2011. As mudanças na economia mundial – -6,2 -7,0 com a crise financeira e a mudança do eixo dinâmico para a Ásia – explicam apenas parte dessa deterioração. A maior parcela se deve à contínua valorização -33,5 da moeda brasileira, que expõe a falta de competitividade dos produtos brasileiros nos mercados internacionais e promove -51,1 forte penetração de importados no mercado 2006 2007 2008 2009 2010 2011* doméstico. Fonte: Elaborado pela CNI com base em dados da Funcex Projeção para 2011: CNI
  • 2. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 atividade econômica Economia em desaceleração no segundo trimestre Medidas econômicas implicam em menor crescimento da demanda O PIB deverá expandir 3,8% em 2011. seguintes a economia deve se expandir Banco Central; b) a elevação da taxa O aumento da estimativa da CNI (ante não mais que 1,0% por trimestre no básica de juros Selic; c) o aumento a previsão anterior, de março, de 3,5%) dado dessazonalizado. da inadimplência das famílias e das é resultado, preponderantemente, do empresas; d) a contenção do ritmo de crescimento do PIB acima do esperado O índice de atividade econômica crescimento das despesas do setor no primeiro trimestre deste ano. calculado pelo Banco Central público; e) a menor criação de vagas Naquele período, a economia brasileira dessazonalizado (IBC-BR/Banco Central) no mercado de trabalho; e f) a redução avançou 1,3% frente ao trimestre confirma o arrefecimento da atividade do otimismo dos consumidores, desde anterior, acima da estimativa de 1,0% no segundo trimestre. Enquanto no outubro de 2010, e dos empresários, da CNI. O cenário para os próximos primeiro trimestre, contra o último desde janeiro do mesmo ano. trimestres, entretanto, se mantém trimestre de 2010, o índice cresceu inalterado. 1,3%, a variação do acumulado em abril Esses fatores provocam a redução da e maio frente aos primeiros três meses demanda principalmente via menor O forte crescimento da economia do foi de apenas 0,9%. expansão do crédito, tanto para pessoa primeiro trimestre deste ano não se física quanto para pessoa jurídica, e repetirá nos próximos trimestres. A São vários os fatores para a perda de menor propensão a consumir. O principal CNI estima uma expansão de 0,6% ritmo da atividade econômica a partir componente do PIB afetado foi o do PIB no segundo trimestre, frente do segundo trimestre: a) as medidas consumo das famílias, que desacelerou ao trimestre anterior. Nos trimestres de restrição ao crédito adotadas pelo fortemente o ritmo de crescimento, de 2,3% no quarto trimestre de 2010, para 0,6% no primeiro trimestre de 2011. Evolução da produção industrial, vendas da indústria, vendas do comércio e índice de atividade econômica (IBC-BR) O consumo das famílias deve manter Base jan/10 = 100 o patamar de crescimento observado no primeiro trimestre até o fim do ano. Produção industrial não acompanha crescimento das vendas do setor Dessa forma, a CNI espera uma alta de 4,5% para o consumo das famílias em 112 2011. Mesmo com crescimento menor do que em 2010, quando registrou 110 aumento de 7,0%, o consumo das famílias será, do lado da demanda, o 108 componente que mais influenciará no crescimento do PIB. 106 A desaceleração esperada para o ritmo de crescimento a partir do segundo 104 trimestre, em relação ao observado no primeiro, será determinada pelo 102 aumento da contribuição negativa do setor externo. As importações, que 100 caíram 1,6% no primeiro trimestre, jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 jan/11 mar/11 mai/11 devem retomar a trajetória de IBC-BR Faturamento industrial Vendas comércio varejista Produção industrial crescimento registrada durante todo o ano de 2010. A expectativa da CNI é Fonte: CNI, Banco Central e IBGE 2
  • 3. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 de expansão média de 7,9% nos três de junho mostram que o indicador Moderação da atividade últimos trimestres, alcançado aumento de estoques efetivo em relação ao reduz os investimentos de 17,0% em 2011. planejado atingiu o patamar de 53,0 pontos – indicadores acima de 50 Os investimentos continuaram em apontam estoques acima do planejado. expansão no início de 2011, tendo Aumento das importações Dezessete setores registraram excesso crescido 1,2% no primeiro trimestre leva a menor expansão da com relação aos últimos três meses de indústria de estoques no mês, incluindo setores como Máquinas e equipamentos, 2010. Todavia, o quadro de moderação A queda