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Carta da
Indústria
3
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
O 4º ENAI
Mais de 1500 líderes industriais se reuniram no 4º Encontro Na-
cional da Indústria para discutir as perspectivas econômicas e as
prioridades de uma agenda para o próximo governo. Federações de
indústria, sindicatos industriais e associações setoriais examina-
ram os obstáculos que reduzem o potencial de crescimento do País
e identificaram as competências que o Brasil precisa desenvolver
para construir uma moderna economia de mercado com inclusão
social e sustentabilidade ambiental.
O 4º ENAI teve como pano de fundo a recuperação da economia
brasileira, a valorização do real, os problemas de competitividade
e as perspectivas de crescimento associadas a projetos de infraes-
trutura e de energia.
O Brasil se encontra frente a uma extraordinária oportunidade: é
possível mudar o patamar e a qualidade do crescimento da econo-
mia. Para os participantes do 4º ENAI, o desafio imediato do Brasil
é garantir um ciclo de crescimento sustentável nos próximos cinco
anos.
É possível criar as condições para o País crescer a uma taxa média
de 6%a.a.
Ter uma indústria faz a diferença
A indústria manifestou preocupação sobre visões que afirmam que
a natureza da estrutura econômica é indiferente para o desen-
volvimento do País. É como se ter mais ou menos indústria fosse
irrelevante.
4
4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009
O Brasil precisa ter claro que o seu parque industrial é um ativo
essencial para o seu crescimento futuro. A indústria é a principal
fonte do progresso técnico, da inovação e da produtividade. É res-
ponsável pela difusão de avanços tecnológicos e de produtividade,
que tem impactos nos demais setores da economia, e contribui, de
forma significativa na geração de empregos e divisas.
A criação de uma base industrial ampla e diversificada não é uma ta-
refa de fácil construção. Mas é um ativo que se destrói com rapidez.
Há, no momento, forças que conduzem a indústria a direções opos-
tas. De um lado, os desafios da valorização do real. De outro, as
oportunidades que se apresentam com a descoberta do pré-sal,
com os projetos de energia renovável, com a criação de um mer-
cado amplo de massas e com as perspectivas que nascem de pro-
jetos de infraestrutura.
A agenda
A principal mensagem de curto prazo é o foco na competitividade.
A valorização do real, a maior competição e o aproveitamento de
excepcionais oportunidades de investimentos impõem sentido de
urgência.
12 Ações de curto prazo: o que ainda deve ser feito neste governo
Desonerar investimentos e eliminar o problema da acumulação1.	
de créditos tributários;
Aperfeiçoar a política cambial para evitar a valorização exces-2.	
siva do Real;
Avançar na redução do custo do capital e do spread bancário;3.	
Priorizar os gastos públicos em infraestrutura e evitar o cresci-4.	
mento dos gastos correntes;
5
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
Aperfeiçoar o marco regulatório de meio ambiente;5.	
Aperfeiçoar e difundir os instrumentos de apoio à inovação;6.	
Desenvolver marcos regulatórios que estimulem o investimen-7.	
to privado;
Assegurar a autonomia e a eficiência das agências regulado-8.	
ras;
Desburocratizar o comércio exterior;9.	
Evitar normas e leis que gerem pressões de custos sobre10.	
as empresas e sobre o emprego. Uma prioridade deve ser
a solução dos problemas do novo Seguro de Acidentes do
Trabalho (SAT);
Regularizar a terceirização;11.	
Limitar o uso da substituição tributária.12.	
Ações de longo prazo: prioridades para o próximo governo
Novo governo não significa a destruição dos ativos desenvolvidos
pelo anterior. A experiência da transição de 2002 reforça a impor-
tância do aperfeiçoamento contínuo das instituições, em especial
daquelas que regulam a ordem econômica.
O Brasil pode crescer mais e melhor. É fundamental avançar em re-
formas que aumentem o potencial de crescimento da economia. A
diferença de dois pontos percentuais na taxa de crescimento pode
representar, ao final de 10 anos, um crescimento da renda per ca-
pita de 20%. Um crescimento expressivo dentro de uma mesma
geração.
6
4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009
A chave para essa transformação é a criação de um ambiente insti-
tucional voltado para uma economia de alto investimento. O Brasil
investe pouco. Elevar a taxa de investimento – pública e privada
- deve ser a principal prioridade.
