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,
relação entre o PCMSO e o PPRA deveria
ser igual a de um termo que utilizamos na
biologia, simbiose (se você correr no Wikipedia
terá a seguinte definição para Simbiose: é uma
relação mutuamente vantajosa entre dois ou
mais organismos vivos de espécies diferentes).
Infelizmente, na prática, boa parte destes
documentos nem se conhecem quanto mais
têm uma relação.
É verdade, professor, aqui na empresa o
médico não tem interesse pelo PPRA.
Calma aí meu filho. A via é de mão dupla, você
também precisa ter interesse pelo PCMSO.
Mas, professor, o PCMSO não deve ser
elaborado com base nos riscos identificados no
PPRA? Por exemplo, se identificamos ruído o
médico estabelece a audiometria, se
identificamos produtos químicos que podem
interferir na capacidade pulmonar o médico
estabelece a espirometria.
Corretíssimo, mas nós dependemos do PCMSO
também. Pois como você comentou, o PPRA
irá identificar os riscos e o PCMSO irá
estabelecer os exames para monitorar se
houve alguma consequência para o
trabalhador. No entanto, toda vez que
identificamos um determinado risco, por
exemplo, ruído elevado, nós da Segurança do
Trabalho deveremos estabelecer algum tipo de
controle e o setor médico acaba avaliando, via
trabalhador, se este controle foi adequado.
Porém, é óbvio que não necessariamente o
nosso controle será eficaz e uma das formas
de avaliar esta situação será com base no
resultado do PCMSO. Por exemplo, em
determinada empresa temos 5% de perda
auditiva identificada no PCMSO em
determinado setor.
Este resultado vale ouro para a Segurança do
Trabalho pois é um resultado do setor médico
que nos serve de indicador sobre aonde
devemos atuar.
Acho que deu para perceber que são
programas que precisam ter um
relacionamento bem próximo para gerar e
manter a tão esperada Saúde e Segurança do
Trabalhador.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
udanças graduais nos procedimentos são
mais frequentes do que mudanças graduais
nas condições dos equipamentos ou do
processo. Os procedimentos se corroem mais
rapidamente do que o aço e podem
desaparecer assim que os gerentes perdem o
interesse. Um procedimento é relaxado, talvez
por um bom motivo. Talvez existam razões de
ordem técnica para não poder ser seguido o
procedimento normal de isolar o equipamento
para a manutenção em uma determinada
peça. Nada acontece e o procedimento mais
simples é novamente usado apenas para
poupar tempo ou esforço. Não demora muito
e ele se torna padrão e aos novos funcionários
é dito que: “Aquela instrução está
desatualizada. Não fazemos isso mais daquela
forma”. Para evitar este tipo de mudança
gradual, supervisores e gerentes devem ficar
atentos e também explicar por que certos
procedimentos são necessários. Uma forma
eficaz de fazer isso é descrever ou, melhor,
discutir acidentes que ocorreram quando os
procedimentos não foram seguidos.
Fonte: O que houve de errado? Casos de
desastre em plantas de processo e como eles
poderiam ter sido evitados - Trevor Kletz –
Editora Interciência Pg 435
A SIMBIOSE DO PPRA
COM O PCMSO
MUDANÇAS GRADUAIS
NOS PROCEDIMENTOS
Boa
Leitura!
Contatos: www.jornalsegurito.com Jornal Segurito jornalsegurito@bol.com.br
Cada dia que passa tenho mais certeza
que o caminho para alcançar uma cultura
de prevenção, passa obrigatoriamente pela
Segurança Comportamental.
Este assunto é tratado de forma brilhante
neste livro que pode ser baixado
gratuitamente. Busque no tio Google.
Prezados Prevencionistas,
Neste mês mais uma edição falando de
tudo um pouco, tem Segurança
Comportamental, Ruído, PFF, Avaliação
Química e é claro, o bom humor que é
presença garantida em todas as
edições.
Aproveito para agradecer às frequentes
mensagens de incentivo. Estas palavras
fazem com que o serviço fique a cada
mês mais prazeroso.
E se você tiver materiais interessantes,
contribua para que este jornalzinho
continue a circular com o seu objetivo
de difundir a SST.
Prof. Mário Sobral Jr.
Mensagem
ao Leitor
A
Fatores Humanos e Organizacionais da
Segurança Industrial: um estado da arte -
Daniellou, F., Simard, M. e Boissières, I.-
FonCSI
Manaus, Agosto 2015 – Edição 107 – Ano 9Periódico Para Rir e Aprender
M
Frases do
Barão de Itararé
Quem ama o feio é porque o bonito não
aparece.

A pessoa que se vende recebe sempre
mais do que vale.

Nunca desista de seu sonho. Se ele
acabou numa padaria, procure em outra.
FOTO ANTIGA
s novos valores do FAP já estão para sair e
para alguns não tem nada de diferente, no
máximo é um número que deve ser passado
para o RH para alterar o pagamento para o
INSS.
Para quem está boiando, vamos rapidamente
revisar o assunto.
De acordo com a Lei 8212/91, o empregador
contribui com 20% sobre o total das
remunerações pagas aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos e em
função do risco de sua atividade econômica
devem acrescentar 1, 2 ou 3% aos 20%.
