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EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
2  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
English Summary: 
Impacts of Economics of Deep Sea – A Hidden Economy?_SD16 – The deep sea is an environment inhospitable to humankind, 
and it should come as no surprise that it represents one of the least explored areas on Earth. The wealth of deep sea is unknown 
but it seems to have great potential for economics and important implications for countries’ national security. R&D must focus in 
developing deep sea technology since there are still many problems to explore the deepest zones in the ocean. One of the most 
discussed possibilities is the deep sea oil exploration. It could not be excluded the hypothesis that ultra deep onshore exploration 
could question established paradigms, in particular about oil exploration. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os “DPP Scanning docs” são parte integrante do projecto “Horizon Scanning DPP”. 
Estes  documentos  organizam,  categorizam  e  analisam  forças  de  mudança  (tendências  pesadas,  tendências,  incertezas,  sinais 
fracos  e  wild  cards)  de  acordo  com  a  seguinte  taxonomia:  Ambiente;  Ciência  e  Tecnologia;  Economia;  Empresas;  Energia; 
Geopolítica; Política; Saúde; Sectores de Actividade; Sociedade e Estilos de Vida; Território. 
O projecto “Horizon Scanning DPP” é um processo sistemático de identificação, categorização e selecção de informação alertando 
para tendências, potenciais mudanças de paradigma, disrupções e temas emergentes que possam ser úteis para diferentes tipos 
de  objectivos,  aplicações  e  utilizadores/decisores,  encorajando‐os  a  antecipar  e  compreender  melhor  o  ambiente  externo  e  a 
forma como o mesmo interage e influencia as respectivas políticas e decisões estratégicas. 
Coordenação  do  projecto  “Horizon  Scanning  DPP”:  Paulo  Soeiro  de  Carvalho  (paulo@dpp.pt)  e  António  Alvarenga 
(antonio@dpp.pt).   
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   3 
1. Categoria: Incerteza 
 
2. Data: Agosto de 2010 
 
3. Tema: Economia / Sub‐tema: recursos naturais 
 
4.  Descrição: O deep sea é significativamente inóspito e desconhecido para a humanidade, sendo 
uma das áreas do Planeta Terra menos exploradas. Até agora apenas 1% dos fundos oceânicos foi objecto 
de  uma  exploração  relativamente  sistemática.  O  estado  da  arte  da  tecnologia  não  permite  ainda  um 
grande  aproveitamento  das  potencialidades  que  a  economia  do  deep  sea  (economia  dos  fundos 
oceânicos) oferece (a). 
O renovado interesse pelo mar, quer por parte da comunidade científica, quer por parte dos governos e 
das empresas, aponta, entre outros, para o valor económico e para questões de segurança nacional. No 
entanto, as verdadeiras potencialidades dos oceanos estão ainda por avaliar. A descoberta de produtos 
de  biotecnologia  ligados  ao  mar  e  as  novas  formas  de  vida  em  fontes  termais  oceânicas  indiciam  a 
existência de recursos marinhos até há pouco desconhecidos (b). 
Os fundos marinhos ou o fundo do mar (dos oceanos) é constituído por cinco camadas como é visível pelo 
gráfico 1:  
Gráfico 1 – Constituição do Fundo do Mar 
 
Fonte: Seasky 2009 (c). 
À luz dos conhecimentos e terminologia actual, a Zona Pelágica compreende a superfície do oceano até 
aos  200  metros  de  profundidade.  É  conhecida  como  a  “zona  do  sol”  e  é  a  que  absorve  mais  calor.  A 
camada seguinte corresponde à Zona Mesopelágica que vai dos 200 aos 1000 metros de profundidade. 
Muitas vezes denominada “zona intermédia (twilight zone)”, é uma zona em que a luz começa a diminuir 
e  surgem  criaturas  com  uma  luminosidade  especial,  podendo‐se  encontrar  os  peixes  mais  exóticos.  A 
camada seguinte designa‐se por Batyplagic Zone ou “zona escura (dark zone or midnight zone)” entre os 
1000 e os 4000 metros de profundidade. A única luz desta camada diz respeito à luz emitida pelos seres 
vivos que aí habitam. Nesta camada, a pressão é enorme e a maior parte dos peixes desta camada têm 
cor vermelha ou preta devido à falta de luz. A “Abyssopelagic Zone” também chamada de zona abissal vai 
dos 4000 aos 6000 metros de profundidade. A temperatura da água é praticamente de zero graus e não 
há luz. Aqui residem alguns invertebrados e corresponde a cerca de três quartos do fundo do oceano. 
Finalmente a “camada proibida” ou Hadalpelagic Zone a partir dos 6000 metros de profundidade. A maior 
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
4  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP” 
parte das vezes está relacionada com fendas onde a água é gelada e a pressão enorme. Mesmo a esta 
profundidade é possível encontrar certas espécies de invertebrados. 
Segundo o Departamento da Marinha dos EUA em 2006, o (ultra) deep sea corresponde à última camada 
do oceano. As explorações realizadas até agora limitam‐se à zona Mesopelágica.  
A progressão para o fundo do mar leva a uma redução da luminosidade deixando de ser possível realizar a 
fotossíntese. Devido a isto, durante muito tempo assumiu‐se que a vida no fundo do mar era escassa, sem 
condições para a subsistência dos seres vivos. Mas, descobertas recentes salientaram a importância de 
comunidades complexas de organismos nos sedimentos do fundo do mar, as quais têm a particularidade 
de viverem sem realizarem a fotossíntese (c). 
A  grande  profundidade  é  muito  difícil  a  exploração  dos  oceanos  sem  meios  mecânicos.  Os 
microrganismos que vivem em águas muito profundas são muito difíceis de analisar, uma vez que uma 
tentativa de os estudar em laboratório implica retirá‐los da água, e ao fazer isso, como as condições da 
pressão atmosférica se alteram completamente, podem simplesmente explodir.  
Sendo  os  oceanos  o  habitat  natural  de  milhares  de  microrganismos  com  funções  importantíssimas  ao 
nível da absorção das emissões de CO2, do combate às alterações climáticas e do tratamento de diversas 
doenças, tem‐se verificado um aumento progressivo do número de patentes registadas relacionadas com 
recursos  marinhos  (gráficos  2  e  3)  (d).  No  entanto,  o  registo  destas  patentes  pode  proporcionar  uma 
apropriação legal de recursos que se encontram fisicamente localizados em Zonas Económicas Exclusivas 
(ZEE) distintas daqueles que registaram a patente. Essa eventual apropriação pode levantar questões de 
“biopirataria” e de “legalidade” das descobertas. 
O aprofundamento do conhecimento dos fundos marinhos permite o desenvolvimento de uma base de 
dados oceanográficos, base para um sistema de monitorização e gestão integrada do oceano. 
Gráficos 2 e 3 – Recursos energéticos marinhos, patentes e evolução sectorial 
 
