SlideShare a Scribd company logo
1 of 52
Download to read offline
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA CLÍNICA
MICROBIOLOGIA

Bruna Vitória Lopes de Freitas
Ana Carolina de Souza
Maycon Roberto Bisson
Jéssica Caroline Reis Spinelli
Natália Toscani Araújo

“BIOFILMES BACTERIANOS E SUA ATUAÇÃO NA
INFECÇÃO HOSPITALAR “

RIBEIRÃO PRETO
2013
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA CLÍNICA
MICROBIOLOGIA

Bruna Vitória Lopes de Freitas
Ana Carolina de Souza
Maycon Roberto Bisson
Jéssica Caroline Reis Spinelli
Natália Toscani Araújo

“BIOFILMES BACTERIANOS E SUA
ATUAÇÃO NA INFECÇÃO HOSPITALAR”

Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao Centro Universitário Barão
de Mauá, como parte das exigências para
obtenção do Título de Bacharel em
Biomedicina.

Orientador: Profa. Me Gracie Luiza da Silva

RIBEIRÃO PRETO
2013
F936b
Freitas, Bruna Vitória Lopes de
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar /
Bruna Vitória Lopes de Freitas; Ana Carolina de Souza; Jéssica Caroline
Reis Spinelli; Natália Toscani Araújo; Maycon Roberto Bisson –
Ribeirão Preto, 2013.
51p.il.
Trabalho de conclusão do curso Biomedicina do Centro
Universitário Barão de Mauá
Orientador : Msc. Gracie Luiza da Silva
Bibliotecária Responsável: Vanda Lilian Lauande CRB8 3365
1. Biofilme 2. Infecção Hospitalar 3. Assepsia I. Souza, Ana
Carolina de II. Spinelli, Jéssica Caroline Reis III. Araújo, Natália Toscani
IV. Bisson, Maycon Roberto V. Silva, Gracie Luiza da VI. Título
CDU 614.4:614.21
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais
volta ao seu tamanho original”.
Albert Einstein.
Às nossas famílias, pelo incentivo
e apoio incondicionais, pelos
conselhos e ensinamentos passados a nós.
Agradecimentos

Ao todo criador, Deus, que está acima de todas as coisas deste mundo.
Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma
oculta.
Aos pais e familiares, pela confiança, amor, cuidado e apoio, nos incentivando
a sempre seguir adiante.
Aos nossos amigos, pelos momentos de alegria compartilhados durante esta
caminhada.
Aos namorados e namorada, por todo carinho, compreensão, apoio mesmo
nas horas mais difíceis.
Aos professores, pela paciência, ensino, e confiança que foram essenciais em
nossa formação.
À nossa orientadora, Gracie Luiza da Silva pelo seu empenho ao nosso
trabalho, por transmitir seus conhecimentos e por fazer do nosso TCC uma
experiência positiva e por ter confiado em nós, sempre nos orientando e nos
dedicando parte do seu tempo.
i

SUMÁRIO

Assunto

Página

SUMÁRIO............................................................................................................i
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................ii
LISTA DE QUADROS........................................................................................iii
LISTA DE TABELAS..........................................................................................iv
RESUMO............................................................................................................v
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................01
2. OBJETIVOS..................................................................................................03
3. METODOLOGIA............................................................................................04
4. HISTÓRICO..................................................................................................05
4.1. Formação do biofilme...................................................................06
4.2. Efeitos positivos e negativos do biofilme em diferentes setores da
sociedade....................................................................................08
4.2.1. Meio ambiente....................................................................10
4.2.2. Indústria..............................................................................13
4.2.3. Saúde em geral..................................................................16
5. BIOFILMES NA INFECÇÃO HOSPITALAR..................................................20
6. CONCLUSÃO................................................................................................31
7. REFERÊNCIAS.............................................................................................32
ii

LISTA DE FÍGURAS

Figura

Página

1. Estágios de formação do biofilme: Adesão primária(1), Adesão irreversível (2),
Maturação(3), Estágio avançado de maturação(4) e Dispersão.............................07
2. Tubo de ferro com corrosão (a) e tubo de polietileno de alta densidade coberto
parcialmente por biofilme(b).........................................................................................09
3. Raízes de arroz colonizadas por Pseudomonas, utilizada para biorremedia
solos contaminados com agrotóxicos....................................................................12
4. Reatores de biofilme para tratamento de águas residuais..............................13
5. Pé diabético, após amputação transmetatársica dos dedos com ferida crônica
associada à formação de biofilme bacteriano........................................................16
6. Endocardite bacteriana............................................................................................18
7. Biofilme em cateter venoso central visualizado por microscopia eletrônica...21
8. Representação de Cateter vesical....................................................................22

9. Representação de uma fístula arteriovenosa..................................................24
10. Comparativo da taxa anual de morte por sepse entre a população com uso de
diálise e população em geral.........................................................................................26
11. Rolamento de cateter na técnica semi-quantitativa de Maki...........................28

12. Crescimento de colônias obtidas a partir das técnicas Quantitativa (A) e Semiquantitativa (B).......................................................................................................29
iii

LISTA DE QUADROS

Quadro

Página

1. Principais micro-organismos transmitidos pela água, doenças que podem
provocar e a forma como são introduzidas na água..............................................11
2. Algumas infecções humanas que envolvem biofilmes.......................................17
3. Agentes mais frequentes em infecções nosocomiais........................................23
iv

LISTA DE TABELAS

Tabela

Página

1. Comparativo de casos de bacteremia causada por várias espécies em
pacientes com uso de Cateteres e Fístulas...........................................................25
v

RESUMO
Biofilme pode ser definido como uma estrutura comunitária de células
bacterianas protegidas por uma matriz polimérica, fabricada por essas cepas e
aderida à uma superfície sólida, quase sempre imersa em meio líquido,
desempenham um papel importante na natureza e em processos tecnológicos.
Os micro-organismos se agrupam dessa forma como estratégia para se
proteger de fatores agressivos externos. Frequentemente se acumulam em
depósitos dos rios, lagos ou ambientes marinhos, podem se desenvolver em
associação com raízes de algumas plantas, fornecendo-lhes nutrientes. São
utilizados em biotecnologia ambiental com grande sucesso no tratamento de
efluentes,

removendo

poluentes

orgânicos

e

inorgânicos

de

águas

contaminadas. Na indústria alimentar, os biofilmes são utilizados na produção
de alimentos fermentados, como por exemplo, o vinagre. Porém, na maioria
das situações, a formação de biofilmes é indesejável, pois, de uma maneira
geral, está associado à deterioração das superfícies e/ou ambiente
circundante. Sua formação em equipamentos na indústria alimentícia pode
representar uma fonte constante de contaminação. Na área da saúde os
biofilmes microbianos se desenvolvem na superfície de diversos equipamentos
médico-hospitalares, como, próteses e implantes, podendo levar a uma
rejeição das mesmas, lentes de contato, conexões, tubos endotraqueais,
agulhas, além disso, podem aderir às superfícies de cateteres onde são causa
de infecções do trato urinário e sanguíneas principalmente em pacientes
internados em unidades de terapia intensiva (UTI) onde o tempo de
permanência desses equipamentos é maior. A matriz do biofilme funciona
como um filtro, retendo minerais ou outros componentes séricos produzidos
pelo hospedeiro. Essa ação o torna altamente resistente ao tratamento
antimicrobiano,

tornando

este

um

problema

ainda

mais

grave.

As

consequências mais importantes da formação de biofilmes nos equipamentos
hospitalares são a alta incidência de infecção local e sistêmica e o aumento da
taxa de mortalidade. Por esses motivos é de extrema importância o melhor
conhecimento sobre o assunto, além reforçar as estratégias para controlar a
formação de biofilmes nesses equipamentos, realizando uma rigorosa técnica
de assepsia durante a inserção e manuseio dos cateteres e sistemas de
infusão e redução do tempo de permanência dos cateteres e constante higiene
vi

das mãos dos profissionais de saúde. Este estudo teve como finalidade
entender a relação da formação de biofilmes no agravamento de diversas
enfermidades e a sua influência no controle da infecção hospitalar.

Palavras-chave: Biofilme; infecção hospitalar; assepsia.
1

1. INTRODUÇÃO

Os biofilmes microbianos são colônias de micro-organismos envolvidas e
associadas a uma matriz extracelular de natureza polissacarídica denominada
glicocálix, estrutura responsável pela adesão entre as células e delas às
superfícies. Os biofilmes possuem características fenotípicas que os tornam
diferentes das células no estado planctônico em relação à resistência a
agentes antimicrobianos e proteção contra as defesas do hospedeiro
(PEREDA, 2007).
A formação do biofilme se inicia com adesão de bactérias planctônicas a
uma determinada superfície celular ou inanimada, em seguida estas sofrem
proliferação, levando a um acúmulo de camadas de células bacterianas e,
finalmente, a formação da comunidade microbiana, embebida na matriz de
exopolissacarídeo (EPS) produzida por estas células. A adesão e a formação
do biofilme são limitadas por características do micro-organismo, tais como
expressão dos fatores de virulência, do material aderente e das características
do meio onde o micro-organismo está inserido, como pH, temperatura e
umidade (CAIXETA, 2008; FLACH, 2005).
Essas bactérias tem sistemas de comunicação entre si, um dos quais se
chama quorum sensing, uma capacidade de percepção da densidade
populacional através da secreção de sinais moleculares sintetizados por cada
bactéria presente na colônia.
Frequentemente os biofilmes microbianos se acumulam em depósitos
dos rios, lagos ou ambientes marinhos e podem se desenvolver em associação
com raízes de algumas plantas, fornecendo-lhes nutrientes. São muito
eficientes quando utilizados em métodos de tratamento de esgoto, removendo
poluentes da água.
Na indústria alimentícia são utilizados em biorreatores para a produção
de alimentos fermentados, como vinagre (MACEDO, 2000).
Porém os biofilmes podem ser extremamente prejudiciais em algumas
condições. O biofilme dental, por exemplo, apresenta-se como agente
determinante de cárie dentária e periodontopatias, as quais se caracterizam
como o principal problema no âmbito de odontologia sanitária.
2

Vários micro-organismos podem se aderir à superfície de lentes de
contato, um fator importante no desenvolvimento de infecções oculares,
relacionadas ao uso destes dispositivos médicos (SILVA, 2012).
Quando aderidas a dispositivos médico-hospitalares, essas comunidades
bacterianas representam uma fonte constante de contaminação, podendo levar
a infecções graves.
ba t rias em bio ilmes a resentam uma

Para Del Pozzo et al.
resist n ia a antibi ti os que
ba t rias lan t ni as.
orma de bio ilme

ode hegar a 500 a 5000 vezes maior

ma ve im lantada uma o ula

e tremamente di

de

o ba teriana na sua

il de elimin -la.

Biofilmes podem se aderir às superfícies de próteses ortopédicas,
cardíacas e vasculares causando complicações graves, como infecções e até
rejeição das mesmas. Ocorre com frequência também a formação de biofilmes
em superfícies de cateteres, segundo Jacyr Pasternak (2008) em seu estudo,
indivíduos que fazem o uso de cateteres possui maior incidência de infecções
sistêmicas.
Dada a sua complexidade, essas comunidades são capazes de produzir
fatores inflamatórios que dificultam o processo de cicatrização de feridas,
levando uma cronicidade do quadro.
Por estas razões, os micro-organismos associados aos biofilmes são
considerados um importante problema de saúde pública.
É imprescindível, portanto conhecer os mecanismos envolvidos na sua
formação, para poder controlá-los ou erradicá-los de uma forma mais efetiva,
uma vez que, esses são agentes frequentes em quadros de infecções
hospitalares.
3

2. OBJETIVO
O presente estudo teve como finalidade demonstrar a influência que os
biofilmes bacterianos possuem no agravamento de diversas enfermidades e no
controle da infecção hospitalar.
4

3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho consistiu na revisão de literatura
científica sobre a ampla atuação dos biofilmes na saúde, meio ambiente e na
indústria, enfatizando a infecção hospitalar.
5

4. HISTÓRICO

A microbiologia tradicional caracterizou as células encontradas em
suspensões como planctônicas, muitas dessas bactérias planctônicas tem a
capacidade de aderir em superfícies, formando biofilmes (LUCCHESI, 2006).
Ao estudar amostras dentárias em 1684, Antonie Van Leuvenhoek
observou fragmentos celulares agregados ao material. No entanto, foi Zobell
em 1943 quem primeiro publicou um estudo sobre biofilmes onde observou
bactérias marinhas aderidas em cascos de navios e em outros materiais
submersos (MENOITA, 2012).
Em 1978, Costerton, considerado o pai da ciência dos biofilmes, verificou
que a maioria dos micro-organismos presentes no meio ambiente se
encontrava fixo às superfícies a esses micro-organismos foi atribuído o nome
de biofilme (CAPELLETTI, 2006).
Na década de 90, observou-se que as bactérias em biofilme são
diferentes das bactérias em suspensão quanto ao seu metabolismo e
morfologia, além de apresentarem maior resistência aos antibióticos e
desinfetantes (COSTERTON et al., 1999).
Atualmente, o conceito de biofilme vem avançando e pesquisas vêm
sendo realizadas para entender os mecanismos de formação e o controle das
formas microbianas, tanto a planctônica (livre), quanto a séssil (biofilme),
principalmente devido à grande importância nas atividades humanas, o qual
pode trazer tanto benefícios quanto malefícios (CAIXETA, 2008 apud
CASALINI, 2008).
6

4.1 FORMAÇÃO DO BIOFILME
Os micro-organismos são estruturas simples, que estão presentes nos
mais diversos habitat, segundo Costerton et al. (1987), é estimado que cerca
de 90% dos micro-organismos vivem sob a forma de biofilmes e
praticamente não existe nenhuma superfície que não possa ser colonizada
por bactérias. Estas estruturas estão presentes naturalmente em variados
tipos de ambientes, sejam eles bióticos ou abióticos (BOARI, 2008).
O desenvolvimento de um biofilme é considerado um mecanismo de
sobrevivência, onde se tornam mais fácil a obtenção de nutrientes e a
proteção contra agentes biocidas (DREESZEN, 2003).
A formação de biofilme realiza-se, normalmente, numa superfície sólida
imersa em água. O processo inicial da formação de biofilmes envolve a
adesão primária à uma superfície que envolve interações eletrostáticas entre
os micro-organismos envolvidos e à superfície a ser colonizada (SILVA,
2012).
A velocidade desse processo depende de fatores ambientes tais como,
pH, temperatura, concentração de oxigênio, presença de moléculas
orgânicas no meio aquoso além de características da superfície, como carga
superficial, energia livre de superfície, rugosidade. Por esse motivo, alguns
tipos de materiais predispõem a formação de biofilmes por facilitar essas
interações, como certos polímeros (MACHADO, 2005).
Após a formação inicial do biofilme, ocorre o transporte de células
microbianas do meio aquoso até à superfície sólida, esse transporte ocorre
devido a uma diferença no gradiente de concentrações entre o meio
aquático e a superfície. Quando é formada a primeira camada de microorganismos, a adesão de outros micro-organismos é favorecida, o
desenvolvimento e reprodução dos colonizadores causam uma alteração
nas propriedades do meio que favorece o acúmulo de biofilme (MENOITA,
2012).
A partir daí ocorre o processo de adesão secundária, considerada
irreversível, essa adesão ocorre por estruturas bacterianas, como fímbrias
ou pili e além da produção de uma matriz de exopolissacarídeo (EPS), que
age como uma barreira física que impede a penetração de agentes
antimicrobianos, conferindo-lhes uma maior resistência. O EPS constitui o
7

substrato para que os colonizadores secundários possam se agregar
diretamente aos colonizadores primários (BOARI, 2008).
Devido à carga negativa presentes na matriz do biofilme muitos
nutrientes são atraídos para a sua superfície, este processo fornece aos
micro-organismos

um

ambiente

rico

favorecendo

a

maturação

da

comunidade (O'TOOLE et al., 2000).
A comunicação entre os micro-organismos presentes em um biofilme
se dá pela expressão de conjuntos de genes que regulam secreção de sinais
moleculares sintetizados por cada célula. Receptores específicos detectam
essas moléculas o que permite as células tenham noção do tamanho da
comunidade e assim passem a agir como um único organismo multicelular,
este mecanismo de comunicação é chamado de quorum sensing
(RUMJANEK, 2004).
Em condições favoráveis o desenvolvimento de um biofilme continua
por um período relativamente longo de tempo. Porém, em condições
desfavoráveis, o biofilme começa a sofrer o processo de desprendimento,
onde ocorre a perda contínua de porções de biofilme, como pode ser
observado na Figura 1 (SILVA, 2012).

Figura 1. Estágios de formação do biofilme: Adesão primária(1), Adesão
irreversível (2), Maturação(3), Estágio avançado de maturação(4) e
Dispersão.

