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A CRISE DE PARADIGMAS E OS MODELOS PARADIGMÁTICOS
EDUCACIONAIS: uma análise mediante a postura didática do docente1
Andréa Kochhann2
Ana Paula Arantes da Silva3
Ana Paula Costa Santos4
RESUMO: O presente artigo reflete as análises teóricas sobre o tema paradigmas
educacionais. O conceito de paradigma apresentado enquanto regras ou modelo a ser
seguindo, que predominou por mais de quatrocentos anos foi o cartesiano-newtoniano. Esse
paradigma passou a ser questionado por sua linearidade e mediante uma crise paradigmática,
o modelo holístico passa a compor os debates. Nesse paradigmática o processo de ensinagem
coloca o aluno como ator e autor de seu conhecimento, mediado pela postura docente.
PALAVRAS-CHAVE: Paradigma Cartesiano-Newtoniano. Crise paradigmática. Paradigma
Holístico. Postura docente.
ABSTRACT: This article reflects the theoretical analysis on the topic educational paradigms.
The concept of paradigm described as rules or model to be followed, which prevailed for over
four hundred years was the Cartesian-Newtonian. This paradigm began to be challenged by its
linearity and through a paradigmatic crisis, the holistic model becomes part of the discussion.
In this paradigm the process ensinagem puts the student as an actor and author their
knowledge, mediated teaching posture.
KEYWORDS: Cartesian-Newtonian Paradigm. Paradigmatic crisis. Holistic Paradigm.
Teaching posture.
INTRODUÇÃO
Pensar nos modelos educacionais, nos leva a refletir acerca de como se tem concebido
esses modelos já há muito tempo. Os modelos educacionais têm sido abordados por muitos
1 Artigo elaborado para as palestras ou mini cursos realizados pelo GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação
de Professores e Interdisciplinaridade, com base nos projetos de extensão e de pesquisa, vinculados à
Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos.
2 Pedagoga. Mestre em Educação. Professora efetiva em regime de dedicação exclusiva da Universidade
Estadual de Goiás – Câmpus São Luis de Montes Belos. Pesquisadora e Extensionista. Coordenadora do
GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
andreakochhann@yahoo.com.br
3 Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos. Bolsista
PBIC. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
anaarantes@hotmail.com
4 Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos. Bolsista
PBIC. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
paulastrond@hotmail.com
autores como capaz de atender os anseios e necessidades aos avanços históricos da nossa
sociedade, identificando-os como Novo Paradigma da Educação ou Novo Paradigma
Holístico, contrapondo-se ao Antigo Paradigma do Aprendizado, ou Antigo Paradigma
Cartesiano.
No processo de aprendizagem, torna-se importante que os educadores compreendam a
postura didático-metodológica, mediante aos modelos educacionais vigentes. Assim, é
necessário entender o significado das tendências paradigmáticas no processo de ensinagem.
Desse modo, o trabalho propõe discutir os modelos educacionais propostos nos paradigmas,
levando o leitor a entender as transformações advindas da sociedade.
Para isso, utilizaremos de linha teórica de Antonio da Costa Neto (2003), Maria
Cândida Moraes (2003), Pierre Weill (1993), Marilyn Ferguson (1980), Paulo Freire (1996),
Capra (1988), D’Ambrosio (1993), Edgar Morin (1987), Brandão (1982), Zaia Brandão
(1994), Weil (1990) e Marcondes (2002). Dessa forma, procura-se observar como os
paradigmas influenciaram nas mudanças educacionais, afim de, tratar as suas contribuições e
as exigentes mudanças de suas atuações.
Não se deve redirecionar a compreensão da educação e suas práticas pedagógicas, e
nem podemos acreditar em receitas e formulários prontos, mas indagar e provocar o senso
crítico. Porém, não podemos elucidar a verdadeira realidade, adaptando a cada momento e a
cada contexto histórico. No entanto, pretende-se expor que uma nova ideia só ocorrerá a partir
de uma outra ordem de valores, como firma Costa Neto (2003).
CONCEITUANDO O PARADIGMACARTESIANO-NEWTONIANO E A
CRISE DO MODELO
Para que possamos discutir sobre formação de professores ou metodologias de ensino
ou modelos didáticos pedagógicos é necessário a discussão sobre os modelos educacionais
que se apresentam pela concepção de paradigma. No que se refere ao conceito da palavra
paradigma, podemos discutir na concepção de Costa Neto (2003), como sendo uma
construção humana, sujeito a transformação, partindo de um posicionamento que leve a outras
soluções, carecendo, além do entendimento, da esperança de que é possível a mudança.
Para Costa Neto (2003, p. 36) “O paradigma é uma produção humana passível de
transformação, partindo para uma postura que leve a outros resultados, o que requer, além do
entendimento, a crença de que é possível.”. Diante disso, paradigma refere-se a modelos,
padrões que permite a explicação de certos aspectos da realidade, pondo fim a controversas a
respeito de determinados fundamentos.
O paradigma tornou-se um referencial para a estrutura do pensamento e um fator
determinante para a nossa postura perante a sociedade. Também articulou a nossa maneira de
pensar, ele norteia o nosso modo de trabalhar, a complexidade dos seus efeitos e causas,
também os seus processos e resultados. As tendências paradigmáticas tendem a introduzir não
só o conhecimento, mas também os seus valores, objetivos, razoes e metas.
No que diz respeito a evolução dos paradigmas, segundo Moraes (2003, p.32 e 33)
Antes de 1500, a visão de mundo que prevalecia na Europa da Idade Média (de 450 a
1400) e em grande parte do mundo era orgânica, que vivenciava os processos da
natureza em relações caracterizadas pela interdependência dos fenômenos materiais e
espirituais e na subordinação das necessidades individuais às da comunidade. A
estrutura científica que predominava nessa visão de mundo orgânica estava assentada
no naturalismo aristotélico e na fundamentação platônica-agostiniana, e depois
tomista, que consideravam de maior significância as questões referentes a Deus, à
alma humana e à ética.
Conforme a autora, na Idade Média a visão que prevalecia era a do mundo orgânico,
vivo, encantado e espiritual, que para o homem a realidade era sagrada, por ter sido
estabelecida por Deus, considerado o centro do universo, no período do Teocentrismo e por
conta disso cabia ao homem apreciar a sua criação. Também predominava a autoridade na
organização social, voltada para um respeito as autoridades, aos textos bíblicos e gregos, foi
um período com poucas inovações cientificas, devido as repressões sofridas pelo poder.
No entanto, a partir dos séculos XVI e XVII, essa visão de mundo começou a mudar,
de orgânica para uma visão de mundo-máquina. Essas transformações ocorreram por conta
das modificações na física e astronomia, fruto do pensamento de Descartes (1596-1650),
Newton (1642-1727) e Galilei (1564-1642). Também ocorreram transformações sociais,
fatores como o Renascimento; Antropocentrismo, quando o homem passou a ser o centro do
universo; Grandes navegações; Racionalismo, que surgiu da experimentação cientifica, entre
outras.
De acordo com Moraes (2003) com esse novo modelo, do homem como senhor do
mundo, ele poderia transforma a natureza, explorá-la, sendo que ela deveria servi-lo, como
escrava, tendo que obedecer e não seria mais vista como mãe nutridora. Para Capra (1988, p.
51) o objetivo do cientista era “extrair da natureza sob tortura, todos os seus segredos”, a
natureza passou a ser vista como um meio de exploração, perdeu a sua sacralidade a também a
sua inviolabilidade.
A partir das mudanças ocorridas com as transformações sociais, o mundo passou a ser
visto como uma máquina, foi introduzido o método científico de investigação, sendo este
defendindo e criado por Francis Bacon. O método valorizava a descrição matemática da
natureza. Para esse pensador seria necessário basear as experiências em fatos concretos,
chegando as leis e as causas. Conforme Moraes (2003, p.42)
O desenvolvimento da ciência moderna possibilitou grandes saltos evolutivos na
história das civilizações, traduzidos, entre outros aspectos, pela democratização do
conhecimento, pelo surgimento de técnicas extremamente eficazes para a construção
de novos conhecimentos e pela presença de um espirito científico de investigação
aberta e validação pública do conhecimento.