Fonte: El País, 2009 (e) 
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   5 
O  deep  e  o  ultra  deep  offshore  estão  em  desenvolvimento.  Por  exemplo,  a  descoberta  de  mais  uma 
enorme  jazida  de  petróleo  em  águas  profundas,  no  Golfo  do  México,  pela  BP  (mapa  1)  (f)  parece 
corroborar  a  hipótese  de  haver  estratos  Deep  and  Ultra  Deep  com  elevadas  jazidas  de  petróleo.  A 
descoberta no Golfo do México reforça a expectativa em torno do Deep Off‐shore, em particular no mar 
brasileiro onde se discutiu o novo “marco regulatório da exploração de petróleo no pré‐sal”, onde a Galp 
detém interesses estratégicos (mapa 2) (g). 
Mapa 1 – A exploração de petróleo no Golfo do México 
 
Mapa 2 – As Reservas do Pré‐sal na Costa Brasileira 
 
Fonte: elaborado com base em Petrobras citado por Finantial Times e Estadão 2009 (f) e (g) 
 
Naturalmente,  este  tipo  de  exploração  tem  custos  elevados  tendo  em  conta  que  terão  que  ser  feitos 
progressos  tecnológicos  que  viabilizem  a  sua  extracção  física.  Mas  a  concretizarem‐se,  além  de 
adicionalmente  porem  em  causa  o  paradigma  do  peak  oil  –  mas  não  do  peak  oil  barato  –,  levantam 
interrogações quanto ao grau de viabilidade de fontes alternativas de energia. Estas deverão desenvolver‐
se mas condicionadas pelos custos de exploração do petróleo “deep”.  
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
6  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP” 
5. Palavras‐chave:  deep  sea,  plataforma  continental,  I&D,  matérias‐primas,  minerais,  oceanos, 
fundos marinhos, sustentabilidade, petróleo, pré‐sal, ultra‐deep oil, mar, economia do mar, economia, 
energia, ambiente, sustentabilidade, recursos naturais 
 
6. Indicadores de alerta: 
 
• Número de patentes em recursos marinhos 
• Programas comunitários e nacionais em exploração oceânica 
• Descoberta / explorações do deep offshore oil (particularmente no Golfo do México e no pré‐sal 
no Brasil) 
 
7. Impactos potenciais:  
As  dificuldades  de  exploração  descritas  (ver  4.Descrição)  associadas  ao  grande  potencial  dos  fundos 
marinhos, constitui um forte impulso para a I&D e uma evolução tecnológica acentuada, por exemplo, no 
que toca a novos medicamentos, patentes e recursos minerais. 
Na  exploração  de  jazidas  de  petróleo  em  águas  profundas  os  impactos  são  extremamente  relevantes, 
podendo mesmo pôr em causa a ideia do fim do paradigma energético baseado no petróleo. Favorece a 
emergência  de  potências  energéticas/económicas  como  o  Brasil  e  áreas  como  o  Árctico  e  a  própria 
Antárctida poderão ser cada vez mais objecto de disputa e de exploração. 
Naturalmente  correm‐se  riscos  ambientais  sérios  com  a  manutenção  do  paradigma  energético 
petrolífero. Contudo, não é de excluir que o próprio desenvolvimento tecnológico mitigue (pelo menos) 
os efeitos negativos ambientais (h). 
A exploração do deep sea e o melhor conhecimento dos oceanos irão pôr em causa, com elevada certeza, 
os  paradigmas  actuais  relacionados  com  os  conceitos  das  condições  necessárias  à  vida  e  às  fontes  de 
energia. A exploração Deep and Ultra Deep de Petróleo poderá fazer perdurar por muito mais tempo o 
actual paradigma energético (embora o seu elevado custo viabilize outras fontes). 
No que toca a Portugal, a sua “área marítima” é vastíssima, podendo conter jazidas viáveis. A actividade 
de  investigação  e  desenvolvimento  (I&D)  tem  no  domínio  dos  oceanos  uma  oportunidade  enorme  de 
exploração  e  de  afirmação  de  Portugal  a  nível  internacional.  A  Extensão  da  Plataforma  Continental 
Portuguesa,  caso  venha  a  concretizar‐se  em  2013/2014,  permitirá  uma  projecção  internacional  de 
Portugal  muito  significativa,  dando‐lhe  mais  know  how  e  visibilidade  em  conhecimento  e  capacidade 
científico‐tecnológica  em  questões  de  economia  do  mar,  I&D  dos  oceanos  e  fundos  marinhos  e  das 
ciências do mar em geral (vd SD17: “A Extensão da Plataforma Continental: uma Oportunidade para a 
Economia Portuguesa?”). 
 
