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Albertoa, Rio de Janeiro, v. 4, n. 18, p.233-244, 1997

ALGAS BENTÔNICAS DA LAGOA DE MARAPENDI, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL1.

Alexandre de Gusmão Pedrini2, Dolymar dos Santos Lima3, Osny
Pereira Filho3, Vânia da Silva Musquim4 e Joel Campos De-Paula3 .

                                     Resumo

    (Algas Bentônicas da Lagoa de Marapendi, Rio de Janeiro, RJ).

          Foram coletadas mensalmente, de dezembro de 1987 a
novembro de 1988 as algas bentônicas da laguna de Marapendi
(coordenadas 22° 55' 00"S e 23°05' 00"S e os meridianos 43° 18'30 "W
e 43° 32' 30" W), no estado do Rio de Janeiro. Foram 8 áreas de coleta
: a) Canal de Marapendi; b) Marina do Condomínio Nova Ipanema; c)
Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); d) Saco da
Pedra de Itaúna; e) Parque Zoobotânico de Marapendi; f) Avenida
Sernambetiba 11500 (Ex-Concharia); g) Cais do Condomínio Novo
Leblon (Avenida de Sernambetiba); h) Mangue degradado do Summer
Palace Hotel. Foram determinados 25 táxons infragenéricos, 20
clorófitas, 4 rodófitas e 1 carófita. A área do Saco da Pedra de Itaúna
foi a mais rica com 20 táxons a do Summer Palace a mais pobre com

1
  Apoio Financeiro Parcial: FAPP-UERJ e CNPq.
2
  - Depto. de Biologia Vegetal (DBV), I. de Biologia (IB), Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), Rua São Francisco Xavier, 524, CEP 20550-013, Rio de
Janeiro, RJ; Brasil; pedrini@uerj.,br
3
  DBV , IB ,UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524, CEP 20550-013, Rio de Janeiro,
RJ.
4
  Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq, proc. no.802446.1-87).




                                         1
2




10 táxons. Houve uma redução. Os meses de verão e início de outono
foram os mais ricos com 21 táxons. Os de inverno foram mais pobres
com 8 táxons. Temporalmente e espacialmente as clorófitas superaram
em número de táxons as outras divisões estudadas (rodófitas e
carófitas). A flora encontrada era essencialmente filamentosa e
encontrada emaranhada em outras plantas ou crescendo em pedras.

Descritores: Taxonomia, Algas Bentônicas, lagunas costeiras,
             distribuição temporal e espacial.

Abstract (Benthic Algae from Marapendi Lagoon)




                                  2
3




Key words : benthic algae, taxonomy, coastal lagoon, seasonal and
            temporal distribution, Brazil

Introdução

         O conhecimento taxonômico de algas bentônicas de lagunas
hiposalinas do Brasil é restrito (Oliveira Fº, 1977). Há os de trabalhos
: a) Coutinho (1982) de composição taxonômica e Coutinho & Seeliger
(1984, 1986) de variação sazonal e temporal das algas da Lagoa dos
Patos e de Biancamano (1995) de composição taxopnômica da Lagoa
de Tramandaí.
         Pedrini (1980) apontou doze táxons para o século passado à
flora lagunar costeira fluminense (cf. Martens, 1866; Moebius, 1889).
Neste século,apenas a Lagoa de Itaipu foi estudada [Sá & Carneiro,
1984; Pedrini, De-Paula & Barreto ( no prelo)] que determinaram 66
táxons, (25 clorófitas, 8 feófitas e 33 rodófitas). Para a Lagoa de
Marapendi, há apenas três trabalhos de algas bentônicas : a) o de Van
den Hoek (1982) que citou Cladophora vagabunda ( L. ) Van den
Hoek; b) o de Pedrini & Silveira (1985) que citaram cinco clorófitas e
duas rodófita, pertencendo à comunidade epífita em Ruppia maritima
L. ; c) o terceiro de Pereira Filho (1990) - estudo preliminar do
presente trabalho. Com o litoral brasileiro marcado por inúmeras
lagunas costeiras estes trabalhos são exíguos para se conhecer a flora
ficológica bentônica brasileira. Assim, o presente trabalho, atende esta
demanda.

