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ATOMÍSTICA                                  Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga




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ATOMÍSTICA                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga



       Ricardo Feltre   •    Setsuo Yoshinaga




             A T O M ÍS T IC A


                                                  Volume 2
                                                    Teoria e
                                                 Exercícios




                   SÂO PAULO ■ BRASIL
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga




                               FICHA CATALOGRÁFICA



                       [Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte,

                               Câmara Brasileira do Livro, SP]



                            Feltre, Ricardo, 1928-


                   F        Atomística: teoria e exercícios |por| Ricardo Feltre
         374a
                            |e| Setsuo Yoshinaga. São Paulo, Ed. Moderna,
                   1974.
                            477p. ilust.
                            1. Átomos      2. Moléculas         I. Yoshinaga, Setsuo,
                            1937-     II. Título.
                                                                CDD-539
                                                                   -541.22
                   7                                               -541.24
         74-0086




                   Índices para o catálogo sistemático:

                1. Estrutura atômica: Química teórica 541.24
                2. Estrutura molecular: Química 541.22
                3. Física moderna: Ciências puras 539
                4. Química molecular 541.22


                                  É proibida a reprodução
                         total ou parcial deste livro, sob as
                         penas da lei.
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             PREFÁCIO
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga



        ABREVIAÇÕES ADOTADAS, PELOS AUTORES, PARA OS
              NOMES DAS ESCOLAS SUPERIORES


        MEDICINA - USP       (até   1964)   -    Faculdade      de    Medicina    da
Universidade de São Paulo.

         CESCEM - Centro de Seleção de Candidatos a Escolas Médicas e
Biológicas da Fundação Carlos Chagas.

       EPUSP ou POLI - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
       ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

       FFCLUSP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de
São Paulo.

       EE MACKENZIE - Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie.

        FEI - Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.

        EES CARLOS - Escola de Engenharia de São Carlos              da Universidade
de São Paulo.

       EE MAUÁ - Escola de Engenharia Mauá.

        MEDICINA - Santa Casa - Faculdade de Medicina da Santa Casa               de
Misericórdia de São Paulo.

       FEF ARMANDO ALVARES PENTEADO - Faculdade de Engenharia                     da
Fundação Armando Alvares Penteado.

       ESQ OSWALDO CRUZ - Escola Superior de Química Oswaldo Cruz.

       ENE - Escola Nacional de Engenharia (Guanabara).

       MEDICINA - GB - Vestibulares         Unificados `as      Escolas de Medicina
(Guanabara e Rio de Janeiro).

       ENGENHARIA - GB - Vestibulares              Unificados    às     Escolas   de
Engenharia (Guanabara e Rio de Janeiro).
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CAPÍTULO      1 - introdução à atomística

    ONDAS ELETROMAGNÉTICAS                         ................................................... 15
             O que é onda eletromagnética ........................................ 15
             Tipos de ondas eletromagnéticas ....................................... 21
             Propagação das ondas eletromagnéticas............................ 23
    DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À ALTA PRESSÃO ........ 25
    DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À BAIXA PRESSÃO ...... 26
             Explicação do fenômeno .................................................... 27
             A ionização inicial ............................................................ 28
             Lâmpada fluorescente ........................................................ 28
    DESCARGAS ELÉTRICAS NO ALTO VÁCU0 .............................. 31
    RAIOS ANÒDICOS - AMPOLA DE GOLDSTEIN ......................... 33
    ESPECTRÓGRAFO DE MASSA .................................................... 35
    ISÓTOPOS - ISÓBAROS - ISÓTONOS ........................................ 37
    RAIOS "X" ..................................................................................... 40
    EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 43
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CAPÍTULO     2 – radiatividade


    DESCOBERTA DA RADIATIVIDADE ............................................. 47
    NATUREZA DAS EMISSÕES ........................................................ 50
    LEIS DA RADIATIVIDADE ........................................................... 53
    CINÉTICA DAS EMISSÕES .......................................................... 59
            Velocidade instantânea de desintegração ......................... 60
            Constante radiativa ............................................................ 61
            Vida média ......................................................................... 62
            Período de semi-desintegração ou meia vida.................... 65
            Relação entre vida média e período
            de semi-desintegração ........................................................ 69
    FAMÍLIAS RADIATIVAS OU SÉRIES RADIATIVAS ...................... 72
    REAÇÕES DE- TRANSMUTAÇÃO ................................................. 77
    FISSÃO NUCLEAR ....................................................................... 85
    FUSÃO NUCLEAR ......................................................................... 99
    ELEMENTOS ARTIFICIAIS ............................................................ 102
            Carbono 14 ......................................................................... 102
            Iôdo radiativo ..................................................................... 103
            Cobalto 60 ......................................................................... 104
    EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 106


CAPÍTULO     3 - estrutura do átomo
    O ÁTOMO DE DALTON ................................................................ 121
    O MODELO DE RUTHERFORD - BOHR .................................... 123
            Contradição `a teoria de Rutherford ................................ 126
            A teoria de Bohr ................................................................ 126
            Distribuição eletrônica ...................................................... 135
            Os elementos de transição ............................................... 137
    A EVOLUÇÃO DA TEORIA DE RUTHERFORD - BOHR ............ 138
    PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI ........................................ 143
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    A MECÂNICA ONDULATÓRIA ....................................................... 144
    NÍVEIS, SUBNÍVEIS E ORBITAIS ................................................. 147
    REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E REGRA DE HUND .................... 156
    MEMORIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO COMPARATIVO ........... 161
    HIBRIDAÇÃO ................................................................................. 166
    EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 176


CAPÍTULO     4 - ligações químicas

    LIGAÇÃO ELETROVALENTE ........................................................ 192
             Estrutura do cloreto de sódio .......................................... 198
             Estrutura dos cristais iônicos .......................................... 200
             Estrutura eletrônica dos íons ........................................... 201
    LIGAÇÃO COVALENTE . ................................................................ 202
             Teoria de Heitler - London ............................................... 203
             Orientação das ligações covalentes no espaço ................. 208
             Covalência coordenada........................................................ 210
             Principais elementos e número de elétrons
             na camada externa ............................................................ 213
             Contagem dos elétrons na camada, externa .................... 214
             Estrutura de hidretos moleculares ................................... 215
             Estrutura dos Óxidos moleculares .................................... 217
             Estrutura de ácidos oxigenados ........................................ 220
             Estrutura dos sais.............................................................. 223
             Ligação π (pi ....................................................................... 227
             Hibridações parciais ........................................................... 233
             Hibridações especiais ......................................................... 239
    LIGAÇÃO POLAR E MOLÉCULA POLAR ..................................... 244
             Eletronegatividade ............................................................... 244
             Ligação polar ..................................................................... 245
             Momento polar .................................................................... 247
             Molécula polar ................................................................... 249
             Constante dielétrica ........................................................... 251
             Ponte de hidrogênio............................................................ 253
             Ligação de Van der Waals ............................................... 257
             Fusão e dissolução de um sal ........................................ 263
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    ESTRUTURAS DAS MOLÉCULAS ............................................... 268
             Átomos que obedecem à regra do octeto ........................ 268
             Átomos que não obedecem à regra do octeto ................. 275
             Estruturas macromoleculares ............................................ 278
    PARAMAGNETISMO ...................................................................... 281
    RESSONÂNCIA ............................................................................... 284
    LIGAÇÃO METÁLICA ..................................................................... 290
             Teoria da "nuvem eletrônica"                  ou
             "gás eletrônico" ................................................................... 291
             Teoria das faixas eletrônicas ou
             bandas eletrônicas .............................................................. 293
             Retificador de corrente ...................................................... 302
             Transistores ........................................................................ 303
             Célula fotoelétrica ............................................................. 305
    CRISTAIS METÁLICOS ................................................................ 306
             Sistema cúbico de corpo centrado ................................... 306
             Sistema cúbico de face centrada .................................... 308
             Sistema hexagonal compacto ............................................. 309
    EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 311


CAPÍTULO     5 - classificação periódica dos elementos

    HISTÓRICO .................................................................................... 333
    A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA ................................. 337
    AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS ELEMENTOS ................. 341
    PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS ......................... 348
             Densidade ........................................................................... 348
             Volume atômico................................................................... 349
             Pontos de fusão .................................................................. 351
             Raios:      atômico, covalente, iônico e de
             Van der Waals .................................................................... 352
    POTENCIAL DE IONIZAÇÃO ........................................................ 356
             Definição de elétron-volt..................................................... 356
             Definição de potencial de ionização .................................. 357
             Variação dos potenciais de ionização................................ 358
    ELETRONEGATIVIDADE ................................................................ 360
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    PROPRIEDADES QUÍMICAS .......................................................... 368
            Natureza das ligações ........................................................ 368
            Hidretos ............................................................................... 370
            Óxidos.................................................................................. 370
    EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 372


CAPÍTULO     6 - óxido-redução


    CONCEITOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO .................................. 389
    OXIDANTES E REDUTORES ........................................................ 392
    NÚMERO DE OXIDAÇÃO.............................................................. 394
            Número de oxidação de íons............................................. 396
            Número de oxidação de átomos nas moléculas ............... 397
    AJUSTAMENTO DE COEFICIENTES PELO MÉTODO
    DE ÓXIDO-REDUÇAO ................................................................... 409
            Óxido-redução com 3 elementos ...................................... 416
            Presença da água oxigenada ............................................. 419
            Equações iônicas ................................................................ 421
    MONTAGEM DE EQUAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO ................. 423
    EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 427


CAPÍTULO      7 - conceitos modernos de ácidos e bases


    CONCEITOS DE LOWRY - BRONSTED ....................................... 439
            Definições............................................................................. 439
            Ácidos e bases conjugadas ................................................ 441
    TEORIA DE LEWIS ....................................................................... 445
    FORÇAS DE ÁCIDOS E BASES .................................................. 447
            Definições e comparações................................................... 447
            Fatores influentes .............................................................. 451
            Efeitos de indução.............................................................. 452
            Caráter básico das aminas ................................................ 454
    EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 456
    RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES................................. 469
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             orbitais atômicos
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                                   ONDAS               A
                         ELETROMAGNÉTICAS

       ________________________
       O que é onda
       eletromagnética?
       ____________________
       Em primeiro lugar vamos recordar o conceito físico     de onda.

       Imagine a onda no mar.




       Um barril flutua no mar onde a onda "não se quebra".

                                  A onda caminha   numa direção, mas o barril não
                      desliza sobre a superfície,o que prova que a água do mar não
                      se desloca no sentido da onda.
                                  O movimento que a onda vai causar é apenas de
                      fazer "subir e descer" o barril. Então, pode-se afirmar que a
                      onda possui energia para suspender o barril. Este "sobe" ao
                      receber energia e depois devolve a mesma energia ao mar
                      quando "desce".

                                  Nos desenhos ao lado está uma seqüência dos
                      movimentos do barril.

                                  Então:

                                  Onda é propagação de ENERGIA.


       Imagine agora um lago e os abalos (ondas causadas pela sucessiva queda de
"pedras" no centro do lago). Suponhamos que caem pe-
ATOMÍSTICA                                             Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


          dras de modo periódico, vamos dizer de 10 em 10 segundos.




          Formam-se    círculos    concêntricos    equidistantes     que   se   propagam   na
superfície da água. Aquela parte "saliente" na superfície da água será chamada de
"avista" da onda. 0 que vemos não é senão um conjunto de "cristas" concêntricas
propagando-se na água a partir do ponto de queda da pedra.
          A distância entre duas cristas consecutivas corresponde ao comprimento de
onda X (lâmbda) que,no exemplo acima, é a mesma,qualquer que seja o "par de
ondas".
          Vejamos as ondas numa secção de perfil.




          Chamemos de "T" (período) ao tempo gasto para caírem duas pedras
consecutivas, que é igual ao tempo para passarem duas ondas consecutivas num
mesmo ponto. Então X será a distância percorrida pela onda no tempo "T".


          Sabendo-se que:
          espaço percorrido = velocidade x tempo


                                             λ =v . T


          Dizemos ainda que os pontos "A" e "B" da superfície são pontos em
concordância    de   fase,   ou   seja   ,pontos   que    executam    movimentos    análogos
simultaneamente.
          Então:
          _____________________________________________________________________
          Comprimento de onda (λ) é a menor distância entre dois pontos atingidos
pelas ondas e que se acham em concordância de fase.
          _____________________________________________________________________
ATOMÍSTICA                                     Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                   introdução à atomística -1


        Imagine agora uma rolha que se encontre flutuando na superfície do lago.
Ocorrerão oscilações na cortiça à medida que as ondas, passam.
        Vamos anotar o número de oscilações provocadas pelas ondas na unidade de
tempo. Marquemos um minuto como unidade de tempo.




        Ora, se cai no lago uma pedra de 10 em 10 segundos,teremos 6 pedras
e,portanto, 6 oscilações para a rolha num minuto. Este número      de   oscilações   é
chamado de freqüência das ondas.
        _____________________________________________________________________
        Freqüência (f) é o número de oscilações        produzidas pelas ondas, na
unidade de tempo.
        _____________________________________________________________________
        No caso anterior temos: f = 6 ciclos/minuto
        Podemos relacionar o período (T) com a freqüência (f).
        Vimos que:
        PERÍODO (T): é o tempo gasto para caírem duas pedras consecutivas, ou seja,
o tempo para repetir uma oscilação idêntica num mesmo ponto atingido pelas ondas.
        FREQÜÊNCIA (f): ê o número de oscilações produzidas pelas ondas, na
unidade de tempo.




        Ou seja, o período   é o   inverso   da freqüência. Voltando à fórmula de
propagação de ondas temos:




        substituindo
ATOMÍSTICA                                          Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


         Daí se conclui que, quanto maior o (X), menor será a (f) das oscilações,já que
a velocidade de propagação é constante em determinado meio.
         Poderíamos fazer a seguinte comparação:
         Uma rolha "dança" na água (subindo e descendo) ao "ritmo" das pedras que
caem. Quanto mais depressa as pedras caem, mais depressa, "com maior freqüência"
oscila a rolha. Mas, então, formam-se ondas sucessivas umas muito próximas das
outras e diremos que "diminuiu o comprimento de onda" (menor distância entre 2
cristas consecutivas) .
         Vamos supor agora que a água do lago ou a água do mar se tornasse
"invisível". Iríamos, então, ver os objetos (barril, rolha, etc)   flutuando no espaço e
não numa superfície visível.
         Além disso, se nessa misteriosa "água invisível" houvesse propagação de
alguma onda, Iríamos ver os objetos oscilando. Poderíamos até "imaginar" os tipos de
onda que estariam se propagando nessa "misteriosa água".
         Pois bem, existem formas de energia que se propagam em forma de ondas
invisíveis.




         Seja um recipiente contendo água. Na superfície flutua uma rolha com um
prego. Do lado de fora fazemos oscilar um imã bastante forte.
         A rolha também irá oscilar com a mesma freqüência do Imã. É que quando o
Imã oscila, ele produz ondas invisíveis no espaço capazes de atravessarem o vidro e
fazer oscilar o prego. Estas ondas são denominadas "ondas magnéticas" e as
representamos por um conjunto de setas chamadas vetores "campo magnético" (H).
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                        introdução à atomística-1
           Outro tipo de "onda invisível" é aquela produzida por cargas elétricas.




         Imagine um pêndulo de fio de seda que possui uma esfera carregada elétrica
mente (vamos supor com carga negativa).
         Balançando-se diante da esfera um bastão carregado positivamente, a esfera
tentará acompanhar o movimento do bastão.
         É porque o bastão, em oscilação, emite ondas invisíveis constituídas de
"ondas   elétricas" representadas por vetores denominados de "campos      elétricos"
(E).




         Na prática constata-se que, quando surge uma "onda elétrica", ela ê
acompanhada de "onda magnética" e vice-versa. Dizemos, então, que se trata de "onda
eletromagnética". Experimentalmente, sabe-se que o "plano dos campos elétricos é
sempre perpendicular ao plano dos campos magnéticos".




         A representação ilustrativa da onda eletromagnética seria:
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


         ____________________________________________________________________________
         A onda eletromagnética é uma forma de energia constituída de campos
elétricos e campos magnéticos, em planos perpendiculares entre si, capazes de
propagar-se no espaço.
         ____________________________________________________________________________




         As ondas eletromagnéticas propagam-se em diversos meios e, no vácuo a
velocidade de propagação é de 300.000 km/seg, ou seja, 7,5 voltas em redor da Terra
num segundo.
         Graças às ondas eletromagnéticas podemos captar emissoras de rádio,
televisão, radar, etc.




         Apenas para termos uma idéia ilustrativa de onda eletromagnética, imagine
uma estação transmissora de rádio.




                                   ═════════════════
ATOMÍSTICA                                          Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                 introdução à atomística -1


         ___________________________________________
         Tipos de ondas eletromagnéticas
         ___________________________________________


         As ondas eletromagnéticas apresentam os comprimentos de onda numa vasta
gama de variação e, para cada faixa de variação, a onda eletromagnética recebe um
nome específico. Vejamos os principais nomes.




         Os raios cósmicos são constatados em qualquer parte do Universo, sendo
constituídos    de   partículas   subatômicas   de   altíssima    velocidade    e      "ondas
eletromagnéticas de X curtíssimo".
         Em seguida temos os raios gama, observados nos fenômenos quando se "toca
ou modifica a estrutura nuclear dos átomos". È o caso de fenômenos radiativos e
explosões atômicas que veremos adiante, onde são produzidas emissões de "raios
gama".
         Os raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem nas "colisões de elétrons
contra anteparos duros".
         As ondas eletromagnéticas, nas faixas ultra-violeta, luz visível e infra-
vermelho, correspondem às "energias libertadas" pelos "saltos          de   elétrons   dentro
do átomo".
         Os raios infra-vermelhos são conhecidos popularmente como "calor                 de
irradiação” .
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        As ondas eletromagnéticas de comprimento maior surgem quando elétrons
num condutor sofrem "impulsos".
        Ê o caso das ondas hertzianas libertadas duma torre de transmissão. Lá,os
elétrons sofrem "impulsos" e libertam ondas eletromagnéticas.
        As ondas de F.M. (freqüência modulada) e de televisão possuem somente
alguns metros.