na atividade econômica Material eletrônico e de comunicação, da atividade econômica e a menor apontada pelo IBC-BR/Banco Central Vestuário e Têxteis. confiança do empresário farão com no segundo trimestre se mostrou mais que o crescimento dos investimentos intensa quando se observa os dados Nesse ambiente, deve ocorrer forte em 2011 seja substancialmente menor relativos à indústria. desaceleração no crescimento do do que o verificado em 2010. Nesse PIB industrial a partir do segundo sentido, a CNI reduziu a projeção do A produção industrial (PIM-PF/IBGE) trimestre. A projeção da CNI é de aumento da formação bruta de capital cresceu apenas 0,4% na comparação crescimento médio de 0,6% para o PIB fixo de 9,0% para 8,5% em 2011. da média de abril e maio com a do industrial nos últimos três trimestres, primeiro trimestre. Nos primeiros ao passo que no primeiro trimestre a Ressalte-se que boa parte desses inves- três meses do ano, contra o quarto expansão foi de 2,2% contra o quarto timentos é atendida pelas importações. trimestre de 2010, a produção industrial trimestre de 2010. Dessa forma, Enquanto a produção doméstica de bens havia se expandido 1,2%. a expectativa da CNI é que o PIB de capital na média de abril e maio frente industrial cresça 3,2% em 2011, o ao primeiro trimestre do ano cresceu Além disso, cabe ressaltar que o 1,1%, as importações da mesma cate- que representa menos de um terço do avanço da produção industrial nos dois goria de uso cresceram 5,6%, de acordo crescimento de 2010. primeiros meses do segundo trimestre com os dados da Funcex dessazonaliza- ocorreu apenas pelo crescimento da dos pela CNI. indústria extrativa (1,1%), pois na indústria de transformação registrou-se queda de 0,3%. A pesquisa Indicadores Industriais da CNI também mostra Estimativa para PIB queda de 0,3% no faturamento real da Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB indústria de transformação na mesma base de comparação. 2011 Componentes do PIB Taxa de Contribuição No mesmo período, as vendas do crescimento (%) (p,p,) comércio varejista (PMC/IBGE) Ótica da Consumo das famílias 4,5 2,7 cresceram 0,8%. Esse descompasso demanda Consumo do governo 3,0 0,7 entre a evolução das vendas no FBKF 8,5 1,6 comércio e a produção industrial se Exportações 10,0 1,1 deve ao expressivo crescimento das (-) importações 17,0 -2,3 importações. Na média de abril e maio deste ano, frente ao primeiro Ótica da Agropecuária 4,3 0,2 trimestre do ano, a importação de bens oferta Indústria 3,2 0,9 de consumo duráveis cresceu 6,9% e a de não duráveis cresceu 1,5%, Indústria extrativa 4,5 0,1 de acordo com os dados da Funcex Indústria de transformação 2,6 0,4 dessazonalizados pela CNI. Construção civil 3,8 0,2 SIUP 4,0 0,2 Além disso, os estoques industriais se Serviços 4,0 2,7 encontram acima do desejado. Dados PIB pm 3,8 da Sondagem Industrial (CNI) do mês 3
  • 4. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 emprego e renda Menor dinamismo do emprego em 2011 Indústria e comércio diminuem ritmo de criação de vagas O mercado de trabalho perdeu, no de empregos cortados com a crise já foi em 2011, a geração de vagas formais segundo trimestre de 2011, parte do recuperado. alcançou 1,3 milhão. dinamismo do trimestre anterior. O ritmo A despeito da menor velocidade de Entre os cinco setores considerados de criação de vagas foi menor quando criação de novos empregos, a formaliza- pelo CAGED (indústria, comércio, servi- comparado com o mesmo período de ção da mão de obra continua ocorrendo. ços, administração pública e agropecu- 2010. A continuidade da formalização O emprego metropolitano com carteira ária), o setor de serviços foi o que mais da mão de obra, a queda da taxa de assinada do setor privado cresce em aumentou o emprego entre janeiro a desemprego e a alta dos rendimentos detrimento da queda das vagas sem junho de 2011, criando 507 mil vagas. reais, no entanto, ainda são destaques carteira. No acumulado de janeiro a Comparado ao mesmo período do ano para o período. junho, a modalidade de emprego formal passado, o número de vagas criadas Na média dos seis primeiros meses avançou 6,8% frente ao mesmo período pelo setor é 3,5% superior. deste ano, o emprego metropolitano do ano anterior. Já os empregos sem carteira recuaram 3,7% e a ocupação A agropecuária criou 224 mil vagas no (PME/IBGE) cresceu 2,4%, frente ao por conta própria diminuiu 0,2% no período, sendo o setor que mais expan- mesmo período do ano anterior. Um