         2. Área Estudada




                                   3
4




          A Lagoa de Marapendi, segundo Maia et al.( 1984 ) situa-se
entre as coordenadas dos paralelos 22o 55 00" S e 23o 05 00" S e
pelos meridianos 43o 18 30" W e 43o 32 30". Faz parte do complexo
de cinco lagunas da Baixada de Jacarepaguá (Tijuca, Camorim,
Jacarepaguá e Lagoinha) e se liga com o mar, via Canal de Marapendi
e Laguna da Tijuca; (Carvalheira, 1993), recebendo água doce pelo
Canal das Taxas (Fig.1). Segundo Roncarati & Neves ( 1976 ) seu
contorno é irregular com a presenca de vários "bolsões" e cúspides ao
longo de seu comprimento, criando regiões calmas e rasas, próprias
para o desenvolvimento de algas como no Saco de Itaúna (Pedrini &
Silveira, 1985). Segundo dados da FEEMA ( 1988 ) seu comprimento
é de 10 km por 0,35 km de largura média. A salinidade da água
oscilava de 12 a 29 ‰ e a temperatura da água entre 22o e 33o C,
segundo Pedrini & Silveira (1985). Estudos da FEEMA (1991)
apontam o lançamento de esgostos sanitários orgânicos irregulares na
laguna. Dos 108 condomínios situados às margens da laguna, apenas
40 tinham Estação de Tratamento de Esgotos e na maioria da laguna a
balneabilidade é inadequada. Carvalheira (1993) constatou estado
avançado e progressivo de degradação, mas, ainda com fauna e flora
bentônicas.
          Trabalhos recentes bióticos e abióticos podem ser citados
sobre a) as angiospermas marginais (Araujo, 1978); b) os nutrientes da
água (Andreatta et al., 1991); c) o ictioplancton (Soares et al., 1991);
d) a ictiofauna (Andreatta et al. 1992); e) a macroinfauna (Carvalheira,
1993); f) Carneiro et al. (1994) mediram cerca de 500-700 toneladas de
algas secas de Chara hornemanni, cobrindo o solo da laguna. Áreas de
coleta (Fig. 1): a) M1: Canal de Marapendi; b) M2 : Marina do
Condomínio Nova Ipanema; c) M3 : Cais do Condomínio Novo
Leblon ( Avenida das Américas ); d) M4 : Saco da Pedra de Itaúna; e)
M5 : Parque Zoobotânico de Marapendi; f) M6 : Avenida
Sernambetiba 11.500 ( Ex-Concharia ); g) M7: Cais do Condomínio




                                   4
5




Novo Leblon ( Avenida Sernambetiba ); h) M8: Mangue degradado ao
lado do Summer Palace Hotel. .

        (Colocar Fig. 1 aqui)


3. Material e Métodos

         A coleta foi manual. O material foi acondicionado em formol
a 4 % neutralizado com Bórax e transportado para o laboratório.
Algumas amostras foram mantidas vivas, visando análise detalhada do
plasto ao microscópio. Para o destaque dos pirenóides foi usado lugol
fresco e para as partes vegetativas a anilina. Os cortes foram feitos,
manualmente, com auxílio de lâminas de barbear. O material foi
herborizado e duplicatas doadas aos herbários do Museu Nacional (R)
ou ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB).

4. Resultados

        4.1 Táxons encontrados

         Foram determinados 25 táxons, sendo 4 rodófitas
(Compsopogon coeruleus, Catenella caespitosa, Bostrychia radicans e
Polysiphonia subtilissima), 20 clorófitas (Enteromorpha sp. E.
chaetomorphoides, E. clathrata, E. flexuosa ssp. flexuosa, E. flexuosa
ssp. paradoxa, E. lingulata, E. linza, E. prolifera, E. ramulosa, Ulva
lactuca, Chaetomorpha linum, C. brachygona, C. minima, C. nodosa,
Cladophora coelothrix, Cl. vagabunda, Rhizoclonium africanum, R.
tortuosum, Pitophora oedogonia e Spyrogira sp.) e 1 carófita (Chara
hornemannii f. longifolia), esta, uma nova referência para o Brasil.
Houve predomínio de espécies de clorófitas das ordens Ulvales (40%)




                                  5
6




e Cladophorales (32%), juntas perfazendo a maioria absoluta de táxons
da Lagoa. Dentre as rodófitas houve predomínio da ordem Ceramiales
(50%).
         Pode-se notar, então, predomínio total de algas macroscópicas
filamentosas    (Cladophora       e  Rhizoclonium)       e   tubulares
(Enteromorpha), emaranhadas entre si ou com angiospermas marginais
como Ruppia maritima L. Por estimativa visual, pudemos observar
uma alta biomassa de Chara hornemannii f. longifolia, que, ocupando
áreas lagunares consideravelmente grandes, proporcionava substrato
adequado a fixação de outras espécies filamentosas. Foi observado
visualmente uma expressiva biomassa de espécies de Chaetomorpha e
Rhizoclonium em enseadas marginais da laguna. Lá o hidrodinamismo
e a profundidade eram menores em comparação a áreas de correnteza
onde as espécies em questão se apresentaram em tímidas ocorrências.