O FAP será o valor que incidirá sobre as
alíquotas de 1, 2 ou 3%. No entanto, no caso
da sua empresa ter excelência em Saúde e
Segurança do Trabalho, poderá passar a pagar
a metade da alíquota e para as empresas
RUÍDO DE BICOS DE AR
magine uma manhã de trabalho como
qualquer outra de um profissional de
segurança do trabalho.
Logo cedo entrega os EPIs (7h30), depois abre
as Permissões de Trabalho (7h50), em seguida
faz uma ronda pela empresa (8h20),
finalmente chega no computador para ler os e-
mails e atualizar os planos de ação (9h10).
Volta para o processo, pois um líder de
produção está reclamando que o terceirizado
está utilizando uma escada inadequada para o
serviço, regulariza a situação e volta para o
computador para abrir o relatório de incidente
do ocorrido (10h40). Depois de preparar o
relatório imprime a planilha para realizar a
inspeção dos extintores, depois do almoço
(11h50).
Um dia normal na vida de muito profissional
de segurança do trabalho, mas vamos olhar o
que estava acontecendo em paralelo a toda
esta atividade realizada pelo nosso amigo ou
por qualquer um de nós.
Às 7h30 a gerente de logística quase caiu ao
subir a escada com o salto, por sorte um
trabalhador estava ao lado e a segurou na hora
do desequilíbrio. Logo em seguida, às 7h50, o
operador da máquina injetora 2 iniciou suas
atividades sem utilizar o protetor auricular,
situação frequente no setor. Às 8h20, o
Joaquim da manutenção realizou um
procedimento de teste em uma máquina
mantendo a mesma energizada, apenas para
ganhar tempo.
Já por volta das 9h10, não aconteceu nada,
porque a empresa não é tão ruim quanto você
está pensando. No entanto, às 10h20 o líder
de produção liga para avisar sobre a situação
irregular da escada do terceirizado e
finalmente às 11h20 o Gerente de produção
percebe que um dos terceirizados está subindo
no andaime com o cinto de segurança, mas
m problema difícil de resolver está
relacionado com o ruído gerado por bicos de ar
comprimido. O ruído é gerado na saída do ar e
no impacto deste ar com o material.
Geralmente este processo é utilizado para
limpeza ou pintura.
Já sofri muito com este problema e vou dar
algumas sugestões sobre o assunto.
A primeira alternativa é avaliar o modelo de
“bico” de saída de ar que está sendo utilizado.
Há vários modelos, alguns com vários furos
para saída, que diminuem o ruído gerado.
Porém, dependendo do processo, não é uma
redução tão elevada, pois o ruído não é gerado
tanto na saída, mas principalmente com o
impacto no material jateado.
Uma alternativa que pode complementar a
ideia anterior é avaliar se a pressão de ar
utilizada é realmente a necessária. Em uma
empresa consegui diminuir a pressão de saída
de 7 bar para 5,5 bar (todo dia se diminuía um
pouco) como resultado conseguimos uma
redução de 6 dBA sem afetar a qualidade do
processo.
Por fim, dependendo do processo, é
interessante o uso de um sensor ou outra
forma de evitar que a saída de ar seja contínua.
Como o ruído é muito elevado qualquer
tempinho que você consiga desligar irá diminuir
a dose do dia.
Lógico que isto irá variar para cada atividade,
mas estas sugestões podem ajudar a reduzir
bem o ruído na sua empresa.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
SÓ COM O APOIO MÚTUO
O FAP ESTÁ CHEGANDO
JORNAL SEGURITO
U
I
O
PIADINHAS
Ligam para o fulano dizendo que sua
esposa havia sido sequestrada e que
queriam R$ 5000,00 para devolvê-la viva.
Ele respondeu: amigo são 3 da
madrugada, tô cansado e ela está
dormindo aqui do meu lado, mas me liga
amanhã que o negócio me interessa.

Uma mulher chega para o fumante e diz:
- O cigarro contém mais de 4.500
substâncias tóxicas, sabia?
Ele responde:
- Por apenas R$ 4,50 está bom demais!
sem se prender a nada e pensa: “Aonde está o
TST que não está vendo isso?”.
Esta é uma situação corriqueira em boa parte
das empresas, mas o que eu queria alertar é
para um fato óbvio, mas que nem toda
empresa leva em consideração, a
impossibilidade do profissional de Segurança
do Trabalho estar presente em todos os
lugares a todo o momento.
Os gestores precisam entender que este
profissional sempre estará disponível para dar
o suporte necessário para ajudar nos
problemas relacionados ao tema, mas as ações
de orientação e mesmo de advertências, caso
necessário, deve acontecer por iniciativa de
todos, mas principalmente por parte dos
gestores.
Esta dependência é totalmente danosa para a
segurança na empresa e acaba
sobrecarregando o SESMT que não consegue
desenvolver as atividades, pois precisa ficar
correndo de um lugar para o outro para apagar
pequenos incêndios.
Enquanto continuarmos com a cultura de que
Segurança do Trabalho é trabalho exclusivo do
SESMT, não teremos como conseguir
empresas com excelência em SST, pois para
alcançar este objetivo é preciso que haja um
real interesse e apoio mútuo.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
2
totalmente negligentes com o trabalhador este
valor pode dobrar.
Sim, professor, mas o que eu posso fazer com
este valor além de passar para o RH?
Meu filho, o principal seria conferir os dados.