mesmo período. diu na comparação com o mesmo perí- ritmo bastante inferior ao observado odo de 2010 (27,7%). A administração em meados de 2010 (3,6%), na mesma Dados do CAGED, do Ministério do Tra- pública apresentou expansão de 14,7% base de comparação. O mercado de balho e Emprego, indicam que o número na mesma base de comparação, com a trabalho mostra um processo natural de de novas vagas é de 1,7 milhão no criação de 24 mil vagas até junho. arrefecimento à medida que o número acumulado em 12 meses até junho. Só Entre os setores, aqueles que criaram em 2011 menos vagas do que em 2010 estão o comércio e a indústria. O co- Emprego por categoria de ocupação mércio criou 92 mil vagas no ano, 36% Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior menos que no mesmo período de 2010. Ocupação com carteira cresce em ritmo acima da conta própria desde fevereiro de 2010 Os quatro segmentos da indústria – extrativa, transformação, construção 10 civil e serviços de utilidade pública – 8 criaram 33% do total de 1,3 milhão de 6 novas vagas formais no acumulado de 4 2011 até junho, o que significa 418 mil 2 empregos. Contudo, no mesmo período do ano anterior a criação era de 643 mil 0 vagas – uma queda de 35%. -2 -4 A procura por emprego cresce em -6 menor velocidade em 2011 e é infe- rior à expansão da ocupação quando -8 comparado com o mesmo mês do ano -10 anterior. Esse padrão ocorre desde junho out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 de 2007. De acordo com a PME/IBGE, Com carteira (set. priv.) Sem carteira (set. priv.) Conta própria Fonte: IBGE em junho a população economicamente 4
  • 5. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 ativa (PEA) metropolitana – a força de Ocupação e População Economicamente Ativa trabalho – cresceu 1,4%, comparado a Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior junho de 2010 (PME/IBGE), o que repre- Ocupação cresce em ritmo acima da força de trabalho desde senta 340 mil pessoas. Paralelamente, junho de 2007 foram criados 515 mil empregos nesse mesmo período (crescimento de 2,3%). 5 Como consequência desse movimento, 4 a taxa de desemprego ficou sistematica- 3 mente inferior à registrada nos mesmos 2 meses do ano anterior. Em junho o indica- dor foi de 6,2%, uma queda de 0,8 ponto 1 percentual frente a junho de 2010. 0 -1 Observe-se que historicamente, a taxa de desemprego cresce ao longo dos pri- -2 meiros três meses do ano. No entanto, -3 em 2011, o aumento desse indicador -4 foi menos intenso, o que ajuda ainda jun/07 fev/08 out/08 jun/09 fev/10 out/10 jun/11 mais na queda da taxa de desemprego Ocupação PEA média anual. Fonte: IBGE Acreditamos que a PEA continuará crescendo menos do que a ocupação e que a taxa de desemprego média anual continuará recuando. A CNI estima uma taxa de desemprego média anual de 5,9% em 2011. Não obstante, o ritmo de queda desse indicador perderá força no decorrer do ano, na medida que a menor Taxa de desemprego atividade econômica se reflita de forma mais abrangente no mercado de trabalho. Em % da PEA Taxa de desemprego média continuará em queda em 2011 Renda do trabalhador 10 segue em crescimento O crescimento da renda do trabalhador 9 metropolitano (PME/IBGE) desacelerou 2009 durante os quatro primeiros meses do 8 ano, quando comparado com o mesmo 2010 mês do ano anterior. No entanto, em 7 maio e em junho, esse indicador voltou 2011 a crescer com mais força (4,6% e 4,2%, 6 respectivamente). Enquanto o aumento da inflação no 5 acumulado em 12 meses fez a renda crescer em menor velocidade, as ne- 4 gociações salariais atuaram no sentido jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez contrário. Fonte: IBGE. Estimativas CNI 5
  • 6. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 inflação, juros e crédito Inflação supera teto da meta pela primeira vez desde 2005 IPCA em 12 meses pode chegar aos 7% Em junho o IPCA apresentou alta de centro da meta de inflação de 4,5% ano, como já é característico desse tipo 0,15% em comparação a maio. Esse a.a. Uma vez que os meses de julho e de bem, e permanecem exercendo a resultado representa uma desaceleração agosto de 2010 também apresentaram maior contribuição para o IPCA elevado. em relação aos meses anteriores, em variações próximas a zero (0,01% e Em junho de 2011, o grupo acumula alta função de dois componentes: combustí- 0,04%, respectivamente) o acumulado em 12 meses de 8,9%, contra 5,1% em veis e alimentos. A gasolina apresentou em 12 meses