4.2 Distribuição espacial

         Espacialmente, três espécies ocorreram em todos os pontos de
coleta : Enteromorpha sp., Enteromorpha lingulata e Rhizoclonium
tortuosum. (Tab.1).

Tabela 1. Distribuição dos táxons da Lagoa de Marapendi, por áreas de
coleta

       TÁXONS                    ÁREAS DE COLETA
                            1    2        3    4    5    6    7    8
Compsopogon coeruleus        -    -        X    X    X    -    -   -
Catenella caespitosa         -    X        -    -    -    -    -   -
Bostrychia radicans          X    -        -    X    -    -    -   -
Polysiphonia subtilissima    X    X        X    -    -    X    -   X
Enteromorpha sp.             X    X        X    X    X    X    X   X
E. chaetomorphoides          X    X        X    X    X    X    X   -
E. clathrata                 X    X        X    X    X    X    X   -




                                      6
7




E. flexuosa ssp. flexuosa   X     X         X    X    X       X      -   X
E. flexuosa ssp. paradoxa   X     X         X    -    -       X      -   -
E. lingulata                X     X         X    X    X       X      X   X
E. linza                    -     -         X    X    -       X      X   -
E. prolifera                X     -         X    -    -       X      X   -
E. ramulosa                 X     -         X    X    -       -      X   -
Ulva lactuca                -     -         -    X    -       X      X   -
Chaemorpha linum            X     X         X    X    -       X      -   -
C. brachygona               X     X         X    X    -       X      X   X
C. minima                   X     X         X    X    X       X      X   X
C. nodosa                   X     X         -    X    X       X      X   X
Cladophora coelothrix       X     X         X    X    X       X      X   -
C. vagabunda                X     X         X    X    X       X      X   -
Rhizoclonium africanum      -     -         X    X    -       X      X   X
R. tortuosum                X     X         X    X    X       X      X   X
Pithophora oedogonia        X     -         -    X    X       -      -   X
Spyrogira sp.               -     -         -    X    X       X      X   X
Chara hornemannii f.        -     -         -    X    -       X      X   -
longifolia
         TOTAL              18    15       18   22   12      20          10
                                                                    17
Legenda: x presença
         - ausência

Legenda das áreas de coleta: 1 - Canal de Marapendi; 2 - Marina do Condomínio
Nova Ipanema; 3 -Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); 4. -
Saco da Pedra de Itaúna; 5 - Parque Zoobotânico de Marapendi; 6 Avenida
Sernambetiba 11.500 ( Ex- Concharia); 7. - Cais do Condomínio Novo Leblon
(Avenida Sernambetiba); 8 - Mangue degradado ao lado do Summer Palace Hotel.
         As espécies com distribuição horizontal mais descontínuas
(ausentes em quatro ou cinco áreas de coleta) foram: Compsopogon
coeruleus, Catenella caespitosa, Bostrychia radicans, Enteromorpha
linza, E. flexuosa ssp. paradoxa, E. prolifera, E. ramulosa, Ulva
lactuca, Pitophora oedogonia e Chara hornemanii f. longifolia. A área
de coleta mais rica em táxons (21) foi o Saco da Pedra de Itaúna. A




                                       7
8




área mais pobre com 10 táxons em táxons, foi o Mangue degradado do
Edifício Summer Palace na Avenida Sernambetiba, este em área
exposta à freqüentes ventos, vindos do mar. Ventos que contribuem
para conduzir as algas flutuantes para outras áreas da laguna, além de
ser também a área mais degradada do presente estudo. Enquanto que
na área mais rica as algas viviam em pequenas reentrâncias protegidas
de ventos e da correnteza.
          A Fig. 2 mostra a formação de três grupos de áreas de coleta
ao nível da linha A. O grupo I, abrangendo as áreas 1, 2, 3, 4, 6 e 7
que apresentam salinidades similares é também zona de percolação de
água do mar (Zee et al., 1990) para a laguna. Este fenômeno foi
facilmente observado "in loco" nas áreas 6 e 7 que se situam ao longo
do cordão litorâneo da laguna. As áreas 1, 2 e 3 situam-se em regiões
expostas à língua de água, vinda pelo Canal de Marapendi e que
possibilita a renovação das águas da laguna (cf. Carvalheira, 1993). O
grupo II ressalta a área de menor salinidade e ausência de muitos
táxons. E o grupo III representa uma área de mangue degradada com o
menor número de táxons da laguna. Inclusive com a ausência de
espécies de gêneros típicos de macroalgas de manguezais como
Bostrychia e Catenella.
          Como era de se esperar para ambientes estuarinos brasileiros,
houve um amplo domínio numérico das clorófitas em relação as
demais divisões (Fig. 3), com picos de riqueza de espécies nas estações
4 e 6. Apesar do número de espécies, estas estações apresentaram
algumas diferenças específicas que não as tornam as mais similares
entre as estações (Fig. 2). As rodófitas tiveram baixa ocorrência na
laguna, sendo que as estações 1,2,3 e 4 tiveram assinaladas 2
ocorrências e a única estação a não apresentar rodófitas foi a estação 7.




