Este documento fornece sugestões pedagógicas para o desenvolvimento da alfabetização de crianças. Ele discute:
1) As quatro hipóteses do processo de aquisição da linguagem escrita segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky - pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética;
2) Contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon e Paulo Freire para a compreensão deste processo;
3) Exemplos de atividades que podem ser us
5. Sugestões para avanço entre as hipóteses da
Psicogênese da Língua escrita segundo Emília
Ferreiro e Ana Teberosky.
Contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon e demais
teóricos para a aquisição da Linguagem Escrita.
6. • “Como a
construção de
sentido passa
pela afetividade,
é difícil reter algo
novo quando ele
não nos afeta.”
Laurinda Ramalho de Almeida
baseda em conceitos de Wallon
(Estudos recentes sobre a Neurociência)
7. • “Como professor
devo saber que
sem a
curiosidade que
me move,que me
inquieta ,que me
insere na
busca,não
aprendo nem
ensino.”
Paulo Freire em Pedagogia da autonomia
8. • “A leitura do mundo
precede a leitura da
palavra”.
Em “A Importância do Ato de Ler”.
• “Não há vida sem
correção, sem
retificação”.
• “Nós podemos
reinventar o mundo.
Mudar é difícil, mas
é possível
Em Pedagogia da Autonomia
9. • A criança, para Henri
Wallon, é
essencialmente
emocional e
gradualmente vai
constituindo-se em um
ser sócio-cognitivo. O
autor estudou a criança
contextualizada, como
uma realidade viva e
total no conjunto de seus
comportamentos, suas
condições de existência.
10. Para Vygotsky, a criança
nasce inserida num meio
social, que é a família, e é
nela que estabelece as
primeiras relações com a
linguagem na interação com
os outros. Nas interações
cotidianas, a mediação com
o adulto acontece
espontaneamente no
processo de utilização da
linguagem, no contexto das
situações imediatas.
11. Emília Ferreiro
A psicolinguista
argentina
desvendou os
mecanismos
pelos quais as
crianças
aprendem a ler e
escrever.
12. Ana Teberosky
A autora afirma que:
• “Acreditar que o
aluno pode aprender
é a melhor atitude de
um professor para
chegar a um
resultado positivo em
termos de
alfabetização.”
13. As autoras não
propõem nenhum
método
pedagógico, mas
revelam os
processos de
aquisição e
elaboração de
conhecimento pela
criança - ou seja,
de que modo ela
aprende.
14. Tanto as
descobertas
de Piaget
como as de
Emília levam
à conclusão
de que as
crianças têm
um papel
ativo no
aprendizado.
*Freire em Pedagogia da Autonomia
também aborda este aspecto
15. Segundo Piaget, cada salto cognitivo depende
de uma assimilação e de uma acomodação dos
esquemas internos, que necessariamente
levam tempo.
16. Adaptação:
O balanço entre assimilação e acomodação
• Assimilação: As
crianças colocam novos
eventos em esquemas
existentes. O indivíduo usa
as estruturas que já possui.
• Acomodação: A criança
cria um novo esquema
através do novo estímulo ou
modifica um estímulo já
existente de modo que o
novo possa ser incluído
nele.
17. É imprescindível que o professor alfabetizador
descubra o que cada aluno sabe sobre o
sistema de escrita. Isto permite que as
intervenções sejam adequadas à diversidade
de saberes da turma. (Diagnóstico)
18. Sondagem (Teste de níveis)
• É recomendável que seja
feita individualmente com
cada aluno.
• O teste deve constar de
quatro palavras do mesmo
grupo semântico e uma
frase.
• As palavras devem ser
ditadas por ordem
decrescente quanto ao
número de sílabas, ou
seja, polissílaba, trissílaba,
dissílaba e monossílaba.
19. EXEMPLOS E INSTRUÇÕES:
•
• Grupos semânticos: as As frases devem ser simples para
minimizar efeitos de tensão.
palavras devem estar
• Ao ditar as palavras, o professor
agregadas por uma unidade de não deve “silabá-las” (e-le-fan-te).
sentido para as crianças. Ex.:
• O som inicial não deve receber
• Corpo humano: cotovelo, ênfase (sssssssapo)
cabeça, boca e mão. Frase: O • A criança deve ter a impressão de
menino coçou a cabeça. que está realizando uma tarefa
• Materiais escolares: qualquer.
apontador, caneta, lápis e giz. • Ao término da escrita de cada
Frase: A caneta é azul. palavra, a criança pode ser
solicitada a ler o que escreveu.