A ciência moderna provocou uma mudança radical na sociedade, também possibilitou
transições históricas, por conta da popularização do conhecimento. Os métodos científicos
que possibilitam a aquisição de novos conhecimentos e também por conta de novos
experimentos. Por conta dos acontecimentos, o pensamento tomou novos rumos. Criou-se
uma ciência limitada pelos sentidos, na qual poderia controlar e manipular os estudos.
Foi introduzido o paradigma cartesiano ou velho paradigma, o nome “cartesiano” veio
do teórico René Descartes (1596-1650), um filósofo, médico e matemático francês, e que foi
considerado o pai da ciência moderna porque finalizou a formulação filosófica que deu
sustentação para a criação dessa ciência, foi também o pai do Racionalismo moderno.
Descartes defendia que o conhecimento era adquirido pela intuição e dedução, por
meio do qual se tentava estabelecer o conhecimento baseado em alicerces sólidos, ele tinha a
dúvida como ponto fundamental do seu método analítico, pois indicava a decomposição do
pensamento em partes elementares, e dos problemas em uma ordem lógica. Por acreditar que
tudo deveria ser controlado e observado, concluiu que a essência da natureza humana
encontrar-se no pensamento e ele estava separado do corpo.
De acordo com Moraes (2003, p. 37) “[...] O universo material era uma máquina sem
vida e sem espiritualidade. A natureza funcionava de acordo com leis mecânicas exatas”. Para
esse modelo o universo poderia ser explicado pelas leis matemáticas e ser entendida pelas
suas partes, a matéria não estabelecia relação com a mente. Esse pensamento racional norteou
todas as teorias dos fenômenos naturais e observação cientifica até meados do século XX.
No entanto o teórico inglês Isaac Newton (1642-1727) estudioso da física, matemática,
filosofia, astronomia, entre outras ciências, completou o pensamento de Descartes, oferecendo
uma realidade para a visão de mundo-máquina perfeito. Isso foi possível após ele desenvolver
uma aperfeiçoada formulação matemática da concepção mecanicista da natureza, fez isso
através de uma sinopse das invenções de Bacon, Copérnico, Descartes, Galileu e Kepler.
O paradigma cartesiano trouxe uma visão antropocêntrica, com a predominância de
que o objetivo da ciência era servir o homem, dando-lhe condições de dominar a natureza,
com o objetivo de retirar, por meio de tortura todos os seus segredos, conforme diz Moraes
(2003). De acordo com essa ideia, passou-se a ter-se a visão de que corpo e mente estão
definitivamente separados, desconectados, provocando um dualismo entre o corpo e a
matéria.
Nesse modelo paradigmático, a consciência admite pela representação, no
relacionamento com o objeto que, para um domínio melhor, reduzem e fragmentam as partes
nas especialidades divididas e isoladas do todo em seu contexto cultural e natural, de acordo
com Costa Neto (2003). Ele tem caráter individual, no qual o homem institui o seu
pensamento cientifico separado do moral, seguindo as normas da razão.
O paradigma tradicional ou antigo é apresentado por Costa Neto (2003) como sendo o
modelo de postura didática embasada na lógica do racionalismo de Descartes, seguindo uma
linha linear de pensamento e buscando a exatidão dos dados, tendo o certo e o errado como
antagônicos. Para o autor o antigo paradigma também é conhecido por cartesiano-newtoniano.
É preciso analisar a postura docente, mediante o seu tempo. No tempo do modelo
tradicional o professor tinha o domínio da fala e o aluno a pretensão da escuta. Dessa forma o
aluno era apenas receptor de informações, as quais deveria repeti-las sistematicamente no
momento da prova. O debate, a crítica e do diálogo não faziam parte desse modelo
educacional. Além de que os conteúdos eram apresentados de maneira fragmentada.
Na concepção de Marilyn Ferguson (apud COSTA NETO, 2003) o antigo paradigma
ou o paradigma do ensino e da instrução valia-se de resultados prontos e acabados, seguindo
uma reprodução de dogmas e disciplinas, de forma tecnicista, imutável e de raciocínio linear.
Apresenta ainda que as relações eram por meio de imposições de regras, com um
currículo predeterminado e reprodução fiel de dados, a partir de um processo controlado de
avaliação classificatória, no qual o erro deve ser punido. No paradigma cartesiano os
currículos escolares são mera justaposição de disciplinas nas quais o conhecimento científico
é reduzido a fragmentos desarticulados, fechados e incomunicáveis.
Marilyn Ferguson reforça que a escola trabalha com a separação entre teoria e prática,
reforçando o saber fragmentado, numa visão cartesiana e mecânica. O ensino é feito por
didatismo conteudístico, negando a gênese do homem como energia ativa e criadora.
Corroborando com o posicionamento de Marilyn Ferguson, Pierre Weill (apud
COSTA NETO, 2003, p. 101) apresenta que os métodos de educação do antigo paradigma
cartesiano valem-se de “Exposição verbal, oral, complementada por livros e manuais. Método
passivo. Recompensas e punições em um sistema seletivo e competitivo. O professor ensina,
o aluno escuta.”.
Costa Neto (2003) a partir de análise as pesquisas de Tapscott, Kuhn, Gomes e Capra
apresenta pontos importantes para reflexão. Quanto aos conteúdos e programas do modelo
antigo afirma que eles estão prontos e acabados, desarticulados entre si, também não
participam do processo como um todo e fragmentam as disciplinas ministradas.
Estabelecendo uma distância da realidade, com o objetivo de manter as informações
desconexas. Tem-se a obrigação de seguir ordens de uma sociedade capitalista em ascensão
no mercado industrial, direcionado para a formação de trabalhadores, objetivando a formação
parcial e fragmentada desses profissionais.
Já quanto aos métodos e técnicas de trabalho do modelo antigo afirma que a função é
centralizada na figura do professor, fundamentando na reprodução instrucional de
conhecimentos para obter um controle de informações para as massas, tornando as pessoas
adestradas. Com a intenção de priorizar programas estabelecidos, aplicando normas prontas
no ensino por meio manuais, recursos mecânicos, na manipulação tênue do professor sobre o
aluno, no controle da instrução e favorecendo os detentores do saber.
Sobre os instrumentos de avaliação do modelo antigo assevera que tem-se fiscais para
observar as habilidades reprodutivas dos alunos e os mecanismos de comando, são
considerados apenas os resultados. Os exercícios são inflexíveis, sendo avaliados por meio de
julgamentos, valorizando apenas a quantidade de conhecimentos adquiridos, baseado no que
pode controlado, também separam os alunos em grupos classificatórios e utilizam
instrumentos que comprovem os resultados mecânico.
No tocante ao comportamento esperado do aluno no modelo antigo afirma que o aluno
deve obedecer a ordens, disciplinas e estar de acordo com o controle pré-estabelecido, com a
reprodução de ensino, passividade, cumprimento de deveres, aprendizagem mecânica,
pontualidade, atendimento de exigências, adaptação ao modelo estabelecido, a hierarquização
institucional.
Sobre o papel do professor no antigo modelo argumenta que tem função de autoridade
central, é responsável pela reprodução do conhecimento, de conduzir as decisões, tem o poder
de subjugar os alunos, de executar as funções instrucionais educativas, executar e cumprir o
seu papel de acordo com o que foi proposto, sendo instrutor das normas e detentor do
conhecimento.
A gestão da escola do antigo modelo segue uma administração linear, com base no
comando, nas exigências administrativas, na exclusão dos direitos doa agentes, com normas
rígidas e de princípios superiores estipuladas de acordo com o regime e com planejado
regimentado, de acordo com o momento.
Quanto a finalidade da educação no antigo modelo era para alcançar o mínimo de
conhecimentos de acordo com os esquemas impostos pela sociedade, com padrões acabados,
obter requisitos para a aprovação final, de acordo com o regime, estabelecer o comportamento
para os alunos em concordância com as disciplinas, conduzir princípios de acordo com as
ordens superiores e estabelecer as bases conceituais e estateladas do conhecimento.