nos próximos meses pode junho de 2010, e mostra aceleração nos queda de 3,9%, e o álcool de 8,8%; os alcançar 7%. últimos dois meses. preços dos alimentos retraíram 0,26%. A alta recente nos preços colocou um Os preços dos serviços continuam em Contudo, esse resultado deve ser enca- sinal de alerta para a inflação no ano. aceleração, e não mostram sinais de rado com cautela. Como em junho do Essa deixou de refletir uma situação reversão no curto prazo. A inflação ano passado a variação do IPCA foi zero, simplesmente sazonal – como observado acumulada em 12 meses do grupo, que o acumulado em 12 meses – que baliza em períodos anteriores, com os alimen- em 2010 era de 6,7% a.a., já se aproxi- a meta de inflação – aumentou. O índice tos – para algo mais estrutural. Os qua- ma dos 9% a.a.. Dado que seu peso no oficial de inflação (IPCA) manteve-se aci- tro grandes grupos de preços do IPCA IPCA é em torno de 25%, sua contribui- ma do limite superior da meta estabele- (administrados, industriais, alimentos e ção para a sustentação do índice em cida para o ano (6,5% a.a.) pelo terceiro serviços) apresentam taxas acumuladas patamar elevado é alta. mês consecutivo (6,71%, acumulado nos em 12 meses em junho de 2011 superio- últimos 12 meses). res ao mesmo mês do ano anterior. Os preços administrados apresentaram forte aceleração nesse início de ano, Nesse mesmo mês em 2010, o IPCA Os preços dos alimentos mantiveram alta principalmente entre fevereiro e abril. acumulava alta de 4,84%, já acima do volatilidade nos seis primeiros meses do Em junho, o acumulado em 12 meses alcançou 5,6%, taxa superior em 1,37 ponto percentual (p.p.) ao mesmo mês IPCA por grupos do ano anterior. O grande número de Percentual (%) acumulado em 12 meses preços ainda indexados sustentou essa Serviços e alimentos colocam IPCA acima da meta de inflação tendência. 8,9% 8,6% Os produtos industriais, entre os diversos grupos componentes do IPCA, são os únicos que se mantém abaixo do centro 6,71% da meta de 4,5% a.a.. Seus preços são 5,6% os mais diretamente influenciados pela política de aumentos nos juros praticada 4,5% nos últimos meses e pelo câmbio sobre- 3,9% valorizado, em função de sua caracterís- tica de bens comercializáveis (tradables). Esses preços acumulam alta de 3,9% em 12 meses até junho de 2011, apenas 0,4 p.p. acima do observado no mesmo mês do ano anterior. Industriais Administrados Alimentos Serviços IPCA Nos últimos meses de 2011, a inflação jun/10 jun/11 Centro da meta no acumulado em 12 meses irá se redu- Fonte: IBGE Elaboração: CNI zir. As medidas de contenção de crédito 6
  • 7. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 e a elevação da taxa de juros adotadas Concessão de crédito livre às pessoas físicas e jurídicas nos últimos meses tendem a trazer um Percentual (%) médio dos últimos 12 meses contra os 12 meses anteriores cenário de inflação para o final do ano Desaceleração no crédito afeta pessoas físicas e jurídicas relativamente melhor que da primeira metade do ano. 25% Contudo, essas medidas demoram mais 20% a surtir efeitos sobre os preços dos serviços e administrados, que tendem a 15% sustentar o patamar elevado observado em junho. Essa situação inviabiliza uma 10% queda mais expressiva da inflação. Nes- se contexto, a CNI mantém a previsão de 5% inflação de 6,0% a.a. para 2011. 0% Melhora nas perspectivas -5% de inflação indicam fim do ciclo de alta dos juros -10% Apesar de se apresentar acima da meta mai/07 nov/07 mai/08 nov/08 mai/09 nov/09 mai/10 nov/10 mai/11 de inflação, a perspectiva do IPCA ter- Pessoa física Pessoa jurídica minar o ano em desaceleração aponta Fonte: Banco Central do Brasil - Elaboração: CNI que o ciclo de alta nos juros deve estar chegando a fim. Nas cinco reuniões do Copom deste ano, a decisão foi pela taxa real de juros média do ano, nessa concessão adotadas após a crise, que elevação na Selic. Foram inicialmente situação, ficaria em 5,2% a.a.. ainda vigoravam. duas elevações de 0,5 p.p. e posterior- No início de 2011, medidas em sentido mente três de 0,25 p.p., alcançando Desaquecimento da oposto foram adotadas, como a majora- 12,50% em julho. concessão de crédito ção do IOF para crédito à pessoa física e contribui para controle o aumento do fator de risco na concessão Os efeitos da alta nos juros sobre os inflacionário de crédito à pessoa física com prazo preços são defasados. As elevações pra- ticadas no início do ano devem contribuir As concessões de crédito tanto