1. Perturbação Obsessivo-
Compulsiva
Ana Sofia Costa 21001430
Anabela Pereira 20094184
Gina Santos 20090046
Universidade Lusófona
Unidade Curricular: Psicopatologia
Mestre: João Taborda
2. Psicopatologia
• A designação psicopatologia tem a sua origem na
medicina psiquiátrica e adquire o seu atual significado, na
primeira metade do séc. XX, sob o impulso de Karl Jaspers,
desde então, uma ciência auxiliar da medicina.
• A psicopatologia, também designada por Psicologia da
Anormalidade, é definida como a ciência que estuda os
diversos estados mentais patológicos, com pouco em
comum, exceto o sofrimento, cujas manifestações de
comportamentos e práticas indiciam estados mentais
anormais, que perturbam os outros e que implicam um
afastamento, mais ou menos persistente, do
funcionamento psicológico normal (Abreu, 2008).
3. Psicopatologia
• Fatores genéticos, situações
traumáticas, doenças infeciosas, má
nutrição, doenças degenerativas do foro
psicológico, bem como de influências sociais
e culturais, poderão propiciar este diverso
conjunto de situações comportamentais
anormais que, regra geral, causam estados de
angústia e incapacitam grave e
recorrentemente o funcionamento do
indivíduo.
4. POC – DSM IV-TR
• O DSM IV-TR define a POC da seguinte forma:
“As características essenciais da Perturbação
Obsessiva Compulsiva são obsessões ou
compulsões recorrentes, suficientemente graves
para acarretar perda de tempo (mais de uma
hora por dia) ou um sentimento marcado pelo
sofrimento ou uma deficiência importante. A um
certo nível da evolução da perturbação a pessoa
reconhece que as obsessões ou as compulsões
são excessivas ou não razoáveis…”
5. Perturbação ansiosa
• Pertence à categoria das perturbações da
ansiedade
• Como, por exemplo:
– Perturbação de Pânico e Agorafobia
– Ansiedade Generalizada
– Fobia Social
– Pós-estresse traumático
– Fobias específicas
6. Origem
• Pânico (crises) acompanhado ou não de
agorafobia
• Ansiedade generalizada
• Fobia social
• Fobia específica, uma situação ou algo em
particular
• Perturbação do pós-estresse traumático
• Perturbação ansiosa devido à toxicomania
7. POC
• Presença de obsessões e/ou compulsões
• Obsessão: pensamento, impulso ou imagem
mental, recorrente e persistente, intrusivo e
inapropriado, causando ansiedade ou mal-
estar intenso
• Compulsão: comportamento ou acto mental
repetitivo a que a pessoa se sente compelida
8. As Obsessões/Compulsões/rituais
• São a componente visível da POC… ou não:
– Rituais comportamentais
– Rituais mentais
• São sempre comportamentos protectores –
destinam-se a evitar uma tragédia e/ou a
ansiedade derivada dos pensamentos
obsessivos
9. Obsessões
• A contaminação,
• A dúvida constante
• Ordem
• Obsessões religiosas
• Agressividade
• Obsessões sexuais
10. Compulsões
• Limpeza/lavagem
• Verificações
• Ordem / Arrumação
• Acumulação
• Associam-se os tipos de comportamentos
compulsivos que se podem retratar por:
– Jogo (patológico)
– Atividade Física (Vigorexia)
– Compras (Shopholic)
– Trabalho (Workaholic)
– Comer (transtorno Alimentar)
11. Comportamento
• O comportamento destes indivíduos é
rígido, inflexível, têm falta de flexibilização
adaptativa, híper conscientes, amantes da
ordem e disciplina, perseverantes face ao
imprevisto, mas, perante uma situação de
estresse ou solicitação excessiva facilmente
se transformam em comportamentos rituais
12. Comportamento
• Surgem pensamentos assustadores e
repetitivos a propósito de um tema
• Geram uma ansiedade muito elevada
• Executam comportamentos que, de alguma
forma, acalmam
• Não existe controlo nem sobre os
pensamentos que o/a invadem, nem sobre os
comportamentos
13. Evolução
• Não há uma causa única mas pesquisas sugerem uma
implicação de problemas de comunicação entre a
parte frontal do cérebro (córtex orbital) e as estruturas
profundas dos gânglios basais.
• Acredita-se que um nível insuficiente da serotonina
predomine na POC.
• Por volta dos 3 anos de idade surgem rituais que ainda
não anunciam nevrose obsessiva. As primeiras
manifestações da perturbação são diversas e pouco
características, aparecem geralmente cerca de seis ou
sete anos mais tarde. Por essa altura destacam-se dos
rituais como o deitar, alimentação, defecação,
algumas ideias obsessivas, como por exemplo a
morte.
14. Prognóstico
• Os pacientes passíveis de um prognóstico
favorável são indivíduos nos quais se detetam os
três elementos seguintes:
– Intervalo de tempo relativamente curto entre o
aparecimento dos sintomas e o início do tratamento;
– Personalidade pré mórbida adequada, ou seja, não
apresentando perturbações importantes da
personalidade;
– Quadro sintomático ligeiro, ou seja, sintomas mais
fóbicos e de “ruminação” com ausência de
compulsões .