Fonte: STRATUL et al. (2008).
8

4.2 EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO BIOFILME EM
DIFERENTES SETORES DA SOCIEDADE

Os biofilmes podem ter efeitos tanto prejudiciais quanto benéficos, em
diversas áreas, tais como, indústrias, meio ambientes e saúde. Essas
comunidades de micro-organismos se acumulam nos depósitos dos rios, lagos
ou no mar sendo benéficos por contribuírem com a remoção de contaminantes
da água. São muito utilizados em processos de tratamento de efluentes
domésticos e industriais, removendo poluentes orgânicos e inorgânicos e na
produção de biopolímeros como o poliactato.
Alguns tipos de vegetais interagem com bactérias fixadoras de
nitrogênio, que retiram nitrogênio do ar e o transforma em formas absorvíveis, é
o que ocorre entre várias espécies de leguminosas e bactérias da
família Rhizobiaceae. Biofilmes também podem ser utilizados em biorreatores
no processo de produção de alimentos, como fermentos, vinhos, cerveja,
iogurtes e vinagre (VIANA, 2009).
Porém, os biofilmes são extremamente prejudiciais em algumas
situações, por exemplo, quando se acumulam em encanamentos de água,
lugar extremamente favorável para o crescimento desses micro-organismos,
pois consistem em uma potencial fonte de contaminação afetando a qualidade
da água, também podem provocar corrosão de válvulas e canos, como
indicado na Figura 2, o mesmo ocorre no caso dos equipamentos de
processamento do leite e de outros alimentos.
No setor industrial, a formação de biofilmes em equipamentos pode
acarretar em grandes prejuízos econômicos, devido à redução do desempenho
de equipamentos, assim como a deterioração das superfícies, levando a uma
diminuição da qualidade dos produtos, bem como, aumento despesas com a
manutenção

dos

equipamentos

(MACHADO,

2005).

Igualmente indesejáveis e prejudicais a saúde, são as placas bacterianas que
se desenvolvem nos dentes, podendo dar origem à cárie dentária e
periodontopatias.
A formação de biofilmes em dispositivos médico-hospitalares, como
cateteres urinários, lentes de contato e próteses, podem acarretar em infecções
graves, por exemplo, endocardite, bem como rejeições das próteses
(COSTERTON et al., 1987).
9

Figura 2. Tubo de ferro com corrosão (a) e tubo de polietileno de alta
densidade coberto parcialmente por biofilme(b).

Fonte: AZEVEDO et al (2012).
10

4.2.1

MEIO AMBIENTE

A formação de biofilmes é um mecanismo importante do ciclo celular de
muitos micro-organismos, essa capacidade é fundamental para a sobrevivência
e propagação desses micro-organismos em diversos ambientes e tem um
papel fundamental para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, porém a
sua formação, muitas vezes interfere de maneira prejudicial nas atividades
humanas, como por exemplo, quando ocorre a formação de biofilmes em
monumentos, induzindo alterações físicas e químicas que contribuem para sua
degradação (AZEVEDO et al., 2012).
A formação de biofilmes nas paredes de tubulações de água potável pode
acarretar na contaminação da água, podendo causar problemas de saúde aos
consumidores, pois esses biofilmes podem incorporar micro-organismos
patogênicos, os quais podem sobreviver longos períodos em condições
adversas, como indicado no Quadro 1. Esses micro-organismos são
introduzidos nos sistemas naturais de água através de despejos de esgoto nos
rios, lagos e lençóis freáticos.
Além dos prejuízos para a saúde do consumidor, a formação de biofilmes
em tubulações de água potável provoca corrosão das tubulações, além de
tornarem necessárias estratégias de controle, que acarretam em aumento nos
custos das companhias de água (AZEVEDO et al., 2012).
Por outro lado, os biofilmes tem apresentado um papel relevante, no que
diz respeito à conservação de frutas e hortaliças, na qual é criada uma película
com substâncias naturais com a finalidade de reduzir as trocas gasosas e a
perda de água para o meio, dispensando o uso de produtos químicos, que
muitas vezes são prejudiciais à saúde, mantendo as propriedades do alimento,
Além de proteger o alimento, esses biofilmes, conferem brilho ao alimento, um
atrativo visual, muito valorizado pelo produtor e alguns consumidores.
Segundo

especialistas

da

EMBRAPA

é

possível

aumentar

o

desenvolvimento de vegetais por meio de rizobactérias, bactérias que se
aderem às raízes de plantas, que fornecem elementos essenciais ao
crescimento e sobrevivência de plantas como nitrogênio, fósforo e ferro e
compostos antibióticos que atuam na destruição de patógenos no solo.
11

Quadro 1. Principais micro-organismos transmitidos pela água, doenças que
podem provocar e a forma como são introduzidas na água.
Micro-organismo

Doença

Introdução na água

Vibrio cholerae

Cólera

Matéria fecal; Natural
do ambiente

Salmonella spp.

Febre Tifoide

Matéria fecal; Natural
do ambiente

Escherichia coli

Gastroenterite,
septicemia

Matéria fecal

Campylobacter spp.

Gastroenterite

Matéria fecal; Natural
do ambiente

Helicobacter pylori

Ùlcera péptica, cancro
do estômago

Matéria fecal

Legionella pneumophila

Doença do legionário e
febre de Pontiac

Natural do ambiente

Mycocabcterium avium

Infecções do esqueleto,
tecidos moles,
respiratórias,
gastrointestinais e do
trato urinário

Natural do ambiente

Pseudomonas
aeruginosa

Infecções do trato
respiratório e urinário,
mastite e otite

Natural do ambiente

Shigella spp.

Gastroenterite úlceras
nódulos linfáticos

Matéria fecal

Fonte: AZEVEDO et al. (2012).

Algumas dessas bactérias possuem também a capacidade de ativar as
respostas de defesa na planta, sendo, portanto, eficazes no controle de
algumas

doenças.

Dentre

as

espécies

mais

estudadas

pode-se

citar Pseudomonas fluorescens, Pseudomonas putida, Serratia marcescens,
Bacillus

subtilis,

Bacillus

megaterium,

Rhizobium

e

Bradyrhizobium

(BERNARDES, 2006).
Rizobactérias como Pseudomonas tem sido as preferidas, pois
produzem enzimas capazes de degradar agrotóxicos, como naftaleno,
fenantreno, fluoranteno e benzantraceno, como indicado na Figura 3.
12

Figura 3. Raízes de arroz colonizadas por Pseudomonas, utilizada para
biorremediar solos contaminados com agrotóxicos.

Fonte: EMBRAPA, 2013.
Os biofilmes também tem sido beneficamente utilizados para minimizar
os danos causados por desastres ambientais, como derramamentos de
petróleo e gás. Alguns micro-organismos, quando estimulados, produzem
certas substâncias que agem como detergentes naturais promovendo a
emulsão de compostos como água e óleo, o que normalmente não acontece
devido à alta tensão de superfície da água. A produção desses biodetergentes
é fundamental para o crescimento desses micro-organismos em locais
atingidos por derrames e facilita a utilização de hidrocarbonetos como fonte de
carbono e energia por essas bactérias, levando a eliminação desses poluentes
com o tempo, processo é conhecido como biorremediação (KREPSKY et al.,
2006).
13

4.2.2 INDÚSTRIA

Os biofilmes possuem várias características que podem ser úteis para o
setor

industrial,

como

sua

persistência,

possibilidades

de

interações

simbióticas, aderência às superfícies e formação de grânulos (AZEVEDO et al.
2012).
A

biorremediação

é

o

melhor

exemplo

da

utilização

dessas

características, processo que consiste na utilização de reatores biológicos,
como apresentado na Figura 4 para a descontaminação de solos e efluentes
domésticos e industriais, bactérias presentes nesses reatores são capazes de
remover nitrogênio, carbono biodegradável e percussoras de trihalometanos,
substâncias muito tóxicas para seres humanos. Vários outros tipos de
poluentes químicos podem ser biorremediados por biofilmes, como tolueno,
alguns herbicidas e metais pesados, como Zinco, Cádmio e Níquel, atingindo
em algumas técnicas, cerca de 100% de degradação (VIANA, 2009).

Figura 4. Reatores de biofilme para tratamento de águas residuais

Fonte: AZEVEDO et al. (2012).

Outro processo biotecnológico muito utilizado atualmente é a lixiviação
bacteriana (biolixiviação), um processo no qual, bactérias, principalmente do
gênero

Acidithiobacillus

e

principalmente

a

espécie

Acidithiobacillus

ferroxidans, oxidam sulfetos metálicos, utilizando-os como fonte de energia,
que acarreta na solubilização desses metais. O A. ferroxidans é também capaz
de oxidar compostos reduzidos de enxofre bem como íons ferrosos. Sendo um
14

meio bastante viável para extração de cobre, requerendo baixos custos com
ácidos e agentes oxidantes. O processo da biolixiviação tem sido aplicado em
nível industrial, principalmente nos EUA e Chile, Espanha, Canadá e México,
locais de maiores reservas, com o propósito de recuperação do cobre mineral
onde se apresenta em baixa quantidade ou de seus rejeitos (RIBEIRO, 2007).
A formação de biofilmes também tem sido utilizada na produção de vários
compostos para a indústria alimentícia, são utilizados na produção de
alimentos fermentados, alguns tipos de bactérias, por exemplo, agregam se a
fragmentos de madeira e transformam substratos em ácido acético (CASALINI,
2008).
Também foi demonstrado que alguns micro-organismos são capazes de
converter energia química em energia elétrica, produção dez vezes maior
quando agrupados em biofilmes (AZEVEDO et al., 2012).
Porém, a formação de biofilmes é responsável também por grandes
perdas econômicas no setor industrial, estima-se que o prejuízo causado por
biofilmes na área industrial seja em torno de 1% do PIB de países
industrializados. Essas comunidades microbianas podem atingir equipamentos
de indústrias alimentícias, farmacêuticas, sistemas hídricos e até mesmo
superpetroleiros, exigindo manutenções periódicas. Os biofilmes microbianos
são capazes de promover a biocorrosão de tubulações, equipamentos e peças
metálicas. O termo utilizado pelas indústrias para definir camadas biológicas
indesejáveis que se formam em superfícies é biofouling (MASCARENHAS et
al., 2010).
Segundo Caixeta (2008), os biofilmes são responsáveis pela maior parte
das contaminações na indústria alimentícia, são resultantes de falhas no
processo de higienização e se aderem à superfície de equipamentos utilizados
para o processamento de alimentos resultando numa fonte crônica de
contaminação por patógenos, fato que compromete a qualidade do alimento,
podendo causar riscos à saúde do consumidor, além de acarretar prejuízos
devido à deterioração precoce desses produtos.
Na indústria petrolífera e naval a biocorrosão gerada por biofilmes
representa 20% dos casos de corrosão e resultam em um prejuízo de
aproximadamente 60 bilhões de dólares por ano. Estes custos estão
relacionados à parada de atividades para manutenções e substituições de
estruturas (VIANA, 2009).
15

Além da corrosão são responsáveis também pelo maior consumo de
combustível, uma vez que sua formação aumenta a resistência ao movimento
dos navios através da água (AZEVEDO et al., 2012).
Dentre os micro-organismos que acarretam em problemas de saúde
pública

ou

de

ordem

econômica,

ressalta-se

Pseudomonas

fragi,

Pseudomonas fluorescens, Micrococcus sp. e Enterococcus faecium. Entre os
patogênicos pode-se citar Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica,
Salmonella thyphimurium, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus
cereus e Pseudomonas aeruginosa (KASNOWSKI et al., 2010).
A melhor maneira de controlar os biofilmes é a prática adequada de
certas condutas de higiene industrial a fim de eliminar resíduos e populações
de

micro-organismos,

dificultando

o

início

da

formação

desses.

Para a prevenção deve-se fazer um planejamento adequado das superfícies
dos equipamentos que estão em contato com os alimentos; o material
empregado nos equipamentos deve apresentar uma elevada resistência à
corrosão, ser de fácil limpeza; fazer uso de mais de um tipo de desinfetantes
e/ou detergentes. Dado que condutas incorretas de higienização não levarão à
eliminação nem ao menos à inativação daqueles micro-organismos aderidos à
uma dada superfície (ESPER, 2011).
16

4.2.3

SAÚDE EM GERAL

Recentemente, tem se reconhecido o importante papel do biofilme
microbiano na medicina humana. Se por um lado biofilmes aderidos às
células do trato gastrointestinal representam uma barreira contra microorganismos patógenos, por outro podem causar inúmeras doenças, estimase que 65% de todas as infecções bacterianas, como apresentado no
Quadro 2, desenvolvidas em humanos envolvem esta estrutura (PEREDA,
2007).
A formação de biofilmes em feridas como representado na Figura 5,
pode causar um atraso no processo de cicatrização e está associada a sua
cronicidade,

a

maioria

desses

pacientes

necessitam

de

extensos

tratamentos com antibióticoterapia devido ao aumento da resistência ao
sistema imune do hospedeiro aos agentes antimicrobianos (MONTEIRO,
2012).

Figura 5. Pé diabético, após amputação transmetatársica dos dedos com
ferida crônica associada à formação de biofilme bacteriano.

Fonte: SANTOS et al. (2013).

Dentre as infecções bacterianas causadas por biofilmes mais
conhecidas na atualidade estão a periodontite, cáries, otite, amigdalite
crônica e endocardite infecciosa, além das infecções hospitalares que serão
abordadas posteriormente.
17

Quadro 2. Algumas infecções humanas que envolvem biofilmes
Doença/Infecção

Espécies bacterianas envolvidas

Cáries dentárias

Cocos Gram-positivos acidogênicos,
Streptococcus sp.

Periodontite

Bactérias
negativas

Otite média

Haemophilus influenzae

Amigdalite crônica

Várias espécies

Pneumonia/Fibrose
cística

Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia
cepacia

Endocardite

Streptococcus
grupo
Staphylococcus sp

Prostatite bacteriana

E. coli e outras Gram-negativas

orais

anaeróbicas

Gram-

Viridans,

Fonte: MONTEIRO (2012).

O biofilme oral é possivelmente o mais estudado, a cavidade oral
constitui um grande reservatório de bactérias que além de provocarem a
formação de biofilmes na superfície do dente, podem também, influenciar o
aparecimento de pneumonia. O biofilme oral se apresenta como agente
determinante para a formação da cárie dentária e periodontopatias (TOASSI
et al., 2002). O uso de próteses dentárias na substituição de dentes naturais
é considerado um fator que propicia a adesão de micro-organismos,
aumentando ainda mais as chances de formação da placa dental (PEREDA,
2007).
Outra patologia causada por biofilmes muito estudada é a endocardite
infecciosa, doença na qual bactérias orais podem cair na corrente corrente
sanguínea e se alojar nas válvulas cardíacas, danificando-as (FIGURA 6).
Entre os micro-organismos mais frequentemente isolados em pacientes com
endocardite infecciosa estão Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus,
Enterococcus e Streptococcus gordonii, estudos comprovam que essas
bactérias tem a propriedade de ativar plaquetas, conduzindo a complicações
trombóticas (ALMEIDA, 2009).
18

Figura 6. Endocardite bacteriana

Fonte: GUIMARÃES (2012).

A

endocardite

infecciosa

carrega um

alto

risco

de morbidade

e

mortalidade, cerca de 30% dos pacientes evoluem para o óbito, deve ser
tratada com cirurgia para substituição da válvula infectada por uma prótese ou
antibióticos (GUIMARÃES, 2012).
Uma das complicações mais severas em pacientes com fibrose cística é a
formação de biofilmes no tecido pulmonar. A fibrose cística é uma doença
crônica de origem genética que acomete por volta de 70 mil pessoas no
mundo. Ocorre uma elevação na espessura das secreções acarretando no
bloqueio das passagens das vias respiratórias, dos ductos biliares e
pancreático, aumentando a probabilidade de colonização bacteriana. As
infecções nos pulmões são bastante frequentes e possuem um importante
papel na morbidade e mortalidade dos indivíduos portadores da doença
(FRIEDRICH, 2007). Essas infecções são geralmente acompanhadas por uma
resposta inflamatória que conduz a uma lesão progressiva dos pulmões
(AZEVEDO et al., 2012).
De acordo com Marques (2011) Pseudomonas aeruginosa é o patógeno
mais encontrado em pacientes portadores de fibrose cística com infecções
pulmonares. Além deste, podem estar envolvidos também Staphylococcus
aureus e Haemophilus influenzae.
Segundo Singh et al. (2002) ao formar biofilmes, essas bactérias
colonizam de modo permanente os pulmões de pacientes com fibrose cística,
tornando-o dependente de uma antibioticoterapia severa, porém ineficaz em
19

muitos casos,
estado séssil.

pois não elimina o biofilme, somente algumas bactérias no
20

5. BIOFILMES NA INFECÇÃO HOSPITALAR
A ocorrência de infecções nosocomiais representa um importante
problema no Brasil e em todo o mundo. Estima-se que aproximadamente 5%
das infecções hospitalares ocorrem frequentemente em alguns setores dos
hospitais, como UTIs e centros de hemodiálise. Este fato é justificado pela
presença de bactérias multirresistentes e potencialmente mais virulentas
combinada à condição clínica dos pacientes, acamados por tempo prolongado,
imunodeprimidos, com doenças graves que necessitam de monitoramento
invasivo e uso de antibióticos de largo espectro (PADRÃO, 2010).
Infecções hospitalares

aumentam sensivelmente a frequência de

complicações e sequelas, prolongam a permanência do paciente no hospital,
reduzindo a oferta de leitos para o restante da população e aumentando os
custos de atendimento. Além disso, para controlá-la é necessária a utilização
de doses cada vez maiores de antimicrobianos que podem levar a uma
resistência bacteriana (MARQUES et al., 2011).
Embora o uso de cateteres intravenosos e de diálise, válvulas cardíacas,
próteses vasculares, marca-passos, shunts de fluido cérebro-espinhal e tubos
traqueais possibilitem uma maior sobrevida de milhares de pacientes ao redor
do

mundo,

esses

dispositivos

apresentam

um

risco

intrínseco

de

desenvolverem infecções associadas à formação de biofilmes em suas
superfícies e representam um dos principais fatores para aumento dos casos
de infecção hospitalar em pacientes críticos (AZEVEDO et al., 2012).
Entre esses procedimentos, cateteres intravasculares, principalmente os
venosos centrais (CVC), são os dispositivos invasivos mais utilizados para o
tratamento de pacientes hospitalizados para a administração de soluções,
medicamentos, sangue e derivados, bem como para a realização de
cateterismo cardíaco, monitorização de status hemodinâmico e realização de
hemodiálise, entre outros. A presença prolongada de cateteres representa uma
fonte potencial de formação de biofilmes (FIGURA 7) gerando complicações
infecciosas, tanto por infecções locais, quanto por sistêmicas (MARQUES,
2011).
O principal fator de virulência relacionado à infecção associada à
materiais médicos é a aderência bacteriana à superfície desses dispositivos
com a consequente a formação de biofilme (SAGINUR et al., 2006).
21

A produção de substância extracelular polissacarídica permite que as
células bacterianas se aglomerem em camadas, tornando-as menos acessíveis
ao sistema de defesa do organismo e aos antimicrobianos (OLIVEIRA, 2011).

