GRANDES BANCOS PRIVADOS DEVEM TER AVANÇO LENTO DO CRÉDITO, MAS ATIVOS MELHORAM NO 1TRI13
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08:08 GRANDES BANCOS PRIVADOS DEVEM TER AVANÇO LENTO DO CRÉDITO, MAS
ATIVOS MELHORAM NO 1TRI13
A matéria abaixo é republicação da enviada ontem às 19h32.
São Paulo, 18/04/2013 - O menor volume de provisões para devedores duvidosos, as chamadas
PDDs, e a continuidade da melhora dos ativos nos grandes bancos privados brasileiros não
foram suficientes para acelerar o ritmo de crescimento da oferta de crédito no primeiro trimestre
deste ano. Analistas consultados pelo Broadcast esperam expansão ainda limitada dos
empréstimos em função da fraca atividade econômica e ganhos limitados uma vez que as
margens e as receitas dessas instituições seguem pressionadas em meio aos juros reduzidos.
O crescimento da oferta de crédito nos pares privados deve ser, em geral, de um dígito, segundo
Andre Riva Gargiulo e Gilberto Tonello, do Grupo Bursátil Mexicano (GBM), com foco nas
carteiras de imobiliário, consignado (com desconto em folha). "Os bancos estatais continuam a
irrigar a economia com crédito, mas a enorme diferença nas taxas de crescimento em relação
aos privados deve ser gradualmente reduzida ao longo de 2013", avaliam eles, em relatório a
clientes.
Além da melhora do índice da inadimplência, outra boa notícia do resultado dos bancos privados
no primeiro trimestre é, de acordo com Mario Pierry, Tito Labarta e Marcelo Cintra, do Deutsche
Bank, o fato de as despesas operacionais seguirem controladas. Essas instituições também
devem continuar firmes na estratégia de diversificação de receitas para compensar as taxas de
juros mais baixas, contribuindo para uma melhor rentabilidade no futuro. "Os bancos estão
buscando otimizar receitar nas áreas de cartões e seguros para que o resultado não dependa
tanto da carteira de crédito", acrescenta ele, em entrevista ao Broadcast.
Bradesco
O Bradesco, primeiro grande banco privado a abrir seus números, deve apresentar lucro líquido
recorrente ajustado de R$ 3,044 bilhões no primeiro trimestre de 2013, aumento de cerca de 7%
ante igual intervalo do ano passado, de R$ 2,845 bilhões, segundo a média de 15 casas
consultadas pelo Broadcast (Bank of America Merrill Lynch, BES, BTG Pactual, Citigroup, Credit
Suisse, Deutsche Bank, GBM Brasil, Goldman Sachs, Itaú, JP Morgan, Raymond James, Safra,
Santander, UBS e Votorantim Corretora. A instituição divulga suas demonstrações financeiras na
próxima segunda-feira (22), antes do início do pregão.
Para analistas do mercado, o Bradesco deve apresentar os melhores resultados entre os pares
privados com forte crescimento das receitas de serviços. O crédito no primeiro trimestre deve ser
estimulado, segundo Gustavo Schroden e Mateus Renault, do BES, por empréstimos
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corporativos. Eles esperam crescimento de 2,4% da carteira na comparação trimestral e de
12,5% ante os três primeiros meses de 2012.
Já o BTG Pactual ressalta, em relatório a clientes, que a carteira de crédito do Bradesco deve
crescer apenas 1% na comparação trimestral e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) deve
ficar em 17%. "As margens devem ir bem, com pequena queda, de apenas 0,10%", acrescentam
eles no documento.
Santander
O espanhol Santander, segundo grande banco privado a divulgar resultados, deve aportar lucro
líquido gerencial de R$ 1,332 bilhão de janeiro a março deste ano, montante 24,6% inferior ao R$
1,766 bilhão registrado em 12 meses, conforme média de cinco instituições consultadas pelo
Broadcast (Bank of America Merrill Lynch, BES, Deutsche Bank, GBM, e Safra). A instituição
abre seus números no dia 25 de abril, antes da abertura do mercado.
"Esperamos um trimestre desafiador para o Santander com o lucro impactado pela pressão nas
margens, crescimento limitado do crédito e deterioração da qualidade dos ativos, ainda que num
ritmo mais lento do que nos outros trimestres", avalia Saul Martinez, do JP Morgan, em relatório a
clientes.
Segundo ele, a oferta de empréstimos no Santander deverá ter leve alta de 0,1% no primeiro
trimestre ante os três meses anteriores. Na comparação anual, a expansão projetada pelo JP
Morgan é de 6,5%.
Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco, que divulga seus números em 30 de abril antes da abertura do pregão, deve
apresentar lucro líquido recorrente de R$ 3,475 bilhões de janeiro a março deste ano, com base
na média de sete casas consultadas pelo Broadcast (Bank of America Merrill Lynch, BES, BTG,
Deutsche Bank, GBM, JPMorgan e Safra). A cifra é quase 2% menor que a de R$ 3,544 bilhões
registrada um ano antes.
Apesar da queda prevista, os analistas do Deutsche Bank não preveem recuo no ROE que deve
ficar em 18,2%. "A geração de receita deve permanecer lenta dado o crescimento fraco dos
empréstimos e maior pressão sobre margens, refletindo mudanças no mix das carteiras", avaliam
Pierry, Labarta e Cintra, do Deutsche Bank.
A carteira de crédito do Itaú no primeiro trimestre deve expandir-se 1,3% na comparação
trimestral e 6,8% em relação ao mesmo intervalo de 2012, segundo os analistas Jorg
Friedemann, Marcus Fadul, Jose Barria, do BofA Merrill Lynch. "As despesas sem incidência de
juros devem permanecer sob controle. Já as provisões e inadimplência devem cair
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sequencialmente", avaliam eles que esperam ainda que o Itaú se beneficie de uma taxa efetiva
de imposto mais baixa. (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com)