                                   8
9




Fig.2 : Dendrograma de similaridade dos táxons de algas entre as áreas
      de coleta da Laguna de Marapendi, Baixada de Jacarepaguá, Rio
      de Janeiro.




                                  9
10




        Número de táxons
         20

          15

          10

           5
                                                   Clorófita
           0                                     Rodófita
               1                                Carófita     Divisões
                   2   3   4   5   6   7    8
           Estações de coleta


Fig. 3 : Distribuição espacial das divisões estudadas na Lagoa de
Marapendi (1987-1988)


4.3 Distribuição temporal

          Temporalmente os táxons que ocorreram durante todos os
meses de coleta ou quase, isto é, não observadas excepcionalmente no
intervalo não consecutivo de um mês foram : Polysiphonia
subtilissima, Enteromorpha sp., E. chaetomorphoides, Enteromorpha
flexuosa, Chaetomorpha linum, C. brachygona, C. minima,
Cladophora coelothrix e C. vagabunda. (Tab. 2).




                                       10
11




            TÁXONS           DEZ   JAN    FEV      MAR   ABR    MAI      JUN   JUL AG    SET OUT       NO
                                                                                   O                   V
Compsopogon coeruleus         -     -         -    -     x          x    x      -   x    -        x     x
Catenella caespitosa          -     -         -    -     -          -    -      -   -    -        x     -
Bostrychia radicans           -     -         -    -     -          -    -      -   -    -        -     x
Polysiphonia subtilissima     x     x         x    x     x          x    x      x   x    x        x     x
Enteromorpha sp.              x      x        x    x     x          x    x      x   x    x        x     -
E. chaetomorphoides           x     x         x    x     x          x    x      -   x    -        x     -
E. clathrata                  x     x         x    x     x          x    -      -   -    x        x     x
E. flexuosa ssp. flexuosa     x     x         x    x     x          x    x      x   x    x        x     x
E.flexuosa ssp. paradoxa      x     x         x    x     -          -    -      -   x    -        x     -
E. lingulata                  x     x         x    x     -          -    -      -   x    -        x     -
E. linza                      x     -         -    -     -          x    -      -   -    -        -     -
E. prolifera                  x     x     -        x     -          -    -      -   -    -        -     -
E. ramulosa                   x     -         x    x     x          x    -      -   -    -        -     -
Ulva lactuca                  -     -         -    -     -          x    x      -   -    -        -     -
Chaetomorpha linum            x     -         x    x     x          x    -      x   x    -        x     x
C. brachygona                 x     x         x    x     x          x    -      x   x    x        x     x
C. minina                     x     x         x    x     x          x    -      x   x    x        x     x
C. nodosa                     x     -         -    x     x          -    -      -   x    x        x     x
Cladophora coelothrix         x     x         x    x     x          x    -      x   x    x        x     x
C. vagabunda                  x     x         x    x     x          x    x      x   x    x        x     x
Rhizoclonium africanun        x     x          x   x     x          -    -      -   -    -        -     -
R. tortuosum                  x     x         x    x     x          x    -      x   x    x        -     -
Pitophora oedogonia           -     -         -    x     x          -    -      -   -    x        x     x
Spirogyra sp.                 -     -         -    -     x          x    x      x   x    x        x     x
Chara hornemannii f.          x     x         x    x     x          x    -      -   x    -        x     -
longifolia
           TOTAL             21     17        18   19    21         20   08    11   17   13       18   14
Legenda: x Presença
           - Ausência
                            Tabela 2. : Distribuição temporal dos táxons da Lagoa de Marapendi,
                            Rio de janeiro,




                                                               11
12




           RJ(1987-1988)

Legenda das áreas de coleta: 1 - Canal de Marapendi; 2 - Marina do Condomínio
Nova Ipanema; 3 -Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); 4. -
Saco da Pedra de Itaúna; 5 - Parque Zoobotânico de Marapendi; 6 Avenida
Sernambetiba 11.500 ( Ex- Concharia); 7. - Cais do Condomínio Novo Leblon
(Avenida Sernambetiba); 8 - Mangue degradado ao lado do Summer Palace Hotel.