O INSS disponibiliza no seu site o NIT dos
trabalhadores que serviram de base para os
cálculos do FAP e possibilita que seja realizada
uma contestação via site logo após a emissão
do novo valor.
No entanto, se eu fosse você começava a
verificar os dados hoje mesmo.
Entre no site, pegue a senha (provavelmente
com o RH) e verifique se os lançamentos estão
corretos. Caso tenha algo errado já comece a
preparar a contestação.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
em algumas frases que acabam enjoando de
tanto que se escuta, por exemplo: “mas eu
sempre fiz assim e nunca me acidentei”.
É verdade, professor, já escutei isto de um
trabalhador. Mas não consigo convencê-lo que
está errado.
Na verdade, este é o problema, queremos que
o trabalhador pense igual a gente, mas não
paramos para pensar um pouco sobre o
porquê de ele fazer daquela forma.
Pois a ação só está errada, para o nosso
entendimento, para o nosso grau de
conhecimento, ou seja, porque temos uma
cultura de segurança. Mas para um
determinado trabalhador “que sempre fez
assim” e nunca se acidentou, errados somos
nós que estamos atrasando o seu serviço.
Ou seja, é necessário se colocar no lugar do
outro. Todo mundo já fez alguma coisa
insegura e nem por isso achou que estava
errado, por exemplo: já desceu uma escada
olhando para o celular, andou com bicicleta
sem segurar no volante, andou de skate sem
nenhuma proteção, deu susto em um amigo
atravessando a rua, atravessou a rua fora da
faixa ou sem utilizar a passarela, andou sem
cinto no banco de trás etc.
Ahhh, professor, até já fiz alguns destes seus
exemplos, mas nunca aconteceu nada.
Exatamente. E assumo que eu também já fiz
alguns dos exemplos.
Pois bem, é esta mesma segurança e confiança
que o trabalhador tem. Perceba que é bem
difícil de aceitar o risco, mas é fácil de
entender que ele existe, independente da
proporção.
Mas como o trabalhador pode perceber o
risco? Sofrendo um acidente ou um incidente
grave, recebendo informação suficiente para
entender o quanto sua atividade pode ser
arriscada ou não tendo benefícios ao trabalhar
de forma insegura.
Nas duas primeiras situações, não temos o que
fazer, mas nas duas últimas sim.
Passar informação, em geral é a nossa
principal ferramenta, mas não
necessariamente será suficiente para
convencer o trabalhador, porém precisamos
insistir nesta tecla.
E a última forma seria identificar o benefício
que o risco traz ao trabalhador, por exemplo,
ele não usa o cinto para trabalho em altura
porque atrasa seu serviço e diminui sua
produtividade ou não usa determinado
equipamento de proteção porque é muito
caro.
Os motivos são diversos, mas se conseguirmos
nos colocar no lugar do trabalhador e
identificar qual benefício ele recebe ao se
expor ficará mais fácil de pensar em uma
solução.
Sei que não resolvi o seu problema, mas pelo
menos lhe dou uma resposta pronta para o
célebre “eu sempre fiz assim e nunca me
acidentei”: Tudo bem meu amigo, mas você
sabia que para muitos o primeiro acidente foi
o último?
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
algo aparentemente simples e acontece
em muitas empresas e até mesmo em casa.
Fala logo, professor, fica fazendo suspense
não.
Curioso, hein!!! Não é nada de espetacular,
mas vale o alerta.
Vai continuar me deixando na expectativa?
Ok, ok! Quero alertar sobre a necessidade da
rotulagem correta dos diversos produtos
químicos da empresa, muito acidente
acontece por engano no manuseio de
vasilhame sem informação ou com informação
trocada.
Ahhh, professor, mas é difícil manter a
sinalização. O papel rasga, mancha, os
vasilhames são reutilizados.
Meu filho, em nenhum momento eu disse que
era fácil, mas acho importante não deixar o
problema de lado. Talvez um primeiro passo
seja o de orientar os trabalhadores. Além
disso, o material para realizar a sinalização não
é tão caro, dependendo do que seja, o próprio
SESMT pode fazer artesanalmente. Mas tome
cuidado, artesanal não significa de qualquer
jeito, há toda uma padronização para realizar a
rotulagem.
E mesmo sem um investimento elevado
podemos evitar um acidente grave.
Aproveite o embalo para dar uma lida na NR
26 e pesquise um pouco sobre o GHS.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
SINALIZAÇÃO
DE SEGURANÇA T
JORNAL SEGURITO
o texto anterior comentamos que parte da
solução poderia ser o treinamento do
trabalhador. É frequente vermos em qualquer
análise de acidente, como uma das
recomendações, a orientação do trabalhador.
E por acaso está errado, professor?
Não, está correto, talvez o trabalhador nunca
tenha sido orientado ou não tenha assimilado
a mensagem da primeira vez, talvez estivesse
com sono, de olho no celular ou sei lá o que,
mas pense comigo: em geral, ele irá receber o
mesmo treinamento, do mesmo instrutor e
talvez nas mesmas condições, como
consequência é bem fácil termos o mesmo
resultado.
PIADINHA
É
O PRIMEIRO PODE SER O ÚLTIMO!
ELA: amanhã é o dia do meu transplante
do coração.
ELE: Eu sei, eu te amo.
ELA: Eu te amo muito mais.
Quando ela acorda da cirurgia, vê
somente o pai ao lado da cama.
ELA: Cadê ele?