para superior a 24 meses (o que aumenta o para a desaceleração do IPCA. Contudo, pessoas físicas como jurídicas estão depósito compulsório). O intuito dessa a política monetária via elevação de juros desacelerando. A concessão à pessoa política foi de desaquecer a concessão, surte efeito apenas em alguns compo- física nos últimos 12 meses terminados de forma a contribuir com as políticas de nentes do índice de preços, não repre- em maio é 17,9% superior aos 12 meses controle inflacionário. Por parte da pessoa sentando a medida mais eficiente para anteriores; em janeiro, esse mesmo física, a linha mais afetada pelas medidas controlar a inflação. indicador apontava para uma expansão é a de financiamentos a veículos. de 22,1%. Para pessoas jurídicas a desa- As medidas de restrição ao crédito de As medidas encareceram as linhas e re- celeração é menos intensa, passando de curto prazo, adotadas em conjunto com duziram o prazo de concessão. Contudo, 9,7% em fevereiro para 9,1% em maio, a política monetária, já afetaram as a desaceleração do crédito não está fun- na mesma base de comparação. concessões e tendem a ter um efeito damentada unicamente nessa questão. mais direto em termos de controle Durante todo o ano de 2010, os emprés- Em 2011, já começa a se observar um da inflação, via desaquecimento da timos que utilizam recursos livres de crescimento no atraso maior do que 90 demanda interna. Nesse contexto, a CNI direcionamento (principalmente de curto dias (indicativo de inadimplência), o que acredita que Copom não altere mais a prazo, com funding da própria instituição gera menor incentivo à oferta de crédito Selic nas próximas reuniões, mantendo- financeira) se expandiram fortemente, pelos bancos e diminui o número de -a em 12,50% a.a. até o fim de 2011. A em função das medidas de incentivo à pessoas aptas a tomar empréstimos. 7
  • 8. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 política fiscal Crescimento dos gastos públicos é menor no segundo trimestre Governos regionais aumentam as despesas em ritmo superior ao do crescimento do PIB O comportamento das despesas do Governo de 2011, na comparação com o mesmo de 2011, quando comparados ao realizado Federal nos primeiros cinco meses de 2011 período de 2010. Entretanto, o estímulo nos mesmos meses em 2010. mostra que a política fiscal está contribuindo à demanda proveniente de estados e municí- para a redução do ritmo de crescimento pios está diminuindo no segundo trimestre, Por outro lado, as despesas correntes da demanda e, dessa forma, da atividade dado que a taxa de expansão das despesas tiveram crescimento real de 3,2% na econômica. O gasto público federal teve é menor do que a registrada até fevereiro mesma base de comparação. Trata-se de aumento real de 2,6% na comparação com o (10,8%) e no ano de 2010 (10,4%). uma expansão significativamente menor do mesmo período de 2010, contra crescimen- que a registrada em 2010 (8,4%) e pode to real da economia estimado em 4,0% pelo Embora importante para o controle do ser explicada por dois fatores principais: Banco Central. ritmo de expansão da economia, a con- reajuste menor do salário mínimo e corte de tenção das despesas federais tem recaído despesas com subsídios nas operações de A contribuição da política fiscal para o sobre os investimentos. Essa é uma financiamento habitacional. controle inflacionário se reduz em função dos consequência da enorme rigidez orçamen- gastos de estados e municípios, que cres- tária, que não deixa muitas opções de Expressivo crescimento do cem acima da expansão do PIB. Estimamos redução nos gastos correntes. Os investi- superávit primário aumento real das despesas dos governos mentos do Governo Federal apresentaram regionais de 7,2% nos primeiros cinco meses queda real de 4,7% entre janeiro e maio A redução no ritmo de crescimento das despesas e o grande aumento das receitas proporcionaram melhoria expressiva nos Crescimento das despesas do Governo Federal, dos governos regionais e do PIB resultados primários. Taxa de crescimento real (%) No Governo Federal, a receita líquida Crescimento real das despesas federais passa de 9,8%, em 2010, para apresentou aumento real de 9,0% nos 2,6%, nos primeiros cinco meses de 2011 primeiros cinco meses de 2011, com relação 16 ao mesmo período de 2010. Os principais 14 fatores que explicam esse comportamento da receita são: maior lucratividade das 12 empresas em 2010, após os efeitos da 10 crise econômica, aumento da massa salarial 8 e crescimento das vendas no mercado nacional, com destaque para a ampliação 6 das importações. 4 Nos governos regionais, estimamos um 2 crescimento real das receitas de 8,6% até 0 maio, na comparação com o mesmo período de 2010. A maior parte desse crescimento -2 foi proporcionada pelo aumento nas transfe- -4 rências da União (17,4%). 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* PIB Gov. Federal Gov. Regionais Os resultados primários cresceram for- Fonte: Tesouro Nacional e IBGE - Estimativas das despesas de estados e municípios: CNI temente desde o final de 2010. Para o Deflator: IPCA Governo Federal e suas estatais, o superávit 8