Ações:
Elevar a qualidade da educação;1.	
Aperfeiçoar o sistema tributário, ajustando-o às melhores prá-2.	
ticas internacionais;
Aumentar a capacidade do Estado investir em infraestrutura e3.	
fortalecer os marcos capazes de atrair o investimento privado;
Fazer da inovação tema central na estratégia das empresas in-4.	
dustriais;
Desenvolver estratégia industrial para uma economia de baixo5.	
carbono;
Fazer a reforma da previdência;6.	
Racionalizar os gastos públicos, conter as fontes de expansão7.	
dos gastos correntes e priorizar a infraestrutura;
Avançar na profissionalização da administração pública e em8.	
iniciativas voltadas para a maior eficiência do Estado;
Modernizar o sistema de relações de trabalho;9.	
Fortalecer a qualidade e independência dos órgãos regulatórios;10.	
Avançar na modernização das instituições financeiras e na ele-11.	
vação do seu papel como financiador do setor produtivo;
7
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
Priorizar ações voltadas para a desburocratização;12.	
Desenvolver acordos comerciais que ampliem o acesso a mer-13.	
cado e fortaleçam a estratégia industrial do País;
Modernizar as instituições políticas.14.	
Ação política para avançar a agenda pro crescimento
O Brasil pode crescer a uma taxa média de 6% a.a nos próximos.
Para se atingir este objetivo o País precisa se mobilizar para criar
um ambiente melhor para o crescimento.
Esse crescimento deve ocorrer com mais indústria. Isto significa
empregos melhores, inovação e capacidade de crescimento sus-
tentável.
O Brasil já aprendeu com lições da sua história recente. Garantir
a estabilidade macroeconômica, respeitar os fundamentos de fun-
cionamento de uma economia de mercado e mitigar as incertezas
regulatórias são ingredientes para o sucesso.
É da plataforma desse aprendizado que devemos dar os novos pas-
sos. E esses novos passos demandam uma ação forte e robusta
para atacar o ambiente hostil em que as empresas operam, em
especial as pequenas e médias.
Oportunidade excepcional
O Brasil está em um momento excepcional da sua história. O País
não tem o direito de perder esta chance. Perder oportunidades não
é raro na experiência de países. A capacidade de aproveitarmos es-
tas oportunidades depende, fundamentalmente, da nossa agenda
e do que priorizarmos para implementação.
8
4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009
Complacência com o sucesso, adiar reformas e consumir no pre-
sente ganhos que devem ser poupados e investidos é o caminho
mais fácil para uma estratégia errada.
Radicalizar na educação
A indústria e o Brasil que sonhamos demandam educação de qua-
lidade. Isso começa pela educação básica.
Temos que juntar todas as forças para melhorar a qualidade do
sistema educacional. É fundamental para a cidadania e para a for-
mação de uma indústria inovadora e competitiva
Reforçar o ambiente presente e se preparar para o futuro
O próximo ano é desafiante. O Brasil está saindo da crise, existem
oportunidades de investimento, mas a economia internacional ain-
da se recupera de forma lenta e com incertezas. O tempo político
tem que se ajustar, com mais velocidade, às pressões do tempo
econômico. É fundamental que o Executivo e Congresso respon-
dam ao desafio da melhoria das condições de competitividade da
economia brasileira.
A existência de eleições em 2010 é uma oportunidade para que o
Brasil se concentre no que é essencial para crescer mais e melhor.
A indústria apresentou no 4º ENAI as suas primeiras idéias sobre o
que deverá ser a agenda do próximo governo. Nos próximos meses
aprofundará essa discussão e buscará construir as aliança políticas
capazes de implementar essa agenda.
Os 1500 empresários que participaram do 4º ENAI apostam na
capacidade de o Brasil crescer de forma sustentável e de transfor-
mar-se em uma das principais economias do mundo.
Mas esse é um objetivo que não ocorrerá por geração espontânea.
Exige trabalho e modernização das instituições.