         De dezembro a maio foi a época em que ocorreram os maiores
picos de ocorrência de táxons : 21 em dezembro e abril e 20 em maio.
Pedrini & Silveira (1985) também encontraram os picos altos de
biomassa no verão, especialmente de Cladophora vagabunda.
Também foi quando apareceram 50% das rodófitas. Nos meses de
inverno (junho e julho) ocorreram as menores incidências (8 em junho
e 11 em julho). Dentre as ocorrências mais ocasionais estão as
rodófitas Catenella caespitosa (outubro) e Bostrychia radicans
(novembro).
         Observadas em conjunto as clorófitas predominaram ao longo
dos doze meses de coleta em relação às divisões rodófitas e carófitas.
Apenas, nos meses de inverno e de seca é que pode-se notar uma
pobreza geral de algas.




                                    12
13




     20
     18
     16
    14
    12
     10
      8
      6
      4
Núm ero de táxons
      2
       0                                                         Clorófita
                                                               Rodófita    Divisões
                                                             Carófita
          DEZJAN FEV         MAI
                     MAR
                         ABR     JUN JUL
                 M eses do ano           AG OSET O UT
                                                      NO V


 Fig. 4 : Distribuição temporal das divisões estudadas na Lagoa de
Marapendi (1987-1988).

4. Discussão

4.1 Composição Específica e Forma de Ocorrência.

          O predomínio de espécies de Ulvales e Cladophorales
(Clorófitas), em lagunas hiposalinas na L. de Marapendi, na dos
Patos, (Coutinho, 1982) e na L. de Tramandaí (Biancamano, 1995).
Estes padrões de ocorrência, demonstram a capacidade das espécies de
clorófitas filamentosas e tubulares em resistir a ambientes de constante
variação de salinidade, sendo as principais colonizadoras destes
ambientes adversos a espécies mais sensíveis. Yarish e Edward (1982)
já haviam evidenciado que as clorófitas seriam, em termos de
contribuição ao número de espécies, os organismos mais importantes.
A variabilidade morfológica observada na laguna foi marcante nas




                                  13
14




clorófitas (Hoek, 1963; Koeman & Hoek, 1984) e, no Brasil, por Reis
(1990-92) As ramificações extensas, intensas e flácidas podem ser
causadas pela movimentação fraca da água em locais onde ocorreram,
por exemplo, Cladophora vagabunda e Enteromorpha spp. . Estas
ocorriam também epífitas sobre Ruppia maritima (Pedrini & Silveira,
1985) , Chara hornemanni f. longifolia ou emaranhadas na vegetação
terrestre marginal mormente coberta quando o nível de água da laguna
subia . Visualmente percebeu-se grandes massas flutuantes e
lanuginosas de talos com dezenas de centímetros em regaços marginais
por parte de espécies de Chaetomorpha e Rhizoclonium. Grandes, os
fios enroscam-se em substratos consolidados existentes nas
reentrâncias das margens lagunares mais protegidas do vento. Assim,
plantas entremeadas à outras ou flutuantes em lagunas hiposalinas
costeiras já foi verificado por Abott (1947) Conover (1964),
Verhoeven (1980) na Europa, Thorne-Miller et al. (1983) nos EUA,
para as Ilhas Hawaianas e Coutinho (1992) no Brasil e .Pedrini &
Silveira (1985).
          Dentre as rodófitas predominaram as Ceramiales. O mesmo
foi observado por           Coutinho (1992) e Biancamano (1995),
respectivamente, para as Lagoas de Tramandaí e Patos (Rio Grande do
Sul). Entretanto, assim como para Marapendi e as duas Lagoas do Rio
Grande do Sul, a contribuição em número de espécies de rodófitas foi
muito baixo quando comparada com estudos de lagunas do hemisfério
norte como por exemplo Conover (1964) estudando um complexo
lagunar no Texas, onde as rodófitas superaram o número de clorófitas,
Gonzalez (1969) para o México onde o número de rodófitas é cerca do
dobro ao de clorófitas e Mercier (1973) para estudo de um complexo
de 4 lagunas francesas, onde a contribuição de rodófitas foi próxima ao
de clorófitas.