        Exemplos:


        o CANAL 9 da T.V. tem À = 1,5 metros
        o F.M. da Eldorado tem A = 3 metros


        As ondas de rádio estão numa faixa de A maior e temos 3 classes:
        A) ondas curtas 10--------- 200 metros.
        B) ondas médias 200 --------- 600 metros.
        C) ondas longas 600 --------- 1000 metros.
        Foi o cientista Hertz quem descobriu a existência de ondas eletromagnéticas.
Em sua homenagem, a unidade de freqüência ê denominada de "hertz".
        __________________________________________________________________________
        1 ciclo/segundo = 1 hertz
        1000 ciclos/segundo = 1 khz (ki1ohertz)
        1 milhão ciclos/segundo =1 Mhz (megahertz)
        __________________________________________________________________________


        Pode-se então caracterizar uma onda eletromagnética, exprimindo             o   seu
comprimento de onda "A" ou então, a sua freqüência (f).


        Lembre-se da relação:



        Quando    nada   se   fala   da   velocidade    de   uma    onda   eletromagnética,
subentende-se que a velocidade é de 300.000 km/seg (no vácuo = no ar) .


                                          EXERCÍCIOS


        (1) Você está sintonizando uma emissora que                opera   numa frequência
de 1.000 Khz. Qual o comprimento de onda dessas               emissões?




        RESPOSTA: são ondas de 300 metros.
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                                                         introdução à atomística-1


        (2)   Uma emissora de T.V.    utiliza-se de ondas de λ    = 2 metros, Qual
a freqüência dessa emissora?


        (3) Seja um rádio de uma faixa:




        Você está sintonizando uma estação quando no dial temos a posição
acima indicada.
        Seu rádio é um receptor de ondas:
        a) médias
        b) curtas
        c) longas
        d) F.M.


        __________________________________________________________________________


        propagação das ondas eletromagnéticas
        __________________________________________________________________________


        As ondas eletromagnéticas propagam-se em linha reta num meio homogêneo.
Ao penetrar noutro meio, pode ocorrer uma mudança de direção que se denomina
refração.
        Pode mesmo ocorrer reflexão das ondas eletromagnéticas.
        Se você mora num local vizinho a prédios altos, ou onde passam aviões, as
ondas de T.V. serão refletidas por esses obstáculos, provocando distúrbios no seu
receptor. (Fantasmas pelo prédio e ondulações da imagem pelo avião).
        Uma torre de emissão, de T.V. ou de rádio, geralmente emite ondas em todas
as direções, ou seja, ondas tridimensionais, formando se frentes esféricas de ondas.
(Lembre-se que, na água, a onda causada pela queda da pedra tinha propagação
bidimensional e tínhamos frentes de onda circulares).
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        Outro detalhe muito importante ê saber o aspecto energético das ondas
eletromagnéticas. Elas são emitidas de modo intermitente em forma de conjuntos
de ondas, que recebem o nome de "fótons".




        Resumindo: As ondas eletromagnéticas são emitidas de modo descontinuo,
em forma de quantidades bem discretas, denominadas de "fotons?
        A energia do fóton depende do seu comprimento de onda (A).
        Quanto maior o "X", menor será a energia. Podemos dizer, então, que a
energia do fóton é diretamente proporcional à freqüência da onda eletromagnética,já
que:



        Essa energia variável de cada fóton é denominada de "quantum" (no plural
"quanta"). Segundo o cientista Planck o quantum (q) cor responde a:
                                            _____________
                                            q = h . f
                                            _____________
        q = a energia do fóton
        h = constante de Planck = 6,62 x 1O-27 erg x seg
        f = freqüência da onda eletromagnética


        Portanto, cada fóton possui uma quantidade definida de energia. Assim,
quanto mais fótons num feixe de luz, mais intensa será a energia.


                                            EXERCÍCIOS
        (4) Qual a energia do fóton constituinte            da luz violeta   de 4000 Ǻ?




        (5)   Qual   é   a   energia   do   fóton   constituinte   dos   raios-X de λ=1Ǻ ?
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                                                         introdução à atomística -1




                       B       DESCARGAS ELÉTRICAS

                       NOS GASES À ALTA PRESSÃO



        São os gases: bons, regulares ou péssimos condutores de eletricidade?
        A resposta seria: "depende da pressão do gás".
        Estudemos, então, os 3 casos principais: à alta pressão, à baixa pressão e
no alto vácuo.
        De modo geral, os gases à pressão elevada (acima de 1 atm) comportam-se
como isolantes, isto é, oferecem grande dificuldade a passagem de elétrons.
        Veja,por exemplo,os fios de luz nos postes que, às vezes estão descobertos,
em contato com ar atmosférico (mistura gasosa) sem que ocorra descarga.
        É necessário grande diferença de potencial (AV) entre os pólos e ainda uma
pequena distância entre esses fios para ocorrer uma descarga à alta pressão.
        Exemplo: Vela de motor à explosão que utiliza alguns milhares de volts para
produzir a centelha.
        Quanto maior a distancia entre os eletrodos,exigem-se maiores tensões.




                                                              .
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            C          DESCARGAS ELÉTRICAS

        N O S G A S E S A B A IX A P R E S S Ã O

        Esses tipos de descargas são realizadas em tubos de Geissler
        Um tubo de Geissler é constituído de uma ampola de vidro possuindo 2
eletrodos. No interior da ampola pode-se colocar um gás qualquer a uma pressão de
1 a 30 mm Hg.




        Um    dos   eletrodos    é   ligado ao   polo negativo   e   será   chamado   de
"CÁTODO". Outro que é ligado ao polo positivo é chamado de "ÂNODO".
        A    diferença   de     potencial, necessária   para a descarga, depende      do
comprimento do tubo e da pressão interna.           Para um tubo de 40 cm e pressão
de 3 mm Hg, pode-se usar uma tensão de 60 volts, quando no seu interior temos
"vapor de mercúrio".
        Durante a descarga aparecerá uma boa luminosidade em toda região entre o
"cátodo" e o "ânodo" A cor da luz emitida depende da natureza do gás, da pressão
interna e da tensão utilizada.
        Descargas deste tipo são utilizadas em anúncios
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                                                         introdução à atomística-1


        luminosos e também nas lâmpadas fluorescentes.
        Uma particularidade dessas lâmpadas é que para iniciar a descarga exige-se
uma tensão elevada,a fim de provocar a ionização inicial das moléculas gasosas.
        ___________________________________
        A) EXPLICAÇÃO DO FENÔMENO


        Vimos no LIVRO I que as moléculas são formadas de átomos. Os átomos são
constituídos de núcleos e elétrons. Quando o tubo de Geissler ê submetido a
determinada tensão, dá-se a descarga,porque o "CÁTODO". emite elétrons.
        Na prática o cátodo ê um filamento incandescente, pois a elevada
temperatura facilita a emissão de elétrons.




        Os elétrons acelerados colidem com as moléculas do gás provocando
ionizações. Os íons dirigem-se para o"CÁTODO" (-) enquanto que os elétrons vão
para o "ÂNODO" (+).
        Dentro do tubo existem duas espécies de partículas em movimento:
        - elétrons no sentido cátodo     ânodo
        - Íons no sentido ânodo        cátodo


        Na realidade, além" das colisões elétron x molécula, ainda ocorrem, em menor
número, colisões de molécula que também produzem mais ionizações.
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        Os íons chegam até o cátodo, regenerando assim o elétron e voltando a ser
molécula neutra. Mas, uma nova colisão imediatamente provocará nova ionização.
        Nessas colisões, uma parcela de energia ê emitida em forma de ondas
eletromagnéticas que podem ser visíveis ou invisíveis.
        Utilizando-se gases diferentes, ou pressões variadas, podem-se obter os mais
deslumbrantes coloridos que enfeitam as avenidas na forma de anúncios luminosos.


        _________________________________
        B) A IONIZAÇÃO INICIAL


        Um tubo de Geissler de um metro de comprimento, contendo vapor de
mercúrio como gás residual, trabalha numa tensão de 100 volts aproximadamente.
        Mas, para haver descarga nessas       condições é necessário que já exista
considerável número de íons no gás.
        Como poderemos obter essa elevada ionização?
        - Os raios cósmicos que "chovem" em qualquer parte e, portanto, no local de
experiência causam uma pequena ionização do gás, mas isso é insuficiente para se
dar a descarga.
         - Um jato de elétrons,que ê lançado pela cátodo, é que realmente
inicia a descarga.


        A emissão inicial de elétrons exige condições especiais: "cátodo incandescente
e elevada tensão instantânea" de alguns milhares de volts.
        Na prática, como veremos adiante, o cátodo é um filamento incandescente
(como o das lâmpadas comuns) e a elevada tensão inicial é conseguida com          um
dispositivo chamado "reator".
        Uma vez iniciada a descarga, a tensão pode baixar sem prejudi car           a
continuidade da descarga elétrica.


        _______________________________________
        C) LÂMPADA FLUORESCENTE


        É um tubo de Geissler com algumas adaptações.
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                                                             introdução à atomística -1


         A parte interna do vidro é revestida com uma tinta fluorescente. Essa tinta
emite luz visível quando excitada por raios ultra-violeta.




         Como a lâmpada trabalha com corrente alternada, qualquer dos pólos é um
"ânodo-cátodo". Possui um filamento de tungstênio para facilitar a saída de elétrons
quando aquecido.
         Esquema da lâmpada no início da descarga
         No circuito existe um "REATOR" e um "STARTER".
         O reator destina-se a produzir uma alta-tensão inicial e a manter uma
tensão adequada para a descarga.
         O starter é uma chave automática . Ele fecha o circuito no início a logo
em seguida se abre interrompendo o circuito, onde ele foi colocado.
         Para uma lâmpada de 20 Watts temos o seguinte esquema:




         Inicialmente a corrente atravessa: reator, filamento, starter e outro filamento.
Os filamentos tornam-se incandescentes , facilitando a emissão de elétrons. Então,
desliga-se automaticamente o"S" (starter). Essa abertura do circuito provoca "alta
tensão" entre os filamentos,porque o reator está no circuito. (É preciso noções de
corrente alternada para entender minuciosamente o aparecimento da alta tensão). A
alta tensão instantânea provoca a ionização inicial que iniciará a descarga elétrica no
tubo. Dai por diante, o circuito que possui o starter ficará aberto e sem efeito.
         Pode-se mesmo substituir o "S" por uma chave elétrica, que ini
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         cialmente é fechada e, após alguns segundos, é aberta dando início a
descarga.
         É por este motivo que, quando ligamos o interruptor de uma lâmpada
fluorescente, ainda leva alguns segundos para ocorrer a descarga.
         Esse tempo necessário é para aquecer o filamento e esperar o "desliga" do
starter,que é realizado automaticamente após determinado tempo no circuito.
         A alta tensão inicial é capaz de "succionar" alguns elétrons das          moléculas
vizinhas ao ânodo.




         Durante a descarga da lâmpada, o gás (vapor de mercúrio) emite mais
intensamente luz ultra-violeta acompanhada de pequena quantidade de luz violeta. A
luz ultra-violeta (invisível) excita a tinta fluorescente e esta emitira então, a luz visível.
Dai o nome de lâmpada fluorescente.




         CONCLUSÃO:
         ____________________________________________________________________________
         Admitindo-se que os átomos possuem elétrons pode-se justificar porque
ocorrem descargas em tubos de Geissler.
         ____________________________________________________________________________




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                                                          introdução à atomística -1




              D DESCARGAS ELÉTRICAS
                                         NO ALTO VÁCUO

         As descargas desse tipo são estudadas na “ ampola de Crookes “ . Chama-
se"alto vácuo" uma atmosfera onde se tenta produzir o melhor vácuo possível. Hoje,
consegue-se alto-vácuo da ordem de l0-11 mm Hg.




         Entre o cátodo e o ânodo, estabelece-se uma tensão de alguns milhares de
volts.
         Observa-se, na região em frente ao cátodo, uma luminosidade esverdeada no
vidro.
         Em 1869, Hitterf demonstrou que a luminosidade era devida aos raios
provenientes do cátodo, pois, se colocasse uma placa metálica entre o cátodo e o vidro,
a luminosidade esverdeada do vidro iria desaparecer.
         Como somente o cátodo emitia esses raios, eles foram denominados "raios
catódicos".
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         Crookes demonstrou que os "raios catódicos" eram constituídos de partículas
de carga negativa, pois, sofrem deflexões diante de campos      elétricos    ou   campos
magnéticos.




         Esta evidência veio provar que o cátodo não emitia raios luminosos, mas sim,
"PARTÍCULAS DE CARGA NEGATIVA".
         Alguns anos depois, o cientista Thomson conseguiu determinar a massa
dessas partículas de carga negativa,constatando ser bem menor que o mais leve dos
átomos ,ou seja, mais leve que o átomo de hidrogênio.
         Ficou assim esclarecido que "EXISTEM PARTÍCULAS" mais leves que                o
"ÁTOMO", ou seja, que "0 ÁTOMO É CONSTITUÍDO DE PARTÍCULAS".
         As   partículas   constituintes   dos   raios   catódicos   foram    chamadas
de"ELÉTRONS"
         Inicia-se,assim, uma nova fase de pesquisa do interior do átomo e,
evidentemente, o abandono da teoria atômica de Dalton.
         Hoje sabemos que os raios catódicos são formados de elétrons. Os elétrons
caminham pelo condutor até o cátodo. Como a tensão é muito elevada, os elétrons
saem do cátodo com grande energia cinética rumo ao ânodo. Durante a trajetória, os
elétrons quase não perdem energia porque, no meio rarefeito,quase não há colisões
entre as partículas. No entanto, os elétrons não conseguem curvar sua trajetória e
acabam colidindo contra as paredes de vidro. Al, parte da energia cinética ê
transformada em energia luminosa. A seguir os elétrons são "succionados"             pelo
ânodo.
         ______________________________________________________________
         RAIOS       CATÓDICOS             SÃO     ELÉTRONS           ACELERADOS
         EMITIDOS PELO CÁT0DO.
         ______________________________________________________________
         Uma das importantes aplicações dos raios catódicos está na televisão. O tubo
de imagem da televisão é uma ampola de Crookes que possui o canhão                (cátodo)
capaz de, ordenadamente,      atirar elétrons
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                                                         introdução à atomistica -1


        contra a superfície interna do vídeo, onde     se encontra um revestimento
de tinta fluorescente.




        0 tubo de imagem da T.V. opera com uma tensão de aproximadamente
10.000 volts.




                            E         RAIOS ANÓDICOS

                                 ampola de Goldstein
        Em 1886, Goldstein fez experiências de descargas em ampolas contendo gás
numa pressão de 0,1 mm Hg aproximadamente. Utilizando cátodo perfurado,
observou que no prolongamento dos orifícios do cátodo formavam-se "focos"
luminosos. Sugeriu então que nessas descargas houvesse formação de partículas
positivas vindas da direção do ânodo, que foram denominadas "raios anòdicos".




        A evidencia de que os raios anódicos são constituídos de partículas de carga
positiva é que, passando-os em campos elétricos e em campos magnéticos, constatam-
se desviou no sentido oposto no dos raios catódicos.
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         A explicação do fenômeno é a seguinte:
         Os elétrons dos raios catódicos saem com grande energia cinética e podem
colidir com moléculas do gás residual, transformando-os em íons positivos .
         Estes íons são "atraídos pelo cátodo" e regeneram o elétron quando colidem
com o cátodo. No entanto, alguns       íons    atravessam o orifício e provocam colisões
na    parte   posterior do   cátodo.   Essas    colisões   serão   de íons   acelerados   x
moléculas     do   gás   residual, donde é emitida         energia em   forma   de   onda
eletromagnética luminosa. Então o ânodo "não emite raios anódicos.".




         ___________________________________________________________________________
         RAIOS_ANÓDIC0S são íons_do próprio gás residual que são repelidos pelo
ânodo e atraídos pelo cátodo.
         ___________________________________________________________________________
         Existem métodos para determinar a massa das partículas positivas dos raios
anódicos. Constatou-se que a massa das partículas positivas é incomparavelmente
maior que as partículas dos raios catódicos.
         Utilizando-se o hidrogênio como gás residual, foram obtidos raios anódicos,
constituídos de partículas cujas massas eram o mais leve possível em relação a outros
raios anódicos. No entanto, essa mais leve partícula positiva,até então conhecida, era
cerca de 1840 vezes mais pesada que o elétron.
         Para essa partícula, foi sugerido o nome de "PRÓTON", que ficou estabelecido
como unidade de carga positiva, (pois era a partícula de menor massa e menor
carga observada naquela época).


         EM RESUMO:
         A descarga numa ampola de Goldstein apresenta:
         - elétrons acelerados num sentido,(raios catódicos) e
         - íons positivos acelerados no sentido contrário,(raios anódicos).


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                                                            introdução à atomística -1




                               F      ESPECTRÓGRAFO

                                                           DE MASSA
         Uma das mais importantes aplicações dos raios anódicos é no espectrógrafo
de massa. Este aparelho permite determinar a massa do átomo.
         Um dos primeiros espectrógrafos de massa utilizado foi o espectrógrafo
de "ASTON".




         Na ampola onde se encontram o ânodo "A" e o cátodo "B" formam se os íons
positivos, ou seja , os raios anódicos do gás. Como O cátodo "B" tem uma fenda
vertical, muitos íons passam e alguns conseguem atravessar as fendas "C" "D". Entre
"C" e "D^' existe um fortíssimo campo elétrico que acelera bastante as partículas
positivas nesse trecho. Em "E" existe um fortíssimo campo magnético capaz de curvar
a trajetória dos raios positivos, fazendo-os colidir com   "F",   onde existe um filme
fotográfico.
         Conhecendo-se os valores dos campos elétricos e magnéticos, pode-se
determinar a massa do íon.
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        Se na ampola foi colocado gás de um elemento químico e, se no filme "F", são
obtidas duas ou mais impressões, pode-se concluir que existem partículas do mesmo
elemento químico com diferentes massas.
        Ora, essas partículas são íons, ou seja, átomos que perderam elétrons. Como
a massa do elétron é praticamente desprezível,conclui-se que,no elemento gasoso
utilizado na experiência, existem "ÁTOMOS COM MASSAS DIFERENTES". Os átomos de
diferentes massas,porém do mesmo elemento, serão chamados de "ISÔTOPOS", e sua
existência é constatada no espectrógrafo. (Maiores detalhes serão explanados no
próximo assunto.)
        Então, se no filme "F" tivermos a impressão:




        Conclui-se que,o elemento gasoso em estudo tem 3 isótopos


        Uma representação esquemática seria:




        O isótopo que incide em "A"       ê mais leve que aquele que incide em
"B" e "C".
        Quanto menor a massa do íon, maior será o desvio, ou seja, menor
será a curvatura da trajetória.