Mediante as análises apresentadas é possível alegar que o modelo educacional que
temos não é mais capaz de atender aos anseios e necessidades. Segundo Costa Neto (2003, p.
25)
O pensamento humano, as ciências e suas práticas sociais evoluíramaté Descartes e
Newton. Há mais de quatro séculos a humanidade circula viciosamente em torno da
linearidade do pensamento cartesiano-newtoniano, que já deu sua grande
contribuição e que precisa ser suplantado.
Para Moraes (2003) o modelo cartesiano ganhou muita força e representatividade ao
longo de quase quatro séculos. Contudo, provocou em grande parte a fragmentação do
pensamento e a dicotomia entre teoria e prática. Corroborando com esta questão, Costa Neto
(2003, p. 25) afirma que “A terra não resistirá a mais um século do fazer cartesiano-
newtoniano: fragmentário, mecânico, explorador.”.
Uma crise de paradigmas ocorre quando percebem a existência de problemas pontuais e
que as soluções podem estar nas mudanças advindas pelo rompimento do referido paradigma.
Sobre isso Moraes (2003, p. 55)
Em consequência, inicia-se um processo de mudança conceitual, surge uma forma
de pensamento totalmente diferente, uma transição de um modelo para outro, tudo
isso decorre da insatisfação com modelos predominantes de explicação. É o que se
chama de crise de paradigmas e que geralmente levam a mudança de paradigmas.
Seguindo essa linha, Marcondes (2002, p. 15) apresenta que “Uma crise de paradigmas
caracteriza-se assim como uma mudança conceitual, ou uma mudança de visão de mundo,
consequência de uma insatisfação com os modelos anteriormente predominantes de
explicação.”. Portanto, não se pode fechar os olhos para a visibilidade apresentada no tocante
ao rompimento com o antigo paradigma.
Moraes (2003) apreciando as concepções de D’Ambrósio (1993) assevera que o
paradigma cartesiano-newtoniano vale-se de esquemas racionais e científicas de tal forma que
fragmentou a realidade, contrapondo-se a conceito de visão global da realidade. Essa
fragmentação passa a ser questionada.
Corroborando com a emergência de um novo paradigma pela crise de paradigmas, Costa
Neto (2003, p. 26) assevera que “Assim, vimos que é urgente transformar a forma de ver e
fazer a educação e analisar com profundidade o papel e a função da escola dentro de um
contexto mais amplo.”.
Nesse contexto de transformações os professores precisam estar preparados para
repensarem suas práticas. Por este motivo Costa Neto (2003, p. 27) apresenta o papel do
professor como “É nosso propósito orientar metodologicamente uma nova prática [...] Que
rejeite a fragmentação imposta ao longo dos séculos de império absoluto da razão, que facilite
o aprender pela elaboração própria, substituindo a curiosidade do escutar pelo produzir.”.
Observa-se que a prática educativa tem grande importância na postura didática do
professor, um componente necessário para se construir uma postura mediante ao
desenvolvimento global. Costa Neto (2003, p.28) “Na prática educativa é preciso esforços
para se legitimar a filosofia de uma escola eficaz e holística e não uma coleção de pequenas
mudanças adicionais.”.
Para se tornar um professor holístico deduz-se a necessidade de ocorrer uma mudança
de pensamento, é necessário pensar na aprendizagem como um todo, Costa Neto (2003, p.30)
“Isso significa que os educadores deverão mudar o seu modo de pensar fragmentário, o qual
deverá tornar-se holístico.”. É preciso pensar nas formas que podem favorecer a
aprendizagem do aluno. Conforme diz Costa Neto (2003, p.72)
Precisamos, de fato, revolucionar tudo. Recriar esquemas. Fortalecer as bases
críticas e reconduzir ações, procedimentos, critérios, práticas, buscando, assim,
processos e resultados diferentes. Isso passa por novas e profundas exigências e
reflexões inovadoras. Outros valores. A bem da verdade, precisamos de recomeçar
tudo, ou, melhor ainda, reinventar tudo, mudar os paradigmas.
Marilyn Ferguson e Pierre Weill apresentam o novo paradigma da educação, como
emergente ou holístico ou sistêmico, contrapondo o paradigma antigo, tradicional, cartesiano.
Na perspectiva de Costa Neto (2003, p.88)
Uma educação que promova ambientes amistosos para tarefas difíceis. Exalta o
indivíduo e a sociedade, a liberdade, responsabilidade, autonomia, criatividade e a
interdependência, o mistério, a clareza, sendo paradoxal e dinâmica, saindo do
raciocínio linear, para o pensamento complexo, procedendo o fenômeno do ensinar e
do aprender em sua plenitude possível.
As análises apresentadas até o momento direcionam a reflexão para a compreensão do
rompimento com o paradigma cartesiano-newtoniano e a emergência do paradigma holístico.
Esse é o paradigma que pode mudar a concepção de educação e da relação com o processo
dicotômico entre o aprender e o ensinar. Eis a problemática da atualidade.
APRESENTANDO O MODELO EDUCACIONAL HOLÍSTICO: uma necessidade de
repensar a postura docente
A intensa problemática da atualidade tem levado novos diálogos, ideias, buscas e
novas reconstruções no que tange as atividades educacionais, pois a educação não pode
restringir-se a fragmentos e transferência de conhecimento, como afirma Freire (1996, p. 47)
que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mais criar possibilidades para a sua própria
produção ou sua construção”. Assim, propõem uma visão educacional crítica, reconhecendo
uma educação aberta ao ser humano em suas multidimensões.
Essa proposta de um novo modelo educacional, decorrente da insatisfação com o
antigo, surge a partir do século XIX, quando a visão mecanicista começa a perder influência
como teoria que fundamenta-se nos fenômenos naturais. Compreendendo o mundo mais
amplo e complexo, buscando também uma nova maneira de pensar na educação, tendo em
vista a totalidade e uma nova origem para a própria mente humana.
Moraes (2003), afirma que um dos impasses da nossa educação atual é que ela preza
os processos racionais e tão pouco os procedimentos artísticos e criativos, possibilitando
avanços e alargando fronteiras da consciência humana. Pois ainda, é uma educação
castradora, inibindo os momentos da criança sentir-se capaz de resolver determinados
problemas.
O paradigma holístico vem remover fronteiras no que tange o desenvolvimento
criativo, para que o novo, o inovador e o diferente possam dar novos sentidos o que nunca
existiu. Destarte, uma nova educação conjunta com o novo paradigma, além de incentivar o
surgimento de novos métodos de aprendizagem e, de novas práticas pedagógicas, também
deverá despertar no sujeito a sua autoconsciência do seu eu para o coletivo. Assim, esse
modelo poderá ampliar a concepção de mundo, da realidade do ser e colaborar para a
transformação do processo educacional.
Destarte, o paradigma holístico possibilita criar novas propostas em que configura a
flexibilidade, a humanização, a dinâmica e principalmente a realidade social da instituição
escolar, considerando a práxis educativa. Através desse novo modelo educacional, a
instituição passa a considerar o aluno como aquele que aprende, que atua na sua realidade,
que constrói de forma racional e criativa, utilizando suas sensações e emoções. Moraes (2003,
p.139), retrata o indivíduo de;
[...] inteligências múltiplas em sua individualidade biológica [...] Indivíduo que
aprende, representa e utiliza o conhecimento de modo diferente, que conhece o
mundo de uma maneira específica [...] sujeito que é histórico e, ao mesmo tempo,
sujeito da história, construtor de sua história.
Desse ponto de vista, essa nova proposta educacional possibilita ser flexível e
dinâmico, aberto, contínuo para a formação integral do sujeito, desenvolvendo os elementos
integrados do indivíduo/equipe/comunicação, favorecendo os avanços do ser de forma ampla.