8. Exposição à Força de Mudança: 
 
Se  considerarmos  que  a  economia  do  deep  sea  faz  parte  do  desenvolvimento  do  Cluster  do  Mar  as 
oportunidades de exploração são muito significativas e podem transformar a base económica de um país 
ou  de  uma  região.  Os  domínios  /  sectores  de  actividade  abrangidos  por  um  cluster  deste  tipo  e  que 
poderiam  ter  sinergias  com  a  exploração  do  deep  off‐shore  incluem,  nomeadamente:  construção, 
reparação  naval  e  transporte  marítimo,  segurança  e  controle  marítimo,  exploração  dos  recursos  do 
offshore, portos e investigação do mar, entre outros. Todos os actores ligados à energia também estão 
particularmente expostos. 
   
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   7 
9. Drivers e Inibidores: 
 
• Forte ritmo de crescimento económico internacional (driver) 
• Valorização político‐económica do desenvolvimento da economia do mar numa escala relevante 
(driver) 
• Orientação  da  I&D  para  a  exploração  de  novas  actividades  económicas  nos  domínios  da 
biotecnologia e da saúde (driver) 
• Reforço  da  ideia  da  exploração  do  mar  como  essencial  para  garantir  o  reforço  da  soberania 
nacional (driver) 
• Aposta na formação / investigação no âmbito das ciências e das tecnologias do mar (driver) 
• Crescente limitação na oferta petrolífera com base na exploração tradicional (driver) 
• Rápido crescimento e competitividade de fontes de energia alternativas ao petróleo (inibidor) 
• Dificuldades de exploração dos fundos marinhos devido, entre outros, ao aumento da pressão e à 
falta de oxigénio à medida que aumenta a profundidade (inibidor) 
• Despoletar de conflitos originados pela apropriação dos fundos marinhos (por exemplo, ao nível 
da delimitação territorial e ou patentes) (inibidor) 
• Riscos ambientais (inibidor) 
 
10. Principais Actores / Stakeholders: 
 
A  OPEP  (Organização  dos  Países  Exportadores  de  Petróleo)  influencia  fortemente  os  mercados 
petrolíferos, agrupando doze países: Argélia, Angola, Equador, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, 
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. 
Os  quadros  seguintes  identificam  algumas  das  principais  empresas  petrolíferas  e  centros  de  I&D  com 
relevância para o deep off‐shore. 
 
Quadro 1 – Empresas Produtoras de Petróleo com Investimentos Significativos no deep off‐shore 
(exemplos) 
 
International Oil Companies (IOCs)  País Origem IOCs 
Exxon Mobil Corporation  EUA 
BP plc Reino Unido 
Royal Dutch Shell plc  Países Baixos 
 
National Oil Companies (NOCs),  País Origem NOCs 
Saudi Aramco  Arábia Saudita 
Pemex  México 
PDVSA  Venezuela 
National Iranian Oil Company  Irão 
Sonangol  Angola 
GALP Portugal 
 
National Oil Companies (NOCs) com autonomia
estratégica e operacional 
País Origem 
Petrobrás  Brasil 
Statoil  Noruega 
Fonte: elaborado com base nos sites das empresas e DOE 2009 (i) e (j) 
 
   
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
8  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP” 
Quadro 2 – Centros de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Oceanos e Fundos Marinhos 
(exemplos) 
 
Centros I&D  País Origem 
Marine Technology Center  Japão 
China Ocean Mineral Resources R & D Association China 
Institut Océanographique, Monaco  Mónaco 
Deep Sea Conservation Coalition  Austrália 
Greenpeace  Países Baixos 
Nações Unidas  EUA 
Instituto Hidrográfico  Portugal 
IPIMAR (INRB)  Portugal 
Fonte: elaborado com base nos sites dos centros de I&D 2009 (e) 
 
11. Horizonte temporal: em curso e com um impacto possivelmente muito mais forte daqui a 10 a 20 
anos. 
 
12. Probabilidade: média, com forte incerteza no que se refere à dimensão e ao timing dos impactos 
estruturais na economia. 
 