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                                                        introdução à atomística -1



                                                  G          ISÓTOPOS

                               ISÓBAROS-ISÓTONOS
        Veremos, nos capítulos II e III, os trabalhos de diversos cientistas que
possibilitaram melhor esclarecimento da estrutura atômica.
        Vamos no entanto adiantar que o átomo ê constituído de duas partes:
        a)   Núcleo: onde se encontram principalmente duas espécies de partículas:
"PRÓTONS e NEUTRONS". Eles possuem massas praticamente iguais. 0 próton ê o
responsável "pela carga positiva".
        b)   Eletrosfera: onde se encontram "ELÉTRONS", partículas de carga negativa
que contrabalançam as cargas positivas do núcleo. Os elétrons           têm massa
desprezível em relação aos protons e nêutrons.
        As propriedades químicas de um átomo são determinadas pelo número de
elétrons na eletrosfera, que é igual ao número de prótons do      núcleo,     também
chamado "NÚMERO ATÔMICO".
        Em outras palavras:
        "Átomos de mesmo número atômico possuem as mesmas propriedades
químicas".
        Os nêutrons são partículas "sem carga" e de massa aproximadamente igual
à do próton e se encontram nos núcleos dos átomos.
        Os prótons e nêutrons determinam praticamente amassa do átomo, pois os
elétrons têm massa desprezível em relação àquelas anteriores.
        CONVENÇÕES
        Z-------número atômico (número de prótons do núcleo).
        N-------número de nêutrons.
        A-------número de massa (soma de prótons + nêutrons do núcleo).
        Logo:             A = Z + N


        ISÓTOPOS: São átomos do mesmo elemento químico (mesmo número
atômico), porém,com diferentes números de massa (logo, de diferente número        de
nêutrons).
        ISÓBAROS:     São átomos de diferentes elementos (diferentes números
atômicos), porém, com o mesmo número de massa.
        ISÓTONOS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números
atômicos),porém, com o mesmo número de nêutrons.
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       Sejam os átomos "1" e "2" que apresentam respectivamente:
       número de prótons    -----------Z1 e    Z2
       número de nêutrons -----------N1 e      N2
       número de massa       -----------A1 e    A2




       Representa-se o NÚMERO ATÔMICO e o NÚMERO DE MASSA de um
átomo do seguinte modo:




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                                                          Introdução à atomística -1


                                      EXERCÍCIOS

        (6) Examinemos os seguintes átomos:




        (7)   São dados três átomos, X, Y e Z. 0 átomo "X" tem número atômico 35 e
número de massa 80. 0 átomo "Z" tem 47 nêutrons sendo isótopo de "X". 0 átomo "Y" é
isóbaro de "Z" e isótono de "X". Quantos prótons tem "Y"?
        Foram dados:




                                            a = 37


        (8) Os elementos A, B e C tem números de massa consecutivos.
         "B" é isótopo de "A" e "A" é isótono de "C".
         0 átomo "B"     tem 21 nêutrons    e o átomo     "C" tem 22 prótons. Quais
são os números de massa dos átomos "A", "B" e "C"?


        (9)   Numa fileira horizontal da tabela periódica (período) os elementos A, B e
C são consecutivos. "A" e "B" são isóbaros é "C" e isótono de "B". 0 número de massa
de "C" é 197 e o elemento A tem 119 nêutrons.        Calcule os números       atômicos
desses elementos.


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                                                 H       RAIOS "X"


         Em 1895, o físico Wilhelm Konrad Roentgen anunciava a descoberta de raios
misteriosos capazes de atravessar diversos materiais que são opacos à luz.
         Roentgen estava fazendo experiências com uma ampola de "Crookes" em
plena descarga. Observou que alguns materiais, como uma placa coberta por sulfeto
de zinco, tornava-se fluorescente quando colocada nas proximidades da região de
colisão dos raios catódicos.




         A fluorescência do cartão permanecia, mesmo que entre       o   cartão e a
ampola    fosse colocada uma placa de papelão.
         A experiência surpreendeu -o    e   uma investigação mais meticulosa foi
iniciada a fim de esclarecer a causa da fluorescência.
         Então, foi montado o seguinte dispositivo.
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          Uma ampola de Crookes foi encerrada dentro de uma caixa de papelão. Do
lado externo, em frente ã região de colisão dos elétrons, foi colocado o material
fluorescente. Os raios misteriosos partiam daquela região de colisão, atravessavam o
papelão e vinham incidir no sulfeto de zinco, tornando-o fluorescente. Como Rôentgen
não conseguiu desvendar a natureza desses raios invisíveis, ele denominou os               de
"raios-X".
          Em 1912, através de difrações em cristais, foi provado que os "raios-X" são
ondas eletromagnéticas de " λ "muito curto.
          __________________________________________________________________________
          Raios-X      são   ondas   eletromagnéticas   que    surgem     na colisão de raios
catódicos contra anteparos duros.
          __________________________________________________________________________
          Logo    em    seguida, constatou-se    que    os    "raios-X"   eram   capazes   de
impressionar chapas fotográficas.
          Esta descoberta possibilitou "fotografar" o interior de muitos objetos opacos `a
luz, mas transparentes aos raios-X. Uma das aplicações                mais    notáveis dessa
descoberta foi na obtenção de radiografias.




          As primeiras aplicações na medicina foram no             diagnóstico    de fraturas
ósseas.
          Os "raios-X" atravessam facilmente .materiais constituídos de elementos de
baixo peso atômico. Então, o tecido ósseo que apresenta cálcio, de peso atômico 40,
(maior que os do "C", "H" e "N" , principais constituintes da pele, músculo e carne) é
mais opaco aos "raios-X".
          Os "raios-X" não conseguem atravessar o tecido ósseo e daí a mancha branca
da radiografia.
          Também é por este motivo que o chumbo de peso atômico 207, retém quase
que totalmente os "raios-X". Os operadores de aparelhos de "raios-X" utilizam aventais
de chumbo para proteger-se de eventuais radiações que escapam, pois um excesso de
"raios-X pode causar lesões internas gravíssimas no ser humano.
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        Quando uma televisão está ligada, do vídeo deste aparelho emanam
"raios-X". Porém são "raios-X"      de   comprimento   de onda (λ) maior que aqueles
utilizados em radiografias. Esses "raios-X", de"A" relativamente longo         (λ   = 100
Ǻ), são praticamente inofensivos.
        Os "raios-X" de muita energia e portanto, perigosos aos seres vivos, são os
"raios-X" denominados duros, de comprimento de onda curtíssimo (λ = 0,01 Ǻ). São
obtidos fazendo-se colidir raios catódicos bastante energéticos contra anteparos de
tungstênio. O anteparo é chamado "anti-cátodo".




        Numa ampola de vidro,como indica o esquema, faz-se o melhor alto-vácuo
possível. Utiliza-se uma tensão da ordem de 100.000 volts e um cátodo incandescente,
os quais produzirão raios catódicos de elevadíssima energia.
        Nos aparelhos de "raios-X"reais, o próprio ânodo já ê o anti-cátodo.
        A ampola ê envolvida por uma camada de chumbo que protege o operador dos
"raios-X" que poderiam se dispersar. Existe uma janela no envólucro de chumbo
por onde saem os "raios-X':.
        Uma das grandes contribuições científicas foi a aplicação de "raios-X" na
investigação de cristais, que possibilitou determinar distâncias entre núcleos de
átomos. Isto desencadeou o esclarecimento da estrutura da matéria.


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                                                          introdução a atomística -1

                            TESTES         E EXERCÍCIOS

        (10)-"Raios-Y" , "raios-X", "ultra-violeta" e "ondas curtas de rádio" são ondas
eletromagnéticas que apresentam freqüências na ordem:
        a) crescente
        b) decrescente
        c) crescente e depois decrescente
        d) constante
        e) nenhuma das respostas anteriores


        (11)-No item anterior,    naquela seqüência,     suas velocidades no vácuo
apresentam-se na ordem:
        a) crescente
        b) decrescente
        c) crescente e depois decrescente
        d) constante
        e) nenhuma das respostas anteriores


        (12)-Referindo-se ainda à questão 10,       aquelas ondas    eletromagnéticas
apresentam"λ" (comprimentos de onda) na ordem:
        a) crescente
        b) decrescente
        c) constante
        d) crescente e depois decrescente
        e) nenhuma das respostas anteriores


        (13)-Uma estação de radar emite ondas          com 30.000 Mhz.         Qual o
comprimento de onda dessas emissões?


        (14)-Qual a freqüência da luz de comprimento de onda: λ=5000Ǻ?

        (15)-Quantos ergs de energia possui um foton de uma emissão de
        λ = 1 micron?

        (16) - Seja (q1) a energia do foton de determinado "raios-X"          e (q2) a
energia do foton de "infra-vermelho". Pode-se afirmar que:
        a) q1 > q2
        b) q1 = q2
        c) q1 < q2
        d) não se pode comparar
ATOMÍSTICA         Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga



             ATOMÍSTICA
                                  capítulo 2
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                    radiatividade – 2




                                       A        DESCOBERTA

                                 DA RADIATIVIDADE
        A descoberta dos "raios X" causou um verdadeiro sensacionalismo no meio
cientifico. Alguns meses após a sua descoberta, os "raios-X" já eram empregados em
clinicas médicas.




        Lembremos que esses raios surgem na região esverdeada da ampola de
Crookes,ou seja, de onde seda a fluorescência no vidro pela colisão dos raios
catódicos.
        0 fenômeno da fluorescência despertou no cientista Becquerel a desconfiança
de que haveria uma correlação entre os "raios-X" e a fluorescência das substâncias.
Em outras palavras, Becquerel achou que as substâncias, quando fluorescentes,
emitem "raios-X".
        Ele se utilizou então de diversas substâncias fluorescentes ao ultra-violeta,
expondo-as a luz solar. (A luz solar contém uma dose de radiações ultra-violeta)
        Estas amostras eram colocadas sobre chapas fotográficas envolvidas por
papel negro. Então, a chapa fotográfica estava protegida dos raios da luz solar. Se a
fluorescência na amostra emitisse "raios-X" , então, estes atravessariam o papel negro
e iriam impressionar o filme.
        Após diversas tentativas, Becquerel observou que o sulfato duplo de potássio
e uranila K2U02(S04))2 era a única substância fluorescente          que    conseguira
impressionar o filme. Parecia que as previ
ATOMÍSTICA                                          Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


         soes do cientista estavam confirmadas.
         Na ocasião em que Becquerel realizava experiências, ele teve que interrompê-
las em face dos dias chuvosos e nublados que se seguiram.
         Ele guardou numa gaveta o sal de urânio sobre uma chapa fotográfica. Como
não havia incidência de ultra-violeta no sal, este não poderia emitir "raios-X".
         Alguns dias depois, ao revelar por acaso aquele filme da gaveta, com surpresa
notou impressões muito mais intensas que nas suas experiências. Estava provado que
não era a fluorescência a causa das emissões estranhas análogas aos "raios-X".
Logo,foi evidenciado que o K2U02(S04))2 tinha a propriedade de, espontaneamente,
produzir emissões que atravessavam o papel negro e vinham decompor o sal de prata
do filme fotográfico.
         Assim, em 1896,Becquerel declarava que o sulfato duplo de potássio e uranila
emitia estranhos raios que, inicialmente, foram denominados              de "raios   de
Becquerel".




         A nova descoberta causou profundo interesse ao casal de cientistas Marie
Sklodowska Curie - Pierre Curie,que trabalhavam no laboratório de Becquerel.
         Eles acabaram descobrindo que a propriedade de emitir aqueles raios era
comum a todos os elementos que possuíam urânio, evidenciando assim que o
"elemento urânio era o responsável pelas misteriosas emissões".
         Para o fenômeno foi sugerido o nome de radiatividade" ou "radioatividade" que
quer dizer: atividade de emitir raios (do latim - radius).
         Constatou-se logo que a radiatividade tem muita semelhança com os "raios-
X" descobertos por Roentgen, sendo, por exemplo, capazes de ionizar gases ou ainda,
capazes de ser retidos por espessas camadas de chumbo.
         48
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                                                                    radiatividade - 2
        Isto é comprovado utilizando-se um eletroscópio elementar       de   folhas   de
ouro.




        Quando se encosta um bastão carregado (digamos positivamente) , as
lâminas de ouro se repelem. Se existe no interior do vidro um material radiativo, este
ioniza o gás e, rápida mente, descarrega o eletroscópio. fazendo com que as folhas de
ouro se reaproximem.
        Constata-se ainda que, quanto maior o teor de urânio na amostra, mais
rapidamente se descarrega o eletroscópio.
        Este aparelho, embora muito simples, foi utilizado pelo casal Curie durante
suas experiências.
        Para extrair o urânio., compravam minérios de diversas procedências.
        Um deles, apechblenda da cidade de Joachimsthal (hoje na Tchecoslováquia),
apresentava-se muito mais radiativo que ou trás amostras.
       Examinando o minério com cuidado, foi observado que uma das frações de
impureza extraída da pechblenda apresentava-se muito mais radiativa que o urânio
puro.
       Este fato fez com que o casal Curie desconfiasse da existência de um outro
elemento radiativo até então desconhecido. De fato, em 1898 eles conseguem isolar
um novo elemento radiativo, cerca de 400 vezes mais radiativo que o urânio.           Ao
novo elemento foi dado o nome de "Polônio" em homenagem à pátria de Mme.
Curie, natural de Varsóvia.
        As pesquisas continuaram e logo depois, o casal Curie anunciava a
descoberta de outro elemento muito mais radiativo que o Polônio          e    que     foi
denominado de "rádio".
        O rádio produz intensas emissões; as quais atravessam até mesmo camadas
de chumbo que seriam barreiras para os _ "raios-X": tornam muito fluorescentes
materiais como "sulfeto de zinco" ou "platino cianureto de bário". Estas emissões
exercem ainda efeito enérgico na destruição de células vivas. O próprio Becquerel que
carregou um tubo contendo sais de rádio, no bolso do paletó, quando se dirigia a uma
conferência, recebeu uma forte queimadura na pele que depois       se   degenerou em
forma de úlcera, levando meses para curar-se.
ATOMÍSTICA                                       Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


        Hoje, o rádio é também empregado para fulminar células cancerígenas, em
virtude das suas enérgicas emanações radiativas.




        0    sal de rádio emite espontaneamente luz azul e calor.
                              ════════════════




                                  B       NATUREZA DAS

                                                           EMISSÕES
                                            Logo após a descoberta da radiatividade,
                                 os cientistas reconheceram que no fenômeno,havia
                                 emissão de "partículas" e "radiações'.
                                          Um        engenhoso       dispositivo         foi
                                 idealizado,como indica a figura.
                                          Num cilindro de chumbo é perfurado um
                                 poço. Ai dentro, coloca-se um material radiativo,
                                 por exemplo, polônio ou rádio.
                                          O material vai emitir radiatividade em
                                 todas as direções, porém, o chumbo estanca a
                                 propagação. Somente na direção do poço escapam
                                 as emissões.
                                          Colocando-se          placas        fortemente
                                 eletrizadas, cria-se um campo elétrico capaz de
                                 desviar a trajetória das radiações.
                                          No    entanto,   aparecem      3   direções   de
                                 propagação, o que se pode constatar colocando
                                 uma placa fotográfica ou um cartão flúorescente no
                                 plano (XY) (perpendicular à figura).
        50
ATOMÍSTICA                                              Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                                    radiativídade - 2
                                                                 CONCLUSÕES:


                                               A       emissão   radiativa      é    constituida       de
                                   partículas de carga positiva, partículas de carga
                                   negativa e radiações, hoje denominadas "ondas
                                   eletromagnéticas” .


                                               As       partículas    positivas,          que      foram
chamadas de "partículas alfa" (a), devem possuir massa elevada, já que, o desvio
produzido é bem menor em relação às outras partículas.
                                                   O famoso cientista Rutherford conseguiu
                                      demonstrar que as partículas (a) eram núcleos de
                                      átomo de hélio e,portanto constituídos de 2
                                      prótons + 2 nêutrons.
                                                   Num tubo barométrico de vidro espesso
                                      foi colocada uma cápsula                 contendo         sal    de
                                      rádio.
                                                   0     rádio   emite       partículas     "a",      que
                                      facilmente         atravessam      a    cápsula,      mas       não
                                      atravessam a espessa parede                    de    vidro      que
                                      forma o tubo.
         Após algum tempo, verificou-se que o nível de mercúrio abaixou (Ah),
informando a presença de gás no interior do tubo barométrico. A análise desse gás
revelou ser o gás hélio. 0 gás formou-se a partir das partículas (a) emitidas pelo rádio.




         As partículas negativas foram denominadas de partículas beta (β) e possuem
o mesmo comportamento dos raios catódicos. Desta forma,não restava dúvida: tratava
-se de "elétrons em grande velocidade".
         Estas partículas têm maior poder de penetração que as partículas (a) .
         As partículas (β) sofrem "desvio maior e em sentido oposto" , em relação às
partículas (α), pois são "partículas leves e de carga negativa".
ATOMÍSTICA                                     Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


        Enquando as partículas (α) só atravessam alguns milímetros de madeira, as
partículas (β) chegam a atravessar alguns milímetros de aço.
        A energia dessas partículas depende também do átomo emissor. As partículas
emitidas pelos átomos de rádio são muito mais penetrantes que aquelas emitidas
pelo polônio.
        As emissões que "não eram desviadas" pela ação de campos elétricos ou
magnéticos foram denominadas de "raios gama" (y). Hoje sabemos que "os raios (y) são
ondas eletromagnéticas de (λ) curtíssimo, mais curtos que os "raios-X"e de grande
poder de penetração. Chegam a atravessar dezenas de centímetros de chumbo.
        Resumindo temos o seguinte esquema:




                A radiatividade é hoje detectada por um aparelho        denominado
        "contador Geiger" - posteriormente melhorado por Muller.
                                                                 Trata-se    de   um
                                              balão de vidro contendo um gás.
                                                      Quando as partículas e as
                                              radiações penetram no balão de vidro,
                                              ocorre uma ionização do gás.