Reconhecendo a construção a partir das vivências, despertando na criança as potencialidades e
habilidades, dando ênfase no aprender a aprender. Assim, o currículo da instituição escolar
deve ser flexível, dando oportunidade para as experiências do aluno.
Sabemos, o quanto os valores e as práticas da comunidade prevalecem no dia-a-dia do
aluno, pois o fato dele estar em uma instituição não indica que apenas nas salas de aulas
ocorre a educação. Pelo contrário como afirma Brandão (1995, p. 7) “Ninguém escapa da
educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos [...]”. Percebe-
se assim, que educação ocorre tanto fora das salas de aulas quanto dentro dela, pois sempre há
lugar para aprender de forma prazerosa.
A função do educador é criar situações de aprendizagem, motivando, questionando,
desafiando e propondo situações de problemas aos alunos, proporcionando o desenvolvimento
favorável do aluno, ou seja, propiciar uma aprendizagem significativa. Para tanto, o educador
não deve dar respostas prontas e acabadas, mas criar situações em que o aluno reflita,
pesquise, no qual o aluno construa suas próprias respostas. Pois, a sala de aula deve ser vista
como um ambiente construtor, no qual todos compartilham experiências.
No entanto, o professor no novo modelo educacional não deve ser acomodado e
monótono nas suas aulas, considerando pelos alunos desagradável, mas ser professor-
pesquisador e professor-reflexivo, reconhecendo em sua prática uma nova maneira de fazer,
ultrapassando a fragmentação do conhecimento. Costa Neto (2003, p. 26), considera que “É
preciso levar o educador a perceber o seu real papel em relação às pessoas, à escola, à
sociedade, despertando, então, a sua capacidade crítica interna”.
Apesar do novo modelo educacional apresentar novas maneiras de ver o aluno, de
repensar na prática pedagógica do educador e de considerar a instituição escolar como um
ambiente construtor, infere-se que não se concretiza na prática. Pois, o educador não está
preparado para correr riscos em sua sala, de ser questionado em sua prática pedagógica e
promover, situações problematizadoras aos alunos.
No entanto, a educação e a instituição escolar mudaram ao longo dos tempos,
sofisticando suas maneiras de controlar e garantir interesses, vivendo de aparências, com salas
cheias, cumprindo horários e disciplinas. Como afirma Costa Neto (2003, p. 188-189) as
mudanças advindas da educação e da escola “[...] É tanto que elas continuam aí, abrigadas por
muralhas, guardas por metralhadoras, quebradas, sujas, pichadas feias sendo o seu símbolo
não mais a pena e o livro, mas, na verdade; o cadeado, a tranca, e, simbolicamente, as
algemas.”.
Sendo assim, é necessário superar essas fragilidades da nossa educação, convencendo
os educadores a posicionar nesta dura realidade, rompendo com o ensino mecânico, no qual o
aluno não aprende de forma significativa, mas decora os conteúdos. É crucial reconhecer,
respeitar as diferenças, escutar, agregar valores, aguçar a criatividade, promover o
desenvolvimento integral, pois são muitas as canetas vermelhas, muitos os deveres e punições
na prática escolar, em vez de desenvolver todas estes valores humanos.
Na concepção de Marilyn Ferguson (apud COSTA NETO, 2003) o novo paradigma ou
o paradigma do aprendizado e da educação valia-se de processos contínuos, na perspectiva de
uma educação evolutiva de transformações social, contendo discussões reflexível, no qual os
educandos têm voz ativa de participação. Pois o aluno é visto como sujeito participativo no
processo educativo.
Corroborando com o posicionamento de Marilyn Ferguson, Pierre Weill (apud
COSTA NETO, 2003, p. 101) apresenta que os métodos de educação do novo paradigma ou
holístico valem-se de “Pesquisa e trabalho individual e de grupo. Exposições verbais e não-
verbais para os estudantes e o professor. Método ativo. Métodos audiovisuais. Exposições,
excursões, visitas. O estudante é ativo, pesquisa e ensina aos outros”.
Conforme já apresentado Costa Neto (2003) analisou as pesquisas de Tapscott, Kuhn,
Gomes e Capra e apresentou pontos importantes sobre o novo paradigma. Quanto aos
conteúdos e programas do novo modelo afirma que é necessário ser flexível, aberto para às
diferentes realidades sociais dos indivíduos.
Sobre os instrumentos de avaliação do novo modelo assevera que é um mecanismo
importante para o desenvolvimento do aluno, devendo ser um processo contínuo e facilitador
da aprendizagem, valorizando a aquisição e a construção dos saberes. No entanto, a avaliação
não deve refletir apenas nos alunos, mas também na prática do professor, auxiliando a
perceber não somente os progressos dos alunos, mas também, em especial as limitações.
Usando recursos pedagógicos diferentes, de forma complementar ou integrativa aos
conteúdos.
Desse modo, a avaliação no paradigma holístico deve buscar conhecer e analisar as
diferenças individuais, dando norte para a melhoria nos processos e resultados. Porém, não
basta que os educadores compreendam a avaliação como técnica de ensino-aprendizagem na
instituição escolar, além de conhecer novas metodologias e táticas avaliativas, mas saber
utilizá-la e o porquê de tais escolhas.
No tocante ao comportamento esperado do aluno no novo modelo afirma deve ter
liberdade, autonomia, participação nos processos e restruturação nos mecanismos educativos,
seja sujeito do seu próprio aprendizado, buscando participativo nas aulas, tendo visão crítica e
reivindiquem seus direitos. O educando de forma consciente questione quando necessário,
tenha iniciativas e posturas que desenvolvam de forma integral os processos educativos.
A gestão da escola do novo modelo segue uma linha participativa, contínua com a
finalidade da construção coletiva e democrática. Levando em consideração o bem-estar das
pessoas, sendo flexível e modificando as normas, métodos e técnicas quando necessário,
dando ênfase no planejamento como ferramenta facilitadora para as ações do projeto
pedagógico e das concretizações na prática cotidiana da escola.
Quanto as finalidades da educação advindas do novo modelo a instituição escolar deve
fornecer acesso as diversas formas de conhecimento, descobrindo e explorando recursos que
promovem a qualidade dos seres humanos na sociedade. Desse modo, abrir espaços para a
produção coletiva, dando ênfase nos atendimentos necessários as necessidades individuais e
sociais.
Os educadores ao utilizar este novo paradigma – o holístico, devem ser agente de
constantes transformações, extraindo as fronteiras do conhecimento, repensando na sua
prática de saberes, métodos e técnicas, afim de afluir o objetivo maior no processo educativo,
buscar no indivíduo o seu pleno desenvolvimento. Para tanto, a educação deve oferecer
ferramentas que auxiliem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar e conviver,
construindo caminhos e decisões.
Assim, essas novas transformações advindas do paradigma holístico reconhecem tudo
o que está em sua volta, que o processo é mais formidável do que o objeto, valorizando as
ações do sujeito na construção do conhecimento. Entretanto, colocar isso na prática requer
uma revisão aprofundada, promovendo um espirito investigativo por parte do educador,
porém é necessário correr riscos para promover novas mudanças, inovando no postura
didático-metodológica, com criticidade, flexibilidade e autonomia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões aqui apresentadas foram com a intenção de inquietar os leitores no
sentido de que a postura didática dos docentes precisa ser repensada. O modelo cartesiano-
newtoniano que contribuiu muito para os rumos da educação, hoje já não atende mais as
necessidades. O novo modelo no processo ensino-aprendizagem passa a ser desenhado pela
concepção holística.
O professor que apresenta uma postura holística enxerga o aluno como ator e autor do
seu conhecimento, trabalha com base na pesquisa e na problematização, elabora metodologias
variadas e que atenda um maior número de alunos com diferentes modalidades de
aprendizagem, elabora atividades difíceis para momentos prazerosos, auxilia o aluno a
descobrir-se enquanto produtor de conhecimento pelas suas habilidades, entre outras
características.
Encerramos aqui nossas linhas com os apontamentos e reflexões sobre a postura
docente mediante a crise de paradigmas. Esperamos que o modelo do paradigma holístico
alicerce a postura didática docente e vislumbre uma aprendizagem significativa em que o
aluno seja o produtor do seu conhecimento.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1982.