PAI: Você não sabe quem doou o coração
para você?
ELA: Impossível!!! E começou a chorar.
PAI: Tô zuando, ele foi ao banheiro. Era
só para testar seu coração novo.
N
3
Já escrevi anteriormente que um dos nossos
problemas é que damos muito treinamento,
mas na verdade, a maioria não foi treinada
para isso, faz por puro instinto.
Insisto que precisamos saber um pouco mais
sobre como educar e das limitações de
qualquer treinamento e da necessidade de
aplicarmos metodologias diferentes para
tentarmos alcançar o maior número de
trabalhadores.
Sei que é algo bem difícil, mas se fosse fácil
qualquer um faria e estaríamos
desempregados.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
APRENDENDO A ENSINAR
ABAFANDO O RUÍDO
uando precisamos realizar a avaliação de
um produto químico, com algumas exceções,
acabamos contratando uma empresa
terceirizada para o serviço, devido ao
conhecimento necessário para efetuar a
análise e também devido ao custo dos
equipamentos.
No entanto, não podemos simplesmente
deixar nas mãos dos terceirizados, precisamos
ter atenção e monitorar estas análises. Um dos
itens importantes é saber se a metodologia
utilizada para a coleta e análise está correta,
isto é necessário pois iremos realizar estas
análises periodicamente e só será possível
comparar as análises se for utilizado um
procedimento padrão.
Mas onde encontramos estas metodologias
professor?
Bem, meu filho, há várias organizações que
tem métodos internacionalmente
reconhecidos como: OSHA, NIOSH, EPA, ASTM,
dentre outras.
Cada metodologia tem um código para
identificá-la, por exemplo: para avaliar
acetona pode ser utilizada a metodologia
NIOSH 1300.
ALERTA PARA A AVALIAÇÃO QUÍMICA
ocê já deve ter lido a sigla PFF relacionada a
proteção respiratória, mas você sabe o que
significa?
Sei sim, professor. Significa Peça Facial
Filtrante, ou seja, é como se fossem dois
produtos em um, na mesma peça temos a
máscara e o filtro.
Cabra bom, queria ter um filho assim!
Exatamente, meu filho.
Além desta característica é interessante
JORNAL SEGURITO
Q Uma forma de encontrar a metodologia é
entrar em contato com os laboratórios que
realizam a análise ou apenas entrar no site
destas empresas, que em geral possuem
tabelas para auxiliar os clientes nesta
identificação.
Ok, professor, entendi, mas do que adianta eu
saber qual é a metodologia se eu não entendo
nada sobre o assunto?
Posso lhe dar pelo menos dois motivos:
primeiro que o terceirizado não sabe que você
não sabe e ao ver que você está solicitando
que sejam identificadas as metodologias a
serem utilizadas na proposta pode passar a
tomar mais cuidado (já peguei metodologia
errada em proposta, mesmo não tendo
conhecimento profundo, e pior que não havia
sido erro de digitação, a metodologia estava
errada mesmo).
Segundo motivo, nas tabelas dos laboratórios,
de acordo com a metodologia, temos como
saber o tempo para coleta e alguns
terceirizados, para realizar um serviço mais
rápido, utilizam o menor tempo possível.
Ou seja, antes de iniciar a coleta, devemos
perguntar qual metodologia será utilizada e
qual a vazão e o volume serão coletados.
Como consequência, temos como saber se o
tempo de coleta está adequado, pois Vazão
(Q) é igual a Volume Coletado (V) dividido pelo
Tempo de Coleta (t), logo: t = V / Q
Por exemplo, se o volume a ser coletado é 30L
e a vazão 2L/min temos que o tempo será:
t = 30 L / 2L/ min = 15 min.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
ocê já deve ter visto jogadores de futebol
com uns fones de ouvido imensos e caríssimos
saindo do ônibus totalmente isolados do
mundo.
Sim, professor, mas o que isto tem a ver com
Segurança do Trabalho?
Na verdade, hoje ainda não tem muita coisa
mesmo, mas a tecnologia utilizada nestes
fones, apesar de não ser tão nova, pode ajudar
muito os trabalhadores.
Estes equipamentos funcionam com um
microfone externo que avalia o som ambiente,
e após esta verificação emite as ondas sonoras
de frequência oposta às recebidas, ou seja,
acaba cancelando parte do ruído externo.
Na verdade, já existe este tipo de protetor
para alguns trabalhadores. Lógico que ainda
não são perfeitos, mas a tecnologia cada vez
será mais eficiente. No entanto, ainda
precisamos aguardar um pouco, pois o nosso
problema não é bem a eficiência do
equipamento, no estágio atual já ajudaria
bastante, mas o preço ainda está longe de ser
atraente.
Enquanto isso vamos aguardar.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
V
Frase em um adesivo no carro da polícia:
A missão de perdoar bandido pertence a
Deus.
Nossa missão é promover o encontro.

Deus me livre ser rico e não sentir o
prazer que é pagar a última prestação.

Liguei para a vidente, ela perguntou:
Quem é?
Desliguei na hora. Não passou confiança.

O menino pergunta: Pai, eu fui adotado?
O pai responde: Foi, mas te devolveram
para a gente!
PIADINHAS
V
4
entender que esta proteção respiratória não
deve ser utilizada para proteção para vapores
orgânicos.
