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Prof.Altair Aguilar
 O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação 
castelhana de Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi 
um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado 
Reino da Espanha para dividir as terras 
"descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora 
da Europa. Este tratado surgiu na sequência da 
contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola, 
resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e 
meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o 
oficialmente para Isabel, a Católica. 
 O tratado definia como linha de demarcação 
o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no 
arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a 
meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as 
ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado 
referidas como "Cipango" e Antília . Os territórios a leste 
deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a 
oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 
de Julho e por Portugal a 5 de Setembro de 1494.
 Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada 
"questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, 
assumindo como linha de demarcação, a leste, 
o antimeridiano correspondente ao meridiano de 
Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de Abril 
de 1529. 
 No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura 
ocorreu num momento de transição entre a hegemonia 
do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do 
poder singular e secular dos monarcas nacionais - uma das 
muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade 
Moderna. 
 Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João 
II de Portugal designou como embaixador a sua prima de 
Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de 
Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados 
no Arquivo General de Índias na Espanha e no Arquivo 
Nacional da Torre do Tombo em Portugal.
 O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide 
do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas 
pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa 
africana. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se 
o comércio de marfim, escravos, a atenção de Castela foi 
despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no 
mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas. 
 Portugal, buscando proteger o seu investimento, negociou 
com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo 
em 1481, do Papa Sisto IV , a bula Æterni regis, que 
dividia as terras descobertas e a descobrir por 
um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em 
dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, 
para a Coroa de Portugal. Somando-se a duas outras bulas 
anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus 
Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de 
Cristo haviam recebido todas as terras conquistadas e a 
conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária.
 Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, 
definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o 
chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o 
seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa 
africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou 
posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela se 
aventurou no oceano Atlântico, para oeste. Como resultado deste 
esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas 
em 1492. 
 Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas 
geográficas fornecidas pelo navegador, 
os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, 
efetivamente, se encontrava em terras portuguesas. 
 Desse modo, a diplomacia castelhana apressou-se a obter junto 
ao Papa Alexandre VI, Aragonês de Velência então reunida com 
Castela, uma nova partição de terras. Assim, em 3 de 
maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha 
de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e 
de Castela.
 O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo 
Verde. As novas terras descobertas, situadas a Oeste 
do meridiano a 100 léguas de Cabo Verde, pertenceriam a 
Castela. As terras a leste pertenceriam a Portugal. A bula excluía 
todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão. 
 Os termos da bula não agradaram a João II de Portugal, que 
julgava ter direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir. Além 
disso, os seus termos causavam confusão, pois um meridiano 
vinha a anular o que um paralelo tinha estabelecido. 
Complementarmente, a execução prática da Bula era 
impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios 
científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano 
escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com 
os Reis Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, 
para mover a linha mais para oeste, argumentando que o 
meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando 
assim as pretensões castelhanas na Ásia. D. João II propôs por 
uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um 
paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. 
Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir 
o caso. Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas.
 O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava 
prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, 
ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo 
o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e 
durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, 
obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de 
Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão 
Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de 
Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte 
sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o 
duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a 
ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal . 
 O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos 
países ibéricos, cabendo a Portugal as terras "descobertas 
e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que 
demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo 
Verde, e à Espanha as terras que ficassem além dessa 
linha.
 Como resultado das negociações, os termos do tratado 
foram ratificados por Castela a 2 de Julho e, por Portugal, 
a 5 de Setembro do mesmo ano. Contrariando a bula 
anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que 
atribuía à Espanha a posse das terras localizadas a partir 
de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o 
novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506. 
 Afirma Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria "um 
efeito antes moral do que prático". O meridiano foi fixado, 
mas persistiam as dificuldades de execução de sua 
demarcação. Os cosmógrafos divergiam sobre as dimensões 
da Terra, sobre o ponto de partida para a contagem das 
léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia 
entre os reinos de Castela e de Portugal. Já se afirmou 
ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por 
meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia 
a união ibérica, incorporando Portugal. O que é mais 
provável é que os negociadores portugueses, na expressão 
de Frei Bartolomé de las Casas, tenham tido "mais perícia 
e mais experiência" do que os castelhanos.
 Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à 
descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo. Muito pouco 
se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas por 
Castela. De imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das 
águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então 
conhecida como volta do mar, empregada para evitar as 
correntes marítimas que empurravam para o norte as 
embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, e 
permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. Nos anos 
que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projeto de alcançar a 
Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da 
Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499. 
 Com a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, a costa 
do Brasil foi atingida (abril de 1500) pelos Portugueses, o que 
séculos mais tarde viria a abrir uma 
polêmica historiográfica acerca do "acaso" ou da 
"intencionalidade" da descoberta. Observe-se que uma das 
testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas, por 
Portugal, foi Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um 
suposto descobrimento a exploração americana 
(o ouro castelhano e o pau-brasil português), outras potências 
marítimas europeias (França,Inglaterra, Países Baixos) passaram 
a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as 
nações ibéricas.
 Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso 
por Francisco I de França, que ironicamente pediu para ver 
a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa 
divisão de terras. 
 Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil 
embarcações que promoviam o comércio clandestino, 
estabelecendo contacto com os indígenas e aliando-se a 
eles contra os portugueses. Floresceram o corso, 
a pirataria e o contrabando, pois os armadores 
de Honfleur, Ruão e La Rochelle, em busca de pau-brasil 
fundavam feitorias e saqueavam naus. O mais célebre foi 
um armador de Dieppe, Jean Ango ou Angot. 
 Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), 
os portugueses se expandiram de tal forma na América do 
Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio 
da Prata e a região andina, fundaram um estabelecimento 
à margem esquerda do Prata, em frente a Buenos Aires: 
a Colônia do Sacramento. A fixação portuguesa em 
território oficialmente espanhol gerou um longo período de 
conflitos armados, conduzindo à negociação do Tratado de 
Madrid (1750).
 A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao 
interior do continente, mas ao Tratado de Saragoça que moveu a 
linha de Tordesilhas nos dois extremos. Com isto os irmãos Pero 
Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza foram armados pelo rei 
de Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a 
nova fronteira conforme o novo Tratado. Em 12 de dezembro de 
1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravado com 
a Ordem Militar de Cristo às margens do Rio Paraná diante de 
Ibicui, nas proximidades de Ibicuí a 33°45'. Pero Lopes não 
chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois 
havia sinais de fumaça nas imediações do rio e todos à bordo 
temiam um ataque semelhante ao sofrido por Juan Dias de Solis 
que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos 
Charruas. A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como 
a fronteira entre Espanha e Portugal. 
 Inicialmente o meridiano de Tordesilhas não contornava o globo 
terrestre. Assim, Espanha e Portugal podiam conquistar quaisquer 
novas terras que fossem os primeiros europeus a descobrir: 
Espanha para Oeste do meridiano de Tordesilhas e Portugal para 
Leste desta linha, mesmo encontrando-se no outro lado do 
globo. Mas a descoberta pelos portugueses em 1512 das valiosas 
"ilhas das Especiarias", as Molucas desencadeou a contestação 
espanhola, argumentando que o Tratado de Tordesilhas dividia o 
mundo em dois hemisférios equivalentes.
 Em 1520, as ilhas Molucas, valorizadas como o "berço de todas 
as especiarias", foram visitadas por Fernão de Magalhães, 
navegador português ao serviço da Coroa Espanhola. Concluída 
essa que foi a primeira viagem de circum-navegação (1519-1521), 
uma nova disputa entre as nações ibéricas se estabeleceu, 
envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro lado do 
planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia). Alegando 
que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o 
meridiano de Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as 
ilhas, abrindo quase uma década de escaramuças pela sua posse 
com a Coroa Portuguesa . 
 João III de Portugal e o imperador Carlos I de Espanha acordaram 
então não enviar mais ninguém buscar cravo ou outras 
especiarias às Molucas enquanto não se esclarecesse em 
que hemisfério elas se encontravam. 