13. Fontes1
: 
 
(a) Matias, N: “o cluster do mar. Uma nova tramontana?”, 2005; (3) 
(b) Matias, N: “O mar um oceano de oportunidades para Portugal”, Cadernos Navais, nº 13 – Abril – Junho 
2005: “…o mar tem, à semelhança do que acontece por exemplo com as florestas, um valor não traduzível 
directamente em actividades de mercado, “bens sem mercado”, ou seja, o somatório do “valor recreativo 
das actividades que propicia” com o “valor dos seus benefícios cénicos” e com o “valor da sua capacidade 
de  assimilação  dos  fluxos  de  resíduos”…da  valorização  da  propriedade  situada  na  frente  de  mar 
relativamente à que fica longe dele, ou do processamento de CO2 e de outros resíduos”; (3) 
(c) Sea and Sky: http://www.seasky.org/deep‐sea/ocean‐layers.html; (1) 
(d) El País: “Guerra de patentes en el fondo marino – los científicos se lanzan a registrar organismos de los 
oceanos  para  desarrollar  aplicaciones  médicas  o  energéticas.  Pero  la  apropriación  de  elementos  de  la 
natureza es vista como una nueva biopiratería”, 20 de Outubre 2009; (2) 
(e)  sites  dos  centros  I&D  em  oceanos  e  fundos  marinhos:  IPIMAR  ‐
http://www.inrb.pt/ipimar/investigacao/unidade‐de‐investigacao‐de‐recursos‐marinhos‐e‐
sustentabilidade/projectos‐de‐ied‐em‐curso/sumario‐management‐and‐monitoring‐of‐deep‐sea‐
fisheries‐and‐stocks‐;  Marine  Technology  Center  ‐  http://www.jamstec.go.jp/jamstec‐
e/maritec/amt/amt2.html;  China  Ocean  Mineral  Resources  R  &  D  Association  ‐
http://www.comra.org/english/eindex.html;  Deep  Sea  Conservation  Coalition  ‐
http://www.savethehighseas.org/; Greenpeace ‐ http://www.greenpeace.org/international/contactus; (3) 
(f) Ed Crooks ‐ Financial Times –“BP discovers ‘giant’ US oilfield: BP the UK energy group, has discovered a 
“giant” oilfield in the Gulf of Mexico that shows a new frontier opening up for US oil production.(…The 
Tiber‐1  well  reached  a  total  depth  of  10,685  meters,  the  deepest  well  ever  drilled  by  the  oil  industry. 
Several  oil‐bearing  reservoirs  were  found  in  the  Lower  Tertiary  exploratory  objective.  The  preliminary 
exploratory  assessment  of  the  results  points  to  a  large  oil  discovery….,  segundo  o  comunicado  da 
Petrobras  sobre  esta  descoberta)  ‐  http://www.ft.com/cms/s/0/9604b684‐97ad‐11de‐a927‐
00144feabdc0.html, 2 September 2009; (2) 
                                                                 