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Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
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Sondagem industrial | Setembro 2014 | Divulgação 23/10/2014
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ICEI | Outubro 2014 | Divulgação 15/10/2014
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Indicadores Industriais | Agosto 2014 | Divulgação 01/10/2014
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INEC | Setembro 2014 | Divulgação 29/9/2014
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Sondagem Industrial | Agosto 2014 | Divulgação 18/09/2014
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CNI-Ibope | Setembro 2014 | Divulgação 12/09/2014
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Indicadores Industriais | Julho 2014 | Divulgação 04/09/2014
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Cartilha - Escolha Profissões da Indústria
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Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
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ICEI | Agosto 2014 | Divulgação 18/08/2014
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Sondagem Especial Terceirização | Julho de 2014 | Divulgação 14/08/2014
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Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
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Indicadores Industriais | Junho 2014 | Divulgação 05/08/2014
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INEC | Julho 2014 | Divulgação 31/07/2014
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Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
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Carta da Indústria - 2009

  • 2.
  • 3. 3 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA O 4º ENAI Mais de 1500 líderes industriais se reuniram no 4º Encontro Na- cional da Indústria para discutir as perspectivas econômicas e as prioridades de uma agenda para o próximo governo. Federações de indústria, sindicatos industriais e associações setoriais examina- ram os obstáculos que reduzem o potencial de crescimento do País e identificaram as competências que o Brasil precisa desenvolver para construir uma moderna economia de mercado com inclusão social e sustentabilidade ambiental. O 4º ENAI teve como pano de fundo a recuperação da economia brasileira, a valorização do real, os problemas de competitividade e as perspectivas de crescimento associadas a projetos de infraes- trutura e de energia. O Brasil se encontra frente a uma extraordinária oportunidade: é possível mudar o patamar e a qualidade do crescimento da econo- mia. Para os participantes do 4º ENAI, o desafio imediato do Brasil é garantir um ciclo de crescimento sustentável nos próximos cinco anos. É possível criar as condições para o País crescer a uma taxa média de 6%a.a. Ter uma indústria faz a diferença A indústria manifestou preocupação sobre visões que afirmam que a natureza da estrutura econômica é indiferente para o desen- volvimento do País. É como se ter mais ou menos indústria fosse irrelevante.
  • 4. 4 4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009 O Brasil precisa ter claro que o seu parque industrial é um ativo essencial para o seu crescimento futuro. A indústria é a principal fonte do progresso técnico, da inovação e da produtividade. É res- ponsável pela difusão de avanços tecnológicos e de produtividade, que tem impactos nos demais setores da economia, e contribui, de forma significativa na geração de empregos e divisas. A criação de uma base industrial ampla e diversificada não é uma ta- refa de fácil construção. Mas é um ativo que se destrói com rapidez. Há, no momento, forças que conduzem a indústria a direções opos- tas. De um lado, os desafios da valorização do real. De outro, as oportunidades que se apresentam com a descoberta do pré-sal, com os projetos de energia renovável, com a criação de um mer- cado amplo de massas e com as perspectivas que nascem de pro- jetos de infraestrutura. A agenda A principal mensagem de curto prazo é o foco na competitividade. A valorização do real, a maior competição e o aproveitamento de excepcionais oportunidades de investimentos impõem sentido de urgência. 12 Ações de curto prazo: o que ainda deve ser feito neste governo Desonerar investimentos e eliminar o problema da acumulação1. de créditos tributários; Aperfeiçoar a política cambial para evitar a valorização exces-2. siva do Real; Avançar na redução do custo do capital e do spread bancário;3. Priorizar os gastos públicos em infraestrutura e evitar o cresci-4. mento dos gastos correntes;
  • 5. 5 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA Aperfeiçoar o marco regulatório de meio ambiente;5. Aperfeiçoar e difundir os instrumentos de apoio à inovação;6. Desenvolver marcos regulatórios que estimulem o investimen-7. to privado; Assegurar a autonomia e a eficiência das agências regulado-8. ras; Desburocratizar o comércio exterior;9. Evitar normas e leis que gerem pressões de custos sobre10. as empresas e sobre o emprego. Uma prioridade deve ser a solução dos problemas do novo Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT); Regularizar a terceirização;11. Limitar o uso da substituição tributária.12. Ações de longo prazo: prioridades para o próximo governo Novo governo não significa a destruição dos ativos desenvolvidos pelo anterior. A experiência da transição de 2002 reforça a impor- tância do aperfeiçoamento contínuo das instituições, em especial daquelas que regulam a ordem econômica. O Brasil pode crescer mais e melhor. É fundamental avançar em re- formas que aumentem o potencial de crescimento da economia. A diferença de dois pontos percentuais na taxa de crescimento pode representar, ao final de 10 anos, um crescimento da renda per ca- pita de 20%. Um crescimento expressivo dentro de uma mesma geração.