Figura 7. Biofilme em cateter venoso central visualizado por microscopia
eletrônica

Fonte: PINHEIRO (2006).

Em UTIs as doenças infecciosas estão entre as complicações mais
prevalentes e estão relacionadas com maiores taxas morbidade e mortalidade
além de aumento dos custos relacionados às internações e tratamentos.
Estudos realizados em oito países incluindo Canadá e Israel, mostraram
que aproximadamente um quarto dos pacientes internados em UTIs adquiriram
infecção hospitalar. A mortalidade nos pacientes infectados foi quatro vezes
maior que no grupo sem infecção (LISBOA et al., 2007).
Angus et al. (2001) analisaram em seu estudo mais de 6 milhões de
registros de altas hospitalares nos EUA e desses cerca de 751.000 (12,5%)
apresentavam sepse grave anualmente, com mortalidade estimada de 28,6%.
Não existe no Brasil um sistema para rastreamento e controle de infecção
bem organizado, que possibilite uma obtenção adequada de dados para uma
avaliação mais precisa das infecções nosocomiais em pacientes criticamente
enfermos, que permita uma estimativa real da importância deste problema
(LISBOA et al., 2007).
22

O ambiente hospitalar representa um grande reservatório de patógenos
que podem ser transmitidos ao paciente tanto pela própria microbiota do
paciente quanto por veículos, como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos,
ar e materiais contaminados, como equipamentos e instrumentos utilizados em
procedimentos médicos (LEVY, 2004).
As infecções do trato urinário são as infecções bacterianas mais comuns
em nível hospitalar, sendo responsável por cerca de 30 a 40% das infecções
nosocomiais, o risco de desenvolver uma ITU aumenta significativamente com
a utilização de cateteres urinários, destinados a aliviar a retenção e
incontinência urinária como indicado na Figura 8.
Infecções de feridas cirúrgicas, pneumonia bacteriana associada ou não
ao uso de ventilação mecânica e septicemia associada a cateter venoso central
também são frequentes (PADRÃO et al., 2010).

Figura 8. Representação de Cateter vesical

Fonte: ZIEVE e DUGDALE (2012).
Os

principais agentes

descritos como

causadores

de

infecções

nosocomiais e potenciais formadores de biofilmes são apresentados no Quadro
3.
As bactérias gram negativas são predominantes, responsáveis por cerca
de 60% das infecções nosocomiais, seguidos pelas gram positivas (21,8 a
33,2%) e por fungos (4,5 a 15,3%). Nos casos de infecção respiratória o
23

Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) seguido por P.
aeruginosa e por Acinetobacter spp são os agentes mais frequentes, enquanto
que nos casos de infecção urinária E. coli seguido por Pseudomonas spp são
os mais comuns, já na septicemia os mais frequentes são MRSA,
Pseudomonas spp e Klebsiella pneumoniae (AZEVEDO et al., 2012).
Esses biofilmes podem ser formados por uma ou mais espécies
microbianas dependendo da superfície onde está aderido e do tempo de
permanência do artigo médico-hospitalar no paciente (PINHEIRO, 2006).

Quadro 3. Agentes mais frequentes em infecções nosocomiais
Patógeno

Sítios comuns de isolamento

Bactérias Gram-negativas
Escherichia coli

Trato urinário, feridas cirúrgicas, sangue

Pseudomonas sp

Trato urinário, trato respiratório, queimaduras

Klebsiella sp

Trato urinário, trato respiratório, feridas
cirúrgicas

Proteus sp

Trato urinário, feridas cirúrgicas

Enterobacter sp

Trato urinário, trato respiratório, feridas
cirúrgicas

Serratia sp

Trato urinário, trato respiratório, feridas
cirúrgicas

Bactérias Gram positivas
Streptococcus sp

Trato urinário, trato respiratório, feridas
cirúrgicas

Staphylococcus aureus

Pele, feridas cirúrgicas, sangue

Staphylococcus epidermidis

Pele, feridas cirúrgicas, sangue

Fungi
Candida albicans

Trato urinário, sangue

outros

Trato urinário, sangue, trato respiratório
Fonte: LEVY (2004).
24

A estratégia mais efetiva para o tratamento de infecções relacionadas a
biofilmes é a retirada do dispositivo contaminado aliada a uma longa terapia
antibiótica, porém a prevenção é sempre a melhor medida a ser tomada. As
medidas profiláticas incluem a higienização de todos os materiais de inserção
bem como a correta higienização de todos os profissionais que manipulam
esses materiais e que possuem contato com o paciente. Estratégias profiláticas
que recorram ao uso de antibióticos devem ser evitadas a fim de evitar o
agravamento da resistência microbiana (AZEVEDO et al., 2012).
A hemodiálise é um procedimento de apoio à função renal que consiste
na depuração de substâncias tóxicas do sangue por uma máquina de diálise,
um procedimento que pode durar entre 2 e 4 horas, em frequência de 2 a 4
vezes por semana dependendo da gravidade do quadro clínico (THOMAS e
ALCHIERI, 2005).
Segundo o Censo Nacional da Sociedade Brasileira de Nefrologia o
número de pacientes em tratamento de insuficiência renal no Brasil em 2007
era de 73.605, sendo 90,8% dependentes de hemodiálise.
Esses pacientes possuem um alto risco de adquirir infecções devido ao
sistema imune comprometido e à necessidade de frequentes punções de um
local de acesso vascular para retirada do sangue para hemodiálise, o qual
pode ser através de fístulas arteriovenosas, enxertos e cateteres permanentes
ou temporários (TOKARS et al., 2002). As fístulas arteriovenosas consistem em
um pequeno procedimento cirúrgico com a finalidade de ligar uma artéria à
uma veia, criando um vaso periférico, mais resistente a punções repetidas, está
representado na Figura 9.

Figura 9. Representação de uma fístula arteriovenosa

Fonte: PARK (2013).
25

O uso de cateteres vem substituindo às fístulas, apesar disso, representa
um importante avanço tecnológico, o uso deste dispositivo está associado a um
aumento no número de casos de complicações infecciosas da corrente
circulatória, além de outras doenças infecciosas, como mostra a Tabela 1.
Após a inserção, o cateter venoso entra em contato direto com o sangue, sua
superfície é então revestida por plaquetas, plasma e proteínas, formando uma
camada que facilita a colonização bacteriana e formação do biofilme (SANTOS
et al, 2009).
Por esse motivo o tratamento com antibióticos convencionais nessas
condições geralmente não funciona (BIERNAT et al., 2008). Os microorganismos isolados com maior frequência nas hemoculturas de cateteres
provêm da própria pele do paciente como microbiota da área de inserção do
cateter ou são veiculadas pela equipe de saúde (Staphylococcus aureus e
Staphylococcus coagulase negativa - ECN). Já as bactérias gram-negativas
são, geralmente, provenientes do ambiente hospitalar , sendo as mais
prevalentes, Acinetobacter sp, Pseudomonas sp, Enterobacter sp e Klebsiella
pneumoniae.

Tabela 1. Comparativo de casos de bacteremia causada por várias espécies
em pacientes com uso de cateteres e Fístulas
Micro-organismos

Cateteres

Fístula arteriovenosa

Staphylococcus aureus

32,1%

Enterococcus spp

10,1%

4,7%

Streptococcus spp

1,9%

5,2%

Escherichia coli

2,9%

2,6%

Klebsiella spp

3,9%

2,2%

Pseudomonas spp

2,2%

2,2%

53%

Fonte: Adaptado de TOKARS et al. (2002).

Segundo registros do United States Renal Data System, infecção é a
segunda maior causa de morte em pacientes com insuficiência renal crônica
(IRC) em diálise, a sepse contribui com 75% dessas mortes por infecção,
26

sendo muito mais comum nesses pacientes do que na população em geral
(JABER, 2005).
A Figura 10 demonstra a taxa anual de morte por sepse na população
submetida à diálise e na população em geral, observa-se que a população
submetida à diálise apresenta um considerável aumento do risco por sepse.

Figura 10. Comparativo da taxa anual de morte por sepse entre a população
com uso de diálise e população em geral.

Fonte: JABER (2005).
O uso de antibióticos sistêmicos nem sempre é capaz de combater a
infecção por esse motivo, o paciente continua exposto às complicações ou
infecções recorrentes. A maneira mais eficaz para eliminar o agente infeccioso
seria a remoção do cateter, porém devido à dificuldade na obtenção do acesso
venoso e os riscos envolvidos em um procedimento cirúrgico esse
procedimento não é recomendado (NEVES et al., 2010).
Tem sido proposta a utilização de um procedimento chamado lock-terapia
que consiste no preenchimento do lúmen do cateter com compostos químicos e
antibióticos, numa concentração de antibióticos 100 a 1.000 vezes superior à
concentração inibitória mínima usada habitualmente para terapia sistêmica.
27

Biernat et al. (2008), demonstraram em seu estudo que a lock-terapia com
associação de minociclina e EDTA previne de modo significativo a
contaminação de cateteres de hemodiálise constituindo-se um alternativa
efetiva para evitar sepse por cateter. Nessa associação o EDTA age de modo
direto contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e fungos, removendo
cálcio, magnésio e ferro da membrana celular, facilitando a passagem de
agentes biocidas pela membrana celular bacteriana, além disso, o EDTA
desestrutura o biofilme, afetando a parede microbiana e altera profundamente
seu metabolismo, pois interfere diretamente na atividade de enzimas
bacterianas envolvidas com a síntese de DNA.
O diagnóstico de infecções relacionadas ao uso de cateter é muito difícil
e deve levar em conta os sinais e sintomas do paciente, como a presença de
dor, calor, edema, eritema e exsudato purulento próximo ao local de inserção
do cateter, febre acima de 38 ºC, tremores, hipotensão e taquicardia aliados
aos resultados obtidos a partir de testes microbiológicos (ROSS et al., 2006).
Durante muito tempo a remoção do cateter para a realização de cultura
foi considerada padrão-ouro para o diagnóstico desse tipo de infecção, porém
os sinais e sintomas são pouco específicos, por esse motivo em muitos casos o
diagnóstico dessas infecções é superestimado resultando na remoção
desnecessária do cateter (STORTI, 2007).
Tornou-se necessário, então o desenvolvimento de métodos para
estabelecimento deste diagnóstico em que não fosse necessária a remoção do
dispositivo, embora, ainda sejam utilizadas também técnicas em que sua
retirada é necessária (SAFDAR, 2005).
A técnica laboratorial mais amplamente utilizada é o método de Maki,
Weise e Sarafin (1977) que consiste em uma cultura semi-quantitativa, na qual
é realizado o rolamento de um segmento de aproximadamente cinco
centímetros do cateter em placa de Agar Sangue e sua posterior incubação por
48 horas a 37°C (FIGURA 11). Após a incubação é realizada a contagem do
número de colônias, o crescimento de 15 ou mais unidades formadoras de
colônia (UFC), quando acompanhado de sinais e sintomas característicos é
indicativo de infecção relacionada ao cateter. Em seguida cada colônia
morfologicamente diferenciada é submetida à coloração de Gram, depois de
identificada de maneira presuntiva, cada colônia é isolada e assim submetida
às provas de identificação (ROSS et al., 2006).
28

Figura 11. Rolamento de cateter na técnica semi-quantitativa de Maki

Fonte: REGO; MELO; LIMA (2013).
Outro método que requer a retirada do cateter é a sonificação, uma
técnica quantitativa. É realizada a imersão da ponta do cateter em caldo BHI,
seguida por sonificação ou agitação por vórtex, após isso é realizada uma
diluição seriada. É realizado então o cultivo de cada diluição em Ágar Sangue
ou Ágar Chocolate seguido por incubação a 37°C por 24 à 48 horas. É
considerada infecção relacionada ao uso de cateter um crescimento de 1000
UFC por mL ou mais. Esta técnica tem a vantagem de permitir o isolamento de
agentes de ambas as faces do cateter (GUIMARÃES, 2004).
Os resultados obtidos a partir das técnicas quantitativas e semiquantitativas, comparados na Figura 12, dependem do local de inserção do
cateter, da metodologia utilizada e da fonte de colonização. Para um paciente
em que o cateter foi recentemente inserido a técnica semi-quantitativa é mais
sensível, pois inicialmente a colonização ocorre por micro-organismos da pele
do paciente ao longo da superfície externa do cateter. Já pacientes que
possuem cateteres com maior tempo de permanência a colonização pode
ocorrer tanto na parte interna quanto na externa do dispositivo, sendo assim a
técnica quantitativa a mais sensível (ANVISA, 2004).
29

Figura 12. Crescimento de colônias obtidas a partir das técnicas Quantitativa
(A) e Semi-quantitativa (B).

Fonte: REGO; MELO; LIMA (2013).

Entre as técnicas conservadoras, ou seja, métodos que não envolvem a
retirada do cateter destaca-se a técnica de hemoculturas pareadas, onde duas
amostras de sangue são colhidas, sendo uma através do cateter e outra por
punção venosa, preferencialmente antes da administração de antimicrobianos
(MARGOTTO, 2010). A colheita destas amostras de sangue deve ser realizada
obedecendo a técnicas estéreis para que se reduza ao máximo a probabilidade
de contaminação (GARCEZ, 2012).
A grande maioria dos laboratórios que ainda fazem uso de metodologias
manuais, nas quais o sangue colhido é introduzido em frascos com meios de
cultura comerciais, trata-se geralmente do caldo BHI ou caldo caseína digerida
de soja (TSB) com anticoagulante polianetol sulfonato de sódio (0,025 a
0,05%). Deve-se manter a relação sangue/meio de cultura 1:10 para pacientes
adultos e 1:5 para crianças (SILVA, 2006).
O material é incubado em temperatura que varia entre 35°C e 37°C sob
agitação periódica e inoculado em meio de cultura sólido a cada 24 horas por
até sete dias, assim nos casos positivos, obtêm- se o crescimento de colônias
isoladas que deverão ser coradas pelo método de Gram e identificadas através
de provas especiais de identificação. Além dos subcultivos, deve ser realizada
a verificação dos frascos diariamente à procura de sinais de turvação até o
sétimo dia (ARAUJO, 2012).
Essa análise pode ser realizada também por métodos automatizados,
existem equipamentos capazes de realizar a detecção colorimétrica de gás
30

carbônico produzido pelo crescimento de micro-organismos, permitindo a
detecção de uma grande variedade de bactérias e fungos. Os métodos
automatizados possuem maior sensibilidade e menor possibilidade de
contaminação das amostras em relação aos métodos manuais, entretanto é
pouco utilizado atualmente pelo alto custo (MIRRETT et al., 2006).
31

6. CONCLUSÃO

Com esta revisão de literatura foi possível conhecer a importância dos
biofilmes em diversas áreas de atividade humana. Concluiu-se que biofilmes
podem ser benéficos em diversos setores da indústria e do meio ambiente,
onde desempenham papeis importantes na produção de alimentos e
descontaminação de águas, entre outras utilidades apresentadas neste
trabalho.
Porém, os biofilmes podem ser extremamente maléficos também para a
indústria onde causam contaminações e deterioração de equipamentos. Na
área da saúde a formação de biofilmes está associada às infecções
persistentes, pois ao se aderir a dispositivos médico-hospitalares, como
cateteres e próteses, as bactérias ficam menos expostas à resposta imunitária
do hospedeiro e menos suscetíveis aos antibióticos. A adesão de biofilmes
nesses dispositivos representa grandes riscos aos pacientes e está relacionada
ao aumento do número de casos de infecções nosocomiais, que levam às
complicações no quadro do paciente bem como ao aumento dos custos e
tempo de internação.
32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L.S.B. et al. Profilaxia da endocardite infecciosa: Recomendações
atuais da American Heart Association(AHA). Revista de Periodontia, v. 19, n.
4, p. 7-10, 2009.

ANGUS, D.C. et al. Epidemiology of severe sepsis in the United States:
analysis of incidence, outcome and associated costs of care. Crit Care Med, v.
29, n. 7, p. 1303-10, 2001.

ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Procedimentos laboratoriais:
da requisição do exame à análise microbiológica. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_3_2004.pd
f> Acesso em: 02 set. 2013.

ARAUJO, M. R. E. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e
interpretação dos resultados. Journal of Infection Control. v. 1, n. 1, p. 08-19,
2012.

AZEVEDO, N. F.; CERCA, N. Biofilmes na saúde, no meio ambiente, na
indústria. Braga: Publindústria, 2012.

BERNARDES, F. S. Rizobactérias na indução de resistência sistemica em
cultivos

hidropônicos.

Campinas,

2006.

Dissertação

(Mestrado

em

Agricultura tropical e subtropical)- Instituto agronômico, IAC, Campinas.