1
 É utilizada a seguinte tipologia para classificar as fontes: marginais ou fringe (1); generalistas ou mainstream (2); 
especializadas ou expert (3). 
EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16 
Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   9 
(g)  Leonardo  Goy;  Tânia  Monteiro  ‐  ESTADÃO.COM.BR.  ‐  “Estatal  do  pré‐sal  poderá  gerir  áreas 
estratégicas, diz Lobão ‐ Segundo ministro, empresa que será criada pelo governo vai administrar áreas 
em  que  haja  grandes  reservas”  http://www.estadao.com.br/economia/not_eco403723,0.htm,  16  de 
julho de 2009, 14:11; (2) 
(h) Pallab Ghos ‐ BBC News: “Engineering Earth 'is feasible’: A UK Royal Society study has concluded that 
many  engineering  proposals  to  reduce  the  impact  of  climate  change  are  "technically  possible"  ‐ 
http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8231387.stm, 1 September 2009; (2) 
(i)  sites  de  empresas  petrolíferas:  Exxon  Mobil  ‐  http://www.exxonmobil.com/corporate/;  BP  ‐ 
http://www.bp.com/bodycopyarticle.do?categoryId=1&contentId=7052055;  Shell  ‐
http://www.shell.com/ (3) 
(j) US Energy Information Administration: “Who are the major players supplying the world oil market?” ‐ 
http://tonto.eia.doe.gov/energy_in_brief/world_oil_market.cfm; (3) 
(k)  Estrutura  de  Missão  para  a  Extensão  da  Plataforma  Continental  ‐ 
http://www.emepc.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=69&lang=pt ; (3) 
(l)  Abreu,  Bruno:  http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1428806:  “Descobertas 
espécies que vivem na escuridão do mar: uma equipa internacional de cientistas está a catalogar espécies 
marinhas que vivem a grandes profundidades. A novidade é que já registaram mais de 23 mil espécies. 
Entre as mais estranhas encontram‐se um polvo de dois metros que recebeu o nome de Dumbo por ter 
barbatanas  em  forma  de  orelha  e  uma  minhoca  que  se  alimenta  de  petróleo…no  âmbito  do  Projecto 
Censo da Vida Marinha.”, 24 de Novembro de 2009; (2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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As  ideias  expressas  nesta  publicação  são  da  exclusiva  responsabilidade  dos  respectivos  autores,  não  traduzindo  qualquer  posição  oficial  do 
Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais. 
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  • 1.               EVOLU “ECON   Scanners:  (jeag@dpp. Reviewer: Antón                               D UÇÃO  NOMIA  Susana  Esc .pt)  nio Alvarenga (an DPP  E  IMP ESCON cária  (susan tonio@dpp.pt)  Sca PACTOS NDIDA? na.escaria@       nni S  DO  ?”_SD1 dpp.pt)  com ng D DEEP  16  m  o  contr Docs OFF‐SH ributo  de  s  HORE:  José  Amar     Agosto 2010  UMA  al  Gomes 
  • 2. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  2  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”                                        English Summary:  Impacts of Economics of Deep Sea – A Hidden Economy?_SD16 – The deep sea is an environment inhospitable to humankind,  and it should come as no surprise that it represents one of the least explored areas on Earth. The wealth of deep sea is unknown  but it seems to have great potential for economics and important implications for countries’ national security. R&D must focus in  developing deep sea technology since there are still many problems to explore the deepest zones in the ocean. One of the most  discussed possibilities is the deep sea oil exploration. It could not be excluded the hypothesis that ultra deep onshore exploration  could question established paradigms, in particular about oil exploration.                            Os “DPP Scanning docs” são parte integrante do projecto “Horizon Scanning DPP”.  Estes  documentos  organizam,  categorizam  e  analisam  forças  de  mudança  (tendências  pesadas,  tendências,  incertezas,  sinais  fracos  e  wild  cards)  de  acordo  com  a  seguinte  taxonomia:  Ambiente;  Ciência  e  Tecnologia;  Economia;  Empresas;  Energia;  Geopolítica; Política; Saúde; Sectores de Actividade; Sociedade e Estilos de Vida; Território.  O projecto “Horizon Scanning DPP” é um processo sistemático de identificação, categorização e selecção de informação alertando  para tendências, potenciais mudanças de paradigma, disrupções e temas emergentes que possam ser úteis para diferentes tipos  de  objectivos,  aplicações  e  utilizadores/decisores,  encorajando‐os  a  antecipar  e  compreender  melhor  o  ambiente  externo  e  a  forma como o mesmo interage e influencia as respectivas políticas e decisões estratégicas.  Coordenação  do  projecto  “Horizon  Scanning  DPP”:  Paulo  Soeiro  de  Carvalho  (paulo@dpp.pt)  e  António  Alvarenga  (antonio@dpp.pt).   
  • 3. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   3  1. Categoria: Incerteza    2. Data: Agosto de 2010    3. Tema: Economia / Sub‐tema: recursos naturais    4.  Descrição: O deep sea é significativamente inóspito e desconhecido para a humanidade, sendo  uma das áreas do Planeta Terra menos exploradas. Até agora apenas 1% dos fundos oceânicos foi objecto  de  uma  exploração  relativamente  sistemática.  O  estado  da  arte  da  tecnologia  não  permite  ainda  um  grande  aproveitamento  das  potencialidades  que  a  economia  do  deep  sea  (economia  dos  fundos  oceânicos) oferece (a).  O renovado interesse pelo mar, quer por parte da comunidade científica, quer por parte dos governos e  das empresas, aponta, entre outros, para o valor económico e para questões de segurança nacional. No  entanto, as verdadeiras potencialidades dos oceanos estão ainda por avaliar. A descoberta de produtos  de  biotecnologia  ligados  ao  mar  e  as  novas  formas  de  vida  em  fontes  termais  oceânicas  indiciam  a  existência de recursos marinhos até há pouco desconhecidos (b).  