                                                      Internamente, o balão cilín
                                              drico de vidro e revestido por uma
                                              folha metálica.
                                                      Existe um fio metálico que
                                             atravessa longitudinalmente o tubo de
                                             vidro.
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                                                                        radiatividade – 2


         Quando as emissões radiativas ionizam o gás, os íons produzidos são atraídos
para o fio metálico. Aí, eles recebem os elétrons provenientes do gerador. Os elétrons
que saltam na ionização do gás, são também atraídos pela parede metálica, que os
conduz para o gerador.
         EM RESUMO, uma pequena corrente elétrica aparece no circuito assim
esquematizado.    Esta   corrente   elétrica   produz    "impulsos"   que   podem     ser
transformados em ruidos num amplificador.




         Desta forma, podem-se "contar" os ruídos e deduzir o número de ionizações
que ocorrem na amostra. Os contadores comuns são sensíveis às partículas (β) e raios
(γ), principalmente.
         Existem diversos modelos desses aparelhos; fixos e portáteis de maior ou
menor sensibilidade.
         Uma das grandes aplicações é na prospecção de minérios radiativos.




                                                             C        LEIS DA

                                               RADIATIVIDADE
         0 cientista inglês Frederick Soddy partiu da hipótese de que a radiatividade
era um fenômeno conseqüente a uma instabilidade nuclear. Assim, um átomo
radiativo, após a emissão de uma partícula       (α)    ou   (β), iria transformar-se em
átomo de outro elemento.
         Verificou-se que, quando um átomo radiativo emite uma partícula (α ), ele se
transforma num elemento, cujo átomo recua "2 lugares na tabela periódica" e cuja
"massa atômica diminui de 4 unidades".
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        Assim,    Soddy   enunciou     uma    lei    conhecida         como    "1a.     lei da
radiatividade" ou "Lei de Soddy", hoje assim interpretada:
        ___________________________________________________________________________
        "Quando um átomo radiativo emite uma partícula (α), seu número atômico
diminui de 2 unidades e seu número de massa diminui de 4 unidades".
        ___________________________________________________________________________


        Com a colaboração de mais dois cientistas, foi descoberto que, quando um
átomo radiativo emite uma partícula (β) , o lugar desse átomo na classificação
periódica "avança de uma unidade" e a sua "massa atômica permanece constante".
        Esta foi a observação de onde resultou a "2a. lei da radiatividade", conhecida
como "lei de Soddy, Fajans e Russell", assim interpretada:
        ___________________________________________________________________________
        "Quando um átomo radiativo emite uma partícula (β), seu número atômico
aumenta de uma unidade e seu número de massa permanece constante".
        ___________________________________________________________________________


        Evidentemente, os enunciados dessas leis não tinham esses textos,pois,
naquela época, nem se admitia o átomo nuclear. Ainda se pensava no átomo "bolinha"
como aquela imaginada por Dalton. Então, não se podia falar em número atômico
e número de nêutrons.


        EXPLICAÇÃO ATUAL DA 1a. LEI


        As leis da radiatividade tornaram-se evidentes após                  a descoberta da
estrutura nuclear do átomo.
                                                       Como        a     partícula     (α)   é
                                             constituída de 2 prótons e 2 nêutrons,
                                             teremos uma diminuição de 2 prótons e 2
                                             nêutrons          no             núcleo         e,
                                             consequentemente,seu número de massa
                                             irá diminuir de 4 unidades.
                                                       A   saída        de     uma partícula
                                             do     núcleo provoca      simultaneamente      a
                                             emissão de raios gama pelo núcleo.
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                                                                   radiatividade - 2
        EXPLICAÇÃO ATUAL DA 2a. LEI


        Admite-se hoje a existência de neutrons instáveis no núcleo dos átomos
radiativos. Estes nêutrons desintegram-se, ocorrendo o seguinte:




        0 nêutron transforma-se em próton + elétron + neutrino, sendo que "apenas o
próton permanece no núcleo". O neutrino, por ser uma partícula muito leve e sem
carga, não é detectada nos contadores Geiger comuns. Neste curso iremos preocupar-
nos apenas com prótons e neutrons nas emissões (β).




                                       Apenas para ter uma idéia ilustrativa, pode-se
                              admitir que um neutron instável e aquele constituido
                              de um próton, um elétron e um neutrino.




                                            Ora, sempre que do núcleo sai um
                                 elétron, resulta que "um neutron" transforma-se
                                 "num próton". Então, o número atômico aumenta de
                                 uma unidade e o número de massa permanece
                                 constante, pois diminui um nêutron, mas em seu
                                 lugar aparece um próton, sem alterar então a
                                 contagem de "prótons + neutrons"


                                         Constata-se      experimentalmente     que,
                                 apenas os átomos de número atômico superior a 82,
manifestam a radiatividade natural. São aqueles elementos do fim, na Tabela
Periódica, incluindo também os artificiais. Os átomos de números atômicos menores
podem tornar-se radiativos, mas somente após terem seus núcleos bombardeados por
de terminadas partículas sub-atômicas.
ATOMÍSTICA                                       Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


        ___________________________________________________________________________
        Radiatividade é a propriedade de os átomos emitirem partículas e radiações,
como conseqüência de uma instabilidade nuclear.
        ___________________________________________________________________________


        EQUAÇÕES DE DESINTEGRAÇÃO


        Sabendo-se que a partícula (α) é constituída de 2 prótons e 2 nêutrons, pode-
se escrever +2a4 nas equações de desintegração. Seja            o     tório     emitindo     uma
partícula (α) e transformando-se em rádio:




        Desta forma, os números de massa e os números de prótons ficam
balanceados.
        Do mesmo modo, quando um átomo emite uma partícula (β), pode--se
           β0
escrever: -1 . Isto quer dizer que o número de massa do átomo não se alterou e, se
subtrairmos uma unidade do número atômico do átomo resultante, obteremos o
número atômico inicial. Seja o tório transformando-se em protactínio:




        A equação geral para a emissão de "x" partículas                   (α) e"γ" partículas
(β) é a seguinte:
        (quando após essas emissões, um átomo        UX
                                                          V   transforma-se em pYq)




        EXERCÍCIOS
        (17)    0   átomo   92U235   emitiu   5 partículas          (α)   e 7   partículas    (β)
consecutivamente. Quantos nêutrons possui o átomo final?




        Resposta: 126 nêutrons
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                                                                         radiatividade - 2
        (18)   Quando o átomo de urânio de "Z" = 92 e "A" = 238 emite 5 partículas (α)
e 2 partículas (β)» qual o número de neutrons do átomo final?


        (19)     Quantos   (α)   e quantos        (β)    deve emitir o 91Pa231 para    se
transformar em 82Pb207?


        EQUAÇÃO GERAL DAS DESINTEGRAÇÕES - FORMULAS


        Vamos admitir que o átomo      UX
                                            V   emitiu "x" partículas (α) e "γ" partículas
(β), transformando-se no átomo pYq.
        A equação geral seria:




        Vamos adotar as seguintes convenções:




        A) CALCULO DE ∆A
        Os números de massa nos fornecem a seguinte equação:




        Logo_:
        "A diferença dos números de massa" entre os átomos inicial e final é
igual a "quatro vezes o número de emissões (a)".
        B) CÁLCULO DE AZ
        A equação dos números atômicos é:
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        Logo_:
        A diminuigão do número atômico para o átomo radiativo é igual a 2 vezes o
número de emissões (a), menos o número de emissões (8).


        C) CÁLCULO DE AN
        A diferença entre o número de nêutrons de "X" e "Y" é dada pelo cálculo:




        Então:




        Logo:
        A diminuição do número de nêutrons é igual ã soma das emissões (β)        oom o
dobro das emissões (a).


                                         EXERCÍCIOS
        (20)    Um átomo 89X emitiu partículas (α) e (β) transformando-se em 86Y com
perda de 13 nêutrons. Determinar o número de partículas (α) e (β) emitidas.
        RESOLUÇÃO:




        Resposta: (4α) e (5β) foram as emissões.


        (21)     Um átomo radiativo emitiu 5 partículas (α) e3 partículas (β).   Quantos
nêutrons foram diminuídos no seu núcleo?


        (22)    0 número de massa de um átomo radiativo diminuiu de 16 unidades e o
número de nêutrons diminuiu de 11 unidades,quando ocorreram emissões              (α)   e
(β) . Quantos (α) e quantos (β) foram emitidas?
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                    radiatividade – 2



                                                 D          CINÉTICA

                                             DAS EMISSÕES
         Logo após a descoberta da radiatividade, a observação do fenômeno
demonstrou que se tratava de um fenômeno estatístico. Em outras palavras: nenhuma
previsão de "quanto tempo levara para desintegrar-se" pode ser feita para um
determinado átomo, mas se examinamos um número grande de átomos, pode-se
prever o número de desintegrações que ocorrerão em certo intervalo de tempo. Esta
previsão será tanto mais próxima da realidade quanto maior o número de átomos na
amostra.
         Apenas para um exemplo comparativo: se você perguntar a um indivíduo
quanto tempo ele viverá exatamente você não terá nenhuma resposta. Mas,
analisando-se uma cidade como S. Paulo, pode-se prever, aproximadamente, o
número de óbitos num mês. Isto é um fenômeno estatístico.
         Então, é absurdo querer prever quanto tempo levará para que, determinado
átomo de rádio por exemplo seja desintegrado. No en tanto, estudando-se uma
amostra de 1 grama de rádio, pode-se prever o número de emissões por minuto
nessa amostra.
         A) VELOCIDADE DE DESINTEGRAÇÃO




         Seja uma amostra radiativa possuindo n0 átomos iniciais.
         Vamos supor que este elemento possa emitir partículas (a) ou (β) Cada
partícula emitida será contada como uma unidade de emissão.
         Ao fim de um tempo "t" teremos "n" átomos que ainda não emitiram
nenhuma partícula.
         Então, o número de átomos que já emitiram é: n0 - n.
         Chamemos de:     ∆n = n - n0     (diferença entre o número      de   átomos
final e inicial.
         Vi-se que "∆n é sempre negativo".
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga




         Sendo "∆t" o tempo decorrido para que apareça       a diferença "∆n" pode-
se definir.



         A grandeza "v" é denominada velocidade de desintegração.
         Nota-se que sendo. " ∆n " sempre negativo, "v" será também negativo. Isto
quer dizer que,na amostra, o número de átomos está diminuindo".


         EXEMPLO:
         (23) Numa amostra de urânio observam-se 180 emissões_por minuto. Qual é
a velocidade de desintegração expressa em emissões/segundo?
         Então:




         OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
         É claro que um átomo após a emissão de (α) ou (β) não desaparece. Êle
continua na amostra podendo ou não efetuar mais emissões. No entanto,_para
simplificar o estudo, vamos admitir que uma vez que o_ átomo já emitiu,     ele não
pertence mais ao conjunto.
         E por isso que dizemos: à medida que os átomos vão emitindo, o número de
átomos restantes vai diminuindo no conjunto em estudo.




         A) VELOCIDADE INSTANTÂNEA DE DESINTEGRAÇÃO (vi)
         Chama-se, por definição,   "Vj_" ,   o   limite da expressão de velocidade
de desintegração, para " ∆t " tendendo a zero.




         (Lê-se derivada de n em relação a t)
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                    radiatividade – 2


        B) CONSTANTE RADIATIVA (-C)


        Verificado que a radiatividade é um fenômeno estatístico, então, pode-se dizer
que, quanto maior o número de átomos na amostra, maior será a velocidade de
desintegração.
        Exemplo comparativo: Examinando o número de óbitos/ano numa cidade,
esse número será tanto maior quanto maior a população dessa cidade.
        Para cada elemento, pode-se determinar uma constante, que relaciona o
número de desintegração com a velocidade de desintegração.
        Para o mesmo elemento teremos:
        (0 sinal -     é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai
diminuindo a quantidade de átomos na amostra.)




        Para o mesmo elemento teremos:




        (0 sinal -   é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai
diminuindo a quantidade de átomos na amostra)
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


        temos como conseqüência:




        Logo:
        "C" é a fração de átomos desintegrados na unidade de tempo.


        EXEMPLO:
        O radio tem a constante


        Isto quer dizer que numa amostra de rádio contendo 2300 átomos ,    após 1
ano, ter-se-ia desintegrado apenas um átomo.
        Evidentemente,         para um elemento, quanto maior      o valor da
        constante   mais radiativo será esse elemento.
        Sejam dois elementos




        Vê-se que "A" e" mais radiativo que "B", pois no mesmo tempo, "A"   emite o
dobro de "B", para o mesmo número de átomos.




        C) VIDA MÉDIA (Vm)
        A vida média da população do nosso pais é 34 anos. Isto não quer dizer que
todo brasileiro tem que morrer com apenas 34 anos. Para esse cálculo, foi computado
o tempo de vida de todos os indivíduos e o valor médio caiu bastante, em face da
grande mortalidade infantil no nordeste.
ATOMÍSTICA                                      Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                   radiatividade – 2


        De modo análogo, calcula-se a vida média de um elemento radiativo. Sejam 5
átomos de rádio que para emitir partículas (α) levaram:




        Para esses cinco átomos a vida media é:




        Na verdade, uma amostra radiativa,por menor que seja, tem um enorme
número de átomos.
        Logo




        'Esta ê a definição de vida média.


        Na prática, a vida média é calculada a partir da constante radiativa,
baseando-se num dos axiomas da probabilidade.
                                               Imagine 100 esferas numeradas de 1 a
                                      100, dentro daquele cesto utilizado no jogo de
                                      BINGO.
                                               Vamos supor que, em cada hora,é
                                      sorteado um número. Consideremos que a
                                      esfera premiada voltará ao cesto, concorrendo
                                      novamente para o novo sorteio.
                                               Então, pode-se dizer que de cada 100
                                      esferas, uma é sorteada, em cada hora. Ou
                                      seja:




        (C é a constante do sorteio para as esferas).
ATOMÍSTICA                                       Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga




         A probabilidade média de determinado número ser sorteado é de 1/100, ou
seja, em média, de cada 100 jogadas (100 horas), aquele número escolhido sairá uma
só vez. Levará em média 100 HORAS para um escolhido número sair.
         Estatisticamente temos:




         Em outras palavras, cada esfera terá que esperar em média 100 horas       para
sair (pode sair antes ou mesmo depois de 100 horas).
         A relação acima é um "axioma da probabilidade".
         Se o leitor não conseguiu acertar a relação acima, vamos pensar de outra
forma. Você aceita que valor médio num fenômeno estatístico ê um valor hipotético,
admitindo-se condições de igualdade para qualquer elemento da amostra.
         Então, vamos supor que todas as esferas vão permanecer exata mente o
mesmo tempo dentro do cesto até serem sorteadas. Isto seria possível com certeza, se
a retirada não fosse ao acaso. Vamos, então, tirar as esferas na ordem 1, 2, 3, ..., até
100. "Lembre-se de que cada esfera retirada voltará logo ao cesto e que, em cada 1_
hora, retira-se apenas 1 esfera".
         Escolhido certo número, este somente sairá de 100 em 100 horas, e todas as
esferas teriam esperado 100 horas dentro do cesto para então sairem novamente. Este
é o valor, médio, pois todas as esferas teriam o mesmo ritmo de retirada.
         Diríamos então, que a vida média de permanência das esferas, para serem
sorteadas, é de 100 horas, mesmo para o processo de retirada ocasional.
         Se tivéssemos 200 esferas numeradas de 1 a 200, a constante de retirada
seria:

                            e a vida média seria de 200 horas.
         Voltemos agora ao exame de uma amostra radiativa. O elemento rádio tem
constante:



         Isto quer dizer que,de cada 2300 átomos de rádio, em 1 ano ,a probabilidade
é de ocorrer uma desintegração.




         então, teremos vm = 2300 anos
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                   radiatividade-2


        Em outras palavras, numa amostra de rádio em exame, já existem átomos em
desintegração e daqui a 5.000 anos ainda existirão átomos não desintegrados nessa
amostra, mas a média de duração será de 2300 anos. Ou ainda, muitos átomos irão se
desintegrar muito antes de 2300 anos, muitos irão durar mais que 2300 anos, mas a
media prevista é 2300 anos.




        C) PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO OU MEIA-VIDA (P)


        Definição:
        Seja uma amostra com n0 átomos radiativos iniciais.
        Após certo tempo, teremos n0/2 átomos não desintegrados.
        Definiremos esse tempo de "P", período de semi-desintegração.
        Note-se que esse tempo, para que sejam desintegrados 50% dos átomos da
amostra, independe do número global de átomos iniciais, desde que sejam amostras
do mesmo elemento, pois v = C.n (quanto mais    átomos, maior será a velocidade
de desintegração).
        Se continuarmos observando a amostra inicial, é de se prever que, ap5s mais
um período,, teremos uma desintegração de mais 50% dos átomos restantes. Isto quer
dizer que, em relação ao n0, teremos como átomos restantes apenas n0/4; após um
período, teremos apenas n0/8 átomos e assim sucessivamente.




        Na prática, um átomo que produziu uma emissão continuará junto aos outros
átomos. Por questão de simplificação didática vamos, teoricamente, considerar
excluídos da amostra os átomos que já produziram emissões.
        Daí na figura, aparecerem as amostras com uma diminuição de átomos com o
decorrer dos períodos, pois estamos englobando apenas os átomos que ainda não
produziram emissões.
        Para cada período "P"que passa, teremos uma diminuição         de   50% da
amostra, que continuamente vai diminuindo,      até chegar a uma quantidade tão
pequena, onde não valem mais as previsões probabilísticas.
ATOMÍSTICA                                        Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga




         Passados "x" períodos, teremos            genericamente   "n"   átomos
         restantes na amostra. Note-se que, se consideramos os números de átomos
na amostra em intervalos de um período, esses números constituem uma progressão
geométrica (P.G.) de razão 1/2.
         Uma progressão pode ser representada por:
         A1, a2, a3, ... ak, quando temos k termos.
         Como no instante inicial temos "n0" átomos, sendo n0 já, o               a1 (1º.
termo da P.G.) e ainda com zero período, verifica-se que:
         Ordem do termo da "P.G." = (número de períodos transcorridos + 1)
         ou então:



         0 primeiro termo da "P.G." é o "n0"          e o último termo é o "n" que
corresponde ao "ak".