BRANDÃO, Zaia. A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994.
CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo:
Cultrix, 1988.
COSTA NETO, Antonio da. Paradigmas em educação no novo milênio. 2. ed. Goiânia:
Kelps, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 2013.
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas, SP: Papirus,
2003.
Crise de Paradigmas Educacionais e Modelos Paradigmáticos

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Crise de Paradigmas Educacionais e Modelos Paradigmáticos

  • 1. A CRISE DE PARADIGMAS E OS MODELOS PARADIGMÁTICOS EDUCACIONAIS: uma análise mediante a postura didática do docente1 Andréa Kochhann2 Ana Paula Arantes da Silva3 Ana Paula Costa Santos4 RESUMO: O presente artigo reflete as análises teóricas sobre o tema paradigmas educacionais. O conceito de paradigma apresentado enquanto regras ou modelo a ser seguindo, que predominou por mais de quatrocentos anos foi o cartesiano-newtoniano. Esse paradigma passou a ser questionado por sua linearidade e mediante uma crise paradigmática, o modelo holístico passa a compor os debates. Nesse paradigmática o processo de ensinagem coloca o aluno como ator e autor de seu conhecimento, mediado pela postura docente. PALAVRAS-CHAVE: Paradigma Cartesiano-Newtoniano. Crise paradigmática. Paradigma Holístico. Postura docente. ABSTRACT: This article reflects the theoretical analysis on the topic educational paradigms. The concept of paradigm described as rules or model to be followed, which prevailed for over four hundred years was the Cartesian-Newtonian. This paradigm began to be challenged by its linearity and through a paradigmatic crisis, the holistic model becomes part of the discussion. In this paradigm the process ensinagem puts the student as an actor and author their knowledge, mediated teaching posture. KEYWORDS: Cartesian-Newtonian Paradigm. Paradigmatic crisis. Holistic Paradigm. Teaching posture. INTRODUÇÃO Pensar nos modelos educacionais, nos leva a refletir acerca de como se tem concebido esses modelos já há muito tempo. Os modelos educacionais têm sido abordados por muitos 1 Artigo elaborado para as palestras ou mini cursos realizados pelo GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade, com base nos projetos de extensão e de pesquisa, vinculados à Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos. 2 Pedagoga. Mestre em Educação. Professora efetiva em regime de dedicação exclusiva da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luis de Montes Belos. Pesquisadora e Extensionista. Coordenadora do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade. andreakochhann@yahoo.com.br 3 Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos. Bolsista PBIC. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade. anaarantes@hotmail.com 4 Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus São Luís de Montes Belos. Bolsista PBIC. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade. paulastrond@hotmail.com
  • 2. autores como capaz de atender os anseios e necessidades aos avanços históricos da nossa sociedade, identificando-os como Novo Paradigma da Educação ou Novo Paradigma Holístico, contrapondo-se ao Antigo Paradigma do Aprendizado, ou Antigo Paradigma Cartesiano. No processo de aprendizagem, torna-se importante que os educadores compreendam a postura didático-metodológica, mediante aos modelos educacionais vigentes. Assim, é necessário entender o significado das tendências paradigmáticas no processo de ensinagem. Desse modo, o trabalho propõe discutir os modelos educacionais propostos nos paradigmas, levando o leitor a entender as transformações advindas da sociedade. Para isso, utilizaremos de linha teórica de Antonio da Costa Neto (2003), Maria Cândida Moraes (2003), Pierre Weill (1993), Marilyn Ferguson (1980), Paulo Freire (1996), Capra (1988), D’Ambrosio (1993), Edgar Morin (1987), Brandão (1982), Zaia Brandão (1994), Weil (1990) e Marcondes (2002). Dessa forma, procura-se observar como os paradigmas influenciaram nas mudanças educacionais, afim de, tratar as suas contribuições e as exigentes mudanças de suas atuações. Não se deve redirecionar a compreensão da educação e suas práticas pedagógicas, e nem podemos acreditar em receitas e formulários prontos, mas indagar e provocar o senso crítico. Porém, não podemos elucidar a verdadeira realidade, adaptando a cada momento e a cada contexto histórico. No entanto, pretende-se expor que uma nova ideia só ocorrerá a partir de uma outra ordem de valores, como firma Costa Neto (2003). CONCEITUANDO O PARADIGMACARTESIANO-NEWTONIANO E A CRISE DO MODELO Para que possamos discutir sobre formação de professores ou metodologias de ensino ou modelos didáticos pedagógicos é necessário a discussão sobre os modelos educacionais que se apresentam pela concepção de paradigma. No que se refere ao conceito da palavra paradigma, podemos discutir na concepção de Costa Neto (2003), como sendo uma construção humana, sujeito a transformação, partindo de um posicionamento que leve a outras soluções, carecendo, além do entendimento, da esperança de que é possível a mudança. Para Costa Neto (2003, p. 36) “O paradigma é uma produção humana passível de transformação, partindo para uma postura que leve a outros resultados, o que requer, além do
  • 3. entendimento, a crença de que é possível.”. Diante disso, paradigma refere-se a modelos, padrões que permite a explicação de certos aspectos da realidade, pondo fim a controversas a respeito de determinados fundamentos. O paradigma tornou-se um referencial para a estrutura do pensamento e um fator determinante para a nossa postura perante a sociedade. Também articulou a nossa maneira de pensar, ele norteia o nosso modo de trabalhar, a complexidade dos seus efeitos e causas, também os seus processos e resultados. As tendências paradigmáticas tendem a introduzir não só o conhecimento, mas também os seus valores, objetivos, razoes e metas. No que diz respeito a evolução dos paradigmas, segundo Moraes (2003, p.32 e 33) Antes de 1500, a visão de mundo que prevalecia na Europa da Idade Média (de 450 a 1400) e em grande parte do mundo era orgânica, que vivenciava os processos da natureza em relações caracterizadas pela interdependência dos fenômenos materiais e espirituais e na subordinação das necessidades individuais às da comunidade. A estrutura científica que predominava nessa visão de mundo orgânica estava assentada no naturalismo aristotélico e na fundamentação platônica-agostiniana, e depois tomista, que consideravam de maior significância as questões referentes a Deus, à alma humana e à ética. Conforme a autora, na Idade Média a visão que prevalecia era a do mundo orgânico, vivo, encantado e espiritual, que para o homem a realidade era sagrada, por ter sido estabelecida por Deus, considerado o centro do universo, no período do Teocentrismo e por conta disso cabia ao homem apreciar a sua criação. Também predominava a autoridade na organização social, voltada para um respeito as autoridades, aos textos bíblicos e gregos, foi um período com poucas inovações cientificas, devido as repressões sofridas pelo poder. No entanto, a partir dos séculos XVI e XVII, essa visão de mundo começou a mudar, de orgânica para uma visão de mundo-máquina. Essas transformações ocorreram por conta das modificações na física e astronomia, fruto do pensamento de Descartes (1596-1650), Newton (1642-1727) e Galilei (1564-1642). Também ocorreram transformações sociais, fatores como o Renascimento; Antropocentrismo, quando o homem passou a ser o centro do universo; Grandes navegações; Racionalismo, que surgiu da experimentação cientifica, entre outras. De acordo com Moraes (2003) com esse novo modelo, do homem como senhor do mundo, ele poderia transforma a natureza, explorá-la, sendo que ela deveria servi-lo, como escrava, tendo que obedecer e não seria mais vista como mãe nutridora. Para Capra (1988, p. 51) o objetivo do cientista era “extrair da natureza sob tortura, todos os seus segredos”, a natureza passou a ser vista como um meio de exploração, perdeu a sua sacralidade a também a sua inviolabilidade.