Os fundos marinhos ou o fundo do mar (dos oceanos) é constituído por cinco camadas como é visível pelo  gráfico 1:   Gráfico 1 – Constituição do Fundo do Mar    Fonte: Seasky 2009 (c).  À luz dos conhecimentos e terminologia actual, a Zona Pelágica compreende a superfície do oceano até  aos  200  metros  de  profundidade.  É  conhecida  como  a  “zona  do  sol”  e  é  a  que  absorve  mais  calor.  A  camada seguinte corresponde à Zona Mesopelágica que vai dos 200 aos 1000 metros de profundidade.  Muitas vezes denominada “zona intermédia (twilight zone)”, é uma zona em que a luz começa a diminuir  e  surgem  criaturas  com  uma  luminosidade  especial,  podendo‐se  encontrar  os  peixes  mais  exóticos.  A  camada seguinte designa‐se por Batyplagic Zone ou “zona escura (dark zone or midnight zone)” entre os  1000 e os 4000 metros de profundidade. A única luz desta camada diz respeito à luz emitida pelos seres  vivos que aí habitam. Nesta camada, a pressão é enorme e a maior parte dos peixes desta camada têm  cor vermelha ou preta devido à falta de luz. A “Abyssopelagic Zone” também chamada de zona abissal vai  dos 4000 aos 6000 metros de profundidade. A temperatura da água é praticamente de zero graus e não  há luz. Aqui residem alguns invertebrados e corresponde a cerca de três quartos do fundo do oceano.  Finalmente a “camada proibida” ou Hadalpelagic Zone a partir dos 6000 metros de profundidade. A maior 
  • 4. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  4  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”  parte das vezes está relacionada com fendas onde a água é gelada e a pressão enorme. Mesmo a esta  profundidade é possível encontrar certas espécies de invertebrados.  Segundo o Departamento da Marinha dos EUA em 2006, o (ultra) deep sea corresponde à última camada  do oceano. As explorações realizadas até agora limitam‐se à zona Mesopelágica.   A progressão para o fundo do mar leva a uma redução da luminosidade deixando de ser possível realizar a  fotossíntese. Devido a isto, durante muito tempo assumiu‐se que a vida no fundo do mar era escassa, sem  condições para a subsistência dos seres vivos. Mas, descobertas recentes salientaram a importância de  comunidades complexas de organismos nos sedimentos do fundo do mar, as quais têm a particularidade  de viverem sem realizarem a fotossíntese (c).  A  grande  profundidade  é  muito  difícil  a  exploração  dos  oceanos  sem  meios  mecânicos.  Os  microrganismos que vivem em águas muito profundas são muito difíceis de analisar, uma vez que uma  tentativa de os estudar em laboratório implica retirá‐los da água, e ao fazer isso, como as condições da  pressão atmosférica se alteram completamente, podem simplesmente explodir.   Sendo  os  oceanos  o  habitat  natural  de  milhares  de  microrganismos  com  funções  importantíssimas  ao  nível da absorção das emissões de CO2, do combate às alterações climáticas e do tratamento de diversas  doenças, tem‐se verificado um aumento progressivo do número de patentes registadas relacionadas com  recursos  marinhos  (gráficos  2  e  3)  (d).  No  entanto,  o  registo  destas  patentes  pode  proporcionar  uma  apropriação legal de recursos que se encontram fisicamente localizados em Zonas Económicas Exclusivas  (ZEE) distintas daqueles que registaram a patente. Essa eventual apropriação pode levantar questões de  “biopirataria” e de “legalidade” das descobertas.  O aprofundamento do conhecimento dos fundos marinhos permite o desenvolvimento de uma base de  dados oceanográficos, base para um sistema de monitorização e gestão integrada do oceano.  Gráficos 2 e 3 – Recursos energéticos marinhos, patentes e evolução sectorial    Fonte: El País, 2009 (e) 
  • 5. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   5  O  deep  e  o  ultra  deep  offshore  estão  em  desenvolvimento.  Por  exemplo,  a  descoberta  de  mais  uma  enorme  jazida  de  petróleo  em  águas  profundas,  no  Golfo  do  México,  pela  BP  (mapa  1)  (f)  parece  corroborar  a  hipótese  de  haver  estratos  Deep  and  Ultra  Deep  com  elevadas  jazidas  de  petróleo.  A  descoberta no Golfo do México reforça a expectativa em torno do Deep Off‐shore, em particular no mar  brasileiro onde se discutiu o novo “marco regulatório da exploração de petróleo no pré‐sal”, onde a Galp  detém interesses estratégicos (mapa 2) (g).  Mapa 1 – A exploração de petróleo no Golfo do México    Mapa 2 – As Reservas do Pré‐sal na Costa Brasileira    Fonte: elaborado com base em Petrobras citado por Finantial Times e Estadão 2009 (f) e (g)    Naturalmente,  este  tipo  de  exploração  tem  custos  elevados  tendo  em  conta  que  terão  que  ser  feitos  progressos  tecnológicos  que  viabilizem  a  sua  extracção  física.  Mas  a  concretizarem‐se,  além  de  adicionalmente  porem  em  causa  o  paradigma  do  peak  oil  –  mas  não  do  peak  oil  barato  –,  levantam  interrogações quanto ao grau de viabilidade de fontes alternativas de energia. Estas deverão desenvolver‐ se mas condicionadas pelos custos de exploração do petróleo “deep”.  