  • 9. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 acumulado em 12 meses passou de 2,1%, Evolução da Dívida Líquida do Setor Público em dezembro de 2010, para 2,6% do PIB, Em relação ao PIB (%) em maio de 2011. No caso dos governos Apesar do déficit público maior, endividamento público voltará regionais e suas estatais, o resultado passou de 0,64%, em dezembro de 2010, para a cair em 2011 0,71% do PIB, em maio de 2011. 65 Dessa forma, o superávit primário do setor público consolidado subiu de 2,8%, em dezembro de 2010, para 3,3% do PIB no acumulado dos últimos 12 meses encerrados 55 em maio de 2011. Esse aumento mais do que compensou o crescimento das despesas com juros, que passaram de 5,3% para 5,7% do PIB na mesma base de comparação. O resultado foi uma pequena queda do déficit 45 nominal (2,55% para 2,4% do PIB) e, con- sequentemente, da relação Dívida Líquida/ PIB, que passou de 40,2%, em dezembro de 2010, para 39,8% do PIB, em maio de 2011. 35 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* Política Fiscal deve se Fonte: Banco Central do Brasil *Projeção para 2011: CNI manter contracionista Os gastos públicos federais devem manter Os governos regionais e suas estatais Assim, projetamos queda da relação Dívida crescimento moderado até o fim de 2011. não deverão cumprir a meta de superávit Líquida/PIB de 40,2%, no fim de 2010, para Essa é a expectativa diante do comporta- primário de R$ 36,1 bilhões, assim como 39,5%, em dezembro de 2011. mento do Governo Federal que, mesmo ocorreu em 2010. O resultado deverá com o aumento das receitas, não elevou os continuar melhorando até o fim do ano, mas Orçamento de 2012 retoma limites de despesas não-obrigatórias nos estimamos superávit primário máximo de política fiscal expansionista dois primeiros relatórios de avaliação da exe- R$ 32,5 bilhões. Assim, o superávit primário cução orçamentária. Dessa forma, projeta- projetado para o setor público consolidado A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) mos crescimento real de 3,0% nas despesas em 2011 é de R$ 109,5 bilhões (2,7% do de 2012 indica uma reversão do caráter federais em 2011, contra um aumento real PIB projetado pela CNI), abaixo da meta contracionista da política fiscal. As de 3,8% do PIB. de R$ 117,9 bilhões (2,9% do PIB) sem os despesas atreladas ao salário mínimo descontos do PAC. irão crescer fortemente, pois o aumento Com relação à receita líquida do Governo projetado para o salário mínimo é de Federal, os resultados de março a maio nos Com a não reedição dos impactos positivos 13,1%. Cabe ressaltar que a LDO subestima levaram a aumentar a previsão de cresci- da capitalização da Petrobras, o resultado esse aumento. Isso porque a inflação mento real de 5,2%, no Informe Conjuntural esperado para o superávit primário em 2011 embutida na projeção orçamentária é de do primeiro trimestre, para 6,5%. é menor do que o observado em 2010 (2,8% 5,2% e o índice deve fechar o ano em torno do PIB). Essa queda, aliada à expectativa de de 6,0%. Além disso, a LDO prevê reajuste Nesse cenário, o superávit primário estima- maiores despesas com juros (de 5,3% para real para os benefícios previdenciários de do para o Governo Federal para 2011 é de 5,9% do PIB), provocará aumento significati- valor acima do salário mínimo. R$ 78,0 bilhões. Como as empresas estatais vo do déficit nominal – de 2,55%, em 2010, federais devem registrar déficit primário em para 3,2% do PIB, em 2011. Um destaque positivo na lei aprovada foi a torno de R$ 1,0 bilhão, o superávit primá- determinação de que as despesas correntes rio da esfera federal deve ser de R$ 77,0 Esse aumento do déficit nominal não levará a não podem ter crescimento maior que os bilhões, contra uma meta de R$ 81,8 bilhões aumento da relação Dívida Líquida/PIB, pois investimentos, o que – se implementado – – sem o desconto de despesas do PAC (até o PIB nominal deve crescer significativamen- garante maior qualidade à composição dos R$ 32,0 bilhões). te, impulsionado pelo aumento da inflação. gastos públicos. 9