         Ora:




         (Obs.:   "n"   pode   representar   também a mass a final   de uma amostra
radiativa).
         Pode-se relacionar o número de períodos com o tempo observado:
ATOMÍSTICA                                    Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                 radiatividade - 2
        "p" é o tempo correspondente a um período, expresso       em    anos, dias,
horas, etc.
        "x" é o número de períodos transcorridos.
        "t" i o tempo de observação na mesma unidade de "p".
        As duas fórmulas utilizadas para a resolução de problemas são:




                                     EXERCÍCIOS


        (24) Quanto tempo levará para que, uma amostra radiativa de 28 gramas e de
período de semi-desintegração 17 horas, fique reduzida a 1,75 gramas?
        Resolução:




        (25) Certa amostra radiativa produz 8000 emissões por minuto. Após 60
horas, constata-se que o número de emissões acusadas num contador Geiger cai para
250 por minuto. Qual é o período de semi desintegração dessa amostra?
        Temos:
ATOMÍSTICA                                       Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


        Então:



        Resposta: 12 horas
        (26)    0 período de semi-desintegração do isótopo radiativo Na24 é 15 horas. 0
tempo necessário para que 50 gramas desse elemento fique         reduzido    apenas    a
3,125 g é:
        a)     16 horas
        b) 240 horas                              d) 120 horas
        c)     60 horas                           e) 100 horas


        (27)    Quanto tempo levará para que       seja   desintegrado    87,5%de uma
amostra radiativa de período de semi-desintegração de 14 dias?


        (28)      Quando o 90Th227 transforma-se em 88Ra223 com a emissão de
partículas (α), o período de semi-desintegração é de 19 dias. Após 76 dias de
observação de uma amostra de 90Th227, qual é a porcentagem           da     porção   não
desintegrada?


        (29) 0 período de semi-desintegração é de           6 horas, quando o Ac228
emite partículas     (β).   Quanto tempo levará para que 10 g dessa amostra
fique reduzida apenas a 2 g? (dado: log 2 = 0,3)




        (30) Quando o Ra226 emite partícula (α), o período de semi-desintegração é de
1590 anos. Quanto tempo levará para que a amostra de 100 g               fique reduzida
apenas a 8 gramas? (dado: log 2 = 0,3)


                                   ══════════════════
ATOMÍSTICA                                        Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


                                                                       radiatividade - 2
        E) RELAÇÃO ENTRE VIDA MÉDIA, Vm
        E PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO, P


        Pode-se deduzir, com recursos da Matemática Superior,que:




        A dedução da fórmula será dada apenas corno uma curiosidade para os
leitores que já tenham estudado cálculo diferencial e integral (Curso Superior).
        Para os alunos secundários: SÓ ACREDITEM NA FORMULA E ESQUEÇAM A_
DEDUÇÃO.
        Sabemos que      a velocidade de desintegração instantânea é:
ATOMÍSTICA                                     Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga


       Então, a formula geral será:




       Onde:
       n0 -> número de átomos ou massa inicial
       n   -> número de átomos ou massa após o tempo “ t”
       C    -> constante radiativa
       t    -> tempo decorrido
       Trata-se de uma função exponencial decrescente.
       Façamos    um gráfico para relacionar o    n com       o   tempo, representando
alguns pontos importantes como: 1IP, 2P,   3P,    ..., etc.