BIERNAT, J. C. et al. Contaminação de Lúmen de Cateter de Hemodiálise:
Prevenção e Tratamento com M-EDTA. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 30,
n.2, p. 105-12, 2008.

BOARI, C. A. et al. Formação de biofilme em aço inoxidável por Aeromonas
hydrophila e Staphylococcus aureus usando leite e diferentes condições de
cultivo. Revista de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 29, n. 4, p. 886895, 2008.
33

CAIXETA, D.S. Sanificantes químicos no controle de biofilmes formados
por duas espécies de Pseudomonas em superfície de aço inoxidável.
2008. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola) – Universidade
Federal de Lavras, Lavras.

CAPELLETTI, R. V. Avaliação da atividade de biocidas em biofilmes
formados a partir de fluido de corte utilizado na usinagem de metais.
Campinas, 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Faculdade
de Engenharia Química, UNICAMP, Campinas.

CASALINI, J. Biofilmes microbianos na indústria de alimentos. 2008.
Trabalho Acadêmico (Bacharelado em Química de Alimentos) - Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas.

COSTERTON, J. W.; STEWART, P. S.; GREENBERG, E. P. Bacterial Biofilms:
A Common Cause of Persistent Infections. Science, v. 284, n. 5418, p. 131822, 1999.

COSTERTON, J. W. et al. Bacterial biofilms in nature and disease. Annual
Review of Microbiology, v. 41, p. 435-64, 1987.

DEL POZZO, J.L.; ROUSE, M. S.; PATEL, R. Bioelectric effect and bacterial
biofilms: a systematic review. Int. J. Artif. Organs, v. 31, n. 9, p. 786-9, 2008.

DREESZEN, P. H. A chave para compreender e controlar o crescimento
bacteriano em Sistemas de Água Potável Automatizados. Disponível em:<
http://grupohumma.com.br/web/biblioteca/biofilme.pdf> Acesso em: 15 jul.
2013.

EMBRAPA. Rizobactérias. Disponível em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/ar
vore/CONTAG01_53_210200792814.html>. Acesso em 22 jul. 2013
34

ESPER, L. M. R. Formação de biofilmes microbianos. In: V Simpósio
Brasileiro de microbiologia aplicada, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/simposiomicro/esper.pdf> Acesso em 20 jun. 2013.

FLACH, J.; KARNOPP, C.; CORÇÃO, G. Biofilmes formados em matéria-prima
em contato com leite: fatores de virulência envolvidos. Acta Scientiae
Veterinariae, v. 33, n. 3, p. 291-96, 2005.

FRIEDRICH, D. C. Análise molecular de mutações frequentes em
pacientes com suspeita clínica de Fibrose Cística. Porto Alegre, 2007.
Dissertação (Pós- Graduação em Genética e Biologia Molecular) - Instituto de
Biociências, UFRGS, Porto Alegre.

GARCEZ, A. C. L. Perfil microbiológico e resistência bacteriana das
hemoculturas da unidade de cuidados intensivos da unidade local
de saúde do Alto-Minho.

Porto,

2012.

Dissertação

(Mestrado

em

Microbiologia). Escola Superior de Biotecnologia, UCP, Porto.

GUIMARÃES, J. Bactérias bucais podem formar coágulos sanguíneos.
Disponível em: <http://tonimartins.blogspot.com.br/2012/05/bacterias-da-placadental-podem.html>Acesso em: 19 jun, 2013.

GUIMARÃES, S. L. Utilização do acesso venoso profundo em pediatria no
Instituto Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, 2004. Dissertação (Mestrado
em Saúde da criança e da mulher)- Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ,
Rio de Janeiro.

JABER, B. L. Bacterial infections in hemodialysis pacients: Pathogeneses and
prevention. Kidney international, v. 67, n. 6. p. 2508-19, 2005.

KASNOWSKI, M. C. et al. Formação de biofilmes na industria de alimentos e
métodos de validação de superfícies. Revista Científica eletrônica de
medicina veterinária. Disponível em:
<http://www.revista.inf.br/veterinaria15/revisao/ANOIIIEDI15RL07.pdf>. Acesso
em: 02 jul. 2013.
35

KREPSKY, N.; SOBRINHO, F. S.; CRAPEZ, M. A. C. Biodetergentes para
limpeza de petróleo. Revista Ciência Hoje, v. 38, n. 223, p. 70, 2006.

LEVY, C. E. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em
Serviços de Saúde da ANVISA. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/introducao.pdf>. Acesso
em: 10 jun. 2013.

LISBOA, T. et al. Prevalência de Infecção Nosocomial em Unidades de Terapia
Intensiva do Rio Grande do Sul. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 19,
n.4, p. 414 – 420, 2007.

LUCCHESI, E. G. Desenvolvimento de sistema de obtenção de biofilmes in
vitro e avaliação de sua susceptibilidade a biocidas. Campinas, 2006.
Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Faculdade de Engenharia Química,
UNICAMP, Campinas.

MACEDO, J.A.B. Biofilmes bacterianos, uma preocupação da indústria
farmacêutica. Revista de Fármacos e medicamentos, v. 2, n. 7, p. 19-24,
2000.

MACHADO, S. M. O. Avaliação do efeito antimicrobiano do surfactante
cloreto

de

benzalcónio

no

controlo

da

formação

de

biofilmes

indesejáveis. Braga, 2005. Dissertação (Mestrado em Tecnologia do
Ambiente) - Universidade do Minho, Braga
MAKI, D. G.; WEISE, C. E.; SARAFIN, H. W. A semiquantitative culture method
for
identifying
intravenous-catheter-related
infection.
The
New England Journal of Medicine, v. 296, n. 23, p. 1305-9, 1977.
MARGOTTO, P. R. et al. Acesso vascular ao recém-nascido: Cateterismo de
vasos

umbilicais,

cateterismo

venoso

central

percutâneo

e

vias

de

administração de medicamentos. Disponível em:
<http://www.paulomargotto.com.br/documentos/ACESSO%20VASCULAR.doc>
Acesso em: 30 ago. 2013.
36

MARQUES, A. E. Perfil microbiológico na fibrose cística. Revista Hospital
Universitário Pedro Ernesto, v. 10, n. 4, 2011.

MARQUES, P. B. et al. Perfil bacteriano de cultura de ponta de cateter venoso
central. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v.2, n.1, p. 53 – 58, 2011.

MASCARENHAS, C. C. et al. Um estudo sobre os impactos dos biofilmes
microbianos nas industrias. Disponível em:
<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/0762_0718_01.pdf>
Acesso em: 05 jul. 2013.

MENOITA, E. et al. Biofilmes: conhecer a entidade. Disponível em: <
http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/revista/volume-1-numero-32012/biofilmes/> Acesso em: 30 jun. 2013.

MIRRETT, S.; HANSON, K. E.; RELLER, L. B. Controlled Clinical Comparison
of VersaTREK and BacT/ALERT Blood Culture Systems. Journal of Clinical
Microbiology, v. 45, n. 2, p. 299-302.

MONTEIRO, A. F. O Papel de altas concentrações de Na+ e Cl-na
modulação de fatores de virulência por Burkholderia cenocepacia. Rio de
Janeiro, 2012. Trabalho de conclusão de curso (Ciências Biológicas)- Centro
Universitário Estadual da Zona Oeste, UEZO, Rio de Janeiro.

NEVES, M. A. et al. Infecções em cateteres venosos centrais de longa
permanência: revisão da literatura. Jornal Vascular Brasileiro, v. 9, n. 1, p.
46- 50, 2010.

OLIVEIRA, D. C. V. Produção de biofilme por Salmonella sp. Isolada de
frango. Botucatu, 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Geral e Aplicada)Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu.
O’TOOLE G.; KAPLAN H. B.; KOLTER R. Biofilm formation as microbial
development. Annual Review Microbiology, v. 54, p. 49-79, 2000.
37

PADRÃO, M. et

al. Prevalência de infecções hospitalares em unidade de

terapia intensiva. Rev Bras Clin Med. Rio de Janeiro. v. 8, n. 2, p. 125-8, 2010.

PARK, J. H. Fístulas arteriovenosas para hemodiálise. Disponível em: <
www.cirvascular.com/cirurgia-vascular/outros2/fistulas-arteriovenosas-parahemodialise/> Acesso em: 20 ago, 2013.

PASTERNAK, J. Biofilmes: um inimigo (in) visível. Sociedade Brasileira de
Controle de Contaminação. Disponível em:
http://www.sbcc.com.br/es/revistas_pdfs/ed%2039/39-Biofilmes.pdf Acesso em:
02 abr. 2013.

PEREDA, G. A. O. Avaliação do desenvolvimento das espécies de Candida
spp. em biofilmes pré-formados por espécies de Streptococcus spp. e
Staphylococcus aureus e sua inibição pela atividade antifúngica de
extratos vegetais. Campinas, 2007. Dissertação (Mestrado em Biologia Oral) Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Piracicaba.

PINHEIRO, S. Formação de biofilmes: um breve ensaio. Intravenous, v.6,
n.16, p.2-3, 2006.

REGO, R. S. M.; MELO, F.M.; LIMA, K. M. Isolamento de microrganismos de
cateter venoso central através do método de Maki e Sonicação. Disponível em:
< http://www.micologia.com.br/pdf/Sonicacao_e_Maki.pdf> Acesso em: 30 ago.
2013.

RIBEIRO, W. A. Biolixiviação de minério de cobre da mina de Sossego,
Pará. Araraquara, 2007. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia)- Instituto de
Química de Araraquara, UNESP, 2007.

ROSS, C. et al. Análise microbiológica de pontas de cateteres venosos centrais
provenientes de pacientes internados no Hospital Universitário da Universidade
Estadual de Londrina. Revista Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v.
27, n. 2, p. 117-123, 2006.
38

RUMJANEK, N. G. Quorum sensing em sistemas agrícolas. Disponível em:<
http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio33/quorum.pdf> Acesso em: 12 jun.
2013.

SAFDAR, N.; FINE, J. P.; MAKI, D. G. Meta-Analysis: Methods for Diagnosing
Intravascular Device-Related Bloodstream Infection. Annals of Internal
Medicine, v. 142, n. 6, p. 451-66, 2005.
SAGINUR, R. et al. Multiple combination bactericidal testing of staphylococcal
biofilms from implant-associated infections. Antimicrob Agents Chemother. v.
50, n. 1, p. 55-61, 2006.
SANTOS, S. S. Investigação da presença e da formação de biofilmes por
estafilococos em micro-usina de beneficiamento de leite. Jaboticabal,
2009. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva)- Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Jaboticabal.
SANTOS, V.; SANTOS A. S.; MENOITA, E. A abordagem de biofilmes em
feridas: Estudos de caso. Disponível em:
<http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/revista/volume2-edicao1janeiro2013/biofilmes-em-feridas/> Acesso em: 10 set. 2013.

SILVA, A.R.B. Biofilmes e Lentes de Contacto. Porto, 2012. Dissertação
(Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa, UFP,
Porto.

SILVA, C. H. P. M.; LINS, A. P.; CRUZ, C. S. O. Elaboração de meio para
hemocultura com resina inativadora de antibióticos e comparação laboratorial
do meio desenvolvido com o meio bact/alert aerobic fan para a detecção de
bacteriemia e fungemia em pacientes em uso de terapia antimicrobiana.
Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 38, n. 2, p. 99-106, 2006.

SINGH, P. K. et al. A component of innate immunity prevents bacterial biofilm
development. Nature, v. 417, n. 6888, p. 552-5, 2002.
39

STRATUL, S. et al. On the Molecular Basis of Biofilm Formation. Oral Biofilms
and Systemic Infections. Timisoara Medical Journal, v. 58, n. 1, p. 118-123,
2008.

SAFDAR, N.; FINE, J. P.; MAKI, D. G. Meta-Analysis: Methods for Diagnosing
Intravascular Device-Related Bloodstream Infection. Annals of Internal
Medicine, v. 142, n. 6, p. 451-66, 2005.

STORTI, A. et al. Biofilme detectado em ponta de cateter venoso central por
cultura usando método quantitativo. Revista Brasileira de Análises Clínicas,
v. 39, n. 3, p. 183-187, 2007.

THOMAS, C. V. e ALCHIERI, J. C. Qualidade de vida, depressão e
características de personalidade em pacientes submetidos à hemodiálise.
Avaliação Psicológica, v. 4, n.1, p. 57-64, 2005.

TOASSI, R. F. C; PETRY, P. C. Motivação no controle do biofilme dental e
sangramento gengival em escolares. Revista Saúde Pública, v. 6, n. 5, p. 635637, 2002.

TOKARS, J. I.; MILLER, E. R.; STEIN, G. New national surveillance system for
hemodialysis-associated infections: Initial results. Am J Infect Control, v. 30, n.
5, p. 288-95, 2002.

VIANA, M. G. Avaliação de Produtos naturais sobre biofilmes formados
em sistema dinâmico. Natal, 2009. Dissertação (Mestrado em ciência e
engenharia de petróleo)- Centro de Ciências Exatas e da Terra, UFRN, Natal.

ZIEVE, D.; DUGDALE, D. C. Catheter-related UTI. Disponível em:
<reidhosp.adam.com/content.aspx?productId=39&pid=1&gid=000483> Acesso
em: 28 jun. 2013.

More Related Content

What's hot

Aula n° 4 leishmaniose
Aula n° 4   leishmanioseAula n° 4   leishmaniose
Aula n° 4 leishmaniose
Gildo Crispim
 
Teniase e cisticercose
Teniase e cisticercoseTeniase e cisticercose
Teniase e cisticercose
feraps
 

What's hot (20)

Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. AtualizaçãoMalária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
 
6 - parasitologia
6 - parasitologia6 - parasitologia
6 - parasitologia
 
FEBRE TIFÓIDE
FEBRE TIFÓIDEFEBRE TIFÓIDE
FEBRE TIFÓIDE
 
DST-SÍFILIS
DST-SÍFILISDST-SÍFILIS
DST-SÍFILIS
 
Doença de chagas
Doença de chagas Doença de chagas
Doença de chagas
 
DOENÇA DE CHAGAS
DOENÇA DE CHAGAS DOENÇA DE CHAGAS
DOENÇA DE CHAGAS
 
Parasitologia
ParasitologiaParasitologia
Parasitologia
 
Toxoplasmose
ToxoplasmoseToxoplasmose
Toxoplasmose
 
Toxoplasmose
ToxoplasmoseToxoplasmose
Toxoplasmose
 
Aula n° 4 leishmaniose
Aula n° 4   leishmanioseAula n° 4   leishmaniose
Aula n° 4 leishmaniose
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
Doença de chagas
Doença de chagasDoença de chagas
Doença de chagas
 
Teniase e cisticercose
Teniase e cisticercoseTeniase e cisticercose
Teniase e cisticercose
 
Apresentacão meningite
Apresentacão meningiteApresentacão meningite
Apresentacão meningite
 
Zoonoses bacterianas i
Zoonoses bacterianas iZoonoses bacterianas i
Zoonoses bacterianas i
 
Doença de Chagas
Doença de ChagasDoença de Chagas
Doença de Chagas
 
Aula de Parasitologia Básica
Aula de Parasitologia BásicaAula de Parasitologia Básica
Aula de Parasitologia Básica
 
Toxoplasmose
ToxoplasmoseToxoplasmose
Toxoplasmose
 
Bioquímica hematócrito
Bioquímica hematócritoBioquímica hematócrito
Bioquímica hematócrito
 
Rinite Atrófica dos Suínos
Rinite Atrófica dos SuínosRinite Atrófica dos Suínos
Rinite Atrófica dos Suínos
 

Viewers also liked

Tcc infecções hospitalares
Tcc   infecções hospitalaresTcc   infecções hospitalares
Tcc infecções hospitalares
TCC_FARMACIA_FEF
 
Tcc ASPECTOS RELEVANTES DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
Tcc   ASPECTOS RELEVANTES DAS  INFECÇÕES HOSPITALARES Tcc   ASPECTOS RELEVANTES DAS  INFECÇÕES HOSPITALARES
Tcc ASPECTOS RELEVANTES DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
Giovanni Oliveira
 
Patogenia das doenças infecciosas cap 14
Patogenia das doenças infecciosas cap 14Patogenia das doenças infecciosas cap 14
Patogenia das doenças infecciosas cap 14
Romero Diniz
 
B I O F I L M E S B U C A I S
B I O F I L M E S  B U C A I SB I O F I L M E S  B U C A I S
B I O F I L M E S B U C A I S
guest712f83
 
Microbiota normal
Microbiota normal Microbiota normal
Microbiota normal
Jessica Oyie
 
Aula 6. Carboidratos_transparencias
Aula 6.  Carboidratos_transparenciasAula 6.  Carboidratos_transparencias
Aula 6. Carboidratos_transparencias
primaquim
 
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias deEstudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
Giovanni Oliveira
 
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Marcelo Leal Souza
 
Água purificada obtenção e controle de qualidade
Água purificada obtenção e controle de qualidadeÁgua purificada obtenção e controle de qualidade
Água purificada obtenção e controle de qualidade
Giovanni Oliveira
 
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunosEstrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Gildo Crispim
 

Viewers also liked (20)

41 49-biofilmes - eficácia de agentes antimicrobianos em biofilmes para o con...
41 49-biofilmes - eficácia de agentes antimicrobianos em biofilmes para o con...41 49-biofilmes - eficácia de agentes antimicrobianos em biofilmes para o con...
41 49-biofilmes - eficácia de agentes antimicrobianos em biofilmes para o con...
 