  • 10. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 setor externo e câmbio Cenário de valorização do real persiste Fatores que pressionam pela valorização devem se manter até o fim do ano O real manteve tendência de valorização mente não menos importante, o elevado em trajetória ascendente – ainda que de no segundo trimestre de 2011, atingindo, diferencial entre as taxas de juros domésti- forma moderada. Tampouco há razões em junho, a menor cotação em 12 anos. cas e praticadas no exterior. para acreditar em uma alteração brusca A valorização nos últimos 12 meses foi no Risco-país, estável durante todo o de 9,7% – sendo 4,3% nos últimos 3 me- Uma série de medidas foram adotadas ano, o que refletiria maior preocupação ses. Em termos reais, a moeda brasileira pelo Governo Federal com o objetivo de com a estabilidade econômica e maiores encontra-se no patamar mais valorizado reduzir o influxo de recursos, até o início custos para as empresas emitirem dívi- desde sua criação. do segundo trimestre. As medidas tive- da. A economia brasileira deverá manter- ram efeito sobre a trajetória de valoriza- -se em evidência, atraindo investimentos. A expressiva entrada de divisas é a ção, que reduziram seu ímpeto, mas não As taxas de juros americana e brasileira responsável pela valorização. Essa entrada foram capazes de reverter ou mesmo deverão manter-se constantes até o fim do deve-se, principalmente: (i) aos elevados interromper essa trajetória. ano. Por conta disso, haverá pressão por preços das commodities e o decorrente sal- apreciação adicional da moeda doméstica, do comercial; (ii) à expansão da economia O cenário que estimula a entrada de o que exigirá novas medidas para atingir doméstica, atraindo investimentos diretos; divisas permanece e pouco deve se seu objetivo de reduzir a valorização. (iii) à estabilidade econômica e a expres- alterar até o final do ano. Não se espera siva liquidez internacional, que estimula a contração nos preços de commodities; Se eficazes, essas medidas farão que o emissão de dívida externa por empresas pelo contrário, a manutenção da forte câmbio mantenha-se próximo do pata- brasileiras e atrai investimentos em títulos demanda mundial e a elevada liquidez mar observado no início de julho, oscilan- públicos; e (iv) por último, embora certa- internacional devem manter os preços do ao longo do semestre entre R$/US$ 1,60 e R$/US$ 1,55. Com isso, a taxa média de dezembro será R$/U$ 1,56 e a Saldo comercial por categoria de uso de 2011, R$/US$ 1,59, uma valorização Em US$ bilhões de 9,7% ante a média de 2010. Déficit comercial de manufaturados é cada vez maior Exportações de básicos 66,2 sustentam saldo comercial 43,2 O saldo comercial brasileiro aumentou 41,2 muito no segundo trimestre, alcançando 23,1 29,8 21,1 US$ 12,9 bilhões no acumulado no ano 15,2 16,1 18,2 15,4 5,1 até o fim de junho, um crescimento de 64,8% na comparação com igual período de 2010. -9,2 O aumento do saldo deve-se a um forte aumento nas exportações, que superaram -39,8 -36,5 o crescimento das importações. As ex- portações acumularam US$ 118,3 bilhões no semestre, um crescimento de 32,6% -71,2 frente ao mesmo período de 2010. Já as 2006 2007 2008 2009 2010 importações cresceram 29,5% na mesma Básicos Semimanufaturados Manufaturados comparação. A corrente de comércio, Fonte: Funcex US$ 223 bilhões, é recorde no período. 10
  • 11. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 Ressalte-se, contudo, que o saldo Investimento estrangeiro líquido comercial só se sustenta por conta dos Acumulado em 12 meses (US$ milhões) produtos básicos e semimanufaturados. Investimento estrangeiro é a maior fonte de financiamento do O saldo comercial de básicos alcançou US$ 39,9 bilhões nos últimos seis meses, déficit em transações correntes enquanto o saldo de semimanufaturados 70.000 63.682 alcançou US$ 11,7 bilhões. O comércio de manufaturados, por sua vez, registra 60.000 déficit: US$ 41,1 bilhões no primeiro semestre de 2011. 50.000 45.058 O déficit na pauta de manufaturados cres- 40.000 ce, principalmente, por um aumento mui- to forte das importações. As exportações 30.000 de manufaturados, em valor, cresceram 19,1% na comparação com o primeiro 20.000 24.604 semestre de 2010. Já as importações de manufaturados, por sua vez, cresceram 10.000 26,9% na comparação entre os primeiros semestres de 2010 e 2011. 