       Vamos     analisar um instante, por exemplo "IP", quando temos apenas
nn/2 átomos.
Atomística
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  • 3. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga FICHA CATALOGRÁFICA [Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte, Câmara Brasileira do Livro, SP] Feltre, Ricardo, 1928- F Atomística: teoria e exercícios |por| Ricardo Feltre 374a |e| Setsuo Yoshinaga. São Paulo, Ed. Moderna, 1974. 477p. ilust. 1. Átomos 2. Moléculas I. Yoshinaga, Setsuo, 1937- II. Título. CDD-539 -541.22 7 -541.24 74-0086 Índices para o catálogo sistemático: 1. Estrutura atômica: Química teórica 541.24 2. Estrutura molecular: Química 541.22 3. Física moderna: Ciências puras 539 4. Química molecular 541.22 É proibida a reprodução total ou parcial deste livro, sob as penas da lei.
  • 4. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga PREFÁCIO
  • 5. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ABREVIAÇÕES ADOTADAS, PELOS AUTORES, PARA OS NOMES DAS ESCOLAS SUPERIORES MEDICINA - USP (até 1964) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CESCEM - Centro de Seleção de Candidatos a Escolas Médicas e Biológicas da Fundação Carlos Chagas. EPUSP ou POLI - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica. FFCLUSP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. EE MACKENZIE - Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie. FEI - Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. EES CARLOS - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. EE MAUÁ - Escola de Engenharia Mauá. MEDICINA - Santa Casa - Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. FEF ARMANDO ALVARES PENTEADO - Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Alvares Penteado. ESQ OSWALDO CRUZ - Escola Superior de Química Oswaldo Cruz. ENE - Escola Nacional de Engenharia (Guanabara). MEDICINA - GB - Vestibulares Unificados `as Escolas de Medicina (Guanabara e Rio de Janeiro). ENGENHARIA - GB - Vestibulares Unificados às Escolas de Engenharia (Guanabara e Rio de Janeiro).
  • 6. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ÍN D IC E ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ CAPÍTULO 1 - introdução à atomística ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ................................................... 15 O que é onda eletromagnética ........................................ 15 Tipos de ondas eletromagnéticas ....................................... 21 Propagação das ondas eletromagnéticas............................ 23 DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À ALTA PRESSÃO ........ 25 DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À BAIXA PRESSÃO ...... 26 Explicação do fenômeno .................................................... 27 A ionização inicial ............................................................ 28 Lâmpada fluorescente ........................................................ 28 DESCARGAS ELÉTRICAS NO ALTO VÁCU0 .............................. 31 RAIOS ANÒDICOS - AMPOLA DE GOLDSTEIN ......................... 33 ESPECTRÓGRAFO DE MASSA .................................................... 35 ISÓTOPOS - ISÓBAROS - ISÓTONOS ........................................ 37 RAIOS "X" ..................................................................................... 40 EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 43
  • 7. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga CAPÍTULO 2 – radiatividade DESCOBERTA DA RADIATIVIDADE ............................................. 47 NATUREZA DAS EMISSÕES ........................................................ 50 LEIS DA RADIATIVIDADE ........................................................... 53 CINÉTICA DAS EMISSÕES .......................................................... 59 Velocidade instantânea de desintegração ......................... 60 Constante radiativa ............................................................ 61 Vida média ......................................................................... 62 Período de semi-desintegração ou meia vida.................... 65 Relação entre vida média e período de semi-desintegração ........................................................ 69 FAMÍLIAS RADIATIVAS OU SÉRIES RADIATIVAS ...................... 72 REAÇÕES DE- TRANSMUTAÇÃO ................................................. 77 FISSÃO NUCLEAR ....................................................................... 85 FUSÃO NUCLEAR ......................................................................... 99 ELEMENTOS ARTIFICIAIS ............................................................ 102 Carbono 14 ......................................................................... 102 Iôdo radiativo ..................................................................... 103 Cobalto 60 ......................................................................... 104 EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 106 CAPÍTULO 3 - estrutura do átomo O ÁTOMO DE DALTON ................................................................ 121 O MODELO DE RUTHERFORD - BOHR .................................... 123 Contradição `a teoria de Rutherford ................................ 126 A teoria de Bohr ................................................................ 126 Distribuição eletrônica ...................................................... 135 Os elementos de transição ............................................... 137 A EVOLUÇÃO DA TEORIA DE RUTHERFORD - BOHR ............ 138 PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI ........................................ 143
  • 8. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga A MECÂNICA ONDULATÓRIA ....................................................... 144 NÍVEIS, SUBNÍVEIS E ORBITAIS ................................................. 147 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E REGRA DE HUND .................... 156 MEMORIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO COMPARATIVO ........... 161 HIBRIDAÇÃO ................................................................................. 166 EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 176 CAPÍTULO 4 - ligações químicas LIGAÇÃO ELETROVALENTE ........................................................ 192 Estrutura do cloreto de sódio .......................................... 198 Estrutura dos cristais iônicos .......................................... 200 Estrutura eletrônica dos íons ........................................... 201 LIGAÇÃO COVALENTE . ................................................................ 202 Teoria de Heitler - London ............................................... 203 Orientação das ligações covalentes no espaço ................. 208 Covalência coordenada........................................................ 210 Principais elementos e número de elétrons na camada externa ............................................................ 213 Contagem dos elétrons na camada, externa .................... 214 Estrutura de hidretos moleculares ................................... 215 Estrutura dos Óxidos moleculares .................................... 217 Estrutura de ácidos oxigenados ........................................ 220 Estrutura dos sais.............................................................. 223 Ligação π (pi ....................................................................... 227 Hibridações parciais ........................................................... 233 Hibridações especiais ......................................................... 239 LIGAÇÃO POLAR E MOLÉCULA POLAR ..................................... 244 Eletronegatividade ............................................................... 244 Ligação polar ..................................................................... 245 Momento polar .................................................................... 247 Molécula polar ................................................................... 249 Constante dielétrica ........................................................... 251 Ponte de hidrogênio............................................................ 253 Ligação de Van der Waals ............................................... 257 Fusão e dissolução de um sal ........................................ 263
  • 9. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ESTRUTURAS DAS MOLÉCULAS ............................................... 268 Átomos que obedecem à regra do octeto ........................ 268 Átomos que não obedecem à regra do octeto ................. 275 Estruturas macromoleculares ............................................ 278 PARAMAGNETISMO ...................................................................... 281 RESSONÂNCIA ............................................................................... 284 LIGAÇÃO METÁLICA ..................................................................... 290 Teoria da "nuvem eletrônica" ou "gás eletrônico" ................................................................... 291 Teoria das faixas eletrônicas ou bandas eletrônicas .............................................................. 293 Retificador de corrente ...................................................... 302 Transistores ........................................................................ 303 Célula fotoelétrica ............................................................. 305 CRISTAIS METÁLICOS ................................................................ 306 Sistema cúbico de corpo centrado ................................... 306 Sistema cúbico de face centrada .................................... 308 Sistema hexagonal compacto ............................................. 309 EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 311 CAPÍTULO 5 - classificação periódica dos elementos HISTÓRICO .................................................................................... 333 A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA ................................. 337 AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS ELEMENTOS ................. 341 PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS ......................... 348 Densidade ........................................................................... 348 Volume atômico................................................................... 349 Pontos de fusão .................................................................. 351 Raios: atômico, covalente, iônico e de Van der Waals .................................................................... 352 POTENCIAL DE IONIZAÇÃO ........................................................ 356 Definição de elétron-volt..................................................... 356 Definição de potencial de ionização .................................. 357 Variação dos potenciais de ionização................................ 358 ELETRONEGATIVIDADE ................................................................ 360
  • 10. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga PROPRIEDADES QUÍMICAS .......................................................... 368 Natureza das ligações ........................................................ 368 Hidretos ............................................................................... 370 Óxidos.................................................................................. 370 EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 372 CAPÍTULO 6 - óxido-redução CONCEITOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO .................................. 389 OXIDANTES E REDUTORES ........................................................ 392 NÚMERO DE OXIDAÇÃO.............................................................. 394 Número de oxidação de íons............................................. 396 Número de oxidação de átomos nas moléculas ............... 397 AJUSTAMENTO DE COEFICIENTES PELO MÉTODO DE ÓXIDO-REDUÇAO ................................................................... 409 Óxido-redução com 3 elementos ...................................... 416 Presença da água oxigenada ............................................. 419 Equações iônicas ................................................................ 421 MONTAGEM DE EQUAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO ................. 423 EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 427 CAPÍTULO 7 - conceitos modernos de ácidos e bases CONCEITOS DE LOWRY - BRONSTED ....................................... 439 Definições............................................................................. 439 Ácidos e bases conjugadas ................................................ 441 TEORIA DE LEWIS ....................................................................... 445 FORÇAS DE ÁCIDOS E BASES .................................................. 447 Definições e comparações................................................... 447 Fatores influentes .............................................................. 451 Efeitos de indução.............................................................. 452 Caráter básico das aminas ................................................ 454 EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 456 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES................................. 469
  • 11. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga orbitais atômicos
  • 12. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga
  • 13. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga
  • 14. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ONDAS A ELETROMAGNÉTICAS ________________________ O que é onda eletromagnética? ____________________ Em primeiro lugar vamos recordar o conceito físico de onda. Imagine a onda no mar. Um barril flutua no mar onde a onda "não se quebra". A onda caminha numa direção, mas o barril não desliza sobre a superfície,o que prova que a água do mar não se desloca no sentido da onda. O movimento que a onda vai causar é apenas de fazer "subir e descer" o barril. Então, pode-se afirmar que a onda possui energia para suspender o barril. Este "sobe" ao receber energia e depois devolve a mesma energia ao mar quando "desce". Nos desenhos ao lado está uma seqüência dos movimentos do barril. Então: Onda é propagação de ENERGIA. Imagine agora um lago e os abalos (ondas causadas pela sucessiva queda de "pedras" no centro do lago). Suponhamos que caem pe-
  • 15. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga dras de modo periódico, vamos dizer de 10 em 10 segundos. Formam-se círculos concêntricos equidistantes que se propagam na superfície da água. Aquela parte "saliente" na superfície da água será chamada de "avista" da onda. 0 que vemos não é senão um conjunto de "cristas" concêntricas propagando-se na água a partir do ponto de queda da pedra. A distância entre duas cristas consecutivas corresponde ao comprimento de onda X (lâmbda) que,no exemplo acima, é a mesma,qualquer que seja o "par de ondas". Vejamos as ondas numa secção de perfil. Chamemos de "T" (período) ao tempo gasto para caírem duas pedras consecutivas, que é igual ao tempo para passarem duas ondas consecutivas num mesmo ponto. Então X será a distância percorrida pela onda no tempo "T". Sabendo-se que: espaço percorrido = velocidade x tempo λ =v . T Dizemos ainda que os pontos "A" e "B" da superfície são pontos em concordância de fase, ou seja ,pontos que executam movimentos análogos simultaneamente. Então: _____________________________________________________________________ Comprimento de onda (λ) é a menor distância entre dois pontos atingidos pelas ondas e que se acham em concordância de fase. _____________________________________________________________________
  • 16. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 Imagine agora uma rolha que se encontre flutuando na superfície do lago. Ocorrerão oscilações na cortiça à medida que as ondas, passam. Vamos anotar o número de oscilações provocadas pelas ondas na unidade de tempo. Marquemos um minuto como unidade de tempo. Ora, se cai no lago uma pedra de 10 em 10 segundos,teremos 6 pedras e,portanto, 6 oscilações para a rolha num minuto. Este número de oscilações é chamado de freqüência das ondas. _____________________________________________________________________ Freqüência (f) é o número de oscilações produzidas pelas ondas, na unidade de tempo. _____________________________________________________________________ No caso anterior temos: f = 6 ciclos/minuto Podemos relacionar o período (T) com a freqüência (f). Vimos que: PERÍODO (T): é o tempo gasto para caírem duas pedras consecutivas, ou seja, o tempo para repetir uma oscilação idêntica num mesmo ponto atingido pelas ondas. FREQÜÊNCIA (f): ê o número de oscilações produzidas pelas ondas, na unidade de tempo. Ou seja, o período é o inverso da freqüência. Voltando à fórmula de propagação de ondas temos: substituindo
  • 17. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Daí se conclui que, quanto maior o (X), menor será a (f) das oscilações,já que a velocidade de propagação é constante em determinado meio. Poderíamos fazer a seguinte comparação: Uma rolha "dança" na água (subindo e descendo) ao "ritmo" das pedras que caem. Quanto mais depressa as pedras caem, mais depressa, "com maior freqüência" oscila a rolha. Mas, então, formam-se ondas sucessivas umas muito próximas das outras e diremos que "diminuiu o comprimento de onda" (menor distância entre 2 cristas consecutivas) . Vamos supor agora que a água do lago ou a água do mar se tornasse "invisível". Iríamos, então, ver os objetos (barril, rolha, etc) flutuando no espaço e não numa superfície visível. Além disso, se nessa misteriosa "água invisível" houvesse propagação de alguma onda, Iríamos ver os objetos oscilando. Poderíamos até "imaginar" os tipos de onda que estariam se propagando nessa "misteriosa água". Pois bem, existem formas de energia que se propagam em forma de ondas invisíveis. Seja um recipiente contendo água. Na superfície flutua uma rolha com um prego. Do lado de fora fazemos oscilar um imã bastante forte. A rolha também irá oscilar com a mesma freqüência do Imã. É que quando o Imã oscila, ele produz ondas invisíveis no espaço capazes de atravessarem o vidro e fazer oscilar o prego. Estas ondas são denominadas "ondas magnéticas" e as representamos por um conjunto de setas chamadas vetores "campo magnético" (H).
  • 18. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística-1 Outro tipo de "onda invisível" é aquela produzida por cargas elétricas. Imagine um pêndulo de fio de seda que possui uma esfera carregada elétrica mente (vamos supor com carga negativa). Balançando-se diante da esfera um bastão carregado positivamente, a esfera tentará acompanhar o movimento do bastão. É porque o bastão, em oscilação, emite ondas invisíveis constituídas de "ondas elétricas" representadas por vetores denominados de "campos elétricos" (E). Na prática constata-se que, quando surge uma "onda elétrica", ela ê acompanhada de "onda magnética" e vice-versa. Dizemos, então, que se trata de "onda eletromagnética". Experimentalmente, sabe-se que o "plano dos campos elétricos é sempre perpendicular ao plano dos campos magnéticos". A representação ilustrativa da onda eletromagnética seria:
  • 19. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ____________________________________________________________________________ A onda eletromagnética é uma forma de energia constituída de campos elétricos e campos magnéticos, em planos perpendiculares entre si, capazes de propagar-se no espaço. ____________________________________________________________________________ As ondas eletromagnéticas propagam-se em diversos meios e, no vácuo a velocidade de propagação é de 300.000 km/seg, ou seja, 7,5 voltas em redor da Terra num segundo. Graças às ondas eletromagnéticas podemos captar emissoras de rádio, televisão, radar, etc. Apenas para termos uma idéia ilustrativa de onda eletromagnética, imagine uma estação transmissora de rádio. ═════════════════
  • 20. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 ___________________________________________ Tipos de ondas eletromagnéticas ___________________________________________ As ondas eletromagnéticas apresentam os comprimentos de onda numa vasta gama de variação e, para cada faixa de variação, a onda eletromagnética recebe um nome específico. Vejamos os principais nomes. Os raios cósmicos são constatados em qualquer parte do Universo, sendo constituídos de partículas subatômicas de altíssima velocidade e "ondas eletromagnéticas de X curtíssimo". Em seguida temos os raios gama, observados nos fenômenos quando se "toca ou modifica a estrutura nuclear dos átomos". È o caso de fenômenos radiativos e explosões atômicas que veremos adiante, onde são produzidas emissões de "raios gama". Os raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem nas "colisões de elétrons contra anteparos duros". As ondas eletromagnéticas, nas faixas ultra-violeta, luz visível e infra- vermelho, correspondem às "energias libertadas" pelos "saltos de elétrons dentro do átomo". Os raios infra-vermelhos são conhecidos popularmente como "calor de irradiação” .
  • 21. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga As ondas eletromagnéticas de comprimento maior surgem quando elétrons num condutor sofrem "impulsos". Ê o caso das ondas hertzianas libertadas duma torre de transmissão. Lá,os elétrons sofrem "impulsos" e libertam ondas eletromagnéticas. As ondas de F.M. (freqüência modulada) e de televisão possuem somente alguns metros. Exemplos: o CANAL 9 da T.V. tem À = 1,5 metros o F.M. da Eldorado tem A = 3 metros As ondas de rádio estão numa faixa de A maior e temos 3 classes: A) ondas curtas 10--------- 200 metros. B) ondas médias 200 --------- 600 metros. C) ondas longas 600 --------- 1000 metros. Foi o cientista Hertz quem descobriu a existência de ondas eletromagnéticas. Em sua homenagem, a unidade de freqüência ê denominada de "hertz". __________________________________________________________________________ 1 ciclo/segundo = 1 hertz 1000 ciclos/segundo = 1 khz (ki1ohertz) 1 milhão ciclos/segundo =1 Mhz (megahertz) __________________________________________________________________________ Pode-se então caracterizar uma onda eletromagnética, exprimindo o seu comprimento de onda "A" ou então, a sua freqüência (f). Lembre-se da relação: Quando nada se fala da velocidade de uma onda eletromagnética, subentende-se que a velocidade é de 300.000 km/seg (no vácuo = no ar) . EXERCÍCIOS (1) Você está sintonizando uma emissora que opera numa frequência de 1.000 Khz. Qual o comprimento de onda dessas emissões? RESPOSTA: são ondas de 300 metros.
  • 22. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística-1 (2) Uma emissora de T.V. utiliza-se de ondas de λ = 2 metros, Qual a freqüência dessa emissora? (3) Seja um rádio de uma faixa: Você está sintonizando uma estação quando no dial temos a posição acima indicada. Seu rádio é um receptor de ondas: a) médias b) curtas c) longas d) F.M. __________________________________________________________________________ propagação das ondas eletromagnéticas __________________________________________________________________________ As ondas eletromagnéticas propagam-se em linha reta num meio homogêneo. Ao penetrar noutro meio, pode ocorrer uma mudança de direção que se denomina refração. Pode mesmo ocorrer reflexão das ondas eletromagnéticas. Se você mora num local vizinho a prédios altos, ou onde passam aviões, as ondas de T.V. serão refletidas por esses obstáculos, provocando distúrbios no seu receptor. (Fantasmas pelo prédio e ondulações da imagem pelo avião). Uma torre de emissão, de T.V. ou de rádio, geralmente emite ondas em todas as direções, ou seja, ondas tridimensionais, formando se frentes esféricas de ondas. (Lembre-se que, na água, a onda causada pela queda da pedra tinha propagação bidimensional e tínhamos frentes de onda circulares).
  • 23. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Outro detalhe muito importante ê saber o aspecto energético das ondas eletromagnéticas. Elas são emitidas de modo intermitente em forma de conjuntos de ondas, que recebem o nome de "fótons". Resumindo: As ondas eletromagnéticas são emitidas de modo descontinuo, em forma de quantidades bem discretas, denominadas de "fotons? A energia do fóton depende do seu comprimento de onda (A). Quanto maior o "X", menor será a energia. Podemos dizer, então, que a energia do fóton é diretamente proporcional à freqüência da onda eletromagnética,já que: Essa energia variável de cada fóton é denominada de "quantum" (no plural "quanta"). Segundo o cientista Planck o quantum (q) cor responde a: _____________ q = h . f _____________ q = a energia do fóton h = constante de Planck = 6,62 x 1O-27 erg x seg f = freqüência da onda eletromagnética Portanto, cada fóton possui uma quantidade definida de energia. Assim, quanto mais fótons num feixe de luz, mais intensa será a energia. EXERCÍCIOS (4) Qual a energia do fóton constituinte da luz violeta de 4000 Ǻ? (5) Qual é a energia do fóton constituinte dos raios-X de λ=1Ǻ ?