Tcc infecções hospitalares
Tcc   infecções hospitalaresTcc   infecções hospitalares
Tcc infecções hospitalares
 
Tcc ASPECTOS RELEVANTES DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
Tcc   ASPECTOS RELEVANTES DAS  INFECÇÕES HOSPITALARES Tcc   ASPECTOS RELEVANTES DAS  INFECÇÕES HOSPITALARES
Tcc ASPECTOS RELEVANTES DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
 
2a.e 3a. aula_infecção_hospitalar[1]
2a.e 3a. aula_infecção_hospitalar[1]2a.e 3a. aula_infecção_hospitalar[1]
2a.e 3a. aula_infecção_hospitalar[1]
 
Patogenia das doenças infecciosas cap 14
Patogenia das doenças infecciosas cap 14Patogenia das doenças infecciosas cap 14
Patogenia das doenças infecciosas cap 14
 
B I O F I L M E S B U C A I S
B I O F I L M E S  B U C A I SB I O F I L M E S  B U C A I S
B I O F I L M E S B U C A I S
 
Microbiota normal
Microbiota normal Microbiota normal
Microbiota normal
 
PROCTOTISTAS
PROCTOTISTASPROCTOTISTAS
PROCTOTISTAS
 
Aula 6. Carboidratos_transparencias
Aula 6.  Carboidratos_transparenciasAula 6.  Carboidratos_transparencias
Aula 6. Carboidratos_transparencias
 
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias deEstudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
Estudo do uso de anti inflamatórios em drogarias de
 
Livro
LivroLivro
Livro
 
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
 
Biofilme
BiofilmeBiofilme
Biofilme
 
Controle de Qualidade em Cosmeticos
Controle de Qualidade em CosmeticosControle de Qualidade em Cosmeticos
Controle de Qualidade em Cosmeticos
 
Aula 11 word
Aula 11  wordAula 11  word
Aula 11 word
 
Seminario micro geral_biofilmes
Seminario micro geral_biofilmesSeminario micro geral_biofilmes
Seminario micro geral_biofilmes
 
Infecções Sitio Cirurgico
Infecções Sitio CirurgicoInfecções Sitio Cirurgico
Infecções Sitio Cirurgico
 
Água purificada obtenção e controle de qualidade
Água purificada obtenção e controle de qualidadeÁgua purificada obtenção e controle de qualidade
Água purificada obtenção e controle de qualidade
 
Seguranca hospitalar ANVISA
Seguranca hospitalar ANVISASeguranca hospitalar ANVISA
Seguranca hospitalar ANVISA
 
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunosEstrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
 

Similar to Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar

Ck muniz dissprt-dieta estudo
Ck muniz dissprt-dieta estudoCk muniz dissprt-dieta estudo
Ck muniz dissprt-dieta estudo
Paulo de Carvalho
 
04 ofidismo em sergipe- epidemiologia
04  ofidismo em sergipe- epidemiologia04  ofidismo em sergipe- epidemiologia
04 ofidismo em sergipe- epidemiologia
adrianomedico
 
Interação de fatores bióticos
Interação de fatores bióticosInteração de fatores bióticos
Interação de fatores bióticos
Vanessa Anzolin
 
Manual de recomendacoes_controle_tb_novo
Manual de recomendacoes_controle_tb_novoManual de recomendacoes_controle_tb_novo
Manual de recomendacoes_controle_tb_novo
Flávia Salame
 
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveiraTese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
Antonio Jorge M. Malvar
 
Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotérioManejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
Eddie Allen Medeiros Pinto
 
Protocolo sas resposta à ocorrência de microcefalia
Protocolo sas    resposta à ocorrência de microcefaliaProtocolo sas    resposta à ocorrência de microcefalia
Protocolo sas resposta à ocorrência de microcefalia
Sueuda Coutinho
 
08 microbiologia clínica fungos
08   microbiologia clínica fungos08   microbiologia clínica fungos
08 microbiologia clínica fungos
denisegv
 
Acao dos fungicidas indutores de resistencia
Acao dos fungicidas indutores de resistenciaAcao dos fungicidas indutores de resistencia
Acao dos fungicidas indutores de resistencia
Francisco Rocha
 

Similar to Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar (20)

Bioseguranca
BiosegurancaBioseguranca
Bioseguranca
 
Livro biosseguranca-ims1
Livro biosseguranca-ims1Livro biosseguranca-ims1
Livro biosseguranca-ims1
 
Proposição de uma Nova Vacina para Brucelose Bovina usando uma Abordagem Biot...
Proposição de uma Nova Vacina para Brucelose Bovina usando uma Abordagem Biot...Proposição de uma Nova Vacina para Brucelose Bovina usando uma Abordagem Biot...
Proposição de uma Nova Vacina para Brucelose Bovina usando uma Abordagem Biot...
 
Ck muniz dissprt-dieta estudo
Ck muniz dissprt-dieta estudoCk muniz dissprt-dieta estudo
Ck muniz dissprt-dieta estudo
 
Pbarros
PbarrosPbarros
Pbarros
 
04 ofidismo em sergipe- epidemiologia
04  ofidismo em sergipe- epidemiologia04  ofidismo em sergipe- epidemiologia
04 ofidismo em sergipe- epidemiologia
 
Interação de fatores bióticos
Interação de fatores bióticosInteração de fatores bióticos
Interação de fatores bióticos
 
Manual de recomendacoes_controle_tb_novo
Manual de recomendacoes_controle_tb_novoManual de recomendacoes_controle_tb_novo
Manual de recomendacoes_controle_tb_novo
 
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveiraTese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
Tese karin%20 eleonora%20savio%20de%20oliveira
 
Quorum sensing em bactérias isoladas de leite
Quorum sensing em bactérias isoladas de leiteQuorum sensing em bactérias isoladas de leite
Quorum sensing em bactérias isoladas de leite
 
ulfc096309_tm_Ana_Catarina_Guerreiro
ulfc096309_tm_Ana_Catarina_Guerreiroulfc096309_tm_Ana_Catarina_Guerreiro
ulfc096309_tm_Ana_Catarina_Guerreiro
 
Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotérioManejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
 
Tese mestrado leonardo_viana_almeida
Tese mestrado leonardo_viana_almeidaTese mestrado leonardo_viana_almeida
Tese mestrado leonardo_viana_almeida
 
Tcc hiv parte 1
Tcc   hiv parte 1Tcc   hiv parte 1
Tcc hiv parte 1
 
Avaliação fundamentos de enfermagem
Avaliação fundamentos de enfermagemAvaliação fundamentos de enfermagem
Avaliação fundamentos de enfermagem
 
Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacion...
Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacion...Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacion...
Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacion...
 
Protocolo sas resposta à ocorrência de microcefalia
Protocolo sas    resposta à ocorrência de microcefaliaProtocolo sas    resposta à ocorrência de microcefalia
Protocolo sas resposta à ocorrência de microcefalia
 
08 microbiologia clínica fungos
08   microbiologia clínica fungos08   microbiologia clínica fungos
08 microbiologia clínica fungos
 
Manuseio e normas tecnicas para aplica -o de agrot_xicos anderson, marcus e k...
Manuseio e normas tecnicas para aplica -o de agrot_xicos anderson, marcus e k...Manuseio e normas tecnicas para aplica -o de agrot_xicos anderson, marcus e k...
Manuseio e normas tecnicas para aplica -o de agrot_xicos anderson, marcus e k...
 
Acao dos fungicidas indutores de resistencia
Acao dos fungicidas indutores de resistenciaAcao dos fungicidas indutores de resistencia
Acao dos fungicidas indutores de resistencia
 

Recently uploaded

8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
Leila Fortes
 

Recently uploaded (10)

Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdfENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 

Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA CLÍNICA MICROBIOLOGIA Bruna Vitória Lopes de Freitas Ana Carolina de Souza Maycon Roberto Bisson Jéssica Caroline Reis Spinelli Natália Toscani Araújo “BIOFILMES BACTERIANOS E SUA ATUAÇÃO NA INFECÇÃO HOSPITALAR “ RIBEIRÃO PRETO 2013
  • 2. CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA CLÍNICA MICROBIOLOGIA Bruna Vitória Lopes de Freitas Ana Carolina de Souza Maycon Roberto Bisson Jéssica Caroline Reis Spinelli Natália Toscani Araújo “BIOFILMES BACTERIANOS E SUA ATUAÇÃO NA INFECÇÃO HOSPITALAR” Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Barão de Mauá, como parte das exigências para obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina. Orientador: Profa. Me Gracie Luiza da Silva RIBEIRÃO PRETO 2013
  • 3. F936b Freitas, Bruna Vitória Lopes de Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar / Bruna Vitória Lopes de Freitas; Ana Carolina de Souza; Jéssica Caroline Reis Spinelli; Natália Toscani Araújo; Maycon Roberto Bisson – Ribeirão Preto, 2013. 51p.il. Trabalho de conclusão do curso Biomedicina do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador : Msc. Gracie Luiza da Silva Bibliotecária Responsável: Vanda Lilian Lauande CRB8 3365 1. Biofilme 2. Infecção Hospitalar 3. Assepsia I. Souza, Ana Carolina de II. Spinelli, Jéssica Caroline Reis III. Araújo, Natália Toscani IV. Bisson, Maycon Roberto V. Silva, Gracie Luiza da VI. Título CDU 614.4:614.21
  • 4.
  • 5. “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”. Albert Einstein.
  • 6. Às nossas famílias, pelo incentivo e apoio incondicionais, pelos conselhos e ensinamentos passados a nós.
  • 7. Agradecimentos Ao todo criador, Deus, que está acima de todas as coisas deste mundo. Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma oculta. Aos pais e familiares, pela confiança, amor, cuidado e apoio, nos incentivando a sempre seguir adiante. Aos nossos amigos, pelos momentos de alegria compartilhados durante esta caminhada. Aos namorados e namorada, por todo carinho, compreensão, apoio mesmo nas horas mais difíceis. Aos professores, pela paciência, ensino, e confiança que foram essenciais em nossa formação. À nossa orientadora, Gracie Luiza da Silva pelo seu empenho ao nosso trabalho, por transmitir seus conhecimentos e por fazer do nosso TCC uma experiência positiva e por ter confiado em nós, sempre nos orientando e nos dedicando parte do seu tempo.
  • 8. i SUMÁRIO Assunto Página SUMÁRIO............................................................................................................i LISTA DE FIGURAS...........................................................................................ii LISTA DE QUADROS........................................................................................iii LISTA DE TABELAS..........................................................................................iv RESUMO............................................................................................................v 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................01 2. OBJETIVOS..................................................................................................03 3. METODOLOGIA............................................................................................04 4. HISTÓRICO..................................................................................................05 4.1. Formação do biofilme...................................................................06 4.2. Efeitos positivos e negativos do biofilme em diferentes setores da sociedade....................................................................................08 4.2.1. Meio ambiente....................................................................10 4.2.2. Indústria..............................................................................13 4.2.3. Saúde em geral..................................................................16 5. BIOFILMES NA INFECÇÃO HOSPITALAR..................................................20 6. CONCLUSÃO................................................................................................31 7. REFERÊNCIAS.............................................................................................32
  • 9. ii LISTA DE FÍGURAS Figura Página 1. Estágios de formação do biofilme: Adesão primária(1), Adesão irreversível (2), Maturação(3), Estágio avançado de maturação(4) e Dispersão.............................07 2. Tubo de ferro com corrosão (a) e tubo de polietileno de alta densidade coberto parcialmente por biofilme(b).........................................................................................09 3. Raízes de arroz colonizadas por Pseudomonas, utilizada para biorremedia solos contaminados com agrotóxicos....................................................................12 4. Reatores de biofilme para tratamento de águas residuais..............................13 5. Pé diabético, após amputação transmetatársica dos dedos com ferida crônica associada à formação de biofilme bacteriano........................................................16 6. Endocardite bacteriana............................................................................................18 7. Biofilme em cateter venoso central visualizado por microscopia eletrônica...21 8. Representação de Cateter vesical....................................................................22 9. Representação de uma fístula arteriovenosa..................................................24 10. Comparativo da taxa anual de morte por sepse entre a população com uso de diálise e população em geral.........................................................................................26 11. Rolamento de cateter na técnica semi-quantitativa de Maki...........................28 12. Crescimento de colônias obtidas a partir das técnicas Quantitativa (A) e Semiquantitativa (B).......................................................................................................29
  • 10. iii LISTA DE QUADROS Quadro Página 1. Principais micro-organismos transmitidos pela água, doenças que podem provocar e a forma como são introduzidas na água..............................................11 2. Algumas infecções humanas que envolvem biofilmes.......................................17 3. Agentes mais frequentes em infecções nosocomiais........................................23
  • 11. iv LISTA DE TABELAS Tabela Página 1. Comparativo de casos de bacteremia causada por várias espécies em pacientes com uso de Cateteres e Fístulas...........................................................25
  • 12. v RESUMO Biofilme pode ser definido como uma estrutura comunitária de células bacterianas protegidas por uma matriz polimérica, fabricada por essas cepas e aderida à uma superfície sólida, quase sempre imersa em meio líquido, desempenham um papel importante na natureza e em processos tecnológicos. Os micro-organismos se agrupam dessa forma como estratégia para se proteger de fatores agressivos externos. Frequentemente se acumulam em depósitos dos rios, lagos ou ambientes marinhos, podem se desenvolver em associação com raízes de algumas plantas, fornecendo-lhes nutrientes. São utilizados em biotecnologia ambiental com grande sucesso no tratamento de efluentes, removendo poluentes orgânicos e inorgânicos de águas contaminadas. Na indústria alimentar, os biofilmes são utilizados na produção de alimentos fermentados, como por exemplo, o vinagre. Porém, na maioria das situações, a formação de biofilmes é indesejável, pois, de uma maneira geral, está associado à deterioração das superfícies e/ou ambiente circundante. Sua formação em equipamentos na indústria alimentícia pode representar uma fonte constante de contaminação. Na área da saúde os biofilmes microbianos se desenvolvem na superfície de diversos equipamentos médico-hospitalares, como, próteses e implantes, podendo levar a uma rejeição das mesmas, lentes de contato, conexões, tubos endotraqueais, agulhas, além disso, podem aderir às superfícies de cateteres onde são causa de infecções do trato urinário e sanguíneas principalmente em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) onde o tempo de permanência desses equipamentos é maior. A matriz do biofilme funciona como um filtro, retendo minerais ou outros componentes séricos produzidos pelo hospedeiro. Essa ação o torna altamente resistente ao tratamento antimicrobiano, tornando este um problema ainda mais grave. As consequências mais importantes da formação de biofilmes nos equipamentos hospitalares são a alta incidência de infecção local e sistêmica e o aumento da taxa de mortalidade. Por esses motivos é de extrema importância o melhor conhecimento sobre o assunto, além reforçar as estratégias para controlar a formação de biofilmes nesses equipamentos, realizando uma rigorosa técnica de assepsia durante a inserção e manuseio dos cateteres e sistemas de infusão e redução do tempo de permanência dos cateteres e constante higiene
  • 13. vi das mãos dos profissionais de saúde. Este estudo teve como finalidade entender a relação da formação de biofilmes no agravamento de diversas enfermidades e a sua influência no controle da infecção hospitalar. Palavras-chave: Biofilme; infecção hospitalar; assepsia.
  • 14. 1 1. INTRODUÇÃO Os biofilmes microbianos são colônias de micro-organismos envolvidas e associadas a uma matriz extracelular de natureza polissacarídica denominada glicocálix, estrutura responsável pela adesão entre as células e delas às superfícies. Os biofilmes possuem características fenotípicas que os tornam diferentes das células no estado planctônico em relação à resistência a agentes antimicrobianos e proteção contra as defesas do hospedeiro (PEREDA, 2007). A formação do biofilme se inicia com adesão de bactérias planctônicas a uma determinada superfície celular ou inanimada, em seguida estas sofrem proliferação, levando a um acúmulo de camadas de células bacterianas e, finalmente, a formação da comunidade microbiana, embebida na matriz de exopolissacarídeo (EPS) produzida por estas células. A adesão e a formação do biofilme são limitadas por características do micro-organismo, tais como expressão dos fatores de virulência, do material aderente e das características do meio onde o micro-organismo está inserido, como pH, temperatura e umidade (CAIXETA, 2008; FLACH, 2005). Essas bactérias tem sistemas de comunicação entre si, um dos quais se chama quorum sensing, uma capacidade de percepção da densidade populacional através da secreção de sinais moleculares sintetizados por cada bactéria presente na colônia. Frequentemente os biofilmes microbianos se acumulam em depósitos dos rios, lagos ou ambientes marinhos e podem se desenvolver em associação com raízes de algumas plantas, fornecendo-lhes nutrientes. São muito eficientes quando utilizados em métodos de tratamento de esgoto, removendo poluentes da água. Na indústria alimentícia são utilizados em biorreatores para a produção de alimentos fermentados, como vinagre (MACEDO, 2000). Porém os biofilmes podem ser extremamente prejudiciais em algumas condições. O biofilme dental, por exemplo, apresenta-se como agente determinante de cárie dentária e periodontopatias, as quais se caracterizam como o principal problema no âmbito de odontologia sanitária.
  • 15. 2 Vários micro-organismos podem se aderir à superfície de lentes de contato, um fator importante no desenvolvimento de infecções oculares, relacionadas ao uso destes dispositivos médicos (SILVA, 2012). Quando aderidas a dispositivos médico-hospitalares, essas comunidades bacterianas representam uma fonte constante de contaminação, podendo levar a infecções graves. ba t rias em bio ilmes a resentam uma Para Del Pozzo et al. resist n ia a antibi ti os que ba t rias lan t ni as. orma de bio ilme ode hegar a 500 a 5000 vezes maior ma ve im lantada uma o ula e tremamente di de o ba teriana na sua il de elimin -la. Biofilmes podem se aderir às superfícies de próteses ortopédicas, cardíacas e vasculares causando complicações graves, como infecções e até rejeição das mesmas. Ocorre com frequência também a formação de biofilmes em superfícies de cateteres, segundo Jacyr Pasternak (2008) em seu estudo, indivíduos que fazem o uso de cateteres possui maior incidência de infecções sistêmicas. Dada a sua complexidade, essas comunidades são capazes de produzir fatores inflamatórios que dificultam o processo de cicatrização de feridas, levando uma cronicidade do quadro. Por estas razões, os micro-organismos associados aos biofilmes são considerados um importante problema de saúde pública. É imprescindível, portanto conhecer os mecanismos envolvidos na sua formação, para poder controlá-los ou erradicá-los de uma forma mais efetiva, uma vez que, esses são agentes frequentes em quadros de infecções hospitalares.
  • 16. 3 2. OBJETIVO O presente estudo teve como finalidade demonstrar a influência que os biofilmes bacterianos possuem no agravamento de diversas enfermidades e no controle da infecção hospitalar.
  • 17. 4 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho consistiu na revisão de literatura científica sobre a ampla atuação dos biofilmes na saúde, meio ambiente e na indústria, enfatizando a infecção hospitalar.
  • 18. 5 4. HISTÓRICO A microbiologia tradicional caracterizou as células encontradas em suspensões como planctônicas, muitas dessas bactérias planctônicas tem a capacidade de aderir em superfícies, formando biofilmes (LUCCHESI, 2006). Ao estudar amostras dentárias em 1684, Antonie Van Leuvenhoek observou fragmentos celulares agregados ao material. No entanto, foi Zobell em 1943 quem primeiro publicou um estudo sobre biofilmes onde observou bactérias marinhas aderidas em cascos de navios e em outros materiais submersos (MENOITA, 2012). Em 1978, Costerton, considerado o pai da ciência dos biofilmes, verificou que a maioria dos micro-organismos presentes no meio ambiente se encontrava fixo às superfícies a esses micro-organismos foi atribuído o nome de biofilme (CAPELLETTI, 2006). Na década de 90, observou-se que as bactérias em biofilme são diferentes das bactérias em suspensão quanto ao seu metabolismo e morfologia, além de apresentarem maior resistência aos antibióticos e desinfetantes (COSTERTON et al., 1999). Atualmente, o conceito de biofilme vem avançando e pesquisas vêm sendo realizadas para entender os mecanismos de formação e o controle das formas microbianas, tanto a planctônica (livre), quanto a séssil (biofilme), principalmente devido à grande importância nas atividades humanas, o qual pode trazer tanto benefícios quanto malefícios (CAIXETA, 2008 apud CASALINI, 2008).
  • 19. 6 4.1 FORMAÇÃO DO BIOFILME Os micro-organismos são estruturas simples, que estão presentes nos mais diversos habitat, segundo Costerton et al. (1987), é estimado que cerca de 90% dos micro-organismos vivem sob a forma de biofilmes e praticamente não existe nenhuma superfície que não possa ser colonizada por bactérias. Estas estruturas estão presentes naturalmente em variados tipos de ambientes, sejam eles bióticos ou abióticos (BOARI, 2008). O desenvolvimento de um biofilme é considerado um mecanismo de sobrevivência, onde se tornam mais fácil a obtenção de nutrientes e a proteção contra agentes biocidas (DREESZEN, 2003). A formação de biofilme realiza-se, normalmente, numa superfície sólida imersa em água. O processo inicial da formação de biofilmes envolve a adesão primária à uma superfície que envolve interações eletrostáticas entre os micro-organismos envolvidos e à superfície a ser colonizada (SILVA, 2012). A velocidade desse processo depende de fatores ambientes tais como, pH, temperatura, concentração de oxigênio, presença de moléculas orgânicas no meio aquoso além de características da superfície, como carga superficial, energia livre de superfície, rugosidade. Por esse motivo, alguns tipos de materiais predispõem a formação de biofilmes por facilitar essas interações, como certos polímeros (MACHADO, 2005). Após a formação inicial do biofilme, ocorre o transporte de células microbianas do meio aquoso até à superfície sólida, esse transporte ocorre devido a uma diferença no gradiente de concentrações entre o meio aquático e a superfície. Quando é formada a primeira camada de microorganismos, a adesão de outros micro-organismos é favorecida, o desenvolvimento e reprodução dos colonizadores causam uma alteração nas propriedades do meio que favorece o acúmulo de biofilme (MENOITA, 2012). A partir daí ocorre o processo de adesão secundária, considerada irreversível, essa adesão ocorre por estruturas bacterianas, como fímbrias ou pili e além da produção de uma matriz de exopolissacarídeo (EPS), que age como uma barreira física que impede a penetração de agentes antimicrobianos, conferindo-lhes uma maior resistência. O EPS constitui o
  • 20. 7 substrato para que os colonizadores secundários possam se agregar diretamente aos colonizadores primários (BOARI, 2008). Devido à carga negativa presentes na matriz do biofilme muitos nutrientes são atraídos para a sua superfície, este processo fornece aos micro-organismos um ambiente rico favorecendo a maturação da comunidade (O'TOOLE et al., 2000). A comunicação entre os micro-organismos presentes em um biofilme se dá pela expressão de conjuntos de genes que regulam secreção de sinais moleculares sintetizados por cada célula. Receptores específicos detectam essas moléculas o que permite as células tenham noção do tamanho da comunidade e assim passem a agir como um único organismo multicelular, este mecanismo de comunicação é chamado de quorum sensing (RUMJANEK, 2004). Em condições favoráveis o desenvolvimento de um biofilme continua por um período relativamente longo de tempo. Porém, em condições desfavoráveis, o biofilme começa a sofrer o processo de desprendimento, onde ocorre a perda contínua de porções de biofilme, como pode ser observado na Figura 1 (SILVA, 2012). Figura 1. Estágios de formação do biofilme: Adesão primária(1), Adesão irreversível (2), Maturação(3), Estágio avançado de maturação(4) e Dispersão. Fonte: STRATUL et al. (2008).
  • 21. 8 4.2 EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO BIOFILME EM DIFERENTES SETORES DA SOCIEDADE Os biofilmes podem ter efeitos tanto prejudiciais quanto benéficos, em diversas áreas, tais como, indústrias, meio ambientes e saúde. Essas comunidades de micro-organismos se acumulam nos depósitos dos rios, lagos ou no mar sendo benéficos por contribuírem com a remoção de contaminantes da água. São muito utilizados em processos de tratamento de efluentes domésticos e industriais, removendo poluentes orgânicos e inorgânicos e na produção de biopolímeros como o poliactato. Alguns tipos de vegetais interagem com bactérias fixadoras de nitrogênio, que retiram nitrogênio do ar e o transforma em formas absorvíveis, é o que ocorre entre várias espécies de leguminosas e bactérias da família Rhizobiaceae. Biofilmes também podem ser utilizados em biorreatores no processo de produção de alimentos, como fermentos, vinhos, cerveja, iogurtes e vinagre (VIANA, 2009). Porém, os biofilmes são extremamente prejudiciais em algumas situações, por exemplo, quando se acumulam em encanamentos de água, lugar extremamente favorável para o crescimento desses micro-organismos, pois consistem em uma potencial fonte de contaminação afetando a qualidade da água, também podem provocar corrosão de válvulas e canos, como indicado na Figura 2, o mesmo ocorre no caso dos equipamentos de processamento do leite e de outros alimentos. No setor industrial, a formação de biofilmes em equipamentos pode acarretar em grandes prejuízos econômicos, devido à redução do desempenho de equipamentos, assim como a deterioração das superfícies, levando a uma diminuição da qualidade dos produtos, bem como, aumento despesas com a manutenção dos equipamentos (MACHADO, 2005). Igualmente indesejáveis e prejudicais a saúde, são as placas bacterianas que se desenvolvem nos dentes, podendo dar origem à cárie dentária e periodontopatias. A formação de biofilmes em dispositivos médico-hospitalares, como cateteres urinários, lentes de contato e próteses, podem acarretar em infecções graves, por exemplo, endocardite, bem como rejeições das próteses (COSTERTON et al., 1987).
  • 22. 9 Figura 2. Tubo de ferro com corrosão (a) e tubo de polietileno de alta densidade coberto parcialmente por biofilme(b). Fonte: AZEVEDO et al (2012).
  • 23. 10 4.2.1 MEIO AMBIENTE A formação de biofilmes é um mecanismo importante do ciclo celular de muitos micro-organismos, essa capacidade é fundamental para a sobrevivência e propagação desses micro-organismos em diversos ambientes e tem um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, porém a sua formação, muitas vezes interfere de maneira prejudicial nas atividades humanas, como por exemplo, quando ocorre a formação de biofilmes em monumentos, induzindo alterações físicas e químicas que contribuem para sua degradação (AZEVEDO et al., 2012). A formação de biofilmes nas paredes de tubulações de água potável pode acarretar na contaminação da água, podendo causar problemas de saúde aos consumidores, pois esses biofilmes podem incorporar micro-organismos patogênicos, os quais podem sobreviver longos períodos em condições adversas, como indicado no Quadro 1. Esses micro-organismos são introduzidos nos sistemas naturais de água através de despejos de esgoto nos rios, lagos e lençóis freáticos. Além dos prejuízos para a saúde do consumidor, a formação de biofilmes em tubulações de água potável provoca corrosão das tubulações, além de tornarem necessárias estratégias de controle, que acarretam em aumento nos custos das companhias de água (AZEVEDO et al., 2012). Por outro lado, os biofilmes tem apresentado um papel relevante, no que diz respeito à conservação de frutas e hortaliças, na qual é criada uma película com substâncias naturais com a finalidade de reduzir as trocas gasosas e a perda de água para o meio, dispensando o uso de produtos químicos, que muitas vezes são prejudiciais à saúde, mantendo as propriedades do alimento, Além de proteger o alimento, esses biofilmes, conferem brilho ao alimento, um atrativo visual, muito valorizado pelo produtor e alguns consumidores. Segundo especialistas da EMBRAPA é possível aumentar o desenvolvimento de vegetais por meio de rizobactérias, bactérias que se aderem às raízes de plantas, que fornecem elementos essenciais ao crescimento e sobrevivência de plantas como nitrogênio, fósforo e ferro e compostos antibióticos que atuam na destruição de patógenos no solo.
