1. LPT : ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO
TEMPO PEDAGÓGICO
• Processos de aprendizagem da leitura e da
escrita, num contexto de usos e funções
sociais.
• Objetivo central do ensino da língua:
favorecer a conquista da capacidade de uso
da linguagem.
• Necessidade de usar linguagens variadas
em contextos diversos - meio de expressar e
comunicar ideias, interpretar e usufruir das
produções culturais.
2. • O trabalho escolar com os diferentes gêneros
textuais deve levar em conta certos critérios:
a)ao selecionar conteúdos
b)ao propor atividades linguísticas que contemplem o
escutar, o ler, o falar e o escrever.
•A organização dos conteúdos deve seguir o
movimento uso/reflexão/uso e deixar claro que a
utilização da linguagem é ponto de partida e também
de chegada do trabalho pedagógico com a língua
portuguesa.
3. Para pensar em organização do tempo
pedagógico, é necessário levar em conta as
diferentes modalidades didáticas para o ensino
de linguagem:
• projetos de leitura, escuta, e produção de
textos;
• as sequências de atividades e
• as atividades independentes.
4. Atividades independentes
• permanentes (habituais): leitura em voz alta
pelo professor, todo início de aula; roda de
leitores, com escolhas pessoais, uma vez a
cada quinze dias;
• ocasionais: quando selecionadas para dar
conta de um conteúdo eventualmente
considerado necessário: leituras esporádicas
de notícias do jornal; leitura de uma crônica
sobre um determinado tema em evidência
num momento específico.
5. Sequências de atividades ou
sequências didáticas de atividades são
organizadas para trabalhar determinado
conteúdo, quer seja discursivo, textual ou
gramatical:
sequências planejadas para se estudar
- as características de um determinado
gênero textual;
- os recursos linguísticos e estéticos
utilizados pelo autor, para a apresentação
do cenário em que se desenvolve um
conto; - certas características de
personagens;
- desenvolvimento do conflito até o
desfecho.
6. Projeto
as atividades que compõem essa modalidade
didática devem ser
• organizadas de forma sequenciada e
• orientadas para a elaboração de um produto final
que se destina a interlocutores e espaços de
circulação, que podem estar fora da sala de aula e
mesmo da escola.
7. Projetos envolvendo leitura e escrita:
• Organização de um seminário sobre a
utilização do “internetês” e seus
desdobramentos na comunicação do
cotidiano.
• Elaboração e gravação de um CD com
contação de lendas urbanas pesquisadas
pelos alunos.
• Elaboração e publicação de uma coletânea
de poemas de amor, no “varal poético”, num
determinado espaço na escola.
8. • Elaboração de uma publicação com resenhas de
diferentes obras de um autor, ou de vários autores
selecionados por determinado critério (por tema,
por momento histórico, por exemplo) uma análise
das principais características estéticas e
estilísticas, para ficar disponível na sala de leitura.
• Elaboração e publicação de uma coletânea de
contos de fadas modificados para o momento
histórico-cultural da atualidade.
9. • Elaboração e publicação de uma coletânea de
lendas de diferentes regiões brasileiras, ou de
São Paulo, ou de outros locais, reescritas ou
adaptadas pelos alunos.
10. A rotina de trabalho em sala de aula
• a organização da rotina de trabalho deve ser
equilibrada e as modalidades didáticas devem
ser selecionadas para possibilitar o
desenvolvimento de atividades com os
diferentes conteúdos de leitura e de produção
de textos, passando inclusive pela análise
linguística.
11. Sugestão de etapas para sequências
didáticas que envolvam leitura e
escrita:
• preparando o momento;
• aquecendo para a leitura;
• saboreando o texto;
• entrelaçando leituras coletivas;
• desdobramentos para outros momentos.
12. O objetivo é sugerir que as atividades de leitura
propostas ao aluno, quando este se debruça sobre um
texto literário, têm sempre de ser centradas no
significado mais amplo do texto, significado que não
se confunde com o que o texto diz, mas reside no
modo como o texto diz o que diz. Nesse sentido, é
necessário que os elementos do texto selecionado
como gerador de atividades levem o aluno a observar
mais de perto procedimentos realmente relevantes
para o significado geral do texto.
Marisa Lajolo
13. Preparando o momento: observar mais de perto
procedimentos relevantes para o significado geral do texto
Aquecendo para a leitura: estimular os alunos a fazer
antecipações sobre o texto a ser lido. Essas antecipações
serão verificadas após a leitura.
Saboreando o texto: leitura em voz alta, ou silenciosa,
do professor para os alunos, com os alunos.
Entrelaçando leituras coletivas: compartilhar as
leituras, sentimentos, opiniões.
Desdobramentos para outros momentos/produção
escrita.
14. A seleção de textos e a organização das
atividades
-Uma questão de bom senso?
Os critérios de seleção e utilização dos textos com
propósitos pedagógicos devem considerar sempre:
• a complexidade do gênero;
• o nível de dificuldade da atividade em relação ao
gênero;
• a familiaridade dos alunos com o gênero;
• a adequação do conteúdo do texto ao nível de
conhecimento dos alunos e às necessidades da
classe.