Mas, professor, já vi máscara PFF indicando
para baixas concentrações de vapores.
Pera lá, meu filho, vamos explicar melhor para
não fazermos confusão. Algumas máscaras PFF
vêm com uma camada de carvão ativo, que é o
material utilizado em filtros com objetivo de
proteger contra vapores orgânicos, porém esta
camada é bem limitada e é utilizada apenas
para conforto com o intuito de evitar que o
trabalhador fique incomodado com o odor de
vapores orgânicos, por isso vem indicado na
embalagem para concentrações muito baixas.
No entanto, nunca deverá ser utilizada para
proteger trabalhadores que estejam
trabalhando com gases e vapores em
concentrações acima do limite de tolerância.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
PFF X VAPORES

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Segurito 107 (ppra e pcmso)

  • 1. , relação entre o PCMSO e o PPRA deveria ser igual a de um termo que utilizamos na biologia, simbiose (se você correr no Wikipedia terá a seguinte definição para Simbiose: é uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes). Infelizmente, na prática, boa parte destes documentos nem se conhecem quanto mais têm uma relação. É verdade, professor, aqui na empresa o médico não tem interesse pelo PPRA. Calma aí meu filho. A via é de mão dupla, você também precisa ter interesse pelo PCMSO. Mas, professor, o PCMSO não deve ser elaborado com base nos riscos identificados no PPRA? Por exemplo, se identificamos ruído o médico estabelece a audiometria, se identificamos produtos químicos que podem interferir na capacidade pulmonar o médico estabelece a espirometria. Corretíssimo, mas nós dependemos do PCMSO também. Pois como você comentou, o PPRA irá identificar os riscos e o PCMSO irá estabelecer os exames para monitorar se houve alguma consequência para o trabalhador. No entanto, toda vez que identificamos um determinado risco, por exemplo, ruído elevado, nós da Segurança do Trabalho deveremos estabelecer algum tipo de controle e o setor médico acaba avaliando, via trabalhador, se este controle foi adequado. Porém, é óbvio que não necessariamente o nosso controle será eficaz e uma das formas de avaliar esta situação será com base no resultado do PCMSO. Por exemplo, em determinada empresa temos 5% de perda auditiva identificada no PCMSO em determinado setor. Este resultado vale ouro para a Segurança do Trabalho pois é um resultado do setor médico que nos serve de indicador sobre aonde devemos atuar. Acho que deu para perceber que são programas que precisam ter um relacionamento bem próximo para gerar e manter a tão esperada Saúde e Segurança do Trabalhador. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho udanças graduais nos procedimentos são mais frequentes do que mudanças graduais nas condições dos equipamentos ou do processo. Os procedimentos se corroem mais rapidamente do que o aço e podem desaparecer assim que os gerentes perdem o interesse. Um procedimento é relaxado, talvez por um bom motivo. Talvez existam razões de ordem técnica para não poder ser seguido o procedimento normal de isolar o equipamento para a manutenção em uma determinada peça. Nada acontece e o procedimento mais simples é novamente usado apenas para poupar tempo ou esforço. Não demora muito e ele se torna padrão e aos novos funcionários é dito que: “Aquela instrução está desatualizada. Não fazemos isso mais daquela forma”. Para evitar este tipo de mudança gradual, supervisores e gerentes devem ficar atentos e também explicar por que certos procedimentos são necessários. Uma forma eficaz de fazer isso é descrever ou, melhor, discutir acidentes que ocorreram quando os procedimentos não foram seguidos. Fonte: O que houve de errado? Casos de desastre em plantas de processo e como eles poderiam ter sido evitados - Trevor Kletz – Editora Interciência Pg 435 A SIMBIOSE DO PPRA COM O PCMSO MUDANÇAS GRADUAIS NOS PROCEDIMENTOS Boa Leitura! Contatos: www.jornalsegurito.com Jornal Segurito jornalsegurito@bol.com.br Cada dia que passa tenho mais certeza que o caminho para alcançar uma cultura de prevenção, passa obrigatoriamente pela Segurança Comportamental. Este assunto é tratado de forma brilhante neste livro que pode ser baixado gratuitamente. Busque no tio Google. Prezados Prevencionistas, Neste mês mais uma edição falando de tudo um pouco, tem Segurança Comportamental, Ruído, PFF, Avaliação Química e é claro, o bom humor que é presença garantida em todas as edições. Aproveito para agradecer às frequentes mensagens de incentivo. Estas palavras fazem com que o serviço fique a cada mês mais prazeroso. E se você tiver materiais interessantes, contribua para que este jornalzinho continue a circular com o seu objetivo de difundir a SST. Prof. Mário Sobral Jr. Mensagem ao Leitor A Fatores Humanos e Organizacionais da Segurança Industrial: um estado da arte - Daniellou, F., Simard, M. e Boissières, I.- FonCSI Manaus, Agosto 2015 – Edição 107 – Ano 9Periódico Para Rir e Aprender M Frases do Barão de Itararé Quem ama o feio é porque o bonito não aparece.  A pessoa que se vende recebe sempre mais do que vale.  Nunca desista de seu sonho. Se ele acabou numa padaria, procure em outra. FOTO ANTIGA