  • 4. A partir das mudanças ocorridas com as transformações sociais, o mundo passou a ser visto como uma máquina, foi introduzido o método científico de investigação, sendo este defendindo e criado por Francis Bacon. O método valorizava a descrição matemática da natureza. Para esse pensador seria necessário basear as experiências em fatos concretos, chegando as leis e as causas. Conforme Moraes (2003, p.42) O desenvolvimento da ciência moderna possibilitou grandes saltos evolutivos na história das civilizações, traduzidos, entre outros aspectos, pela democratização do conhecimento, pelo surgimento de técnicas extremamente eficazes para a construção de novos conhecimentos e pela presença de um espirito científico de investigação aberta e validação pública do conhecimento. A ciência moderna provocou uma mudança radical na sociedade, também possibilitou transições históricas, por conta da popularização do conhecimento. Os métodos científicos que possibilitam a aquisição de novos conhecimentos e também por conta de novos experimentos. Por conta dos acontecimentos, o pensamento tomou novos rumos. Criou-se uma ciência limitada pelos sentidos, na qual poderia controlar e manipular os estudos. Foi introduzido o paradigma cartesiano ou velho paradigma, o nome “cartesiano” veio do teórico René Descartes (1596-1650), um filósofo, médico e matemático francês, e que foi considerado o pai da ciência moderna porque finalizou a formulação filosófica que deu sustentação para a criação dessa ciência, foi também o pai do Racionalismo moderno. Descartes defendia que o conhecimento era adquirido pela intuição e dedução, por meio do qual se tentava estabelecer o conhecimento baseado em alicerces sólidos, ele tinha a dúvida como ponto fundamental do seu método analítico, pois indicava a decomposição do pensamento em partes elementares, e dos problemas em uma ordem lógica. Por acreditar que tudo deveria ser controlado e observado, concluiu que a essência da natureza humana encontrar-se no pensamento e ele estava separado do corpo. De acordo com Moraes (2003, p. 37) “[...] O universo material era uma máquina sem vida e sem espiritualidade. A natureza funcionava de acordo com leis mecânicas exatas”. Para esse modelo o universo poderia ser explicado pelas leis matemáticas e ser entendida pelas suas partes, a matéria não estabelecia relação com a mente. Esse pensamento racional norteou todas as teorias dos fenômenos naturais e observação cientifica até meados do século XX. No entanto o teórico inglês Isaac Newton (1642-1727) estudioso da física, matemática, filosofia, astronomia, entre outras ciências, completou o pensamento de Descartes, oferecendo uma realidade para a visão de mundo-máquina perfeito. Isso foi possível após ele desenvolver
  • 5. uma aperfeiçoada formulação matemática da concepção mecanicista da natureza, fez isso através de uma sinopse das invenções de Bacon, Copérnico, Descartes, Galileu e Kepler. O paradigma cartesiano trouxe uma visão antropocêntrica, com a predominância de que o objetivo da ciência era servir o homem, dando-lhe condições de dominar a natureza, com o objetivo de retirar, por meio de tortura todos os seus segredos, conforme diz Moraes (2003). De acordo com essa ideia, passou-se a ter-se a visão de que corpo e mente estão definitivamente separados, desconectados, provocando um dualismo entre o corpo e a matéria. Nesse modelo paradigmático, a consciência admite pela representação, no relacionamento com o objeto que, para um domínio melhor, reduzem e fragmentam as partes nas especialidades divididas e isoladas do todo em seu contexto cultural e natural, de acordo com Costa Neto (2003). Ele tem caráter individual, no qual o homem institui o seu pensamento cientifico separado do moral, seguindo as normas da razão. O paradigma tradicional ou antigo é apresentado por Costa Neto (2003) como sendo o modelo de postura didática embasada na lógica do racionalismo de Descartes, seguindo uma linha linear de pensamento e buscando a exatidão dos dados, tendo o certo e o errado como antagônicos. Para o autor o antigo paradigma também é conhecido por cartesiano-newtoniano. É preciso analisar a postura docente, mediante o seu tempo. No tempo do modelo tradicional o professor tinha o domínio da fala e o aluno a pretensão da escuta. Dessa forma o aluno era apenas receptor de informações, as quais deveria repeti-las sistematicamente no momento da prova. O debate, a crítica e do diálogo não faziam parte desse modelo educacional. Além de que os conteúdos eram apresentados de maneira fragmentada. Na concepção de Marilyn Ferguson (apud COSTA NETO, 2003) o antigo paradigma ou o paradigma do ensino e da instrução valia-se de resultados prontos e acabados, seguindo uma reprodução de dogmas e disciplinas, de forma tecnicista, imutável e de raciocínio linear. Apresenta ainda que as relações eram por meio de imposições de regras, com um currículo predeterminado e reprodução fiel de dados, a partir de um processo controlado de avaliação classificatória, no qual o erro deve ser punido. No paradigma cartesiano os currículos escolares são mera justaposição de disciplinas nas quais o conhecimento científico é reduzido a fragmentos desarticulados, fechados e incomunicáveis. Marilyn Ferguson reforça que a escola trabalha com a separação entre teoria e prática, reforçando o saber fragmentado, numa visão cartesiana e mecânica. O ensino é feito por didatismo conteudístico, negando a gênese do homem como energia ativa e criadora. Corroborando com o posicionamento de Marilyn Ferguson, Pierre Weill (apud COSTA NETO, 2003, p. 101) apresenta que os métodos de educação do antigo paradigma
  • 6. cartesiano valem-se de “Exposição verbal, oral, complementada por livros e manuais. Método passivo. Recompensas e punições em um sistema seletivo e competitivo. O professor ensina, o aluno escuta.”. Costa Neto (2003) a partir de análise as pesquisas de Tapscott, Kuhn, Gomes e Capra apresenta pontos importantes para reflexão. Quanto aos conteúdos e programas do modelo antigo afirma que eles estão prontos e acabados, desarticulados entre si, também não participam do processo como um todo e fragmentam as disciplinas ministradas. Estabelecendo uma distância da realidade, com o objetivo de manter as informações desconexas. Tem-se a obrigação de seguir ordens de uma sociedade capitalista em ascensão no mercado industrial, direcionado para a formação de trabalhadores, objetivando a formação parcial e fragmentada desses profissionais. Já quanto aos métodos e técnicas de trabalho do modelo antigo afirma que a função é centralizada na figura do professor, fundamentando na reprodução instrucional de conhecimentos para obter um controle de informações para as massas, tornando as pessoas adestradas. Com a intenção de priorizar programas estabelecidos, aplicando normas prontas no ensino por meio manuais, recursos mecânicos, na manipulação tênue do professor sobre o aluno, no controle da instrução e favorecendo os detentores do saber. Sobre os instrumentos de avaliação do modelo antigo assevera que tem-se fiscais para observar as habilidades reprodutivas dos alunos e os mecanismos de comando, são considerados apenas os resultados. Os exercícios são inflexíveis, sendo avaliados por meio de julgamentos, valorizando apenas a quantidade de conhecimentos adquiridos, baseado no que pode controlado, também separam os alunos em grupos classificatórios e utilizam instrumentos que comprovem os resultados mecânico. No tocante ao comportamento esperado do aluno no modelo antigo afirma que o aluno deve obedecer a ordens, disciplinas e estar de acordo com o controle pré-estabelecido, com a reprodução de ensino, passividade, cumprimento de deveres, aprendizagem mecânica, pontualidade, atendimento de exigências, adaptação ao modelo estabelecido, a hierarquização institucional. Sobre o papel do professor no antigo modelo argumenta que tem função de autoridade central, é responsável pela reprodução do conhecimento, de conduzir as decisões, tem o poder de subjugar os alunos, de executar as funções instrucionais educativas, executar e cumprir o seu papel de acordo com o que foi proposto, sendo instrutor das normas e detentor do conhecimento. A gestão da escola do antigo modelo segue uma administração linear, com base no comando, nas exigências administrativas, na exclusão dos direitos doa agentes, com normas