                                  14
15




4.2. Distribuição espacial.

          A área de coleta mais rica em táxons (23) foi o Saco da
Pedra de Itaúna. Pedrini & Silveira (1985) encontraram sete táxons
sobre um banco de Ruppia maritima               L. Estes todos foram
reencontrados neste trabalho nesta mesma região. A 'pobreza de táxons
encontrada na área M8 pode ser explicada pelo lançamento de esgotos
in natura na laguna, impedindo um adequado desenvolvimento de
algas.
          Yarish & Edwards (1982), atribuíram uma capacidade
ligeiramente menor das rodófitas em relação as feófitas em resistirem
e colonizarem ambientes estuarinos. No entanto, na Laguna de
Marapendi foram encontradas somente rodófitas e clorófitas. O mesmo
foi observado por Thorne-Muiller & Harlin (1984) para a Laguna
Ninigret, em Rhode Island, USA. Estas autoras estimaram a produção
total anual de Enteromorpha spp. em cerca de 3, 5 toneladas de peso
seco. Nos meses de verão, em especial dezembro é que as carófitas
ocorrem efusivamente, confirmando os resultados de Pedrini &
Silveira (1985).
Portanto, a importância destes fatores (ventos, salinidade e presença
substrato consolidado) na ocorrência e distribuição espacial das algas é
patente, tal como Conover (1964) e Den Hartog ( 1967) mencionaram
para o hemisfério norte e Coutinho & Seeliger (1986) assinalaram
tabém para a Lagoa dos Patos.
          No entanto, hipóteses explicativas de distribuições espaciais
não podem ser possíveis, sem associar dados abióticos como ventos e
salinidade e temperatura da água sobre a flora lagunar.

5. Bibliografia

Abott, I. A. 1947. Brackish-Water Algae from the Hawaiian Islands. Pacific Science 1 (4) :
193-214.




                                           15
16




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Grande, 12 (1) : 5-17.

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Carvalheira, L. 1993, V. Macroinfauna bentica da Lagoa de Marapendi, Complexo Lagunar
de           Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil.. Tese de Doutorado, Universidade de São
Paulo, Instituto de Oceanografia ,171 p + anexos.

Conover, V. T. 1964. The Ecology, seasonal periodicity and distribution of benthic plants in
some Texas Lagoons. Botanica Marina, 7 : 4-41.

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das algas bentônicas do estuário da Lagoa dos Patos (RS). Dissertaçäo de Mestrado,
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FEEMA. 1988. Reservatórios e lagos do estado do Rio de Janeiro II. Diagnósticos
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                                             16
17




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                                            17
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                                           18
19




Fig.1 : Mapa mostrando a Baixada de Jacarepaguá, no estado do Rio
de Janeiro, Brasil e a laguna de Marapendi com as áreas de coleta (M1-
M8)