  • 2. s novos valores do FAP já estão para sair e para alguns não tem nada de diferente, no máximo é um número que deve ser passado para o RH para alterar o pagamento para o INSS. Para quem está boiando, vamos rapidamente revisar o assunto. De acordo com a Lei 8212/91, o empregador contribui com 20% sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos e em função do risco de sua atividade econômica devem acrescentar 1, 2 ou 3% aos 20%. O FAP será o valor que incidirá sobre as alíquotas de 1, 2 ou 3%. No entanto, no caso da sua empresa ter excelência em Saúde e Segurança do Trabalho, poderá passar a pagar a metade da alíquota e para as empresas RUÍDO DE BICOS DE AR magine uma manhã de trabalho como qualquer outra de um profissional de segurança do trabalho. Logo cedo entrega os EPIs (7h30), depois abre as Permissões de Trabalho (7h50), em seguida faz uma ronda pela empresa (8h20), finalmente chega no computador para ler os e- mails e atualizar os planos de ação (9h10). Volta para o processo, pois um líder de produção está reclamando que o terceirizado está utilizando uma escada inadequada para o serviço, regulariza a situação e volta para o computador para abrir o relatório de incidente do ocorrido (10h40). Depois de preparar o relatório imprime a planilha para realizar a inspeção dos extintores, depois do almoço (11h50). Um dia normal na vida de muito profissional de segurança do trabalho, mas vamos olhar o que estava acontecendo em paralelo a toda esta atividade realizada pelo nosso amigo ou por qualquer um de nós. Às 7h30 a gerente de logística quase caiu ao subir a escada com o salto, por sorte um trabalhador estava ao lado e a segurou na hora do desequilíbrio. Logo em seguida, às 7h50, o operador da máquina injetora 2 iniciou suas atividades sem utilizar o protetor auricular, situação frequente no setor. Às 8h20, o Joaquim da manutenção realizou um procedimento de teste em uma máquina mantendo a mesma energizada, apenas para ganhar tempo. Já por volta das 9h10, não aconteceu nada, porque a empresa não é tão ruim quanto você está pensando. No entanto, às 10h20 o líder de produção liga para avisar sobre a situação irregular da escada do terceirizado e finalmente às 11h20 o Gerente de produção percebe que um dos terceirizados está subindo no andaime com o cinto de segurança, mas m problema difícil de resolver está relacionado com o ruído gerado por bicos de ar comprimido. O ruído é gerado na saída do ar e no impacto deste ar com o material. Geralmente este processo é utilizado para limpeza ou pintura. Já sofri muito com este problema e vou dar algumas sugestões sobre o assunto. A primeira alternativa é avaliar o modelo de “bico” de saída de ar que está sendo utilizado. Há vários modelos, alguns com vários furos para saída, que diminuem o ruído gerado. Porém, dependendo do processo, não é uma redução tão elevada, pois o ruído não é gerado tanto na saída, mas principalmente com o impacto no material jateado. Uma alternativa que pode complementar a ideia anterior é avaliar se a pressão de ar utilizada é realmente a necessária. Em uma empresa consegui diminuir a pressão de saída de 7 bar para 5,5 bar (todo dia se diminuía um pouco) como resultado conseguimos uma redução de 6 dBA sem afetar a qualidade do processo. Por fim, dependendo do processo, é interessante o uso de um sensor ou outra forma de evitar que a saída de ar seja contínua. Como o ruído é muito elevado qualquer tempinho que você consiga desligar irá diminuir a dose do dia. Lógico que isto irá variar para cada atividade, mas estas sugestões podem ajudar a reduzir bem o ruído na sua empresa. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho SÓ COM O APOIO MÚTUO O FAP ESTÁ CHEGANDO JORNAL SEGURITO U I O PIADINHAS Ligam para o fulano dizendo que sua esposa havia sido sequestrada e que queriam R$ 5000,00 para devolvê-la viva. Ele respondeu: amigo são 3 da madrugada, tô cansado e ela está dormindo aqui do meu lado, mas me liga amanhã que o negócio me interessa.  Uma mulher chega para o fumante e diz: - O cigarro contém mais de 4.500 substâncias tóxicas, sabia? Ele responde: - Por apenas R$ 4,50 está bom demais! sem se prender a nada e pensa: “Aonde está o TST que não está vendo isso?”. Esta é uma situação corriqueira em boa parte das empresas, mas o que eu queria alertar é para um fato óbvio, mas que nem toda empresa leva em consideração, a impossibilidade do profissional de Segurança do Trabalho estar presente em todos os lugares a todo o momento. Os gestores precisam entender que este profissional sempre estará disponível para dar o suporte necessário para ajudar nos problemas relacionados ao tema, mas as ações de orientação e mesmo de advertências, caso necessário, deve acontecer por iniciativa de todos, mas principalmente por parte dos gestores. Esta dependência é totalmente danosa para a segurança na empresa e acaba sobrecarregando o SESMT que não consegue desenvolver as atividades, pois precisa ficar correndo de um lugar para o outro para apagar pequenos incêndios. Enquanto continuarmos com a cultura de que Segurança do Trabalho é trabalho exclusivo do SESMT, não teremos como conseguir empresas com excelência em SST, pois para alcançar este objetivo é preciso que haja um real interesse e apoio mútuo. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho 2 totalmente negligentes com o trabalhador este valor pode dobrar. Sim, professor, mas o que eu posso fazer com este valor além de passar para o RH? Meu filho, o principal seria conferir os dados. O INSS disponibiliza no seu site o NIT dos trabalhadores que serviram de base para os cálculos do FAP e possibilita que seja realizada uma contestação via site logo após a emissão do novo valor. No entanto, se eu fosse você começava a verificar os dados hoje mesmo. Entre no site, pegue a senha (provavelmente com o RH) e verifique se os lançamentos estão corretos. Caso tenha algo errado já comece a preparar a contestação. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho
  • 3. em algumas frases que acabam enjoando de tanto que se escuta, por exemplo: “mas eu sempre fiz assim e nunca me acidentei”. É verdade, professor, já escutei isto de um trabalhador. Mas não consigo convencê-lo que está errado. Na verdade, este é o problema, queremos que o trabalhador pense igual a gente, mas não paramos para pensar um pouco sobre o porquê de ele fazer daquela forma. Pois a ação só está errada, para o nosso entendimento, para o nosso grau de conhecimento, ou seja, porque temos uma cultura de segurança. Mas para um determinado trabalhador “que sempre fez assim” e nunca se acidentou, errados somos nós que estamos atrasando o seu serviço. Ou seja, é necessário se colocar no lugar do outro. Todo mundo já fez alguma coisa insegura e nem por isso achou que estava errado, por exemplo: já desceu uma escada olhando para o celular, andou com bicicleta sem segurar no volante, andou de skate sem nenhuma proteção, deu susto em um amigo atravessando a rua, atravessou a rua fora da faixa ou sem utilizar a passarela, andou sem cinto no banco de trás etc. Ahhh, professor, até já fiz alguns destes seus exemplos, mas nunca aconteceu nada. Exatamente. E assumo que eu também já fiz alguns dos exemplos. Pois bem, é esta mesma segurança e confiança que o trabalhador tem. Perceba que é bem difícil de aceitar o risco, mas é fácil de entender que ele existe, independente da proporção. Mas como o trabalhador pode perceber o risco? Sofrendo um acidente ou um incidente grave, recebendo informação suficiente para entender o quanto sua atividade pode ser arriscada ou não tendo benefícios ao trabalhar de forma insegura. Nas duas primeiras situações, não temos o que fazer, mas nas duas últimas sim. Passar informação, em geral é a nossa principal ferramenta, mas não necessariamente será suficiente para convencer o trabalhador, porém precisamos insistir nesta tecla. E a última forma seria identificar o benefício que o risco traz ao trabalhador, por exemplo, ele não usa o cinto para trabalho em altura porque atrasa seu serviço e diminui sua produtividade ou não usa determinado equipamento de proteção porque é muito caro. Os motivos são diversos, mas se conseguirmos nos colocar no lugar do trabalhador e identificar qual benefício ele recebe ao se expor ficará mais fácil de pensar em uma solução. Sei que não resolvi o seu problema, mas pelo menos lhe dou uma resposta pronta para o célebre “eu sempre fiz assim e nunca me acidentei”: Tudo bem meu amigo, mas você sabia que para muitos o primeiro acidente foi o último? Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho algo aparentemente simples e acontece em muitas empresas e até mesmo em casa. Fala logo, professor, fica fazendo suspense não. Curioso, hein!!! Não é nada de espetacular, mas vale o alerta. Vai continuar me deixando na expectativa? Ok, ok! Quero alertar sobre a necessidade da rotulagem correta dos diversos produtos químicos da empresa, muito acidente acontece por engano no manuseio de vasilhame sem informação ou com informação trocada. Ahhh, professor, mas é difícil manter a sinalização. O papel rasga, mancha, os vasilhames são reutilizados. Meu filho, em nenhum momento eu disse que era fácil, mas acho importante não deixar o problema de lado. Talvez um primeiro passo seja o de orientar os trabalhadores. Além disso, o material para realizar a sinalização não é tão caro, dependendo do que seja, o próprio SESMT pode fazer artesanalmente. Mas tome cuidado, artesanal não significa de qualquer jeito, há toda uma padronização para realizar a rotulagem. E mesmo sem um investimento elevado podemos evitar um acidente grave. Aproveite o embalo para dar uma lida na NR 26 e pesquise um pouco sobre o GHS. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA T JORNAL SEGURITO o texto anterior comentamos que parte da solução poderia ser o treinamento do trabalhador. É frequente vermos em qualquer análise de acidente, como uma das recomendações, a orientação do trabalhador. E por acaso está errado, professor? Não, está correto, talvez o trabalhador nunca tenha sido orientado ou não tenha assimilado a mensagem da primeira vez, talvez estivesse com sono, de olho no celular ou sei lá o que, mas pense comigo: em geral, ele irá receber o mesmo treinamento, do mesmo instrutor e talvez nas mesmas condições, como consequência é bem fácil termos o mesmo resultado. PIADINHA É O PRIMEIRO PODE SER O ÚLTIMO! ELA: amanhã é o dia do meu transplante do coração. ELE: Eu sei, eu te amo. ELA: Eu te amo muito mais. Quando ela acorda da cirurgia, vê somente o pai ao lado da cama. ELA: Cadê ele? PAI: Você não sabe quem doou o coração para você? ELA: Impossível!!! E começou a chorar. PAI: Tô zuando, ele foi ao banheiro. Era só para testar seu coração novo. N 3 Já escrevi anteriormente que um dos nossos problemas é que damos muito treinamento, mas na verdade, a maioria não foi treinada para isso, faz por puro instinto. Insisto que precisamos saber um pouco mais sobre como educar e das limitações de qualquer treinamento e da necessidade de aplicarmos metodologias diferentes para tentarmos alcançar o maior número de trabalhadores. Sei que é algo bem difícil, mas se fosse fácil qualquer um faria e estaríamos desempregados. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho APRENDENDO A ENSINAR