  • 7. rígidas e de princípios superiores estipuladas de acordo com o regime e com planejado regimentado, de acordo com o momento. Quanto a finalidade da educação no antigo modelo era para alcançar o mínimo de conhecimentos de acordo com os esquemas impostos pela sociedade, com padrões acabados, obter requisitos para a aprovação final, de acordo com o regime, estabelecer o comportamento para os alunos em concordância com as disciplinas, conduzir princípios de acordo com as ordens superiores e estabelecer as bases conceituais e estateladas do conhecimento. Mediante as análises apresentadas é possível alegar que o modelo educacional que temos não é mais capaz de atender aos anseios e necessidades. Segundo Costa Neto (2003, p. 25) O pensamento humano, as ciências e suas práticas sociais evoluíramaté Descartes e Newton. Há mais de quatro séculos a humanidade circula viciosamente em torno da linearidade do pensamento cartesiano-newtoniano, que já deu sua grande contribuição e que precisa ser suplantado. Para Moraes (2003) o modelo cartesiano ganhou muita força e representatividade ao longo de quase quatro séculos. Contudo, provocou em grande parte a fragmentação do pensamento e a dicotomia entre teoria e prática. Corroborando com esta questão, Costa Neto (2003, p. 25) afirma que “A terra não resistirá a mais um século do fazer cartesiano- newtoniano: fragmentário, mecânico, explorador.”. Uma crise de paradigmas ocorre quando percebem a existência de problemas pontuais e que as soluções podem estar nas mudanças advindas pelo rompimento do referido paradigma. Sobre isso Moraes (2003, p. 55) Em consequência, inicia-se um processo de mudança conceitual, surge uma forma de pensamento totalmente diferente, uma transição de um modelo para outro, tudo isso decorre da insatisfação com modelos predominantes de explicação. É o que se chama de crise de paradigmas e que geralmente levam a mudança de paradigmas. Seguindo essa linha, Marcondes (2002, p. 15) apresenta que “Uma crise de paradigmas caracteriza-se assim como uma mudança conceitual, ou uma mudança de visão de mundo, consequência de uma insatisfação com os modelos anteriormente predominantes de explicação.”. Portanto, não se pode fechar os olhos para a visibilidade apresentada no tocante ao rompimento com o antigo paradigma. Moraes (2003) apreciando as concepções de D’Ambrósio (1993) assevera que o paradigma cartesiano-newtoniano vale-se de esquemas racionais e científicas de tal forma que
  • 8. fragmentou a realidade, contrapondo-se a conceito de visão global da realidade. Essa fragmentação passa a ser questionada. Corroborando com a emergência de um novo paradigma pela crise de paradigmas, Costa Neto (2003, p. 26) assevera que “Assim, vimos que é urgente transformar a forma de ver e fazer a educação e analisar com profundidade o papel e a função da escola dentro de um contexto mais amplo.”. Nesse contexto de transformações os professores precisam estar preparados para repensarem suas práticas. Por este motivo Costa Neto (2003, p. 27) apresenta o papel do professor como “É nosso propósito orientar metodologicamente uma nova prática [...] Que rejeite a fragmentação imposta ao longo dos séculos de império absoluto da razão, que facilite o aprender pela elaboração própria, substituindo a curiosidade do escutar pelo produzir.”. Observa-se que a prática educativa tem grande importância na postura didática do professor, um componente necessário para se construir uma postura mediante ao desenvolvimento global. Costa Neto (2003, p.28) “Na prática educativa é preciso esforços para se legitimar a filosofia de uma escola eficaz e holística e não uma coleção de pequenas mudanças adicionais.”. Para se tornar um professor holístico deduz-se a necessidade de ocorrer uma mudança de pensamento, é necessário pensar na aprendizagem como um todo, Costa Neto (2003, p.30) “Isso significa que os educadores deverão mudar o seu modo de pensar fragmentário, o qual deverá tornar-se holístico.”. É preciso pensar nas formas que podem favorecer a aprendizagem do aluno. Conforme diz Costa Neto (2003, p.72) Precisamos, de fato, revolucionar tudo. Recriar esquemas. Fortalecer as bases críticas e reconduzir ações, procedimentos, critérios, práticas, buscando, assim, processos e resultados diferentes. Isso passa por novas e profundas exigências e reflexões inovadoras. Outros valores. A bem da verdade, precisamos de recomeçar tudo, ou, melhor ainda, reinventar tudo, mudar os paradigmas. Marilyn Ferguson e Pierre Weill apresentam o novo paradigma da educação, como emergente ou holístico ou sistêmico, contrapondo o paradigma antigo, tradicional, cartesiano. Na perspectiva de Costa Neto (2003, p.88) Uma educação que promova ambientes amistosos para tarefas difíceis. Exalta o indivíduo e a sociedade, a liberdade, responsabilidade, autonomia, criatividade e a interdependência, o mistério, a clareza, sendo paradoxal e dinâmica, saindo do raciocínio linear, para o pensamento complexo, procedendo o fenômeno do ensinar e do aprender em sua plenitude possível.
  • 9. As análises apresentadas até o momento direcionam a reflexão para a compreensão do rompimento com o paradigma cartesiano-newtoniano e a emergência do paradigma holístico. Esse é o paradigma que pode mudar a concepção de educação e da relação com o processo dicotômico entre o aprender e o ensinar. Eis a problemática da atualidade. APRESENTANDO O MODELO EDUCACIONAL HOLÍSTICO: uma necessidade de repensar a postura docente A intensa problemática da atualidade tem levado novos diálogos, ideias, buscas e novas reconstruções no que tange as atividades educacionais, pois a educação não pode restringir-se a fragmentos e transferência de conhecimento, como afirma Freire (1996, p. 47) que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mais criar possibilidades para a sua própria produção ou sua construção”. Assim, propõem uma visão educacional crítica, reconhecendo uma educação aberta ao ser humano em suas multidimensões. Essa proposta de um novo modelo educacional, decorrente da insatisfação com o antigo, surge a partir do século XIX, quando a visão mecanicista começa a perder influência como teoria que fundamenta-se nos fenômenos naturais. Compreendendo o mundo mais amplo e complexo, buscando também uma nova maneira de pensar na educação, tendo em vista a totalidade e uma nova origem para a própria mente humana. Moraes (2003), afirma que um dos impasses da nossa educação atual é que ela preza os processos racionais e tão pouco os procedimentos artísticos e criativos, possibilitando avanços e alargando fronteiras da consciência humana. Pois ainda, é uma educação castradora, inibindo os momentos da criança sentir-se capaz de resolver determinados problemas. O paradigma holístico vem remover fronteiras no que tange o desenvolvimento criativo, para que o novo, o inovador e o diferente possam dar novos sentidos o que nunca existiu. Destarte, uma nova educação conjunta com o novo paradigma, além de incentivar o surgimento de novos métodos de aprendizagem e, de novas práticas pedagógicas, também deverá despertar no sujeito a sua autoconsciência do seu eu para o coletivo. Assim, esse modelo poderá ampliar a concepção de mundo, da realidade do ser e colaborar para a transformação do processo educacional. Destarte, o paradigma holístico possibilita criar novas propostas em que configura a flexibilidade, a humanização, a dinâmica e principalmente a realidade social da instituição