• Animais: Elefante, girafa, sapo
Esta intervenção contribui para o
e boi. Frase: O sapo mora na diagnóstico preciso do professor.
lagoa.
21. Pré-silábica
Os alunos não percebem a escrita como uma
representação da língua falada.
É caracterizada por dois níveis:
22. Nível 1
Não estabelecem vínculo
entre a fala e a escrita.
Usam desenhos, garatujas e
rabiscos para escrever.
Supõem que a escrita
representa os objetos e não
seus nomes (coisas grandes
têm nomes grandes, coisas
pequenas têm nomes
pequenos). É o que
chamamos de Realismo
Nominal.
Usam letras do próprio nome
ou letras e números nas
palavras.
23. Nível 2
Começam a desvincular a
escrita das imagens e números
das letras.
Utilizam letras aleatórias,
geralmente presentes em seus
próprios nomes.
Constroem dois princípios
organizadores básicos:
1º: É preciso uma quantidade
mínima de letras para que algo
esteja escrito (em torno de três).
2º: É necessário que haja uma
variedade de caracteres para que
se possa ler.
24. Silábica
Já supõem que a escrita representa a fala.
Para cada sílaba oral, atribuem uma grafia.
Em frases, podem escrever uma letra para cada
palavra.
Também pode ser dividida em dois níveis:
25. Nível 1:
Silábico sem valor sonoro
Representam cada
sílaba por uma
única letra qualquer.
O que escrevem
ainda não tem
correspondência
com o som
convencional
daquela sílaba.
26. Érik, 5 anos.
As autoras relatam
que ele propõe,
sistematicamente,
tanto
CARACTERES
circulares como
sílabas para a
escrita.
27. Nível 2
Silábico com valor sonoro
Cada sílaba é
representada por
uma vogal ou
consoante que
expressa o seu som
correspondente.
Em geral
representada pela
vogal, mas não
exclusivamente.
28. Silábico-alfabética
A hipótese silábico-
alfabética
corresponde a um
período de transição.
A criança trabalha
simultaneamente com
as hipóteses silábica
e alfabética.
29. Alfabética
O aluno já
compreendeu o sistema
de escrita, entendendo
que cada um dos
caracteres da palavra
corresponde a um valor
sonoro menor do que a
sílaba.
Domina, ou não, as
convenções
ortográficas.
31. Brincadeiras, jogos e materiais manipulativos
como estímulo à aquisição da linguagem
• “Ao brincar, a criança se
mostra por inteira:
expressa suas emoções,
mostra a forma como
interage com os colegas
jogadores, evidencia seu
desempenho físico-motor,
seu estágio de
desenvolvimento, seu
nível linguístico, sua
formação moral.”
Fernanda Fornari Vidal
33. A importância do próprio nome
• “Saber escrever o próprio nome é um valioso
conhecimento que fornece às crianças um repertório
básico de letras que servirá de fonte de informação
para produzir outras escritas.”
*Referencial curricular nacional para a educação infantil
34. LISTAGEM DE
NOMES
Estimular os
alunos para que
cada um
reconheça o seu
próprio nome e
os nomes dos
colegas.
35.
36. ASPECTO SONORO DAS
LETRAS
• Quando ocorre a
identificação sonora,
os alunos começam a
compreender que a
escrita contém partes
sonoras da fala.
• As pseudoletras são
substituídas pela
aquisição dos
conceitos de grafema
e fonema.
50. CAIXA SURPRESA
A professora guarda um
objeto: brinquedo, material
escolar, bichos de pelúcia...
Os alunos tentarão adivinhar
o que tem na caixa através
das dicas dadas pela
professora.
Neste momento, vários
aspectos podem ser
observados: letra inicial,
som, função do objeto...
Esta atividade estimula
sobretudo a linguagem oral.
“A fala da criança é tão importante quanto
a ação para atingir um objetivo.”
Vygotsky
51. SORTEIO DE
LETRAS
O aluno sorteia uma
letra e pronuncia o
som, o nome da
letra e alguma
palavra iniciada por
ela.
Pode ser feita a
contagem de sílabas
através de palmas.
53. JOGO DAS INICIAIS
Escolher determinado
tema (animais,
brinquedos, doces,
material escolar,
personagens de
desenhos, fotos dos
colegas da turma...) e
para cada item, a
criança fará a relação
com a letra inicial.