4.659 0 Mesmo o elevado superávit dos produtos jan/97 jan/99 jan/01 jan/03 jan/05 jan/07 jan/09 jan/11 básicos é explicado não somente por Fonte: Banco Central aumento do volume exportado, mas também por consideráveis ganhos de tações de produtos intermediários e de aluguel de equipamentos. A contenção preço. Na comparação entre o primeiro bens de capital deverão se tornar menos do crescimento no déficit em transa- semestre de 2011 e de 2010, o volume intensas uma vez que a produção industrial ções correntes deve-se, em parte, à exportado aumentou apenas 1%, enquan- deverá manter ritmo mais moderado até elevação do saldo comercial nesse to os preços aumentaram 45%. Deve ser o fim do ano. As importações deverão início de 2011. destacado que os preços dos produtos totalizar US$ 230 bilhões no fim do ano, o básicos estão em alta por conta da alta que geraria um saldo de US$ 20 bilhões. Até o final de 2011, o déficit de serviços de demanda e de liquidez externa, que e rendas deverá manter-se em cresci- favorece os preços desses produtos. Investimento direto financia mento, respondendo à combinação de déficit em transações valorização da moeda brasileira e eleva- Até o final do ano, o cenário externo correntes em elevação do consumo das famílias. Com isso, o de alta liquidez e de alta demanda por déficit em conta corrente deverá manter produtos básicos não deve se alterar, pos- A valorização do real contribui para o ritmo de expansão. A CNI estima esse sibilitando a manutenção da alta do valor o crescimento do saldo negativo em déficit em US$ 61 bilhões ao fim de exportado apesar do fraco desempenho conta corrente da mesma forma que 2011, o que será equivalente a 2,4% do das vendas externas de manufaturados, impulsiona as importações. O déficit em PIB em dólares. que não deverá mostrar melhora significa- conta corrente alcançou US$ 51 bilhões tiva. A CNI mantém a previsão de US$ 250 no acumulado em 12 meses até maio. Outro fator de grande importância é o bilhões para as exportações em 2011. investimento estrangeiro direto (IED), O crescimento do déficit reflete a piora que acelerou fortemente nos últimos As importações, por sua vez, deverão na conta de serviços e rendas, cujo meses e permanece como a maior fonte manter o crescimento observado no déficit aumentou 25,6% na comparação de financiamento do déficit em transa- primeiro semestre. A importação de bens entre os primeiros cinco meses de 2011 ções correntes. Nos últimos 12 meses, de consumo deverá manter o ritmo de e 2010. Destacam-se os maiores saldos o IED acumulado é de US$ 64,1 bilhões, crescimento, uma vez que o consumo das negativos nas remessas de lucros e ante US$ 26,0 bilhões no acumulado famílias deverá manter-se forte. As impor- dividendos, viagens internacionais e até maio de 2010. 11
  • 12. Ano 27, n. 02, abril/junho de 2011 perspectivas da economia brasileira 2011 2011 2009 2010 projeção anterior projeção março/11 Atividade econômica PIB -0,6% 7,5% 3,5% 3,8% (variação anual) PIB industrial -6,4% 10,1% 2,8% 3,2% (variação anual) Consumo das famílias 4,2% 7,0% 4,5% 4,5% (variação anual) Formação bruta de capital fixo -10,3% 21,9% 9,0% 8,5% (variação anual) Taxa de Desemprego 7,9% 6,7% 6,0% 5,9% (média anual - % da PEA) Inflação Inflação 4,3% 5,9% 6,0% 6,0% (IPCA - variação anual) Taxa de juros Taxa nominal de juros (taxa média do ano) 10,13% 9,90% 12,13% 12,07% (fim do ano) 8,75% 10,75% 12,50% 12,50% Taxa real de juros 5,0% 4,6% 5,4% 5,2% (taxa média anual e defl: IPCA) Contas públicas* Déficit público nominal 3,34% 2,55% 3,05% 3,20% (% do PIB) Superávit público primário 2,03% 2,80% 2,70% 2,70% (% do PIB) Dívida pública líquida 42,8% 40,2% 39,9% 39,5% (% do PIB) Taxa de câmbio Taxa nominal de câmbio - R$/US$ (média de dezembro) 1,75 1,69 1,63 1,56 (média do ano) 1,99 1,76 1,63 1,59 Setor externo Exportações 153,0 201,9 250,0 250,0 (US$ bilhões) Importações 127,6 181,6 230,0 230,0 (US$ bilhões) Saldo comercial 25,4 20,3 20,0 20,0 (US$ bilhões) Saldo em conta corrente -24,3 -47,5 -57,0 -61,0 (US$ bilhões) * Não inclui as empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: Núcleo de Editoração| Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria | Normalização bibliográfica: Área Compartilhada de Informação e Documentação - ACIND | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado em 22 de julho de 2011.