  • 6. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  6  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”  5. Palavras‐chave:  deep  sea,  plataforma  continental,  I&D,  matérias‐primas,  minerais,  oceanos,  fundos marinhos, sustentabilidade, petróleo, pré‐sal, ultra‐deep oil, mar, economia do mar, economia,  energia, ambiente, sustentabilidade, recursos naturais    6. Indicadores de alerta:    • Número de patentes em recursos marinhos  • Programas comunitários e nacionais em exploração oceânica  • Descoberta / explorações do deep offshore oil (particularmente no Golfo do México e no pré‐sal  no Brasil)    7. Impactos potenciais:   As  dificuldades  de  exploração  descritas  (ver  4.Descrição)  associadas  ao  grande  potencial  dos  fundos  marinhos, constitui um forte impulso para a I&D e uma evolução tecnológica acentuada, por exemplo, no  que toca a novos medicamentos, patentes e recursos minerais.  Na  exploração  de  jazidas  de  petróleo  em  águas  profundas  os  impactos  são  extremamente  relevantes,  podendo mesmo pôr em causa a ideia do fim do paradigma energético baseado no petróleo. Favorece a  emergência  de  potências  energéticas/económicas  como  o  Brasil  e  áreas  como  o  Árctico  e  a  própria  Antárctida poderão ser cada vez mais objecto de disputa e de exploração.  Naturalmente  correm‐se  riscos  ambientais  sérios  com  a  manutenção  do  paradigma  energético  petrolífero. Contudo, não é de excluir que o próprio desenvolvimento tecnológico mitigue (pelo menos)  os efeitos negativos ambientais (h).  A exploração do deep sea e o melhor conhecimento dos oceanos irão pôr em causa, com elevada certeza,  os  paradigmas  actuais  relacionados  com  os  conceitos  das  condições  necessárias  à  vida  e  às  fontes  de  energia. A exploração Deep and Ultra Deep de Petróleo poderá fazer perdurar por muito mais tempo o  actual paradigma energético (embora o seu elevado custo viabilize outras fontes).  No que toca a Portugal, a sua “área marítima” é vastíssima, podendo conter jazidas viáveis. A actividade  de  investigação  e  desenvolvimento  (I&D)  tem  no  domínio  dos  oceanos  uma  oportunidade  enorme  de  exploração  e  de  afirmação  de  Portugal  a  nível  internacional.  A  Extensão  da  Plataforma  Continental  Portuguesa,  caso  venha  a  concretizar‐se  em  2013/2014,  permitirá  uma  projecção  internacional  de  Portugal  muito  significativa,  dando‐lhe  mais  know  how  e  visibilidade  em  conhecimento  e  capacidade  científico‐tecnológica  em  questões  de  economia  do  mar,  I&D  dos  oceanos  e  fundos  marinhos  e  das  ciências do mar em geral (vd SD17: “A Extensão da Plataforma Continental: uma Oportunidade para a  Economia Portuguesa?”).    8. Exposição à Força de Mudança:    Se  considerarmos  que  a  economia  do  deep  sea  faz  parte  do  desenvolvimento  do  Cluster  do  Mar  as  oportunidades de exploração são muito significativas e podem transformar a base económica de um país  ou  de  uma  região.  Os  domínios  /  sectores  de  actividade  abrangidos  por  um  cluster  deste  tipo  e  que  poderiam  ter  sinergias  com  a  exploração  do  deep  off‐shore  incluem,  nomeadamente:  construção,  reparação  naval  e  transporte  marítimo,  segurança  e  controle  marítimo,  exploração  dos  recursos  do  offshore, portos e investigação do mar, entre outros. Todos os actores ligados à energia também estão  particularmente expostos.     
  • 7. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   7  9. Drivers e Inibidores:    • Forte ritmo de crescimento económico internacional (driver)  • Valorização político‐económica do desenvolvimento da economia do mar numa escala relevante  (driver)  • Orientação  da  I&D  para  a  exploração  de  novas  actividades  económicas  nos  domínios  da  biotecnologia e da saúde (driver)  • Reforço  da  ideia  da  exploração  do  mar  como  essencial  para  garantir  o  reforço  da  soberania  nacional (driver)  • Aposta na formação / investigação no âmbito das ciências e das tecnologias do mar (driver)  • Crescente limitação na oferta petrolífera com base na exploração tradicional (driver)  • Rápido crescimento e competitividade de fontes de energia alternativas ao petróleo (inibidor)  • Dificuldades de exploração dos fundos marinhos devido, entre outros, ao aumento da pressão e à  falta de oxigénio à medida que aumenta a profundidade (inibidor)  • Despoletar de conflitos originados pela apropriação dos fundos marinhos (por exemplo, ao nível  da delimitação territorial e ou patentes) (inibidor)  • Riscos ambientais (inibidor)    10. Principais Actores / Stakeholders:    A  OPEP  (Organização  dos  Países  Exportadores  de  Petróleo)  influencia  fortemente  os  mercados  petrolíferos, agrupando doze países: Argélia, Angola, Equador, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar,  Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.  Os  quadros  seguintes  identificam  algumas  das  principais  empresas  petrolíferas  e  centros  de  I&D  com  relevância para o deep off‐shore.    Quadro 1 – Empresas Produtoras de Petróleo com Investimentos Significativos no deep off‐shore  (exemplos)    International Oil Companies (IOCs)  País Origem IOCs  Exxon Mobil Corporation  EUA  BP plc Reino Unido  Royal Dutch Shell plc  Países Baixos    National Oil Companies (NOCs),  País Origem NOCs  Saudi Aramco  Arábia Saudita  Pemex  México  PDVSA  Venezuela  National Iranian Oil Company  Irão  Sonangol  Angola  GALP Portugal    National Oil Companies (NOCs) com autonomia estratégica e operacional  País Origem  Petrobrás  Brasil  Statoil  Noruega  Fonte: elaborado com base nos sites das empresas e DOE 2009 (i) e (j)       