  • 4. ABAFANDO O RUÍDO uando precisamos realizar a avaliação de um produto químico, com algumas exceções, acabamos contratando uma empresa terceirizada para o serviço, devido ao conhecimento necessário para efetuar a análise e também devido ao custo dos equipamentos. No entanto, não podemos simplesmente deixar nas mãos dos terceirizados, precisamos ter atenção e monitorar estas análises. Um dos itens importantes é saber se a metodologia utilizada para a coleta e análise está correta, isto é necessário pois iremos realizar estas análises periodicamente e só será possível comparar as análises se for utilizado um procedimento padrão. Mas onde encontramos estas metodologias professor? Bem, meu filho, há várias organizações que tem métodos internacionalmente reconhecidos como: OSHA, NIOSH, EPA, ASTM, dentre outras. Cada metodologia tem um código para identificá-la, por exemplo: para avaliar acetona pode ser utilizada a metodologia NIOSH 1300. ALERTA PARA A AVALIAÇÃO QUÍMICA ocê já deve ter lido a sigla PFF relacionada a proteção respiratória, mas você sabe o que significa? Sei sim, professor. Significa Peça Facial Filtrante, ou seja, é como se fossem dois produtos em um, na mesma peça temos a máscara e o filtro. Cabra bom, queria ter um filho assim! Exatamente, meu filho. Além desta característica é interessante JORNAL SEGURITO Q Uma forma de encontrar a metodologia é entrar em contato com os laboratórios que realizam a análise ou apenas entrar no site destas empresas, que em geral possuem tabelas para auxiliar os clientes nesta identificação. Ok, professor, entendi, mas do que adianta eu saber qual é a metodologia se eu não entendo nada sobre o assunto? Posso lhe dar pelo menos dois motivos: primeiro que o terceirizado não sabe que você não sabe e ao ver que você está solicitando que sejam identificadas as metodologias a serem utilizadas na proposta pode passar a tomar mais cuidado (já peguei metodologia errada em proposta, mesmo não tendo conhecimento profundo, e pior que não havia sido erro de digitação, a metodologia estava errada mesmo). Segundo motivo, nas tabelas dos laboratórios, de acordo com a metodologia, temos como saber o tempo para coleta e alguns terceirizados, para realizar um serviço mais rápido, utilizam o menor tempo possível. Ou seja, antes de iniciar a coleta, devemos perguntar qual metodologia será utilizada e qual a vazão e o volume serão coletados. Como consequência, temos como saber se o tempo de coleta está adequado, pois Vazão (Q) é igual a Volume Coletado (V) dividido pelo Tempo de Coleta (t), logo: t = V / Q Por exemplo, se o volume a ser coletado é 30L e a vazão 2L/min temos que o tempo será: t = 30 L / 2L/ min = 15 min. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho ocê já deve ter visto jogadores de futebol com uns fones de ouvido imensos e caríssimos saindo do ônibus totalmente isolados do mundo. Sim, professor, mas o que isto tem a ver com Segurança do Trabalho? Na verdade, hoje ainda não tem muita coisa mesmo, mas a tecnologia utilizada nestes fones, apesar de não ser tão nova, pode ajudar muito os trabalhadores. Estes equipamentos funcionam com um microfone externo que avalia o som ambiente, e após esta verificação emite as ondas sonoras de frequência oposta às recebidas, ou seja, acaba cancelando parte do ruído externo. Na verdade, já existe este tipo de protetor para alguns trabalhadores. Lógico que ainda não são perfeitos, mas a tecnologia cada vez será mais eficiente. No entanto, ainda precisamos aguardar um pouco, pois o nosso problema não é bem a eficiência do equipamento, no estágio atual já ajudaria bastante, mas o preço ainda está longe de ser atraente. Enquanto isso vamos aguardar. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho V Frase em um adesivo no carro da polícia: A missão de perdoar bandido pertence a Deus. Nossa missão é promover o encontro.  Deus me livre ser rico e não sentir o prazer que é pagar a última prestação.  Liguei para a vidente, ela perguntou: Quem é? Desliguei na hora. Não passou confiança.  O menino pergunta: Pai, eu fui adotado? O pai responde: Foi, mas te devolveram para a gente! PIADINHAS V 4 entender que esta proteção respiratória não deve ser utilizada para proteção para vapores orgânicos. Mas, professor, já vi máscara PFF indicando para baixas concentrações de vapores. Pera lá, meu filho, vamos explicar melhor para não fazermos confusão. Algumas máscaras PFF vêm com uma camada de carvão ativo, que é o material utilizado em filtros com objetivo de proteger contra vapores orgânicos, porém esta camada é bem limitada e é utilizada apenas para conforto com o intuito de evitar que o trabalhador fique incomodado com o odor de vapores orgânicos, por isso vem indicado na embalagem para concentrações muito baixas. No entanto, nunca deverá ser utilizada para proteger trabalhadores que estejam trabalhando com gases e vapores em concentrações acima do limite de tolerância. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho PFF X VAPORES