  • 24. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 B DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À ALTA PRESSÃO São os gases: bons, regulares ou péssimos condutores de eletricidade? A resposta seria: "depende da pressão do gás". Estudemos, então, os 3 casos principais: à alta pressão, à baixa pressão e no alto vácuo. De modo geral, os gases à pressão elevada (acima de 1 atm) comportam-se como isolantes, isto é, oferecem grande dificuldade a passagem de elétrons. Veja,por exemplo,os fios de luz nos postes que, às vezes estão descobertos, em contato com ar atmosférico (mistura gasosa) sem que ocorra descarga. É necessário grande diferença de potencial (AV) entre os pólos e ainda uma pequena distância entre esses fios para ocorrer uma descarga à alta pressão. Exemplo: Vela de motor à explosão que utiliza alguns milhares de volts para produzir a centelha. Quanto maior a distancia entre os eletrodos,exigem-se maiores tensões. .
  • 25. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga C DESCARGAS ELÉTRICAS N O S G A S E S A B A IX A P R E S S Ã O Esses tipos de descargas são realizadas em tubos de Geissler Um tubo de Geissler é constituído de uma ampola de vidro possuindo 2 eletrodos. No interior da ampola pode-se colocar um gás qualquer a uma pressão de 1 a 30 mm Hg. Um dos eletrodos é ligado ao polo negativo e será chamado de "CÁTODO". Outro que é ligado ao polo positivo é chamado de "ÂNODO". A diferença de potencial, necessária para a descarga, depende do comprimento do tubo e da pressão interna. Para um tubo de 40 cm e pressão de 3 mm Hg, pode-se usar uma tensão de 60 volts, quando no seu interior temos "vapor de mercúrio". Durante a descarga aparecerá uma boa luminosidade em toda região entre o "cátodo" e o "ânodo" A cor da luz emitida depende da natureza do gás, da pressão interna e da tensão utilizada. Descargas deste tipo são utilizadas em anúncios
  • 26. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística-1 luminosos e também nas lâmpadas fluorescentes. Uma particularidade dessas lâmpadas é que para iniciar a descarga exige-se uma tensão elevada,a fim de provocar a ionização inicial das moléculas gasosas. ___________________________________ A) EXPLICAÇÃO DO FENÔMENO Vimos no LIVRO I que as moléculas são formadas de átomos. Os átomos são constituídos de núcleos e elétrons. Quando o tubo de Geissler ê submetido a determinada tensão, dá-se a descarga,porque o "CÁTODO". emite elétrons. Na prática o cátodo ê um filamento incandescente, pois a elevada temperatura facilita a emissão de elétrons. Os elétrons acelerados colidem com as moléculas do gás provocando ionizações. Os íons dirigem-se para o"CÁTODO" (-) enquanto que os elétrons vão para o "ÂNODO" (+). Dentro do tubo existem duas espécies de partículas em movimento: - elétrons no sentido cátodo ânodo - Íons no sentido ânodo cátodo Na realidade, além" das colisões elétron x molécula, ainda ocorrem, em menor número, colisões de molécula que também produzem mais ionizações.
  • 27. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Os íons chegam até o cátodo, regenerando assim o elétron e voltando a ser molécula neutra. Mas, uma nova colisão imediatamente provocará nova ionização. Nessas colisões, uma parcela de energia ê emitida em forma de ondas eletromagnéticas que podem ser visíveis ou invisíveis. Utilizando-se gases diferentes, ou pressões variadas, podem-se obter os mais deslumbrantes coloridos que enfeitam as avenidas na forma de anúncios luminosos. _________________________________ B) A IONIZAÇÃO INICIAL Um tubo de Geissler de um metro de comprimento, contendo vapor de mercúrio como gás residual, trabalha numa tensão de 100 volts aproximadamente. Mas, para haver descarga nessas condições é necessário que já exista considerável número de íons no gás. Como poderemos obter essa elevada ionização? - Os raios cósmicos que "chovem" em qualquer parte e, portanto, no local de experiência causam uma pequena ionização do gás, mas isso é insuficiente para se dar a descarga. - Um jato de elétrons,que ê lançado pela cátodo, é que realmente inicia a descarga. A emissão inicial de elétrons exige condições especiais: "cátodo incandescente e elevada tensão instantânea" de alguns milhares de volts. Na prática, como veremos adiante, o cátodo é um filamento incandescente (como o das lâmpadas comuns) e a elevada tensão inicial é conseguida com um dispositivo chamado "reator". Uma vez iniciada a descarga, a tensão pode baixar sem prejudi car a continuidade da descarga elétrica. _______________________________________ C) LÂMPADA FLUORESCENTE É um tubo de Geissler com algumas adaptações.
  • 28. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 A parte interna do vidro é revestida com uma tinta fluorescente. Essa tinta emite luz visível quando excitada por raios ultra-violeta. Como a lâmpada trabalha com corrente alternada, qualquer dos pólos é um "ânodo-cátodo". Possui um filamento de tungstênio para facilitar a saída de elétrons quando aquecido. Esquema da lâmpada no início da descarga No circuito existe um "REATOR" e um "STARTER". O reator destina-se a produzir uma alta-tensão inicial e a manter uma tensão adequada para a descarga. O starter é uma chave automática . Ele fecha o circuito no início a logo em seguida se abre interrompendo o circuito, onde ele foi colocado. Para uma lâmpada de 20 Watts temos o seguinte esquema: Inicialmente a corrente atravessa: reator, filamento, starter e outro filamento. Os filamentos tornam-se incandescentes , facilitando a emissão de elétrons. Então, desliga-se automaticamente o"S" (starter). Essa abertura do circuito provoca "alta tensão" entre os filamentos,porque o reator está no circuito. (É preciso noções de corrente alternada para entender minuciosamente o aparecimento da alta tensão). A alta tensão instantânea provoca a ionização inicial que iniciará a descarga elétrica no tubo. Dai por diante, o circuito que possui o starter ficará aberto e sem efeito. Pode-se mesmo substituir o "S" por uma chave elétrica, que ini
  • 29. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga cialmente é fechada e, após alguns segundos, é aberta dando início a descarga. É por este motivo que, quando ligamos o interruptor de uma lâmpada fluorescente, ainda leva alguns segundos para ocorrer a descarga. Esse tempo necessário é para aquecer o filamento e esperar o "desliga" do starter,que é realizado automaticamente após determinado tempo no circuito. A alta tensão inicial é capaz de "succionar" alguns elétrons das moléculas vizinhas ao ânodo. Durante a descarga da lâmpada, o gás (vapor de mercúrio) emite mais intensamente luz ultra-violeta acompanhada de pequena quantidade de luz violeta. A luz ultra-violeta (invisível) excita a tinta fluorescente e esta emitira então, a luz visível. Dai o nome de lâmpada fluorescente. CONCLUSÃO: ____________________________________________________________________________ Admitindo-se que os átomos possuem elétrons pode-se justificar porque ocorrem descargas em tubos de Geissler. ____________________________________________________________________________ ════════════════
  • 30. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 D DESCARGAS ELÉTRICAS NO ALTO VÁCUO As descargas desse tipo são estudadas na “ ampola de Crookes “ . Chama- se"alto vácuo" uma atmosfera onde se tenta produzir o melhor vácuo possível. Hoje, consegue-se alto-vácuo da ordem de l0-11 mm Hg. Entre o cátodo e o ânodo, estabelece-se uma tensão de alguns milhares de volts. Observa-se, na região em frente ao cátodo, uma luminosidade esverdeada no vidro. Em 1869, Hitterf demonstrou que a luminosidade era devida aos raios provenientes do cátodo, pois, se colocasse uma placa metálica entre o cátodo e o vidro, a luminosidade esverdeada do vidro iria desaparecer. Como somente o cátodo emitia esses raios, eles foram denominados "raios catódicos".
  • 31. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Crookes demonstrou que os "raios catódicos" eram constituídos de partículas de carga negativa, pois, sofrem deflexões diante de campos elétricos ou campos magnéticos. Esta evidência veio provar que o cátodo não emitia raios luminosos, mas sim, "PARTÍCULAS DE CARGA NEGATIVA". Alguns anos depois, o cientista Thomson conseguiu determinar a massa dessas partículas de carga negativa,constatando ser bem menor que o mais leve dos átomos ,ou seja, mais leve que o átomo de hidrogênio. Ficou assim esclarecido que "EXISTEM PARTÍCULAS" mais leves que o "ÁTOMO", ou seja, que "0 ÁTOMO É CONSTITUÍDO DE PARTÍCULAS". As partículas constituintes dos raios catódicos foram chamadas de"ELÉTRONS" Inicia-se,assim, uma nova fase de pesquisa do interior do átomo e, evidentemente, o abandono da teoria atômica de Dalton. Hoje sabemos que os raios catódicos são formados de elétrons. Os elétrons caminham pelo condutor até o cátodo. Como a tensão é muito elevada, os elétrons saem do cátodo com grande energia cinética rumo ao ânodo. Durante a trajetória, os elétrons quase não perdem energia porque, no meio rarefeito,quase não há colisões entre as partículas. No entanto, os elétrons não conseguem curvar sua trajetória e acabam colidindo contra as paredes de vidro. Al, parte da energia cinética ê transformada em energia luminosa. A seguir os elétrons são "succionados" pelo ânodo. ______________________________________________________________ RAIOS CATÓDICOS SÃO ELÉTRONS ACELERADOS EMITIDOS PELO CÁT0DO. ______________________________________________________________ Uma das importantes aplicações dos raios catódicos está na televisão. O tubo de imagem da televisão é uma ampola de Crookes que possui o canhão (cátodo) capaz de, ordenadamente, atirar elétrons
  • 32. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomistica -1 contra a superfície interna do vídeo, onde se encontra um revestimento de tinta fluorescente. 0 tubo de imagem da T.V. opera com uma tensão de aproximadamente 10.000 volts. E RAIOS ANÓDICOS ampola de Goldstein Em 1886, Goldstein fez experiências de descargas em ampolas contendo gás numa pressão de 0,1 mm Hg aproximadamente. Utilizando cátodo perfurado, observou que no prolongamento dos orifícios do cátodo formavam-se "focos" luminosos. Sugeriu então que nessas descargas houvesse formação de partículas positivas vindas da direção do ânodo, que foram denominadas "raios anòdicos". A evidencia de que os raios anódicos são constituídos de partículas de carga positiva é que, passando-os em campos elétricos e em campos magnéticos, constatam- se desviou no sentido oposto no dos raios catódicos.
  • 33. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga A explicação do fenômeno é a seguinte: Os elétrons dos raios catódicos saem com grande energia cinética e podem colidir com moléculas do gás residual, transformando-os em íons positivos . Estes íons são "atraídos pelo cátodo" e regeneram o elétron quando colidem com o cátodo. No entanto, alguns íons atravessam o orifício e provocam colisões na parte posterior do cátodo. Essas colisões serão de íons acelerados x moléculas do gás residual, donde é emitida energia em forma de onda eletromagnética luminosa. Então o ânodo "não emite raios anódicos.". ___________________________________________________________________________ RAIOS_ANÓDIC0S são íons_do próprio gás residual que são repelidos pelo ânodo e atraídos pelo cátodo. ___________________________________________________________________________ Existem métodos para determinar a massa das partículas positivas dos raios anódicos. Constatou-se que a massa das partículas positivas é incomparavelmente maior que as partículas dos raios catódicos. Utilizando-se o hidrogênio como gás residual, foram obtidos raios anódicos, constituídos de partículas cujas massas eram o mais leve possível em relação a outros raios anódicos. No entanto, essa mais leve partícula positiva,até então conhecida, era cerca de 1840 vezes mais pesada que o elétron. Para essa partícula, foi sugerido o nome de "PRÓTON", que ficou estabelecido como unidade de carga positiva, (pois era a partícula de menor massa e menor carga observada naquela época). EM RESUMO: A descarga numa ampola de Goldstein apresenta: - elétrons acelerados num sentido,(raios catódicos) e - íons positivos acelerados no sentido contrário,(raios anódicos). ═══════════════
  • 34. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 F ESPECTRÓGRAFO DE MASSA Uma das mais importantes aplicações dos raios anódicos é no espectrógrafo de massa. Este aparelho permite determinar a massa do átomo. Um dos primeiros espectrógrafos de massa utilizado foi o espectrógrafo de "ASTON". Na ampola onde se encontram o ânodo "A" e o cátodo "B" formam se os íons positivos, ou seja , os raios anódicos do gás. Como O cátodo "B" tem uma fenda vertical, muitos íons passam e alguns conseguem atravessar as fendas "C" "D". Entre "C" e "D^' existe um fortíssimo campo elétrico que acelera bastante as partículas positivas nesse trecho. Em "E" existe um fortíssimo campo magnético capaz de curvar a trajetória dos raios positivos, fazendo-os colidir com "F", onde existe um filme fotográfico. Conhecendo-se os valores dos campos elétricos e magnéticos, pode-se determinar a massa do íon.
  • 35. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Se na ampola foi colocado gás de um elemento químico e, se no filme "F", são obtidas duas ou mais impressões, pode-se concluir que existem partículas do mesmo elemento químico com diferentes massas. Ora, essas partículas são íons, ou seja, átomos que perderam elétrons. Como a massa do elétron é praticamente desprezível,conclui-se que,no elemento gasoso utilizado na experiência, existem "ÁTOMOS COM MASSAS DIFERENTES". Os átomos de diferentes massas,porém do mesmo elemento, serão chamados de "ISÔTOPOS", e sua existência é constatada no espectrógrafo. (Maiores detalhes serão explanados no próximo assunto.) Então, se no filme "F" tivermos a impressão: Conclui-se que,o elemento gasoso em estudo tem 3 isótopos Uma representação esquemática seria: O isótopo que incide em "A" ê mais leve que aquele que incide em "B" e "C". Quanto menor a massa do íon, maior será o desvio, ou seja, menor será a curvatura da trajetória. ════════════════
  • 36. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 G ISÓTOPOS ISÓBAROS-ISÓTONOS Veremos, nos capítulos II e III, os trabalhos de diversos cientistas que possibilitaram melhor esclarecimento da estrutura atômica. Vamos no entanto adiantar que o átomo ê constituído de duas partes: a) Núcleo: onde se encontram principalmente duas espécies de partículas: "PRÓTONS e NEUTRONS". Eles possuem massas praticamente iguais. 0 próton ê o responsável "pela carga positiva". b) Eletrosfera: onde se encontram "ELÉTRONS", partículas de carga negativa que contrabalançam as cargas positivas do núcleo. Os elétrons têm massa desprezível em relação aos protons e nêutrons. As propriedades químicas de um átomo são determinadas pelo número de elétrons na eletrosfera, que é igual ao número de prótons do núcleo, também chamado "NÚMERO ATÔMICO". Em outras palavras: "Átomos de mesmo número atômico possuem as mesmas propriedades químicas". Os nêutrons são partículas "sem carga" e de massa aproximadamente igual à do próton e se encontram nos núcleos dos átomos. Os prótons e nêutrons determinam praticamente amassa do átomo, pois os elétrons têm massa desprezível em relação àquelas anteriores. CONVENÇÕES Z-------número atômico (número de prótons do núcleo). N-------número de nêutrons. A-------número de massa (soma de prótons + nêutrons do núcleo). Logo: A = Z + N ISÓTOPOS: São átomos do mesmo elemento químico (mesmo número atômico), porém,com diferentes números de massa (logo, de diferente número de nêutrons). ISÓBAROS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números atômicos), porém, com o mesmo número de massa. ISÓTONOS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números atômicos),porém, com o mesmo número de nêutrons.
  • 37. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Sejam os átomos "1" e "2" que apresentam respectivamente: número de prótons -----------Z1 e Z2 número de nêutrons -----------N1 e N2 número de massa -----------A1 e A2 Representa-se o NÚMERO ATÔMICO e o NÚMERO DE MASSA de um átomo do seguinte modo: ════════════════
  • 38. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Introdução à atomística -1 EXERCÍCIOS (6) Examinemos os seguintes átomos: (7) São dados três átomos, X, Y e Z. 0 átomo "X" tem número atômico 35 e número de massa 80. 0 átomo "Z" tem 47 nêutrons sendo isótopo de "X". 0 átomo "Y" é isóbaro de "Z" e isótono de "X". Quantos prótons tem "Y"? Foram dados: a = 37 (8) Os elementos A, B e C tem números de massa consecutivos. "B" é isótopo de "A" e "A" é isótono de "C". 0 átomo "B" tem 21 nêutrons e o átomo "C" tem 22 prótons. Quais são os números de massa dos átomos "A", "B" e "C"? (9) Numa fileira horizontal da tabela periódica (período) os elementos A, B e C são consecutivos. "A" e "B" são isóbaros é "C" e isótono de "B". 0 número de massa de "C" é 197 e o elemento A tem 119 nêutrons. Calcule os números atômicos desses elementos. ════════════════
  • 39. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga H RAIOS "X" Em 1895, o físico Wilhelm Konrad Roentgen anunciava a descoberta de raios misteriosos capazes de atravessar diversos materiais que são opacos à luz. Roentgen estava fazendo experiências com uma ampola de "Crookes" em plena descarga. Observou que alguns materiais, como uma placa coberta por sulfeto de zinco, tornava-se fluorescente quando colocada nas proximidades da região de colisão dos raios catódicos. A fluorescência do cartão permanecia, mesmo que entre o cartão e a ampola fosse colocada uma placa de papelão. A experiência surpreendeu -o e uma investigação mais meticulosa foi iniciada a fim de esclarecer a causa da fluorescência. Então, foi montado o seguinte dispositivo.
  • 40. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução à atomística -1 Uma ampola de Crookes foi encerrada dentro de uma caixa de papelão. Do lado externo, em frente ã região de colisão dos elétrons, foi colocado o material fluorescente. Os raios misteriosos partiam daquela região de colisão, atravessavam o papelão e vinham incidir no sulfeto de zinco, tornando-o fluorescente. Como Rôentgen não conseguiu desvendar a natureza desses raios invisíveis, ele denominou os de "raios-X". Em 1912, através de difrações em cristais, foi provado que os "raios-X" são ondas eletromagnéticas de " λ "muito curto. __________________________________________________________________________ Raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem na colisão de raios catódicos contra anteparos duros. __________________________________________________________________________ Logo em seguida, constatou-se que os "raios-X" eram capazes de impressionar chapas fotográficas. Esta descoberta possibilitou "fotografar" o interior de muitos objetos opacos `a luz, mas transparentes aos raios-X. Uma das aplicações mais notáveis dessa descoberta foi na obtenção de radiografias. As primeiras aplicações na medicina foram no diagnóstico de fraturas ósseas. Os "raios-X" atravessam facilmente .materiais constituídos de elementos de baixo peso atômico. Então, o tecido ósseo que apresenta cálcio, de peso atômico 40, (maior que os do "C", "H" e "N" , principais constituintes da pele, músculo e carne) é mais opaco aos "raios-X". Os "raios-X" não conseguem atravessar o tecido ósseo e daí a mancha branca da radiografia. Também é por este motivo que o chumbo de peso atômico 207, retém quase que totalmente os "raios-X". Os operadores de aparelhos de "raios-X" utilizam aventais de chumbo para proteger-se de eventuais radiações que escapam, pois um excesso de "raios-X pode causar lesões internas gravíssimas no ser humano.
  • 41. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Quando uma televisão está ligada, do vídeo deste aparelho emanam "raios-X". Porém são "raios-X" de comprimento de onda (λ) maior que aqueles utilizados em radiografias. Esses "raios-X", de"A" relativamente longo (λ = 100 Ǻ), são praticamente inofensivos. Os "raios-X" de muita energia e portanto, perigosos aos seres vivos, são os "raios-X" denominados duros, de comprimento de onda curtíssimo (λ = 0,01 Ǻ). São obtidos fazendo-se colidir raios catódicos bastante energéticos contra anteparos de tungstênio. O anteparo é chamado "anti-cátodo". Numa ampola de vidro,como indica o esquema, faz-se o melhor alto-vácuo possível. Utiliza-se uma tensão da ordem de 100.000 volts e um cátodo incandescente, os quais produzirão raios catódicos de elevadíssima energia. Nos aparelhos de "raios-X"reais, o próprio ânodo já ê o anti-cátodo. A ampola ê envolvida por uma camada de chumbo que protege o operador dos "raios-X" que poderiam se dispersar. Existe uma janela no envólucro de chumbo por onde saem os "raios-X':. Uma das grandes contribuições científicas foi a aplicação de "raios-X" na investigação de cristais, que possibilitou determinar distâncias entre núcleos de átomos. Isto desencadeou o esclarecimento da estrutura da matéria. ═════════════
  • 42. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga introdução a atomística -1 TESTES E EXERCÍCIOS (10)-"Raios-Y" , "raios-X", "ultra-violeta" e "ondas curtas de rádio" são ondas eletromagnéticas que apresentam freqüências na ordem: a) crescente b) decrescente c) crescente e depois decrescente d) constante e) nenhuma das respostas anteriores (11)-No item anterior, naquela seqüência, suas velocidades no vácuo apresentam-se na ordem: a) crescente b) decrescente c) crescente e depois decrescente d) constante e) nenhuma das respostas anteriores (12)-Referindo-se ainda à questão 10, aquelas ondas eletromagnéticas apresentam"λ" (comprimentos de onda) na ordem: a) crescente b) decrescente c) constante d) crescente e depois decrescente e) nenhuma das respostas anteriores (13)-Uma estação de radar emite ondas com 30.000 Mhz. Qual o comprimento de onda dessas emissões? (14)-Qual a freqüência da luz de comprimento de onda: λ=5000Ǻ? (15)-Quantos ergs de energia possui um foton de uma emissão de λ = 1 micron? (16) - Seja (q1) a energia do foton de determinado "raios-X" e (q2) a energia do foton de "infra-vermelho". Pode-se afirmar que: a) q1 > q2 b) q1 = q2 c) q1 < q2 d) não se pode comparar
  • 43. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ATOMÍSTICA capítulo 2
  • 44. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade – 2 A DESCOBERTA DA RADIATIVIDADE A descoberta dos "raios X" causou um verdadeiro sensacionalismo no meio cientifico. Alguns meses após a sua descoberta, os "raios-X" já eram empregados em clinicas médicas. Lembremos que esses raios surgem na região esverdeada da ampola de Crookes,ou seja, de onde seda a fluorescência no vidro pela colisão dos raios catódicos. 0 fenômeno da fluorescência despertou no cientista Becquerel a desconfiança de que haveria uma correlação entre os "raios-X" e a fluorescência das substâncias. Em outras palavras, Becquerel achou que as substâncias, quando fluorescentes, emitem "raios-X". Ele se utilizou então de diversas substâncias fluorescentes ao ultra-violeta, expondo-as a luz solar. (A luz solar contém uma dose de radiações ultra-violeta) Estas amostras eram colocadas sobre chapas fotográficas envolvidas por papel negro. Então, a chapa fotográfica estava protegida dos raios da luz solar. Se a fluorescência na amostra emitisse "raios-X" , então, estes atravessariam o papel negro e iriam impressionar o filme. Após diversas tentativas, Becquerel observou que o sulfato duplo de potássio e uranila K2U02(S04))2 era a única substância fluorescente que conseguira impressionar o filme. Parecia que as previ
  • 45. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga soes do cientista estavam confirmadas. Na ocasião em que Becquerel realizava experiências, ele teve que interrompê- las em face dos dias chuvosos e nublados que se seguiram. Ele guardou numa gaveta o sal de urânio sobre uma chapa fotográfica. Como não havia incidência de ultra-violeta no sal, este não poderia emitir "raios-X". Alguns dias depois, ao revelar por acaso aquele filme da gaveta, com surpresa notou impressões muito mais intensas que nas suas experiências. Estava provado que não era a fluorescência a causa das emissões estranhas análogas aos "raios-X". Logo,foi evidenciado que o K2U02(S04))2 tinha a propriedade de, espontaneamente, produzir emissões que atravessavam o papel negro e vinham decompor o sal de prata do filme fotográfico. Assim, em 1896,Becquerel declarava que o sulfato duplo de potássio e uranila emitia estranhos raios que, inicialmente, foram denominados de "raios de Becquerel". A nova descoberta causou profundo interesse ao casal de cientistas Marie Sklodowska Curie - Pierre Curie,que trabalhavam no laboratório de Becquerel. Eles acabaram descobrindo que a propriedade de emitir aqueles raios era comum a todos os elementos que possuíam urânio, evidenciando assim que o "elemento urânio era o responsável pelas misteriosas emissões". Para o fenômeno foi sugerido o nome de radiatividade" ou "radioatividade" que quer dizer: atividade de emitir raios (do latim - radius). Constatou-se logo que a radiatividade tem muita semelhança com os "raios- X" descobertos por Roentgen, sendo, por exemplo, capazes de ionizar gases ou ainda, capazes de ser retidos por espessas camadas de chumbo. 48