 Para a realização dos cálculos da posição, cada Coroa nomeou 
três astrónomos, três pilotos e três matemáticos, que se 
reuniram entre Badajoz e Elvas. Estes profissionais, entretanto, 
não chegaram a acordo, uma vez que, devido à insuficiência dos 
meios da época no tocante ao cálculo da longitude, cada grupo 
atribuía as ilhas aos respectivos soberanos.
 O Tratado de Tordesilhas serviu como base para as 
negociações da Junta de Badajoz-Elvas (1524), quando 
Portugal e Espanha negociaram sobre as Molucas e 
as Filipinas, originalmente situadas na órbita portuguesa, 
consideradas castelhanas, em troca das pretensões 
portuguesas sobre a bacia do rio da Prata, no Brasil. 
 Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o Tratado 
de Saragoça a 22 de abril de 1529. Este definiu a 
continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério 
oposto, a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas 
pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de 
350.000 ducados de ouro. Ressalvava-se que em todo o seu 
tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir 
aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada 
um "ficará com o direito e a ação que agora tem". 
 Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o 
imperador necessitava do dinheiro português para 
financiar a luta contra Francisco I de França e a Liga de 
Cognac, que o suportava.
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O Tratado de Tordesilhas e a divisão do mundo entre Portugal e Espanha

  • 2.  O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica.  O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antília . Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de Julho e por Portugal a 5 de Setembro de 1494.
  • 3.
  • 4.  Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antimeridiano correspondente ao meridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de Abril de 1529.  No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais - uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna.  Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João II de Portugal designou como embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados no Arquivo General de Índias na Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal.
  • 5.
  • 6.  O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfim, escravos, a atenção de Castela foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas.  Portugal, buscando proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo em 1481, do Papa Sisto IV , a bula Æterni regis, que dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, para a Coroa de Portugal. Somando-se a duas outras bulas anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido todas as terras conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária.
  • 7.  Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela se aventurou no oceano Atlântico, para oeste. Como resultado deste esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas em 1492.  Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas geográficas fornecidas pelo navegador, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, efetivamente, se encontrava em terras portuguesas.  Desse modo, a diplomacia castelhana apressou-se a obter junto ao Papa Alexandre VI, Aragonês de Velência então reunida com Castela, uma nova partição de terras. Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e de Castela.
  • 8.
  • 9.  O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As novas terras descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas de Cabo Verde, pertenceriam a Castela. As terras a leste pertenceriam a Portugal. A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão.  Os termos da bula não agradaram a João II de Portugal, que julgava ter direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir. Além disso, os seus termos causavam confusão, pois um meridiano vinha a anular o que um paralelo tinha estabelecido. Complementarmente, a execução prática da Bula era impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os Reis Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, para mover a linha mais para oeste, argumentando que o meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões castelhanas na Ásia. D. João II propôs por uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir o caso. Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas.
  • 10.
  • 11.  O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal .  O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras que ficassem além dessa linha.
  • 12.  Como resultado das negociações, os termos do tratado foram ratificados por Castela a 2 de Julho e, por Portugal, a 5 de Setembro do mesmo ano. Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que atribuía à Espanha a posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506.  Afirma Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria "um efeito antes moral do que prático". O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação. Os cosmógrafos divergiam sobre as dimensões da Terra, sobre o ponto de partida para a contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de Castela e de Portugal. Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal. O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Frei Bartolomé de las Casas, tenham tido "mais perícia e mais experiência" do que os castelhanos.
  • 13.
  • 14.  Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo. Muito pouco se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas por Castela. De imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então conhecida como volta do mar, empregada para evitar as correntes marítimas que empurravam para o norte as embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, e permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. Nos anos que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projeto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.  Com a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, a costa do Brasil foi atingida (abril de 1500) pelos Portugueses, o que séculos mais tarde viria a abrir uma polêmica historiográfica acerca do "acaso" ou da "intencionalidade" da descoberta. Observe-se que uma das testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas, por Portugal, foi Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um suposto descobrimento a exploração americana (o ouro castelhano e o pau-brasil português), outras potências marítimas europeias (França,Inglaterra, Países Baixos) passaram a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas.