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  • 1. 1 Albertoa, Rio de Janeiro, v. 4, n. 18, p.233-244, 1997 ALGAS BENTÔNICAS DA LAGOA DE MARAPENDI, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL1. Alexandre de Gusmão Pedrini2, Dolymar dos Santos Lima3, Osny Pereira Filho3, Vânia da Silva Musquim4 e Joel Campos De-Paula3 . Resumo (Algas Bentônicas da Lagoa de Marapendi, Rio de Janeiro, RJ). Foram coletadas mensalmente, de dezembro de 1987 a novembro de 1988 as algas bentônicas da laguna de Marapendi (coordenadas 22° 55' 00"S e 23°05' 00"S e os meridianos 43° 18'30 "W e 43° 32' 30" W), no estado do Rio de Janeiro. Foram 8 áreas de coleta : a) Canal de Marapendi; b) Marina do Condomínio Nova Ipanema; c) Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); d) Saco da Pedra de Itaúna; e) Parque Zoobotânico de Marapendi; f) Avenida Sernambetiba 11500 (Ex-Concharia); g) Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida de Sernambetiba); h) Mangue degradado do Summer Palace Hotel. Foram determinados 25 táxons infragenéricos, 20 clorófitas, 4 rodófitas e 1 carófita. A área do Saco da Pedra de Itaúna foi a mais rica com 20 táxons a do Summer Palace a mais pobre com 1 Apoio Financeiro Parcial: FAPP-UERJ e CNPq. 2 - Depto. de Biologia Vegetal (DBV), I. de Biologia (IB), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rua São Francisco Xavier, 524, CEP 20550-013, Rio de Janeiro, RJ; Brasil; pedrini@uerj.,br 3 DBV , IB ,UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524, CEP 20550-013, Rio de Janeiro, RJ. 4 Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, proc. no.802446.1-87). 1
  • 2. 2 10 táxons. Houve uma redução. Os meses de verão e início de outono foram os mais ricos com 21 táxons. Os de inverno foram mais pobres com 8 táxons. Temporalmente e espacialmente as clorófitas superaram em número de táxons as outras divisões estudadas (rodófitas e carófitas). A flora encontrada era essencialmente filamentosa e encontrada emaranhada em outras plantas ou crescendo em pedras. Descritores: Taxonomia, Algas Bentônicas, lagunas costeiras, distribuição temporal e espacial. Abstract (Benthic Algae from Marapendi Lagoon) 2
  • 3. 3 Key words : benthic algae, taxonomy, coastal lagoon, seasonal and temporal distribution, Brazil Introdução O conhecimento taxonômico de algas bentônicas de lagunas hiposalinas do Brasil é restrito (Oliveira Fº, 1977). Há os de trabalhos : a) Coutinho (1982) de composição taxonômica e Coutinho & Seeliger (1984, 1986) de variação sazonal e temporal das algas da Lagoa dos Patos e de Biancamano (1995) de composição taxopnômica da Lagoa de Tramandaí. Pedrini (1980) apontou doze táxons para o século passado à flora lagunar costeira fluminense (cf. Martens, 1866; Moebius, 1889). Neste século,apenas a Lagoa de Itaipu foi estudada [Sá & Carneiro, 1984; Pedrini, De-Paula & Barreto ( no prelo)] que determinaram 66 táxons, (25 clorófitas, 8 feófitas e 33 rodófitas). Para a Lagoa de Marapendi, há apenas três trabalhos de algas bentônicas : a) o de Van den Hoek (1982) que citou Cladophora vagabunda ( L. ) Van den Hoek; b) o de Pedrini & Silveira (1985) que citaram cinco clorófitas e duas rodófita, pertencendo à comunidade epífita em Ruppia maritima L. ; c) o terceiro de Pereira Filho (1990) - estudo preliminar do presente trabalho. Com o litoral brasileiro marcado por inúmeras lagunas costeiras estes trabalhos são exíguos para se conhecer a flora ficológica bentônica brasileira. Assim, o presente trabalho, atende esta demanda. 2. Área Estudada 3
  • 4. 4 A Lagoa de Marapendi, segundo Maia et al.( 1984 ) situa-se entre as coordenadas dos paralelos 22o 55 00" S e 23o 05 00" S e pelos meridianos 43o 18 30" W e 43o 32 30". Faz parte do complexo de cinco lagunas da Baixada de Jacarepaguá (Tijuca, Camorim, Jacarepaguá e Lagoinha) e se liga com o mar, via Canal de Marapendi e Laguna da Tijuca; (Carvalheira, 1993), recebendo água doce pelo Canal das Taxas (Fig.1). Segundo Roncarati & Neves ( 1976 ) seu contorno é irregular com a presenca de vários "bolsões" e cúspides ao longo de seu comprimento, criando regiões calmas e rasas, próprias para o desenvolvimento de algas como no Saco de Itaúna (Pedrini & Silveira, 1985). Segundo dados da FEEMA ( 1988 ) seu comprimento é de 10 km por 0,35 km de largura média. A salinidade da água oscilava de 12 a 29 ‰ e a temperatura da água entre 22o e 33o C, segundo Pedrini & Silveira (1985). Estudos da FEEMA (1991) apontam o lançamento de esgostos sanitários orgânicos irregulares na laguna. Dos 108 condomínios situados às margens da laguna, apenas 40 tinham Estação de Tratamento de Esgotos e na maioria da laguna a balneabilidade é inadequada. Carvalheira (1993) constatou estado avançado e progressivo