55. MEU DICIONÁRIO
Os alunos
confeccionarão um
dicionário
ilustrado com
nomes e gravuras
retiradas de
revistas ou
desenhadas.
56. • A formação da memória é mais efetiva
quando a nova informação é
associada a um conhecimento prévio.
(Fruto de investigações neurológicas recentes sobre o funcionamento
cerebral.)
Revista Nova Escola junho/julho 2012
57. Desenhos infantis, filmes, cantigas, animais, frutas,
materiais escolares entre outros, são itens que
compõem o dia a dia dos nossos alunos!
72. ATIVIDADES ANTERIORES :
• Meu dicionário
• Atividades com rótulos
• Identificação de palavras em textos
• Ouvir e compreender histórias
• Reconhecer a letra inicial das palavras
• Desmembrar oralmente as palavras em
sílabas.
73. OUTRAS ATIVIDADES
• Contar o número de letras das palavras
• Pesquisa de palavras em jornais e revistas
• Listagem de palavras
• Reconhecer a forma e as posições dos
dois tipos de letras: cursiva e maiúscula.
• Completar as palavras com as sílabas
faltantes.
80. OUTRAS ATIVIDADES
• Leitura de textos de seu nível.
• Observação da segmentação de palavras
no texto.
• Construção de frases.
• Completar textos com palavras.
• Jogo do Stop.
• Leitura oral de histórias para a turma.
102. A g r a d e c i m e n t o s
• A Deus pelo Amor que há no coração dos que me cercam e
também no meu!
• À Secretaria Municipal de Educação: Professora
Supervisora Margareti e equipe por intensificarem o meu
interesse pela alfabetização e fornecerem, com toda a
dedicação, as bases deste trabalho.
• À Escola José Carlos Ferreira: diretora Magda, vice-diretora
Carla Merêncio e demais componentes da equipe pelo
apoio. Colegas professoras: Silvana, Vera Selenti, Rosane
Jardim, Neusa Baum, Isabel Toniolo, Sandra Cury, Carmen
Lúcia, Cátia Lopes, Michele Moscardini, Ana Beatriz e Vera
Righi pela cooperação e solicitude.
• Colega Divane.
• Às colegas que Deus me presenteou: mãe: Nelci Cunha,
irmãs: Maria Cristina e Rita Cilene Cunha e minha
professorara alfabetizadora Clenir Medronha que cultivaram
em meu coração a ideia de que não há vida sem educação!
103. Referências
• FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. 4 ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1991.
• FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. 26 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
• VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
• SALLA, Fernanda. Toda a atenção para a Neurociência. Nova Escola, ano XXVII, n° 253, pág. 48 – 55,
junho/julho 2012.
• QUESTÕES alfabetização. Disponível em
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/conhecer-nova-turma-431205.shtml.
Acesso em 04/06/2012.
• HIPÓTESES. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/teste-hipoteses-de-escrita-dos-
alunos.shtml. Acesso em 04/06/2012.
• NÍVEIS conceituais da escrita, modelos de slides, frases, imagens. Disponível em:
http://dc122.4shared.com/doc/upV0x813/preview.html
• http://www.slideshare.net/cmyamaral/apresentao-psicognese-da-lngua-escrita
• http://sabidinhosdaioio.blogspot.com.br/2011/04/niveis-conceituais-da-escrita.html
• http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/94/artigo252538-2.asp
• http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/debater-opinar-estimulam-leitura-escrita-
423497.shtml
• http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/
• http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com.br/2012/03/psicogenese-conhecer-teoria-para-usar.html
• http://lereescrevercerto.blogspot.com.br/2008/11/o-teste-das-quatro-palavras-e-uma-frase.html
• http://www.webartigos.com/artigos/pedagogia-da-autonomia-paulo-freire/25522/ Acessos em 05/06/12 e
10/09/2012.
• QUESTÕES de ensino-aprendizagem. Disponível em:
http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-
pedagogicas/PROCESSO%20ENSINO-
APRENDIZAGEM/osavancoseosdesafiosdarelacaoensino_aprendizagem.pdf. Acesso em 06/06/2012
• REFLEXÕES sobre o ensino. Disponível em http://www.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm . Acesso em
11/09/2012
• QUESTÕES sobre o Neoliberalismo. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiag/neoliberalismo.htm
Acesso em: 14/09/2012.