  • 24. 11 Quadro 1. Principais micro-organismos transmitidos pela água, doenças que podem provocar e a forma como são introduzidas na água. Micro-organismo Doença Introdução na água Vibrio cholerae Cólera Matéria fecal; Natural do ambiente Salmonella spp. Febre Tifoide Matéria fecal; Natural do ambiente Escherichia coli Gastroenterite, septicemia Matéria fecal Campylobacter spp. Gastroenterite Matéria fecal; Natural do ambiente Helicobacter pylori Ùlcera péptica, cancro do estômago Matéria fecal Legionella pneumophila Doença do legionário e febre de Pontiac Natural do ambiente Mycocabcterium avium Infecções do esqueleto, tecidos moles, respiratórias, gastrointestinais e do trato urinário Natural do ambiente Pseudomonas aeruginosa Infecções do trato respiratório e urinário, mastite e otite Natural do ambiente Shigella spp. Gastroenterite úlceras nódulos linfáticos Matéria fecal Fonte: AZEVEDO et al. (2012). Algumas dessas bactérias possuem também a capacidade de ativar as respostas de defesa na planta, sendo, portanto, eficazes no controle de algumas doenças. Dentre as espécies mais estudadas pode-se citar Pseudomonas fluorescens, Pseudomonas putida, Serratia marcescens, Bacillus subtilis, Bacillus megaterium, Rhizobium e Bradyrhizobium (BERNARDES, 2006). Rizobactérias como Pseudomonas tem sido as preferidas, pois produzem enzimas capazes de degradar agrotóxicos, como naftaleno, fenantreno, fluoranteno e benzantraceno, como indicado na Figura 3.
  • 25. 12 Figura 3. Raízes de arroz colonizadas por Pseudomonas, utilizada para biorremediar solos contaminados com agrotóxicos. Fonte: EMBRAPA, 2013. Os biofilmes também tem sido beneficamente utilizados para minimizar os danos causados por desastres ambientais, como derramamentos de petróleo e gás. Alguns micro-organismos, quando estimulados, produzem certas substâncias que agem como detergentes naturais promovendo a emulsão de compostos como água e óleo, o que normalmente não acontece devido à alta tensão de superfície da água. A produção desses biodetergentes é fundamental para o crescimento desses micro-organismos em locais atingidos por derrames e facilita a utilização de hidrocarbonetos como fonte de carbono e energia por essas bactérias, levando a eliminação desses poluentes com o tempo, processo é conhecido como biorremediação (KREPSKY et al., 2006).
  • 26. 13 4.2.2 INDÚSTRIA Os biofilmes possuem várias características que podem ser úteis para o setor industrial, como sua persistência, possibilidades de interações simbióticas, aderência às superfícies e formação de grânulos (AZEVEDO et al. 2012). A biorremediação é o melhor exemplo da utilização dessas características, processo que consiste na utilização de reatores biológicos, como apresentado na Figura 4 para a descontaminação de solos e efluentes domésticos e industriais, bactérias presentes nesses reatores são capazes de remover nitrogênio, carbono biodegradável e percussoras de trihalometanos, substâncias muito tóxicas para seres humanos. Vários outros tipos de poluentes químicos podem ser biorremediados por biofilmes, como tolueno, alguns herbicidas e metais pesados, como Zinco, Cádmio e Níquel, atingindo em algumas técnicas, cerca de 100% de degradação (VIANA, 2009). Figura 4. Reatores de biofilme para tratamento de águas residuais Fonte: AZEVEDO et al. (2012). Outro processo biotecnológico muito utilizado atualmente é a lixiviação bacteriana (biolixiviação), um processo no qual, bactérias, principalmente do gênero Acidithiobacillus e principalmente a espécie Acidithiobacillus ferroxidans, oxidam sulfetos metálicos, utilizando-os como fonte de energia, que acarreta na solubilização desses metais. O A. ferroxidans é também capaz de oxidar compostos reduzidos de enxofre bem como íons ferrosos. Sendo um
  • 27. 14 meio bastante viável para extração de cobre, requerendo baixos custos com ácidos e agentes oxidantes. O processo da biolixiviação tem sido aplicado em nível industrial, principalmente nos EUA e Chile, Espanha, Canadá e México, locais de maiores reservas, com o propósito de recuperação do cobre mineral onde se apresenta em baixa quantidade ou de seus rejeitos (RIBEIRO, 2007). A formação de biofilmes também tem sido utilizada na produção de vários compostos para a indústria alimentícia, são utilizados na produção de alimentos fermentados, alguns tipos de bactérias, por exemplo, agregam se a fragmentos de madeira e transformam substratos em ácido acético (CASALINI, 2008). Também foi demonstrado que alguns micro-organismos são capazes de converter energia química em energia elétrica, produção dez vezes maior quando agrupados em biofilmes (AZEVEDO et al., 2012). Porém, a formação de biofilmes é responsável também por grandes perdas econômicas no setor industrial, estima-se que o prejuízo causado por biofilmes na área industrial seja em torno de 1% do PIB de países industrializados. Essas comunidades microbianas podem atingir equipamentos de indústrias alimentícias, farmacêuticas, sistemas hídricos e até mesmo superpetroleiros, exigindo manutenções periódicas. Os biofilmes microbianos são capazes de promover a biocorrosão de tubulações, equipamentos e peças metálicas. O termo utilizado pelas indústrias para definir camadas biológicas indesejáveis que se formam em superfícies é biofouling (MASCARENHAS et al., 2010). Segundo Caixeta (2008), os biofilmes são responsáveis pela maior parte das contaminações na indústria alimentícia, são resultantes de falhas no processo de higienização e se aderem à superfície de equipamentos utilizados para o processamento de alimentos resultando numa fonte crônica de contaminação por patógenos, fato que compromete a qualidade do alimento, podendo causar riscos à saúde do consumidor, além de acarretar prejuízos devido à deterioração precoce desses produtos. Na indústria petrolífera e naval a biocorrosão gerada por biofilmes representa 20% dos casos de corrosão e resultam em um prejuízo de aproximadamente 60 bilhões de dólares por ano. Estes custos estão relacionados à parada de atividades para manutenções e substituições de estruturas (VIANA, 2009).
  • 28. 15 Além da corrosão são responsáveis também pelo maior consumo de combustível, uma vez que sua formação aumenta a resistência ao movimento dos navios através da água (AZEVEDO et al., 2012). Dentre os micro-organismos que acarretam em problemas de saúde pública ou de ordem econômica, ressalta-se Pseudomonas fragi, Pseudomonas fluorescens, Micrococcus sp. e Enterococcus faecium. Entre os patogênicos pode-se citar Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica, Salmonella thyphimurium, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus cereus e Pseudomonas aeruginosa (KASNOWSKI et al., 2010). A melhor maneira de controlar os biofilmes é a prática adequada de certas condutas de higiene industrial a fim de eliminar resíduos e populações de micro-organismos, dificultando o início da formação desses. Para a prevenção deve-se fazer um planejamento adequado das superfícies dos equipamentos que estão em contato com os alimentos; o material empregado nos equipamentos deve apresentar uma elevada resistência à corrosão, ser de fácil limpeza; fazer uso de mais de um tipo de desinfetantes e/ou detergentes. Dado que condutas incorretas de higienização não levarão à eliminação nem ao menos à inativação daqueles micro-organismos aderidos à uma dada superfície (ESPER, 2011).
  • 29. 16 4.2.3 SAÚDE EM GERAL Recentemente, tem se reconhecido o importante papel do biofilme microbiano na medicina humana. Se por um lado biofilmes aderidos às células do trato gastrointestinal representam uma barreira contra microorganismos patógenos, por outro podem causar inúmeras doenças, estimase que 65% de todas as infecções bacterianas, como apresentado no Quadro 2, desenvolvidas em humanos envolvem esta estrutura (PEREDA, 2007). A formação de biofilmes em feridas como representado na Figura 5, pode causar um atraso no processo de cicatrização e está associada a sua cronicidade, a maioria desses pacientes necessitam de extensos tratamentos com antibióticoterapia devido ao aumento da resistência ao sistema imune do hospedeiro aos agentes antimicrobianos (MONTEIRO, 2012). Figura 5. Pé diabético, após amputação transmetatársica dos dedos com ferida crônica associada à formação de biofilme bacteriano. Fonte: SANTOS et al. (2013). Dentre as infecções bacterianas causadas por biofilmes mais conhecidas na atualidade estão a periodontite, cáries, otite, amigdalite crônica e endocardite infecciosa, além das infecções hospitalares que serão abordadas posteriormente.
  • 30. 17 Quadro 2. Algumas infecções humanas que envolvem biofilmes Doença/Infecção Espécies bacterianas envolvidas Cáries dentárias Cocos Gram-positivos acidogênicos, Streptococcus sp. Periodontite Bactérias negativas Otite média Haemophilus influenzae Amigdalite crônica Várias espécies Pneumonia/Fibrose cística Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia cepacia Endocardite Streptococcus grupo Staphylococcus sp Prostatite bacteriana E. coli e outras Gram-negativas orais anaeróbicas Gram- Viridans, Fonte: MONTEIRO (2012). O biofilme oral é possivelmente o mais estudado, a cavidade oral constitui um grande reservatório de bactérias que além de provocarem a formação de biofilmes na superfície do dente, podem também, influenciar o aparecimento de pneumonia. O biofilme oral se apresenta como agente determinante para a formação da cárie dentária e periodontopatias (TOASSI et al., 2002). O uso de próteses dentárias na substituição de dentes naturais é considerado um fator que propicia a adesão de micro-organismos, aumentando ainda mais as chances de formação da placa dental (PEREDA, 2007). Outra patologia causada por biofilmes muito estudada é a endocardite infecciosa, doença na qual bactérias orais podem cair na corrente corrente sanguínea e se alojar nas válvulas cardíacas, danificando-as (FIGURA 6). Entre os micro-organismos mais frequentemente isolados em pacientes com endocardite infecciosa estão Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus, Enterococcus e Streptococcus gordonii, estudos comprovam que essas bactérias tem a propriedade de ativar plaquetas, conduzindo a complicações trombóticas (ALMEIDA, 2009).
  • 31. 18 Figura 6. Endocardite bacteriana Fonte: GUIMARÃES (2012). A endocardite infecciosa carrega um alto risco de morbidade e mortalidade, cerca de 30% dos pacientes evoluem para o óbito, deve ser tratada com cirurgia para substituição da válvula infectada por uma prótese ou antibióticos (GUIMARÃES, 2012). Uma das complicações mais severas em pacientes com fibrose cística é a formação de biofilmes no tecido pulmonar. A fibrose cística é uma doença crônica de origem genética que acomete por volta de 70 mil pessoas no mundo. Ocorre uma elevação na espessura das secreções acarretando no bloqueio das passagens das vias respiratórias, dos ductos biliares e pancreático, aumentando a probabilidade de colonização bacteriana. As infecções nos pulmões são bastante frequentes e possuem um importante papel na morbidade e mortalidade dos indivíduos portadores da doença (FRIEDRICH, 2007). Essas infecções são geralmente acompanhadas por uma resposta inflamatória que conduz a uma lesão progressiva dos pulmões (AZEVEDO et al., 2012). De acordo com Marques (2011) Pseudomonas aeruginosa é o patógeno mais encontrado em pacientes portadores de fibrose cística com infecções pulmonares. Além deste, podem estar envolvidos também Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae. Segundo Singh et al. (2002) ao formar biofilmes, essas bactérias colonizam de modo permanente os pulmões de pacientes com fibrose cística, tornando-o dependente de uma antibioticoterapia severa, porém ineficaz em
  • 32. 19 muitos casos, estado séssil. pois não elimina o biofilme, somente algumas bactérias no
  • 33. 20 5. BIOFILMES NA INFECÇÃO HOSPITALAR A ocorrência de infecções nosocomiais representa um importante problema no Brasil e em todo o mundo. Estima-se que aproximadamente 5% das infecções hospitalares ocorrem frequentemente em alguns setores dos hospitais, como UTIs e centros de hemodiálise. Este fato é justificado pela presença de bactérias multirresistentes e potencialmente mais virulentas combinada à condição clínica dos pacientes, acamados por tempo prolongado, imunodeprimidos, com doenças graves que necessitam de monitoramento invasivo e uso de antibióticos de largo espectro (PADRÃO, 2010). Infecções hospitalares aumentam sensivelmente a frequência de complicações e sequelas, prolongam a permanência do paciente no hospital, reduzindo a oferta de leitos para o restante da população e aumentando os custos de atendimento. Além disso, para controlá-la é necessária a utilização de doses cada vez maiores de antimicrobianos que podem levar a uma resistência bacteriana (MARQUES et al., 2011). Embora o uso de cateteres intravenosos e de diálise, válvulas cardíacas, próteses vasculares, marca-passos, shunts de fluido cérebro-espinhal e tubos traqueais possibilitem uma maior sobrevida de milhares de pacientes ao redor do mundo, esses dispositivos apresentam um risco intrínseco de desenvolverem infecções associadas à formação de biofilmes em suas superfícies e representam um dos principais fatores para aumento dos casos de infecção hospitalar em pacientes críticos (AZEVEDO et al., 2012). Entre esses procedimentos, cateteres intravasculares, principalmente os venosos centrais (CVC), são os dispositivos invasivos mais utilizados para o tratamento de pacientes hospitalizados para a administração de soluções, medicamentos, sangue e derivados, bem como para a realização de cateterismo cardíaco, monitorização de status hemodinâmico e realização de hemodiálise, entre outros. A presença prolongada de cateteres representa uma fonte potencial de formação de biofilmes (FIGURA 7) gerando complicações infecciosas, tanto por infecções locais, quanto por sistêmicas (MARQUES, 2011). O principal fator de virulência relacionado à infecção associada à materiais médicos é a aderência bacteriana à superfície desses dispositivos com a consequente a formação de biofilme (SAGINUR et al., 2006).
  • 34. 21 A produção de substância extracelular polissacarídica permite que as células bacterianas se aglomerem em camadas, tornando-as menos acessíveis ao sistema de defesa do organismo e aos antimicrobianos (OLIVEIRA, 2011). Figura 7. Biofilme em cateter venoso central visualizado por microscopia eletrônica Fonte: PINHEIRO (2006). Em UTIs as doenças infecciosas estão entre as complicações mais prevalentes e estão relacionadas com maiores taxas morbidade e mortalidade além de aumento dos custos relacionados às internações e tratamentos. Estudos realizados em oito países incluindo Canadá e Israel, mostraram que aproximadamente um quarto dos pacientes internados em UTIs adquiriram infecção hospitalar. A mortalidade nos pacientes infectados foi quatro vezes maior que no grupo sem infecção (LISBOA et al., 2007). Angus et al. (2001) analisaram em seu estudo mais de 6 milhões de registros de altas hospitalares nos EUA e desses cerca de 751.000 (12,5%) apresentavam sepse grave anualmente, com mortalidade estimada de 28,6%. Não existe no Brasil um sistema para rastreamento e controle de infecção bem organizado, que possibilite uma obtenção adequada de dados para uma avaliação mais precisa das infecções nosocomiais em pacientes criticamente enfermos, que permita uma estimativa real da importância deste problema (LISBOA et al., 2007).
  • 35. 22 O ambiente hospitalar representa um grande reservatório de patógenos que podem ser transmitidos ao paciente tanto pela própria microbiota do paciente quanto por veículos, como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados, como equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos médicos (LEVY, 2004). As infecções do trato urinário são as infecções bacterianas mais comuns em nível hospitalar, sendo responsável por cerca de 30 a 40% das infecções nosocomiais, o risco de desenvolver uma ITU aumenta significativamente com a utilização de cateteres urinários, destinados a aliviar a retenção e incontinência urinária como indicado na Figura 8. Infecções de feridas cirúrgicas, pneumonia bacteriana associada ou não ao uso de ventilação mecânica e septicemia associada a cateter venoso central também são frequentes (PADRÃO et al., 2010). Figura 8. Representação de Cateter vesical Fonte: ZIEVE e DUGDALE (2012). Os principais agentes descritos como causadores de infecções nosocomiais e potenciais formadores de biofilmes são apresentados no Quadro 3. As bactérias gram negativas são predominantes, responsáveis por cerca de 60% das infecções nosocomiais, seguidos pelas gram positivas (21,8 a 33,2%) e por fungos (4,5 a 15,3%). Nos casos de infecção respiratória o
  • 36. 23 Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) seguido por P. aeruginosa e por Acinetobacter spp são os agentes mais frequentes, enquanto que nos casos de infecção urinária E. coli seguido por Pseudomonas spp são os mais comuns, já na septicemia os mais frequentes são MRSA, Pseudomonas spp e Klebsiella pneumoniae (AZEVEDO et al., 2012). Esses biofilmes podem ser formados por uma ou mais espécies microbianas dependendo da superfície onde está aderido e do tempo de permanência do artigo médico-hospitalar no paciente (PINHEIRO, 2006). Quadro 3. Agentes mais frequentes em infecções nosocomiais Patógeno Sítios comuns de isolamento Bactérias Gram-negativas Escherichia coli Trato urinário, feridas cirúrgicas, sangue Pseudomonas sp Trato urinário, trato respiratório, queimaduras Klebsiella sp Trato urinário, trato respiratório, feridas cirúrgicas Proteus sp Trato urinário, feridas cirúrgicas Enterobacter sp Trato urinário, trato respiratório, feridas cirúrgicas Serratia sp Trato urinário, trato respiratório, feridas cirúrgicas Bactérias Gram positivas Streptococcus sp Trato urinário, trato respiratório, feridas cirúrgicas Staphylococcus aureus Pele, feridas cirúrgicas, sangue Staphylococcus epidermidis Pele, feridas cirúrgicas, sangue Fungi Candida albicans Trato urinário, sangue outros Trato urinário, sangue, trato respiratório Fonte: LEVY (2004).
  • 37. 24 A estratégia mais efetiva para o tratamento de infecções relacionadas a biofilmes é a retirada do dispositivo contaminado aliada a uma longa terapia antibiótica, porém a prevenção é sempre a melhor medida a ser tomada. As medidas profiláticas incluem a higienização de todos os materiais de inserção bem como a correta higienização de todos os profissionais que manipulam esses materiais e que possuem contato com o paciente. Estratégias profiláticas que recorram ao uso de antibióticos devem ser evitadas a fim de evitar o agravamento da resistência microbiana (AZEVEDO et al., 2012). A hemodiálise é um procedimento de apoio à função renal que consiste na depuração de substâncias tóxicas do sangue por uma máquina de diálise, um procedimento que pode durar entre 2 e 4 horas, em frequência de 2 a 4 vezes por semana dependendo da gravidade do quadro clínico (THOMAS e ALCHIERI, 2005). Segundo o Censo Nacional da Sociedade Brasileira de Nefrologia o número de pacientes em tratamento de insuficiência renal no Brasil em 2007 era de 73.605, sendo 90,8% dependentes de hemodiálise. Esses pacientes possuem um alto risco de adquirir infecções devido ao sistema imune comprometido e à necessidade de frequentes punções de um local de acesso vascular para retirada do sangue para hemodiálise, o qual pode ser através de fístulas arteriovenosas, enxertos e cateteres permanentes ou temporários (TOKARS et al., 2002). As fístulas arteriovenosas consistem em um pequeno procedimento cirúrgico com a finalidade de ligar uma artéria à uma veia, criando um vaso periférico, mais resistente a punções repetidas, está representado na Figura 9. Figura 9. Representação de uma fístula arteriovenosa Fonte: PARK (2013).