15. Etiologia ou Padrão Familiar
• A questão da predisposição genética ainda não está
devidamente esclarecida. certos estudos tendem a
demonstrar que este poderia ter um papel tendo em
conta que “… a taxa de concordância para a POC é
mais elevada nos gémeos monozigotos que nos
gémeos dizigotos” (DSM-IV-TR, 2002).
• Quanto aos fatores constitucionais estudados a partir
de ligações familiares, parece que “…a taxa da POC
nos familiares biológicos de primeiro grau com POC é
mais elevada que na população em geral” (DSM-IV-
TR, 2002).
• Segundo o DSM-IV-TR a manifestação da POC em
familiares biológicos e em primeiro grau é mais
provável do que na população em geral.
16. Critérios de Diagnóstico – DSM IV-TR
• A. Obsessões ou compulsões:
• Obsessões, definidas por (1), (2), (3) e (4):
• 1) pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e
persistentes, que são experimentados, durante algum período
da perturbação, como intrusivos e inapropriados e que
provocam ansiedade ou mal-estar intensos;
• 2) pensamentos, impulsos ou imagens que não são
simplesmente preocupações excessivas com problemas acerca
de problemas reais de vida;
• 3) a pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos,
impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro
pensamento ou ação;
• 4) a pessoa reconhece que os pensamentos obsessivos,
impulsos ou imagens obsessivas são produto da sua mente (não
impostos do exterior, como na inserção de pensamentos);
17. Critérios de Diagnóstico DSM IV-TR
• Compulsões, definidas por (1) e (2):
• 1) comportamentos repetitivos (por exemplo, lavagem
das mãos, ordenações, verificações) ou atos mentais
(por exemplo, rezar, contar, repetir palavras
mentalmente) que as pessoas se sentem compelidas a
executar em resposta a uma obsessão, ou de acordo
com regras que devem ser aplicadas de modo rígido;
• 2) os comportamentos ou atos mentais têm como
objetivo evitar ou reduzir o mal-estar ou prevenir
algum acontecimento ou situação temidos;
contudo, estes comportamentos ou atos mentais ou
não estão ligados de um modo realista com o que
pretendem neutralizar ou evitar, ou são claramente
excessivos;
18. Intervenção
• Terapia Cognitivo-comportamental
– Entrevista semi-estruturada
– Aplicação de escalas: Y-BOCS – Escala de
sintomas obsessivo-compulsivos de Yale-Brown;
IOC-R – inventário obsessivo-compulsivo revisto;
WBSI - White Bear Suppression Inventory para
verificar a supressão de pensamentos;
– QAPAD – Questionário de Autoavaliação das
Perturbações da Ansiedade
19. Intervenção – continuação TCC
– Psico-educação
– Terapia familiar
– Técnica EPR (exposição e prevenção de rituais)
– Exercícios diários
– Técnicas cognitivas
– Terapia em grupo
20. Farmacologia
• Os tratamentos farmacológicos de primeira linha
são os inibidores de recaptação de serotonina
(IRS), classe de medicamentos antidepressivos
que inclui os inibidores seletivos de recaptação
de serotonina (ISRS) e a clomipramina (tricíclico).
A eficácia dos medicamentos contribui para uma
redução de 35% na escalaY-BOCS
• Recomendada por um psiquiatra ou médico de
família / clínica geral
21. Acompanhamento e Recidivas
• À medida que o paciente vai melhorando deve propor-se
um espaçamento maior entre as consultas.
• Uma vez que a POC é uma perturbação com grande
probabilidade de recidivas, é necessário desenvolver com o
paciente técnicas para prevenir uma nova crise.
• É normal a existência de episódios isolados de curta
duração, que poderão ocorrer por distração ou falha na
estratégia de autocontrolo.
• É necessário explicar ao paciente a possibilidade destes
acontecimentos e orientá-lo no treino de estratégias de
prevenção de recidivas e acompanha-lo se possível em
sessões esporádicas após o final da terapia
22. Estratégias de Prevenção de Recidivas
– Identificar as situações internas (psicológicas) ou externas
(ambiente, objetos) de risco para a realização de rituais;
– Preparar estratégias para lidar adequadamente com as
situações de risco e evitar as recaídas;
– Identificar os pensamentos automáticos ativados nas
situações de risco e questionar se são válidos;
– Prevenção das consequências de ter cometido um lapso;
– Fazer revisões periódicas dos sintomas com o terapeuta e
avisar o terapeuta caso tenham surgido recidivas;
– Se o paciente utilizar medicamentos só os deve suspender
mediante informação médica;
– Estar sempre atualizado sobre a sua doença.
23. Conclusões Principais
• A POC é um fenómeno complexo que se pode manifestar de
diversas maneiras.
• Deve-se modificar o sentimento de vergonha ligado à tomada de
consciência
• Verifica-se um maior sucesso na complementaridade de ambas as
terapias, psicoterapia e farmacologia para o sucesso do paciente;
• Os obsessivo-compulsivos por norma têm noção de que os seus
comportamentos não são normais, possibilitando a aceitação da
doença e possibilitarem assim o seu tratamento;
• Deve-se partir do princípio que o apoio familiar é deveras
importante, quer para o doente, quer para o ambiente familiar.
24. Referencias Bibliográficas
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25. Obrigada
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Anabela Pereira 20094184
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