  • 6. 6 4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009 A chave para essa transformação é a criação de um ambiente insti- tucional voltado para uma economia de alto investimento. O Brasil investe pouco. Elevar a taxa de investimento – pública e privada - deve ser a principal prioridade. Ações: Elevar a qualidade da educação;1. Aperfeiçoar o sistema tributário, ajustando-o às melhores prá-2. ticas internacionais; Aumentar a capacidade do Estado investir em infraestrutura e3. fortalecer os marcos capazes de atrair o investimento privado; Fazer da inovação tema central na estratégia das empresas in-4. dustriais; Desenvolver estratégia industrial para uma economia de baixo5. carbono; Fazer a reforma da previdência;6. Racionalizar os gastos públicos, conter as fontes de expansão7. dos gastos correntes e priorizar a infraestrutura; Avançar na profissionalização da administração pública e em8. iniciativas voltadas para a maior eficiência do Estado; Modernizar o sistema de relações de trabalho;9. Fortalecer a qualidade e independência dos órgãos regulatórios;10. Avançar na modernização das instituições financeiras e na ele-11. vação do seu papel como financiador do setor produtivo;
  • 7. 7 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA Priorizar ações voltadas para a desburocratização;12. Desenvolver acordos comerciais que ampliem o acesso a mer-13. cado e fortaleçam a estratégia industrial do País; Modernizar as instituições políticas.14. Ação política para avançar a agenda pro crescimento O Brasil pode crescer a uma taxa média de 6% a.a nos próximos. Para se atingir este objetivo o País precisa se mobilizar para criar um ambiente melhor para o crescimento. Esse crescimento deve ocorrer com mais indústria. Isto significa empregos melhores, inovação e capacidade de crescimento sus- tentável. O Brasil já aprendeu com lições da sua história recente. Garantir a estabilidade macroeconômica, respeitar os fundamentos de fun- cionamento de uma economia de mercado e mitigar as incertezas regulatórias são ingredientes para o sucesso. É da plataforma desse aprendizado que devemos dar os novos pas- sos. E esses novos passos demandam uma ação forte e robusta para atacar o ambiente hostil em que as empresas operam, em especial as pequenas e médias. Oportunidade excepcional O Brasil está em um momento excepcional da sua história. O País não tem o direito de perder esta chance. Perder oportunidades não é raro na experiência de países. A capacidade de aproveitarmos es- tas oportunidades depende, fundamentalmente, da nossa agenda e do que priorizarmos para implementação.
  • 8. 8 4º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA - 2009 Complacência com o sucesso, adiar reformas e consumir no pre- sente ganhos que devem ser poupados e investidos é o caminho mais fácil para uma estratégia errada. Radicalizar na educação A indústria e o Brasil que sonhamos demandam educação de qua- lidade. Isso começa pela educação básica. Temos que juntar todas as forças para melhorar a qualidade do sistema educacional. É fundamental para a cidadania e para a for- mação de uma indústria inovadora e competitiva Reforçar o ambiente presente e se preparar para o futuro O próximo ano é desafiante. O Brasil está saindo da crise, existem oportunidades de investimento, mas a economia internacional ain- da se recupera de forma lenta e com incertezas. O tempo político tem que se ajustar, com mais velocidade, às pressões do tempo econômico. É fundamental que o Executivo e Congresso respon- dam ao desafio da melhoria das condições de competitividade da economia brasileira. A existência de eleições em 2010 é uma oportunidade para que o Brasil se concentre no que é essencial para crescer mais e melhor. A indústria apresentou no 4º ENAI as suas primeiras idéias sobre o que deverá ser a agenda do próximo governo. Nos próximos meses aprofundará essa discussão e buscará construir as aliança políticas capazes de implementar essa agenda. Os 1500 empresários que participaram do 4º ENAI apostam na capacidade de o Brasil crescer de forma sustentável e de transfor- mar-se em uma das principais economias do mundo. Mas esse é um objetivo que não ocorrerá por geração espontânea. Exige trabalho e modernização das instituições.