  • 38. 25 O uso de cateteres vem substituindo às fístulas, apesar disso, representa um importante avanço tecnológico, o uso deste dispositivo está associado a um aumento no número de casos de complicações infecciosas da corrente circulatória, além de outras doenças infecciosas, como mostra a Tabela 1. Após a inserção, o cateter venoso entra em contato direto com o sangue, sua superfície é então revestida por plaquetas, plasma e proteínas, formando uma camada que facilita a colonização bacteriana e formação do biofilme (SANTOS et al, 2009). Por esse motivo o tratamento com antibióticos convencionais nessas condições geralmente não funciona (BIERNAT et al., 2008). Os microorganismos isolados com maior frequência nas hemoculturas de cateteres provêm da própria pele do paciente como microbiota da área de inserção do cateter ou são veiculadas pela equipe de saúde (Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativa - ECN). Já as bactérias gram-negativas são, geralmente, provenientes do ambiente hospitalar , sendo as mais prevalentes, Acinetobacter sp, Pseudomonas sp, Enterobacter sp e Klebsiella pneumoniae. Tabela 1. Comparativo de casos de bacteremia causada por várias espécies em pacientes com uso de cateteres e Fístulas Micro-organismos Cateteres Fístula arteriovenosa Staphylococcus aureus 32,1% Enterococcus spp 10,1% 4,7% Streptococcus spp 1,9% 5,2% Escherichia coli 2,9% 2,6% Klebsiella spp 3,9% 2,2% Pseudomonas spp 2,2% 2,2% 53% Fonte: Adaptado de TOKARS et al. (2002). Segundo registros do United States Renal Data System, infecção é a segunda maior causa de morte em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em diálise, a sepse contribui com 75% dessas mortes por infecção,
  • 39. 26 sendo muito mais comum nesses pacientes do que na população em geral (JABER, 2005). A Figura 10 demonstra a taxa anual de morte por sepse na população submetida à diálise e na população em geral, observa-se que a população submetida à diálise apresenta um considerável aumento do risco por sepse. Figura 10. Comparativo da taxa anual de morte por sepse entre a população com uso de diálise e população em geral. Fonte: JABER (2005). O uso de antibióticos sistêmicos nem sempre é capaz de combater a infecção por esse motivo, o paciente continua exposto às complicações ou infecções recorrentes. A maneira mais eficaz para eliminar o agente infeccioso seria a remoção do cateter, porém devido à dificuldade na obtenção do acesso venoso e os riscos envolvidos em um procedimento cirúrgico esse procedimento não é recomendado (NEVES et al., 2010). Tem sido proposta a utilização de um procedimento chamado lock-terapia que consiste no preenchimento do lúmen do cateter com compostos químicos e antibióticos, numa concentração de antibióticos 100 a 1.000 vezes superior à concentração inibitória mínima usada habitualmente para terapia sistêmica.
  • 40. 27 Biernat et al. (2008), demonstraram em seu estudo que a lock-terapia com associação de minociclina e EDTA previne de modo significativo a contaminação de cateteres de hemodiálise constituindo-se um alternativa efetiva para evitar sepse por cateter. Nessa associação o EDTA age de modo direto contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e fungos, removendo cálcio, magnésio e ferro da membrana celular, facilitando a passagem de agentes biocidas pela membrana celular bacteriana, além disso, o EDTA desestrutura o biofilme, afetando a parede microbiana e altera profundamente seu metabolismo, pois interfere diretamente na atividade de enzimas bacterianas envolvidas com a síntese de DNA. O diagnóstico de infecções relacionadas ao uso de cateter é muito difícil e deve levar em conta os sinais e sintomas do paciente, como a presença de dor, calor, edema, eritema e exsudato purulento próximo ao local de inserção do cateter, febre acima de 38 ºC, tremores, hipotensão e taquicardia aliados aos resultados obtidos a partir de testes microbiológicos (ROSS et al., 2006). Durante muito tempo a remoção do cateter para a realização de cultura foi considerada padrão-ouro para o diagnóstico desse tipo de infecção, porém os sinais e sintomas são pouco específicos, por esse motivo em muitos casos o diagnóstico dessas infecções é superestimado resultando na remoção desnecessária do cateter (STORTI, 2007). Tornou-se necessário, então o desenvolvimento de métodos para estabelecimento deste diagnóstico em que não fosse necessária a remoção do dispositivo, embora, ainda sejam utilizadas também técnicas em que sua retirada é necessária (SAFDAR, 2005). A técnica laboratorial mais amplamente utilizada é o método de Maki, Weise e Sarafin (1977) que consiste em uma cultura semi-quantitativa, na qual é realizado o rolamento de um segmento de aproximadamente cinco centímetros do cateter em placa de Agar Sangue e sua posterior incubação por 48 horas a 37°C (FIGURA 11). Após a incubação é realizada a contagem do número de colônias, o crescimento de 15 ou mais unidades formadoras de colônia (UFC), quando acompanhado de sinais e sintomas característicos é indicativo de infecção relacionada ao cateter. Em seguida cada colônia morfologicamente diferenciada é submetida à coloração de Gram, depois de identificada de maneira presuntiva, cada colônia é isolada e assim submetida às provas de identificação (ROSS et al., 2006).
  • 41. 28 Figura 11. Rolamento de cateter na técnica semi-quantitativa de Maki Fonte: REGO; MELO; LIMA (2013). Outro método que requer a retirada do cateter é a sonificação, uma técnica quantitativa. É realizada a imersão da ponta do cateter em caldo BHI, seguida por sonificação ou agitação por vórtex, após isso é realizada uma diluição seriada. É realizado então o cultivo de cada diluição em Ágar Sangue ou Ágar Chocolate seguido por incubação a 37°C por 24 à 48 horas. É considerada infecção relacionada ao uso de cateter um crescimento de 1000 UFC por mL ou mais. Esta técnica tem a vantagem de permitir o isolamento de agentes de ambas as faces do cateter (GUIMARÃES, 2004). Os resultados obtidos a partir das técnicas quantitativas e semiquantitativas, comparados na Figura 12, dependem do local de inserção do cateter, da metodologia utilizada e da fonte de colonização. Para um paciente em que o cateter foi recentemente inserido a técnica semi-quantitativa é mais sensível, pois inicialmente a colonização ocorre por micro-organismos da pele do paciente ao longo da superfície externa do cateter. Já pacientes que possuem cateteres com maior tempo de permanência a colonização pode ocorrer tanto na parte interna quanto na externa do dispositivo, sendo assim a técnica quantitativa a mais sensível (ANVISA, 2004).
  • 42. 29 Figura 12. Crescimento de colônias obtidas a partir das técnicas Quantitativa (A) e Semi-quantitativa (B). Fonte: REGO; MELO; LIMA (2013). Entre as técnicas conservadoras, ou seja, métodos que não envolvem a retirada do cateter destaca-se a técnica de hemoculturas pareadas, onde duas amostras de sangue são colhidas, sendo uma através do cateter e outra por punção venosa, preferencialmente antes da administração de antimicrobianos (MARGOTTO, 2010). A colheita destas amostras de sangue deve ser realizada obedecendo a técnicas estéreis para que se reduza ao máximo a probabilidade de contaminação (GARCEZ, 2012). A grande maioria dos laboratórios que ainda fazem uso de metodologias manuais, nas quais o sangue colhido é introduzido em frascos com meios de cultura comerciais, trata-se geralmente do caldo BHI ou caldo caseína digerida de soja (TSB) com anticoagulante polianetol sulfonato de sódio (0,025 a 0,05%). Deve-se manter a relação sangue/meio de cultura 1:10 para pacientes adultos e 1:5 para crianças (SILVA, 2006). O material é incubado em temperatura que varia entre 35°C e 37°C sob agitação periódica e inoculado em meio de cultura sólido a cada 24 horas por até sete dias, assim nos casos positivos, obtêm- se o crescimento de colônias isoladas que deverão ser coradas pelo método de Gram e identificadas através de provas especiais de identificação. Além dos subcultivos, deve ser realizada a verificação dos frascos diariamente à procura de sinais de turvação até o sétimo dia (ARAUJO, 2012). Essa análise pode ser realizada também por métodos automatizados, existem equipamentos capazes de realizar a detecção colorimétrica de gás
  • 43. 30 carbônico produzido pelo crescimento de micro-organismos, permitindo a detecção de uma grande variedade de bactérias e fungos. Os métodos automatizados possuem maior sensibilidade e menor possibilidade de contaminação das amostras em relação aos métodos manuais, entretanto é pouco utilizado atualmente pelo alto custo (MIRRETT et al., 2006).
  • 44. 31 6. CONCLUSÃO Com esta revisão de literatura foi possível conhecer a importância dos biofilmes em diversas áreas de atividade humana. Concluiu-se que biofilmes podem ser benéficos em diversos setores da indústria e do meio ambiente, onde desempenham papeis importantes na produção de alimentos e descontaminação de águas, entre outras utilidades apresentadas neste trabalho. Porém, os biofilmes podem ser extremamente maléficos também para a indústria onde causam contaminações e deterioração de equipamentos. Na área da saúde a formação de biofilmes está associada às infecções persistentes, pois ao se aderir a dispositivos médico-hospitalares, como cateteres e próteses, as bactérias ficam menos expostas à resposta imunitária do hospedeiro e menos suscetíveis aos antibióticos. A adesão de biofilmes nesses dispositivos representa grandes riscos aos pacientes e está relacionada ao aumento do número de casos de infecções nosocomiais, que levam às complicações no quadro do paciente bem como ao aumento dos custos e tempo de internação.
  • 45. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, L.S.B. et al. Profilaxia da endocardite infecciosa: Recomendações atuais da American Heart Association(AHA). Revista de Periodontia, v. 19, n. 4, p. 7-10, 2009. ANGUS, D.C. et al. Epidemiology of severe sepsis in the United States: analysis of incidence, outcome and associated costs of care. Crit Care Med, v. 29, n. 7, p. 1303-10, 2001. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Procedimentos laboratoriais: da requisição do exame à análise microbiológica. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_3_2004.pd f> Acesso em: 02 set. 2013. ARAUJO, M. R. E. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. Journal of Infection Control. v. 1, n. 1, p. 08-19, 2012. AZEVEDO, N. F.; CERCA, N. Biofilmes na saúde, no meio ambiente, na indústria. Braga: Publindústria, 2012. BERNARDES, F. S. Rizobactérias na indução de resistência sistemica em cultivos hidropônicos. Campinas, 2006. Dissertação (Mestrado em Agricultura tropical e subtropical)- Instituto agronômico, IAC, Campinas. BIERNAT, J. C. et al. Contaminação de Lúmen de Cateter de Hemodiálise: Prevenção e Tratamento com M-EDTA. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 30, n.2, p. 105-12, 2008. BOARI, C. A. et al. Formação de biofilme em aço inoxidável por Aeromonas hydrophila e Staphylococcus aureus usando leite e diferentes condições de cultivo. Revista de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 29, n. 4, p. 886895, 2008.
  • 46. 33 CAIXETA, D.S. Sanificantes químicos no controle de biofilmes formados por duas espécies de Pseudomonas em superfície de aço inoxidável. 2008. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola) – Universidade Federal de Lavras, Lavras. CAPELLETTI, R. V. Avaliação da atividade de biocidas em biofilmes formados a partir de fluido de corte utilizado na usinagem de metais. Campinas, 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Faculdade de Engenharia Química, UNICAMP, Campinas. CASALINI, J. Biofilmes microbianos na indústria de alimentos. 2008. Trabalho Acadêmico (Bacharelado em Química de Alimentos) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. COSTERTON, J. W.; STEWART, P. S.; GREENBERG, E. P. Bacterial Biofilms: A Common Cause of Persistent Infections. Science, v. 284, n. 5418, p. 131822, 1999. COSTERTON, J. W. et al. Bacterial biofilms in nature and disease. Annual Review of Microbiology, v. 41, p. 435-64, 1987. DEL POZZO, J.L.; ROUSE, M. S.; PATEL, R. Bioelectric effect and bacterial biofilms: a systematic review. Int. J. Artif. Organs, v. 31, n. 9, p. 786-9, 2008. DREESZEN, P. H. A chave para compreender e controlar o crescimento bacteriano em Sistemas de Água Potável Automatizados. Disponível em:< http://grupohumma.com.br/web/biblioteca/biofilme.pdf> Acesso em: 15 jul. 2013. EMBRAPA. Rizobactérias. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/ar vore/CONTAG01_53_210200792814.html>. Acesso em 22 jul. 2013
  • 47. 34 ESPER, L. M. R. Formação de biofilmes microbianos. In: V Simpósio Brasileiro de microbiologia aplicada, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/simposiomicro/esper.pdf> Acesso em 20 jun. 2013. FLACH, J.; KARNOPP, C.; CORÇÃO, G. Biofilmes formados em matéria-prima em contato com leite: fatores de virulência envolvidos. Acta Scientiae Veterinariae, v. 33, n. 3, p. 291-96, 2005. FRIEDRICH, D. C. Análise molecular de mutações frequentes em pacientes com suspeita clínica de Fibrose Cística. Porto Alegre, 2007. Dissertação (Pós- Graduação em Genética e Biologia Molecular) - Instituto de Biociências, UFRGS, Porto Alegre. GARCEZ, A. C. L. Perfil microbiológico e resistência bacteriana das hemoculturas da unidade de cuidados intensivos da unidade local de saúde do Alto-Minho. Porto, 2012. Dissertação (Mestrado em Microbiologia). Escola Superior de Biotecnologia, UCP, Porto. GUIMARÃES, J. Bactérias bucais podem formar coágulos sanguíneos. Disponível em: <http://tonimartins.blogspot.com.br/2012/05/bacterias-da-placadental-podem.html>Acesso em: 19 jun, 2013. GUIMARÃES, S. L. Utilização do acesso venoso profundo em pediatria no Instituto Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, 2004. Dissertação (Mestrado em Saúde da criança e da mulher)- Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ, Rio de Janeiro. JABER, B. L. Bacterial infections in hemodialysis pacients: Pathogeneses and prevention. Kidney international, v. 67, n. 6. p. 2508-19, 2005. KASNOWSKI, M. C. et al. Formação de biofilmes na industria de alimentos e métodos de validação de superfícies. Revista Científica eletrônica de medicina veterinária. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/veterinaria15/revisao/ANOIIIEDI15RL07.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2013.
  • 48. 35 KREPSKY, N.; SOBRINHO, F. S.; CRAPEZ, M. A. C. Biodetergentes para limpeza de petróleo. Revista Ciência Hoje, v. 38, n. 223, p. 70, 2006. LEVY, C. E. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde da ANVISA. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/introducao.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2013. LISBOA, T. et al. Prevalência de Infecção Nosocomial em Unidades de Terapia Intensiva do Rio Grande do Sul. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 19, n.4, p. 414 – 420, 2007. LUCCHESI, E. G. Desenvolvimento de sistema de obtenção de biofilmes in vitro e avaliação de sua susceptibilidade a biocidas. Campinas, 2006. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Faculdade de Engenharia Química, UNICAMP, Campinas. MACEDO, J.A.B. Biofilmes bacterianos, uma preocupação da indústria farmacêutica. Revista de Fármacos e medicamentos, v. 2, n. 7, p. 19-24, 2000. MACHADO, S. M. O. Avaliação do efeito antimicrobiano do surfactante cloreto de benzalcónio no controlo da formação de biofilmes indesejáveis. Braga, 2005. Dissertação (Mestrado em Tecnologia do Ambiente) - Universidade do Minho, Braga MAKI, D. G.; WEISE, C. E.; SARAFIN, H. W. A semiquantitative culture method for identifying intravenous-catheter-related infection. The New England Journal of Medicine, v. 296, n. 23, p. 1305-9, 1977. MARGOTTO, P. R. et al. Acesso vascular ao recém-nascido: Cateterismo de vasos umbilicais, cateterismo venoso central percutâneo e vias de administração de medicamentos. Disponível em: <http://www.paulomargotto.com.br/documentos/ACESSO%20VASCULAR.doc> Acesso em: 30 ago. 2013.
  • 49. 36 MARQUES, A. E. Perfil microbiológico na fibrose cística. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 10, n. 4, 2011. MARQUES, P. B. et al. Perfil bacteriano de cultura de ponta de cateter venoso central. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v.2, n.1, p. 53 – 58, 2011. MASCARENHAS, C. C. et al. Um estudo sobre os impactos dos biofilmes microbianos nas industrias. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/0762_0718_01.pdf> Acesso em: 05 jul. 2013. MENOITA, E. et al. Biofilmes: conhecer a entidade. Disponível em: < http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/revista/volume-1-numero-32012/biofilmes/> Acesso em: 30 jun. 2013. MIRRETT, S.; HANSON, K. E.; RELLER, L. B. Controlled Clinical Comparison of VersaTREK and BacT/ALERT Blood Culture Systems. Journal of Clinical Microbiology, v. 45, n. 2, p. 299-302. MONTEIRO, A. F. O Papel de altas concentrações de Na+ e Cl-na modulação de fatores de virulência por Burkholderia cenocepacia. Rio de Janeiro, 2012. Trabalho de conclusão de curso (Ciências Biológicas)- Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, UEZO, Rio de Janeiro. NEVES, M. A. et al. Infecções em cateteres venosos centrais de longa permanência: revisão da literatura. Jornal Vascular Brasileiro, v. 9, n. 1, p. 46- 50, 2010. OLIVEIRA, D. C. V. Produção de biofilme por Salmonella sp. Isolada de frango. Botucatu, 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Geral e Aplicada)Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu. O’TOOLE G.; KAPLAN H. B.; KOLTER R. Biofilm formation as microbial development. Annual Review Microbiology, v. 54, p. 49-79, 2000.
  • 50. 37 PADRÃO, M. et al. Prevalência de infecções hospitalares em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Clin Med. Rio de Janeiro. v. 8, n. 2, p. 125-8, 2010. PARK, J. H. Fístulas arteriovenosas para hemodiálise. Disponível em: < www.cirvascular.com/cirurgia-vascular/outros2/fistulas-arteriovenosas-parahemodialise/> Acesso em: 20 ago, 2013. PASTERNAK, J. Biofilmes: um inimigo (in) visível. Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. Disponível em: http://www.sbcc.com.br/es/revistas_pdfs/ed%2039/39-Biofilmes.pdf Acesso em: 02 abr. 2013. PEREDA, G. A. O. Avaliação do desenvolvimento das espécies de Candida spp. em biofilmes pré-formados por espécies de Streptococcus spp. e Staphylococcus aureus e sua inibição pela atividade antifúngica de extratos vegetais. Campinas, 2007. Dissertação (Mestrado em Biologia Oral) Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Piracicaba. PINHEIRO, S. Formação de biofilmes: um breve ensaio. Intravenous, v.6, n.16, p.2-3, 2006. REGO, R. S. M.; MELO, F.M.; LIMA, K. M. Isolamento de microrganismos de cateter venoso central através do método de Maki e Sonicação. Disponível em: < http://www.micologia.com.br/pdf/Sonicacao_e_Maki.pdf> Acesso em: 30 ago. 2013. RIBEIRO, W. A. Biolixiviação de minério de cobre da mina de Sossego, Pará. Araraquara, 2007. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia)- Instituto de Química de Araraquara, UNESP, 2007. ROSS, C. et al. Análise microbiológica de pontas de cateteres venosos centrais provenientes de pacientes internados no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina. Revista Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 27, n. 2, p. 117-123, 2006.
  • 51. 38 RUMJANEK, N. G. Quorum sensing em sistemas agrícolas. Disponível em:< http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio33/quorum.pdf> Acesso em: 12 jun. 2013. SAFDAR, N.; FINE, J. P.; MAKI, D. G. Meta-Analysis: Methods for Diagnosing Intravascular Device-Related Bloodstream Infection. Annals of Internal Medicine, v. 142, n. 6, p. 451-66, 2005. SAGINUR, R. et al. Multiple combination bactericidal testing of staphylococcal biofilms from implant-associated infections. Antimicrob Agents Chemother. v. 50, n. 1, p. 55-61, 2006. SANTOS, S. S. Investigação da presença e da formação de biofilmes por estafilococos em micro-usina de beneficiamento de leite. Jaboticabal, 2009. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Jaboticabal. SANTOS, V.; SANTOS A. S.; MENOITA, E. A abordagem de biofilmes em feridas: Estudos de caso. Disponível em: <http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/revista/volume2-edicao1janeiro2013/biofilmes-em-feridas/> Acesso em: 10 set. 2013. SILVA, A.R.B. Biofilmes e Lentes de Contacto. Porto, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa, UFP, Porto. SILVA, C. H. P. M.; LINS, A. P.; CRUZ, C. S. O. Elaboração de meio para hemocultura com resina inativadora de antibióticos e comparação laboratorial do meio desenvolvido com o meio bact/alert aerobic fan para a detecção de bacteriemia e fungemia em pacientes em uso de terapia antimicrobiana. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 38, n. 2, p. 99-106, 2006. SINGH, P. K. et al. A component of innate immunity prevents bacterial biofilm development. Nature, v. 417, n. 6888, p. 552-5, 2002.
  • 52. 39 STRATUL, S. et al. On the Molecular Basis of Biofilm Formation. Oral Biofilms and Systemic Infections. Timisoara Medical Journal, v. 58, n. 1, p. 118-123, 2008. SAFDAR, N.; FINE, J. P.; MAKI, D. G. Meta-Analysis: Methods for Diagnosing Intravascular Device-Related Bloodstream Infection. Annals of Internal Medicine, v. 142, n. 6, p. 451-66, 2005. STORTI, A. et al. Biofilme detectado em ponta de cateter venoso central por cultura usando método quantitativo. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 39, n. 3, p. 183-187, 2007. THOMAS, C. V. e ALCHIERI, J. C. Qualidade de vida, depressão e características de personalidade em pacientes submetidos à hemodiálise. Avaliação Psicológica, v. 4, n.1, p. 57-64, 2005. TOASSI, R. F. C; PETRY, P. C. Motivação no controle do biofilme dental e sangramento gengival em escolares. Revista Saúde Pública, v. 6, n. 5, p. 635637, 2002. TOKARS, J. I.; MILLER, E. R.; STEIN, G. New national surveillance system for hemodialysis-associated infections: Initial results. Am J Infect Control, v. 30, n. 5, p. 288-95, 2002. VIANA, M. G. Avaliação de Produtos naturais sobre biofilmes formados em sistema dinâmico. Natal, 2009. Dissertação (Mestrado em ciência e engenharia de petróleo)- Centro de Ciências Exatas e da Terra, UFRN, Natal. ZIEVE, D.; DUGDALE, D. C. Catheter-related UTI. Disponível em: <reidhosp.adam.com/content.aspx?productId=39&pid=1&gid=000483> Acesso em: 28 jun. 2013.