  • 46. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade - 2 Isto é comprovado utilizando-se um eletroscópio elementar de folhas de ouro. Quando se encosta um bastão carregado (digamos positivamente) , as lâminas de ouro se repelem. Se existe no interior do vidro um material radiativo, este ioniza o gás e, rápida mente, descarrega o eletroscópio. fazendo com que as folhas de ouro se reaproximem. Constata-se ainda que, quanto maior o teor de urânio na amostra, mais rapidamente se descarrega o eletroscópio. Este aparelho, embora muito simples, foi utilizado pelo casal Curie durante suas experiências. Para extrair o urânio., compravam minérios de diversas procedências. Um deles, apechblenda da cidade de Joachimsthal (hoje na Tchecoslováquia), apresentava-se muito mais radiativo que ou trás amostras. Examinando o minério com cuidado, foi observado que uma das frações de impureza extraída da pechblenda apresentava-se muito mais radiativa que o urânio puro. Este fato fez com que o casal Curie desconfiasse da existência de um outro elemento radiativo até então desconhecido. De fato, em 1898 eles conseguem isolar um novo elemento radiativo, cerca de 400 vezes mais radiativo que o urânio. Ao novo elemento foi dado o nome de "Polônio" em homenagem à pátria de Mme. Curie, natural de Varsóvia. As pesquisas continuaram e logo depois, o casal Curie anunciava a descoberta de outro elemento muito mais radiativo que o Polônio e que foi denominado de "rádio". O rádio produz intensas emissões; as quais atravessam até mesmo camadas de chumbo que seriam barreiras para os _ "raios-X": tornam muito fluorescentes materiais como "sulfeto de zinco" ou "platino cianureto de bário". Estas emissões exercem ainda efeito enérgico na destruição de células vivas. O próprio Becquerel que carregou um tubo contendo sais de rádio, no bolso do paletó, quando se dirigia a uma conferência, recebeu uma forte queimadura na pele que depois se degenerou em forma de úlcera, levando meses para curar-se.
  • 47. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Hoje, o rádio é também empregado para fulminar células cancerígenas, em virtude das suas enérgicas emanações radiativas. 0 sal de rádio emite espontaneamente luz azul e calor. ════════════════ B NATUREZA DAS EMISSÕES Logo após a descoberta da radiatividade, os cientistas reconheceram que no fenômeno,havia emissão de "partículas" e "radiações'. Um engenhoso dispositivo foi idealizado,como indica a figura. Num cilindro de chumbo é perfurado um poço. Ai dentro, coloca-se um material radiativo, por exemplo, polônio ou rádio. O material vai emitir radiatividade em todas as direções, porém, o chumbo estanca a propagação. Somente na direção do poço escapam as emissões. Colocando-se placas fortemente eletrizadas, cria-se um campo elétrico capaz de desviar a trajetória das radiações. No entanto, aparecem 3 direções de propagação, o que se pode constatar colocando uma placa fotográfica ou um cartão flúorescente no plano (XY) (perpendicular à figura). 50
  • 48. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiativídade - 2 CONCLUSÕES: A emissão radiativa é constituida de partículas de carga positiva, partículas de carga negativa e radiações, hoje denominadas "ondas eletromagnéticas” . As partículas positivas, que foram chamadas de "partículas alfa" (a), devem possuir massa elevada, já que, o desvio produzido é bem menor em relação às outras partículas. O famoso cientista Rutherford conseguiu demonstrar que as partículas (a) eram núcleos de átomo de hélio e,portanto constituídos de 2 prótons + 2 nêutrons. Num tubo barométrico de vidro espesso foi colocada uma cápsula contendo sal de rádio. 0 rádio emite partículas "a", que facilmente atravessam a cápsula, mas não atravessam a espessa parede de vidro que forma o tubo. Após algum tempo, verificou-se que o nível de mercúrio abaixou (Ah), informando a presença de gás no interior do tubo barométrico. A análise desse gás revelou ser o gás hélio. 0 gás formou-se a partir das partículas (a) emitidas pelo rádio. As partículas negativas foram denominadas de partículas beta (β) e possuem o mesmo comportamento dos raios catódicos. Desta forma,não restava dúvida: tratava -se de "elétrons em grande velocidade". Estas partículas têm maior poder de penetração que as partículas (a) . As partículas (β) sofrem "desvio maior e em sentido oposto" , em relação às partículas (α), pois são "partículas leves e de carga negativa".
  • 49. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Enquando as partículas (α) só atravessam alguns milímetros de madeira, as partículas (β) chegam a atravessar alguns milímetros de aço. A energia dessas partículas depende também do átomo emissor. As partículas emitidas pelos átomos de rádio são muito mais penetrantes que aquelas emitidas pelo polônio. As emissões que "não eram desviadas" pela ação de campos elétricos ou magnéticos foram denominadas de "raios gama" (y). Hoje sabemos que "os raios (y) são ondas eletromagnéticas de (λ) curtíssimo, mais curtos que os "raios-X"e de grande poder de penetração. Chegam a atravessar dezenas de centímetros de chumbo. Resumindo temos o seguinte esquema: A radiatividade é hoje detectada por um aparelho denominado "contador Geiger" - posteriormente melhorado por Muller. Trata-se de um balão de vidro contendo um gás. Quando as partículas e as radiações penetram no balão de vidro, ocorre uma ionização do gás. Internamente, o balão cilín drico de vidro e revestido por uma folha metálica. Existe um fio metálico que atravessa longitudinalmente o tubo de vidro.
  • 50. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade – 2 Quando as emissões radiativas ionizam o gás, os íons produzidos são atraídos para o fio metálico. Aí, eles recebem os elétrons provenientes do gerador. Os elétrons que saltam na ionização do gás, são também atraídos pela parede metálica, que os conduz para o gerador. EM RESUMO, uma pequena corrente elétrica aparece no circuito assim esquematizado. Esta corrente elétrica produz "impulsos" que podem ser transformados em ruidos num amplificador. Desta forma, podem-se "contar" os ruídos e deduzir o número de ionizações que ocorrem na amostra. Os contadores comuns são sensíveis às partículas (β) e raios (γ), principalmente. Existem diversos modelos desses aparelhos; fixos e portáteis de maior ou menor sensibilidade. Uma das grandes aplicações é na prospecção de minérios radiativos. C LEIS DA RADIATIVIDADE 0 cientista inglês Frederick Soddy partiu da hipótese de que a radiatividade era um fenômeno conseqüente a uma instabilidade nuclear. Assim, um átomo radiativo, após a emissão de uma partícula (α) ou (β), iria transformar-se em átomo de outro elemento. Verificou-se que, quando um átomo radiativo emite uma partícula (α ), ele se transforma num elemento, cujo átomo recua "2 lugares na tabela periódica" e cuja "massa atômica diminui de 4 unidades".
  • 51. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Assim, Soddy enunciou uma lei conhecida como "1a. lei da radiatividade" ou "Lei de Soddy", hoje assim interpretada: ___________________________________________________________________________ "Quando um átomo radiativo emite uma partícula (α), seu número atômico diminui de 2 unidades e seu número de massa diminui de 4 unidades". ___________________________________________________________________________ Com a colaboração de mais dois cientistas, foi descoberto que, quando um átomo radiativo emite uma partícula (β) , o lugar desse átomo na classificação periódica "avança de uma unidade" e a sua "massa atômica permanece constante". Esta foi a observação de onde resultou a "2a. lei da radiatividade", conhecida como "lei de Soddy, Fajans e Russell", assim interpretada: ___________________________________________________________________________ "Quando um átomo radiativo emite uma partícula (β), seu número atômico aumenta de uma unidade e seu número de massa permanece constante". ___________________________________________________________________________ Evidentemente, os enunciados dessas leis não tinham esses textos,pois, naquela época, nem se admitia o átomo nuclear. Ainda se pensava no átomo "bolinha" como aquela imaginada por Dalton. Então, não se podia falar em número atômico e número de nêutrons. EXPLICAÇÃO ATUAL DA 1a. LEI As leis da radiatividade tornaram-se evidentes após a descoberta da estrutura nuclear do átomo. Como a partícula (α) é constituída de 2 prótons e 2 nêutrons, teremos uma diminuição de 2 prótons e 2 nêutrons no núcleo e, consequentemente,seu número de massa irá diminuir de 4 unidades. A saída de uma partícula do núcleo provoca simultaneamente a emissão de raios gama pelo núcleo.
  • 52. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade - 2 EXPLICAÇÃO ATUAL DA 2a. LEI Admite-se hoje a existência de neutrons instáveis no núcleo dos átomos radiativos. Estes nêutrons desintegram-se, ocorrendo o seguinte: 0 nêutron transforma-se em próton + elétron + neutrino, sendo que "apenas o próton permanece no núcleo". O neutrino, por ser uma partícula muito leve e sem carga, não é detectada nos contadores Geiger comuns. Neste curso iremos preocupar- nos apenas com prótons e neutrons nas emissões (β). Apenas para ter uma idéia ilustrativa, pode-se admitir que um neutron instável e aquele constituido de um próton, um elétron e um neutrino. Ora, sempre que do núcleo sai um elétron, resulta que "um neutron" transforma-se "num próton". Então, o número atômico aumenta de uma unidade e o número de massa permanece constante, pois diminui um nêutron, mas em seu lugar aparece um próton, sem alterar então a contagem de "prótons + neutrons" Constata-se experimentalmente que, apenas os átomos de número atômico superior a 82, manifestam a radiatividade natural. São aqueles elementos do fim, na Tabela Periódica, incluindo também os artificiais. Os átomos de números atômicos menores podem tornar-se radiativos, mas somente após terem seus núcleos bombardeados por de terminadas partículas sub-atômicas.
  • 53. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga ___________________________________________________________________________ Radiatividade é a propriedade de os átomos emitirem partículas e radiações, como conseqüência de uma instabilidade nuclear. ___________________________________________________________________________ EQUAÇÕES DE DESINTEGRAÇÃO Sabendo-se que a partícula (α) é constituída de 2 prótons e 2 nêutrons, pode- se escrever +2a4 nas equações de desintegração. Seja o tório emitindo uma partícula (α) e transformando-se em rádio: Desta forma, os números de massa e os números de prótons ficam balanceados. Do mesmo modo, quando um átomo emite uma partícula (β), pode--se β0 escrever: -1 . Isto quer dizer que o número de massa do átomo não se alterou e, se subtrairmos uma unidade do número atômico do átomo resultante, obteremos o número atômico inicial. Seja o tório transformando-se em protactínio: A equação geral para a emissão de "x" partículas (α) e"γ" partículas (β) é a seguinte: (quando após essas emissões, um átomo UX V transforma-se em pYq) EXERCÍCIOS (17) 0 átomo 92U235 emitiu 5 partículas (α) e 7 partículas (β) consecutivamente. Quantos nêutrons possui o átomo final? Resposta: 126 nêutrons
  • 54. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade - 2 (18) Quando o átomo de urânio de "Z" = 92 e "A" = 238 emite 5 partículas (α) e 2 partículas (β)» qual o número de neutrons do átomo final? (19) Quantos (α) e quantos (β) deve emitir o 91Pa231 para se transformar em 82Pb207? EQUAÇÃO GERAL DAS DESINTEGRAÇÕES - FORMULAS Vamos admitir que o átomo UX V emitiu "x" partículas (α) e "γ" partículas (β), transformando-se no átomo pYq. A equação geral seria: Vamos adotar as seguintes convenções: A) CALCULO DE ∆A Os números de massa nos fornecem a seguinte equação: Logo_: "A diferença dos números de massa" entre os átomos inicial e final é igual a "quatro vezes o número de emissões (a)". B) CÁLCULO DE AZ A equação dos números atômicos é:
  • 55. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Logo_: A diminuigão do número atômico para o átomo radiativo é igual a 2 vezes o número de emissões (a), menos o número de emissões (8). C) CÁLCULO DE AN A diferença entre o número de nêutrons de "X" e "Y" é dada pelo cálculo: Então: Logo: A diminuição do número de nêutrons é igual ã soma das emissões (β) oom o dobro das emissões (a). EXERCÍCIOS (20) Um átomo 89X emitiu partículas (α) e (β) transformando-se em 86Y com perda de 13 nêutrons. Determinar o número de partículas (α) e (β) emitidas. RESOLUÇÃO: Resposta: (4α) e (5β) foram as emissões. (21) Um átomo radiativo emitiu 5 partículas (α) e3 partículas (β). Quantos nêutrons foram diminuídos no seu núcleo? (22) 0 número de massa de um átomo radiativo diminuiu de 16 unidades e o número de nêutrons diminuiu de 11 unidades,quando ocorreram emissões (α) e (β) . Quantos (α) e quantos (β) foram emitidas?
  • 56. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade – 2 D CINÉTICA DAS EMISSÕES Logo após a descoberta da radiatividade, a observação do fenômeno demonstrou que se tratava de um fenômeno estatístico. Em outras palavras: nenhuma previsão de "quanto tempo levara para desintegrar-se" pode ser feita para um determinado átomo, mas se examinamos um número grande de átomos, pode-se prever o número de desintegrações que ocorrerão em certo intervalo de tempo. Esta previsão será tanto mais próxima da realidade quanto maior o número de átomos na amostra. Apenas para um exemplo comparativo: se você perguntar a um indivíduo quanto tempo ele viverá exatamente você não terá nenhuma resposta. Mas, analisando-se uma cidade como S. Paulo, pode-se prever, aproximadamente, o número de óbitos num mês. Isto é um fenômeno estatístico. Então, é absurdo querer prever quanto tempo levará para que, determinado átomo de rádio por exemplo seja desintegrado. No en tanto, estudando-se uma amostra de 1 grama de rádio, pode-se prever o número de emissões por minuto nessa amostra. A) VELOCIDADE DE DESINTEGRAÇÃO Seja uma amostra radiativa possuindo n0 átomos iniciais. Vamos supor que este elemento possa emitir partículas (a) ou (β) Cada partícula emitida será contada como uma unidade de emissão. Ao fim de um tempo "t" teremos "n" átomos que ainda não emitiram nenhuma partícula. Então, o número de átomos que já emitiram é: n0 - n. Chamemos de: ∆n = n - n0 (diferença entre o número de átomos final e inicial. Vi-se que "∆n é sempre negativo".
  • 57. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Sendo "∆t" o tempo decorrido para que apareça a diferença "∆n" pode- se definir. A grandeza "v" é denominada velocidade de desintegração. Nota-se que sendo. " ∆n " sempre negativo, "v" será também negativo. Isto quer dizer que,na amostra, o número de átomos está diminuindo". EXEMPLO: (23) Numa amostra de urânio observam-se 180 emissões_por minuto. Qual é a velocidade de desintegração expressa em emissões/segundo? Então: OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: É claro que um átomo após a emissão de (α) ou (β) não desaparece. Êle continua na amostra podendo ou não efetuar mais emissões. No entanto,_para simplificar o estudo, vamos admitir que uma vez que o_ átomo já emitiu, ele não pertence mais ao conjunto. E por isso que dizemos: à medida que os átomos vão emitindo, o número de átomos restantes vai diminuindo no conjunto em estudo. A) VELOCIDADE INSTANTÂNEA DE DESINTEGRAÇÃO (vi) Chama-se, por definição, "Vj_" , o limite da expressão de velocidade de desintegração, para " ∆t " tendendo a zero. (Lê-se derivada de n em relação a t)
  • 58. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade – 2 B) CONSTANTE RADIATIVA (-C) Verificado que a radiatividade é um fenômeno estatístico, então, pode-se dizer que, quanto maior o número de átomos na amostra, maior será a velocidade de desintegração. Exemplo comparativo: Examinando o número de óbitos/ano numa cidade, esse número será tanto maior quanto maior a população dessa cidade. Para cada elemento, pode-se determinar uma constante, que relaciona o número de desintegração com a velocidade de desintegração. Para o mesmo elemento teremos: (0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai diminuindo a quantidade de átomos na amostra.) Para o mesmo elemento teremos: (0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai diminuindo a quantidade de átomos na amostra)
  • 59. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga temos como conseqüência: Logo: "C" é a fração de átomos desintegrados na unidade de tempo. EXEMPLO: O radio tem a constante Isto quer dizer que numa amostra de rádio contendo 2300 átomos , após 1 ano, ter-se-ia desintegrado apenas um átomo. Evidentemente, para um elemento, quanto maior o valor da constante mais radiativo será esse elemento. Sejam dois elementos Vê-se que "A" e" mais radiativo que "B", pois no mesmo tempo, "A" emite o dobro de "B", para o mesmo número de átomos. C) VIDA MÉDIA (Vm) A vida média da população do nosso pais é 34 anos. Isto não quer dizer que todo brasileiro tem que morrer com apenas 34 anos. Para esse cálculo, foi computado o tempo de vida de todos os indivíduos e o valor médio caiu bastante, em face da grande mortalidade infantil no nordeste.
  • 60. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade – 2 De modo análogo, calcula-se a vida média de um elemento radiativo. Sejam 5 átomos de rádio que para emitir partículas (α) levaram: Para esses cinco átomos a vida media é: Na verdade, uma amostra radiativa,por menor que seja, tem um enorme número de átomos. Logo 'Esta ê a definição de vida média. Na prática, a vida média é calculada a partir da constante radiativa, baseando-se num dos axiomas da probabilidade. Imagine 100 esferas numeradas de 1 a 100, dentro daquele cesto utilizado no jogo de BINGO. Vamos supor que, em cada hora,é sorteado um número. Consideremos que a esfera premiada voltará ao cesto, concorrendo novamente para o novo sorteio. Então, pode-se dizer que de cada 100 esferas, uma é sorteada, em cada hora. Ou seja: (C é a constante do sorteio para as esferas).
  • 61. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga A probabilidade média de determinado número ser sorteado é de 1/100, ou seja, em média, de cada 100 jogadas (100 horas), aquele número escolhido sairá uma só vez. Levará em média 100 HORAS para um escolhido número sair. Estatisticamente temos: Em outras palavras, cada esfera terá que esperar em média 100 horas para sair (pode sair antes ou mesmo depois de 100 horas). A relação acima é um "axioma da probabilidade". Se o leitor não conseguiu acertar a relação acima, vamos pensar de outra forma. Você aceita que valor médio num fenômeno estatístico ê um valor hipotético, admitindo-se condições de igualdade para qualquer elemento da amostra. Então, vamos supor que todas as esferas vão permanecer exata mente o mesmo tempo dentro do cesto até serem sorteadas. Isto seria possível com certeza, se a retirada não fosse ao acaso. Vamos, então, tirar as esferas na ordem 1, 2, 3, ..., até 100. "Lembre-se de que cada esfera retirada voltará logo ao cesto e que, em cada 1_ hora, retira-se apenas 1 esfera". Escolhido certo número, este somente sairá de 100 em 100 horas, e todas as esferas teriam esperado 100 horas dentro do cesto para então sairem novamente. Este é o valor, médio, pois todas as esferas teriam o mesmo ritmo de retirada. Diríamos então, que a vida média de permanência das esferas, para serem sorteadas, é de 100 horas, mesmo para o processo de retirada ocasional. Se tivéssemos 200 esferas numeradas de 1 a 200, a constante de retirada seria: e a vida média seria de 200 horas. Voltemos agora ao exame de uma amostra radiativa. O elemento rádio tem constante: Isto quer dizer que,de cada 2300 átomos de rádio, em 1 ano ,a probabilidade é de ocorrer uma desintegração. então, teremos vm = 2300 anos
  • 62. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade-2 Em outras palavras, numa amostra de rádio em exame, já existem átomos em desintegração e daqui a 5.000 anos ainda existirão átomos não desintegrados nessa amostra, mas a média de duração será de 2300 anos. Ou ainda, muitos átomos irão se desintegrar muito antes de 2300 anos, muitos irão durar mais que 2300 anos, mas a media prevista é 2300 anos. C) PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO OU MEIA-VIDA (P) Definição: Seja uma amostra com n0 átomos radiativos iniciais. Após certo tempo, teremos n0/2 átomos não desintegrados. Definiremos esse tempo de "P", período de semi-desintegração. Note-se que esse tempo, para que sejam desintegrados 50% dos átomos da amostra, independe do número global de átomos iniciais, desde que sejam amostras do mesmo elemento, pois v = C.n (quanto mais átomos, maior será a velocidade de desintegração). Se continuarmos observando a amostra inicial, é de se prever que, ap5s mais um período,, teremos uma desintegração de mais 50% dos átomos restantes. Isto quer dizer que, em relação ao n0, teremos como átomos restantes apenas n0/4; após um período, teremos apenas n0/8 átomos e assim sucessivamente. Na prática, um átomo que produziu uma emissão continuará junto aos outros átomos. Por questão de simplificação didática vamos, teoricamente, considerar excluídos da amostra os átomos que já produziram emissões. Daí na figura, aparecerem as amostras com uma diminuição de átomos com o decorrer dos períodos, pois estamos englobando apenas os átomos que ainda não produziram emissões. Para cada período "P"que passa, teremos uma diminuição de 50% da amostra, que continuamente vai diminuindo, até chegar a uma quantidade tão pequena, onde não valem mais as previsões probabilísticas.
  • 63. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Passados "x" períodos, teremos genericamente "n" átomos restantes na amostra. Note-se que, se consideramos os números de átomos na amostra em intervalos de um período, esses números constituem uma progressão geométrica (P.G.) de razão 1/2. Uma progressão pode ser representada por: A1, a2, a3, ... ak, quando temos k termos. Como no instante inicial temos "n0" átomos, sendo n0 já, o a1 (1º. termo da P.G.) e ainda com zero período, verifica-se que: Ordem do termo da "P.G." = (número de períodos transcorridos + 1) ou então: 0 primeiro termo da "P.G." é o "n0" e o último termo é o "n" que corresponde ao "ak". Ora: (Obs.: "n" pode representar também a mass a final de uma amostra radiativa). Pode-se relacionar o número de períodos com o tempo observado:
  • 64. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade - 2 "p" é o tempo correspondente a um período, expresso em anos, dias, horas, etc. "x" é o número de períodos transcorridos. "t" i o tempo de observação na mesma unidade de "p". As duas fórmulas utilizadas para a resolução de problemas são: EXERCÍCIOS (24) Quanto tempo levará para que, uma amostra radiativa de 28 gramas e de período de semi-desintegração 17 horas, fique reduzida a 1,75 gramas? Resolução: (25) Certa amostra radiativa produz 8000 emissões por minuto. Após 60 horas, constata-se que o número de emissões acusadas num contador Geiger cai para 250 por minuto. Qual é o período de semi desintegração dessa amostra? Temos:
  • 65. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Então: Resposta: 12 horas (26) 0 período de semi-desintegração do isótopo radiativo Na24 é 15 horas. 0 tempo necessário para que 50 gramas desse elemento fique reduzido apenas a 3,125 g é: a) 16 horas b) 240 horas d) 120 horas c) 60 horas e) 100 horas (27) Quanto tempo levará para que seja desintegrado 87,5%de uma amostra radiativa de período de semi-desintegração de 14 dias? (28) Quando o 90Th227 transforma-se em 88Ra223 com a emissão de partículas (α), o período de semi-desintegração é de 19 dias. Após 76 dias de observação de uma amostra de 90Th227, qual é a porcentagem da porção não desintegrada? (29) 0 período de semi-desintegração é de 6 horas, quando o Ac228 emite partículas (β). Quanto tempo levará para que 10 g dessa amostra fique reduzida apenas a 2 g? (dado: log 2 = 0,3) (30) Quando o Ra226 emite partícula (α), o período de semi-desintegração é de 1590 anos. Quanto tempo levará para que a amostra de 100 g fique reduzida apenas a 8 gramas? (dado: log 2 = 0,3) ══════════════════
  • 66. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga radiatividade - 2 E) RELAÇÃO ENTRE VIDA MÉDIA, Vm E PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO, P Pode-se deduzir, com recursos da Matemática Superior,que: A dedução da fórmula será dada apenas corno uma curiosidade para os leitores que já tenham estudado cálculo diferencial e integral (Curso Superior). Para os alunos secundários: SÓ ACREDITEM NA FORMULA E ESQUEÇAM A_ DEDUÇÃO. Sabemos que a velocidade de desintegração instantânea é:
  • 67. ATOMÍSTICA Ricardo Feltre • Setsuo Yoshinaga Então, a formula geral será: Onde: n0 -> número de átomos ou massa inicial n -> número de átomos ou massa após o tempo “ t” C -> constante radiativa t -> tempo decorrido Trata-se de uma função exponencial decrescente. Façamos um gráfico para relacionar o n com o tempo, representando alguns pontos importantes como: 1IP, 2P, 3P, ..., etc. Vamos analisar um instante, por exemplo "IP", quando temos apenas nn/2 átomos.