  • 15.  Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso por Francisco I de França, que ironicamente pediu para ver a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa divisão de terras.  Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil embarcações que promoviam o comércio clandestino, estabelecendo contacto com os indígenas e aliando-se a eles contra os portugueses. Floresceram o corso, a pirataria e o contrabando, pois os armadores de Honfleur, Ruão e La Rochelle, em busca de pau-brasil fundavam feitorias e saqueavam naus. O mais célebre foi um armador de Dieppe, Jean Ango ou Angot.  Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), os portugueses se expandiram de tal forma na América do Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio da Prata e a região andina, fundaram um estabelecimento à margem esquerda do Prata, em frente a Buenos Aires: a Colônia do Sacramento. A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos armados, conduzindo à negociação do Tratado de Madrid (1750).
  • 16.
  • 17.  A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao interior do continente, mas ao Tratado de Saragoça que moveu a linha de Tordesilhas nos dois extremos. Com isto os irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza foram armados pelo rei de Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a nova fronteira conforme o novo Tratado. Em 12 de dezembro de 1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravado com a Ordem Militar de Cristo às margens do Rio Paraná diante de Ibicui, nas proximidades de Ibicuí a 33°45'. Pero Lopes não chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois havia sinais de fumaça nas imediações do rio e todos à bordo temiam um ataque semelhante ao sofrido por Juan Dias de Solis que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos Charruas. A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como a fronteira entre Espanha e Portugal.  Inicialmente o meridiano de Tordesilhas não contornava o globo terrestre. Assim, Espanha e Portugal podiam conquistar quaisquer novas terras que fossem os primeiros europeus a descobrir: Espanha para Oeste do meridiano de Tordesilhas e Portugal para Leste desta linha, mesmo encontrando-se no outro lado do globo. Mas a descoberta pelos portugueses em 1512 das valiosas "ilhas das Especiarias", as Molucas desencadeou a contestação espanhola, argumentando que o Tratado de Tordesilhas dividia o mundo em dois hemisférios equivalentes.
  • 18.
  • 19.  Em 1520, as ilhas Molucas, valorizadas como o "berço de todas as especiarias", foram visitadas por Fernão de Magalhães, navegador português ao serviço da Coroa Espanhola. Concluída essa que foi a primeira viagem de circum-navegação (1519-1521), uma nova disputa entre as nações ibéricas se estabeleceu, envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro lado do planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia). Alegando que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o meridiano de Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as ilhas, abrindo quase uma década de escaramuças pela sua posse com a Coroa Portuguesa .  João III de Portugal e o imperador Carlos I de Espanha acordaram então não enviar mais ninguém buscar cravo ou outras especiarias às Molucas enquanto não se esclarecesse em que hemisfério elas se encontravam.  Para a realização dos cálculos da posição, cada Coroa nomeou três astrónomos, três pilotos e três matemáticos, que se reuniram entre Badajoz e Elvas. Estes profissionais, entretanto, não chegaram a acordo, uma vez que, devido à insuficiência dos meios da época no tocante ao cálculo da longitude, cada grupo atribuía as ilhas aos respectivos soberanos.
  • 20.  O Tratado de Tordesilhas serviu como base para as negociações da Junta de Badajoz-Elvas (1524), quando Portugal e Espanha negociaram sobre as Molucas e as Filipinas, originalmente situadas na órbita portuguesa, consideradas castelhanas, em troca das pretensões portuguesas sobre a bacia do rio da Prata, no Brasil.  Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o Tratado de Saragoça a 22 de abril de 1529. Este definiu a continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério oposto, a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de 350.000 ducados de ouro. Ressalvava-se que em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um "ficará com o direito e a ação que agora tem".  Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o imperador necessitava do dinheiro português para financiar a luta contra Francisco I de França e a Liga de Cognac, que o suportava.