  • 10. escolar, considerando a práxis educativa. Através desse novo modelo educacional, a instituição passa a considerar o aluno como aquele que aprende, que atua na sua realidade, que constrói de forma racional e criativa, utilizando suas sensações e emoções. Moraes (2003, p.139), retrata o indivíduo de; [...] inteligências múltiplas em sua individualidade biológica [...] Indivíduo que aprende, representa e utiliza o conhecimento de modo diferente, que conhece o mundo de uma maneira específica [...] sujeito que é histórico e, ao mesmo tempo, sujeito da história, construtor de sua história. Desse ponto de vista, essa nova proposta educacional possibilita ser flexível e dinâmico, aberto, contínuo para a formação integral do sujeito, desenvolvendo os elementos integrados do indivíduo/equipe/comunicação, favorecendo os avanços do ser de forma ampla. Reconhecendo a construção a partir das vivências, despertando na criança as potencialidades e habilidades, dando ênfase no aprender a aprender. Assim, o currículo da instituição escolar deve ser flexível, dando oportunidade para as experiências do aluno. Sabemos, o quanto os valores e as práticas da comunidade prevalecem no dia-a-dia do aluno, pois o fato dele estar em uma instituição não indica que apenas nas salas de aulas ocorre a educação. Pelo contrário como afirma Brandão (1995, p. 7) “Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos [...]”. Percebe- se assim, que educação ocorre tanto fora das salas de aulas quanto dentro dela, pois sempre há lugar para aprender de forma prazerosa. A função do educador é criar situações de aprendizagem, motivando, questionando, desafiando e propondo situações de problemas aos alunos, proporcionando o desenvolvimento favorável do aluno, ou seja, propiciar uma aprendizagem significativa. Para tanto, o educador não deve dar respostas prontas e acabadas, mas criar situações em que o aluno reflita, pesquise, no qual o aluno construa suas próprias respostas. Pois, a sala de aula deve ser vista como um ambiente construtor, no qual todos compartilham experiências. No entanto, o professor no novo modelo educacional não deve ser acomodado e monótono nas suas aulas, considerando pelos alunos desagradável, mas ser professor- pesquisador e professor-reflexivo, reconhecendo em sua prática uma nova maneira de fazer, ultrapassando a fragmentação do conhecimento. Costa Neto (2003, p. 26), considera que “É preciso levar o educador a perceber o seu real papel em relação às pessoas, à escola, à sociedade, despertando, então, a sua capacidade crítica interna”. Apesar do novo modelo educacional apresentar novas maneiras de ver o aluno, de repensar na prática pedagógica do educador e de considerar a instituição escolar como um ambiente construtor, infere-se que não se concretiza na prática. Pois, o educador não está
  • 11. preparado para correr riscos em sua sala, de ser questionado em sua prática pedagógica e promover, situações problematizadoras aos alunos. No entanto, a educação e a instituição escolar mudaram ao longo dos tempos, sofisticando suas maneiras de controlar e garantir interesses, vivendo de aparências, com salas cheias, cumprindo horários e disciplinas. Como afirma Costa Neto (2003, p. 188-189) as mudanças advindas da educação e da escola “[...] É tanto que elas continuam aí, abrigadas por muralhas, guardas por metralhadoras, quebradas, sujas, pichadas feias sendo o seu símbolo não mais a pena e o livro, mas, na verdade; o cadeado, a tranca, e, simbolicamente, as algemas.”. Sendo assim, é necessário superar essas fragilidades da nossa educação, convencendo os educadores a posicionar nesta dura realidade, rompendo com o ensino mecânico, no qual o aluno não aprende de forma significativa, mas decora os conteúdos. É crucial reconhecer, respeitar as diferenças, escutar, agregar valores, aguçar a criatividade, promover o desenvolvimento integral, pois são muitas as canetas vermelhas, muitos os deveres e punições na prática escolar, em vez de desenvolver todas estes valores humanos. Na concepção de Marilyn Ferguson (apud COSTA NETO, 2003) o novo paradigma ou o paradigma do aprendizado e da educação valia-se de processos contínuos, na perspectiva de uma educação evolutiva de transformações social, contendo discussões reflexível, no qual os educandos têm voz ativa de participação. Pois o aluno é visto como sujeito participativo no processo educativo. Corroborando com o posicionamento de Marilyn Ferguson, Pierre Weill (apud COSTA NETO, 2003, p. 101) apresenta que os métodos de educação do novo paradigma ou holístico valem-se de “Pesquisa e trabalho individual e de grupo. Exposições verbais e não- verbais para os estudantes e o professor. Método ativo. Métodos audiovisuais. Exposições, excursões, visitas. O estudante é ativo, pesquisa e ensina aos outros”. Conforme já apresentado Costa Neto (2003) analisou as pesquisas de Tapscott, Kuhn, Gomes e Capra e apresentou pontos importantes sobre o novo paradigma. Quanto aos conteúdos e programas do novo modelo afirma que é necessário ser flexível, aberto para às diferentes realidades sociais dos indivíduos. Sobre os instrumentos de avaliação do novo modelo assevera que é um mecanismo importante para o desenvolvimento do aluno, devendo ser um processo contínuo e facilitador da aprendizagem, valorizando a aquisição e a construção dos saberes. No entanto, a avaliação não deve refletir apenas nos alunos, mas também na prática do professor, auxiliando a perceber não somente os progressos dos alunos, mas também, em especial as limitações.
  • 12. Usando recursos pedagógicos diferentes, de forma complementar ou integrativa aos conteúdos. Desse modo, a avaliação no paradigma holístico deve buscar conhecer e analisar as diferenças individuais, dando norte para a melhoria nos processos e resultados. Porém, não basta que os educadores compreendam a avaliação como técnica de ensino-aprendizagem na instituição escolar, além de conhecer novas metodologias e táticas avaliativas, mas saber utilizá-la e o porquê de tais escolhas. No tocante ao comportamento esperado do aluno no novo modelo afirma deve ter liberdade, autonomia, participação nos processos e restruturação nos mecanismos educativos, seja sujeito do seu próprio aprendizado, buscando participativo nas aulas, tendo visão crítica e reivindiquem seus direitos. O educando de forma consciente questione quando necessário, tenha iniciativas e posturas que desenvolvam de forma integral os processos educativos. A gestão da escola do novo modelo segue uma linha participativa, contínua com a finalidade da construção coletiva e democrática. Levando em consideração o bem-estar das pessoas, sendo flexível e modificando as normas, métodos e técnicas quando necessário, dando ênfase no planejamento como ferramenta facilitadora para as ações do projeto pedagógico e das concretizações na prática cotidiana da escola. Quanto as finalidades da educação advindas do novo modelo a instituição escolar deve fornecer acesso as diversas formas de conhecimento, descobrindo e explorando recursos que promovem a qualidade dos seres humanos na sociedade. Desse modo, abrir espaços para a produção coletiva, dando ênfase nos atendimentos necessários as necessidades individuais e sociais. Os educadores ao utilizar este novo paradigma – o holístico, devem ser agente de constantes transformações, extraindo as fronteiras do conhecimento, repensando na sua prática de saberes, métodos e técnicas, afim de afluir o objetivo maior no processo educativo, buscar no indivíduo o seu pleno desenvolvimento. Para tanto, a educação deve oferecer ferramentas que auxiliem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar e conviver, construindo caminhos e decisões. Assim, essas novas transformações advindas do paradigma holístico reconhecem tudo o que está em sua volta, que o processo é mais formidável do que o objeto, valorizando as ações do sujeito na construção do conhecimento. Entretanto, colocar isso na prática requer uma revisão aprofundada, promovendo um espirito investigativo por parte do educador, porém é necessário correr riscos para promover novas mudanças, inovando no postura didático-metodológica, com criticidade, flexibilidade e autonomia.
  • 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS As reflexões aqui apresentadas foram com a intenção de inquietar os leitores no sentido de que a postura didática dos docentes precisa ser repensada. O modelo cartesiano- newtoniano que contribuiu muito para os rumos da educação, hoje já não atende mais as necessidades. O novo modelo no processo ensino-aprendizagem passa a ser desenhado pela concepção holística. O professor que apresenta uma postura holística enxerga o aluno como ator e autor do seu conhecimento, trabalha com base na pesquisa e na problematização, elabora metodologias variadas e que atenda um maior número de alunos com diferentes modalidades de aprendizagem, elabora atividades difíceis para momentos prazerosos, auxilia o aluno a descobrir-se enquanto produtor de conhecimento pelas suas habilidades, entre outras características. Encerramos aqui nossas linhas com os apontamentos e reflexões sobre a postura docente mediante a crise de paradigmas. Esperamos que o modelo do paradigma holístico alicerce a postura didática docente e vislumbre uma aprendizagem significativa em que o aluno seja o produtor do seu conhecimento. REFERÊNCIAS BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1982. BRANDÃO, Zaia. A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994. CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1988. COSTA NETO, Antonio da. Paradigmas em educação no novo milênio. 2. ed. Goiânia: Kelps, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2013. MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas, SP: Papirus, 2003.