  • 8. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  8  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”  Quadro 2 – Centros de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Oceanos e Fundos Marinhos  (exemplos)    Centros I&D  País Origem  Marine Technology Center  Japão  China Ocean Mineral Resources R & D Association China  Institut Océanographique, Monaco  Mónaco  Deep Sea Conservation Coalition  Austrália  Greenpeace  Países Baixos  Nações Unidas  EUA  Instituto Hidrográfico  Portugal  IPIMAR (INRB)  Portugal  Fonte: elaborado com base nos sites dos centros de I&D 2009 (e)    11. Horizonte temporal: em curso e com um impacto possivelmente muito mais forte daqui a 10 a 20  anos.    12. Probabilidade: média, com forte incerteza no que se refere à dimensão e ao timing dos impactos  estruturais na economia.    13. Fontes1 :    (a) Matias, N: “o cluster do mar. Uma nova tramontana?”, 2005; (3)  (b) Matias, N: “O mar um oceano de oportunidades para Portugal”, Cadernos Navais, nº 13 – Abril – Junho  2005: “…o mar tem, à semelhança do que acontece por exemplo com as florestas, um valor não traduzível  directamente em actividades de mercado, “bens sem mercado”, ou seja, o somatório do “valor recreativo  das actividades que propicia” com o “valor dos seus benefícios cénicos” e com o “valor da sua capacidade  de  assimilação  dos  fluxos  de  resíduos”…da  valorização  da  propriedade  situada  na  frente  de  mar  relativamente à que fica longe dele, ou do processamento de CO2 e de outros resíduos”; (3)  (c) Sea and Sky: http://www.seasky.org/deep‐sea/ocean‐layers.html; (1)  (d) El País: “Guerra de patentes en el fondo marino – los científicos se lanzan a registrar organismos de los  oceanos  para  desarrollar  aplicaciones  médicas  o  energéticas.  Pero  la  apropriación  de  elementos  de  la  natureza es vista como una nueva biopiratería”, 20 de Outubre 2009; (2)  (e)  sites  dos  centros  I&D  em  oceanos  e  fundos  marinhos:  IPIMAR  ‐ http://www.inrb.pt/ipimar/investigacao/unidade‐de‐investigacao‐de‐recursos‐marinhos‐e‐ sustentabilidade/projectos‐de‐ied‐em‐curso/sumario‐management‐and‐monitoring‐of‐deep‐sea‐ fisheries‐and‐stocks‐;  Marine  Technology  Center  ‐  http://www.jamstec.go.jp/jamstec‐ e/maritec/amt/amt2.html;  China  Ocean  Mineral  Resources  R  &  D  Association  ‐ http://www.comra.org/english/eindex.html;  Deep  Sea  Conservation  Coalition  ‐ http://www.savethehighseas.org/; Greenpeace ‐ http://www.greenpeace.org/international/contactus; (3)  (f) Ed Crooks ‐ Financial Times –“BP discovers ‘giant’ US oilfield: BP the UK energy group, has discovered a  “giant” oilfield in the Gulf of Mexico that shows a new frontier opening up for US oil production.(…The  Tiber‐1  well  reached  a  total  depth  of  10,685  meters,  the  deepest  well  ever  drilled  by  the  oil  industry.  Several  oil‐bearing  reservoirs  were  found  in  the  Lower  Tertiary  exploratory  objective.  The  preliminary  exploratory  assessment  of  the  results  points  to  a  large  oil  discovery….,  segundo  o  comunicado  da  Petrobras  sobre  esta  descoberta)  ‐  http://www.ft.com/cms/s/0/9604b684‐97ad‐11de‐a927‐ 00144feabdc0.html, 2 September 2009; (2)                                                                    1  É utilizada a seguinte tipologia para classificar as fontes: marginais ou fringe (1); generalistas ou mainstream (2);  especializadas ou expert (3). 
  • 9. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”   9  (g)  Leonardo  Goy;  Tânia  Monteiro  ‐  ESTADÃO.COM.BR.  ‐  “Estatal  do  pré‐sal  poderá  gerir  áreas  estratégicas, diz Lobão ‐ Segundo ministro, empresa que será criada pelo governo vai administrar áreas  em  que  haja  grandes  reservas”  http://www.estadao.com.br/economia/not_eco403723,0.htm,  16  de  julho de 2009, 14:11; (2)  (h) Pallab Ghos ‐ BBC News: “Engineering Earth 'is feasible’: A UK Royal Society study has concluded that  many  engineering  proposals  to  reduce  the  impact  of  climate  change  are  "technically  possible"  ‐  http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8231387.stm, 1 September 2009; (2)  (i)  sites  de  empresas  petrolíferas:  Exxon  Mobil  ‐  http://www.exxonmobil.com/corporate/;  BP  ‐  http://www.bp.com/bodycopyarticle.do?categoryId=1&contentId=7052055;  Shell  ‐ http://www.shell.com/ (3)  (j) US Energy Information Administration: “Who are the major players supplying the world oil market?” ‐  http://tonto.eia.doe.gov/energy_in_brief/world_oil_market.cfm; (3)  (k)  Estrutura  de  Missão  para  a  Extensão  da  Plataforma  Continental  ‐  http://www.emepc.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=69&lang=pt ; (3)  (l)  Abreu,  Bruno:  http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1428806:  “Descobertas  espécies que vivem na escuridão do mar: uma equipa internacional de cientistas está a catalogar espécies  marinhas que vivem a grandes profundidades. A novidade é que já registaram mais de 23 mil espécies.  Entre as mais estranhas encontram‐se um polvo de dois metros que recebeu o nome de Dumbo por ter  barbatanas  em  forma  de  orelha  e  uma  minhoca  que  se  alimenta  de  petróleo…no  âmbito  do  Projecto  Censo da Vida Marinha.”, 24 de Novembro de 2009; (2)                                         
  • 10. EVOLUÇÃO E IMPACTOS DO DEEP OFF‐SHORE: UMA “ECONOMIA ESCONDIDA?”_SD16  10  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais ‐ Projecto “Horizon Scanning DPP”                                                            As  ideias  expressas  nesta  publicação  são  da  exclusiva  responsabilidade  dos  respectivos  autores,  não  traduzindo  qualquer  posição  oficial  do  Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais.  DPP ‐ Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais (MAOT)  www.dpp.pt