15. O lugar da leitura do texto literário
A proposta do desenvolvimento da disciplina
Leitura e Produção de Textos (LPT), com
duas aulas semanais, na grade curricular do ciclo
II do Ensino Fundamental, foi concebida na
perspectiva de uma contribuição para o
letramento literário
16. Destaques:
• Necessidade de se chamar a atenção para o
valor da literatura e sua função social, bem como
para as relações possíveis entre literatura e
educação.
• Concentração de esforços na formação de
leitores literários e na constituição de uma
comunidade de leitores e produtores de textos
que sejam capazes de atender às demandas das
diferentes esferas comunicativas da sociedade.
17. • A escola deve fazer a escolarização da
literatura, com a leitura das obras e, não
apenas, das informações teóricas ou críticas
a respeito do autor, ou do texto.
• Os livros falam por si mesmos?
• Ler é um ato solitário?
•Não existem palavras para expressar o que
sentimos quando lemos um texto literário...
18. Compartilhar sentidos construídos a partir
da leitura é um convite a explorar a obra
sob vários aspectos e participar da
ampliação dos horizontes de interpretação e
de escolhas de leituras.
19. Propostas de produção textual
é necessário
• prever que os alunos sejam capazes de
coordenar procedimentos, muitas vezes,
complexos, relacionados tanto com o
planejamento do que querem expressar,
quanto da própria escrita;
• estabelecer comandos e fornecer
orientações que deixem clara a proposta.
20. Planejamento
Ao planejar a rotina
semanal/quinzenal/mensal/bimestral, é
preciso que o professor leve em conta
certos critérios e organize as
atividades de modo a garantir o ler, o
ouvir, o falar, o escrever de memória,
o criar, o reescrever, o revisar.
21. Os ambientes propícios
• às práticas de leitura
• à produção textual
acervo circulante
com planejamento e organização, a própria
sala de aula pode se transformar em local
privilegiado.
22. Os livros e a leitura
A escola deve favorecer a relação com os livros e
com a leitura, pois é o espaço que deve garantir o
acesso à cultura letrada. Não se pode deixar de
lado, a importância de “ler para alguém” ou “contar
histórias”.
Socializar as leituras realizadas com os colegas, em
rodas de leitura, para expressar-se oralmente e
compartilhar com os outros o que se leu, o que se
sentiu, o que se descobriu, as opiniões.
23. A decodificação é apenas um dos
procedimentos que se utiliza para ler. Há outras
estratégias utilizadas para que o leitor construa
o significado daquilo que lê: seleção,
antecipação, inferência, verificação.
O leitor competente utiliza todas as estratégias
quase que ao mesmo tempo.
24. As estratégias de seleção permitem que o leitor
mantenha-se atento apenas aos indícios que
lhe são úteis para decifrar o texto escrito.
As estratégias de antecipação, com base em
informações explícitas e em suposições,
permitem que o leitor tenha condições de
prever o que poderá encontrar em um texto. O
gênero, o autor, o título, por exemplo, podem
ajudar o leitor a antecipar significados.
25. As estratégias de inferência permitem ao
leitor captar o que não aparece
explicitamente no texto. O texto, em seu
contexto, apresenta pistas que articuladas
aos conhecimentos que o leitor já possui,
possibilitam que ele infira significados.
As estratégias de verificação permitem
confirmar ou não as hipóteses formuladas.
26. Produzir bons textos é resultado da leitura de
muitos textos diferentes, mas é também fruto da
possibilidade de pensar e trocar ideias sobre
outros textos lidos e sobre a própria produção
textual.
27. O trabalho pedagógico para a produção de
textos deve estar apoiado em certas
referências:
• um amplo repertório de textos lidos ou
ouvidos é condição para se escrever textos;
• além do repertório de leitura, há
necessidade de ensinar a organizar o texto e
observar como é possível escrever as
mesmas coisas de maneira diferente;
28. • as propostas de produção de textos devem
ser contextualizadas, funcionais e
significativas;
• é necessário incentivar a elaboração de
rascunhos, bem como guardá-los para
analisar o percurso de construção do texto,
para favorecer a compreensão de que todo
texto é provisório;
• produzir textos próprios depende da
possibilidade de operar com textos
produzidos por outras pessoas.
29. Escrever, revisar, reescrever
Para quem? Para quê? O quê? Onde vai publicar?
Isto significa que quando alguém escreve deve
considerar:
•a quem o texto se destina;
•a finalidade da produção;
•o que vai ser dito;
•o gênero: um poema, um conto, um relato, uma
crônica, uma carta, uma notícia, um cartaz;
•o portador: um livro, o mural, o caderno.
•todos os aspectos relacionados à escrita:
coerência, adequação da linguagem, gramática,
ortografia, pontuação;
•a necessidade de revisão e de reescrita.
30. Algumas sugestões de atividades que
podem compor uma sequência
• reescrever ou parafrasear textos lidos;
• escrever uma notícia policial, a partir da leitura
de um conto de mistério;
• produzir textos a partir de outros lidos: por
exemplo um bilhete ou email que um
personagem de uma crônica teria escrito a outro;
um trecho do diário de um personagem; uma
reportagem sobre o desfecho de um conto;
• planejar coletivamente a escrita de um conto, a
partir da sugestão de um enredo para que depois
cada aluno (ou grupo) escreva sua versão;
31. • transformar a trama original de um conto, a
partir de um ponto de vista diferente;
• compor novos textos com personagens e
acontecimentos de outros textos lidos;
• revisar e reescrever textos em parceria com
os colegas.