de degradação, mas, ainda com fauna e flora bentônicas. Trabalhos recentes bióticos e abióticos podem ser citados sobre a) as angiospermas marginais (Araujo, 1978); b) os nutrientes da água (Andreatta et al., 1991); c) o ictioplancton (Soares et al., 1991); d) a ictiofauna (Andreatta et al. 1992); e) a macroinfauna (Carvalheira, 1993); f) Carneiro et al. (1994) mediram cerca de 500-700 toneladas de algas secas de Chara hornemanni, cobrindo o solo da laguna. Áreas de coleta (Fig. 1): a) M1: Canal de Marapendi; b) M2 : Marina do Condomínio Nova Ipanema; c) M3 : Cais do Condomínio Novo Leblon ( Avenida das Américas ); d) M4 : Saco da Pedra de Itaúna; e) M5 : Parque Zoobotânico de Marapendi; f) M6 : Avenida Sernambetiba 11.500 ( Ex-Concharia ); g) M7: Cais do Condomínio 4
  • 5. 5 Novo Leblon ( Avenida Sernambetiba ); h) M8: Mangue degradado ao lado do Summer Palace Hotel. . (Colocar Fig. 1 aqui) 3. Material e Métodos A coleta foi manual. O material foi acondicionado em formol a 4 % neutralizado com Bórax e transportado para o laboratório. Algumas amostras foram mantidas vivas, visando análise detalhada do plasto ao microscópio. Para o destaque dos pirenóides foi usado lugol fresco e para as partes vegetativas a anilina. Os cortes foram feitos, manualmente, com auxílio de lâminas de barbear. O material foi herborizado e duplicatas doadas aos herbários do Museu Nacional (R) ou ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). 4. Resultados 4.1 Táxons encontrados Foram determinados 25 táxons, sendo 4 rodófitas (Compsopogon coeruleus, Catenella caespitosa, Bostrychia radicans e Polysiphonia subtilissima), 20 clorófitas (Enteromorpha sp. E. chaetomorphoides, E. clathrata, E. flexuosa ssp. flexuosa, E. flexuosa ssp. paradoxa, E. lingulata, E. linza, E. prolifera, E. ramulosa, Ulva lactuca, Chaetomorpha linum, C. brachygona, C. minima, C. nodosa, Cladophora coelothrix, Cl. vagabunda, Rhizoclonium africanum, R. tortuosum, Pitophora oedogonia e Spyrogira sp.) e 1 carófita (Chara hornemannii f. longifolia), esta, uma nova referência para o Brasil. Houve predomínio de espécies de clorófitas das ordens Ulvales (40%) 5
  • 6. 6 e Cladophorales (32%), juntas perfazendo a maioria absoluta de táxons da Lagoa. Dentre as rodófitas houve predomínio da ordem Ceramiales (50%). Pode-se notar, então, predomínio total de algas macroscópicas filamentosas (Cladophora e Rhizoclonium) e tubulares (Enteromorpha), emaranhadas entre si ou com angiospermas marginais como Ruppia maritima L. Por estimativa visual, pudemos observar uma alta biomassa de Chara hornemannii f. longifolia, que, ocupando áreas lagunares consideravelmente grandes, proporcionava substrato adequado a fixação de outras espécies filamentosas. Foi observado visualmente uma expressiva biomassa de espécies de Chaetomorpha e Rhizoclonium em enseadas marginais da laguna. Lá o hidrodinamismo e a profundidade eram menores em comparação a áreas de correnteza onde as espécies em questão se apresentaram em tímidas ocorrências. 4.2 Distribuição espacial Espacialmente, três espécies ocorreram em todos os pontos de coleta : Enteromorpha sp., Enteromorpha lingulata e Rhizoclonium tortuosum. (Tab.1). Tabela 1. Distribuição dos táxons da Lagoa de Marapendi, por áreas de coleta TÁXONS ÁREAS DE COLETA 1 2 3 4 5 6 7 8 Compsopogon coeruleus - - X X X - - - Catenella caespitosa - X - - - - - - Bostrychia radicans X - - X - - - - Polysiphonia subtilissima X X X - - X - X Enteromorpha sp. X X X X X X X X E. chaetomorphoides X X X X X X X - E. clathrata X X X X X X X - 6
  • 7. 7 E. flexuosa ssp. flexuosa X X X X X X - X E. flexuosa ssp. paradoxa X X X - - X - - E. lingulata X X X X X X X X E. linza - - X X - X X - E. prolifera X - X - - X X - E. ramulosa X - X X - - X - Ulva lactuca - - - X - X X - Chaemorpha linum X X X X - X - - C. brachygona X X X X - X X X C. minima X X X X X X X X C. nodosa X X - X X X X X Cladophora coelothrix X X X X X X X - C. vagabunda X X X X X X X - Rhizoclonium africanum - - X X - X X X R. tortuosum X X X X X X X X Pithophora oedogonia X - - X X - - X Spyrogira sp. - - - X X X X X Chara hornemannii f. - - - X - X X - longifolia TOTAL 18 15 18 22 12 20 10 17 Legenda: x presença - ausência Legenda das áreas de coleta: 1 - Canal de Marapendi; 2 - Marina do Condomínio Nova Ipanema; 3 -Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); 4. - Saco da Pedra de Itaúna; 5 - Parque Zoobotânico de Marapendi; 6 Avenida Sernambetiba 11.500 ( Ex- Concharia); 7. - Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida Sernambetiba); 8 - Mangue degradado ao lado do Summer Palace Hotel. As espécies com distribuição horizontal mais descontínuas (ausentes em quatro ou cinco áreas de coleta) foram: Compsopogon coeruleus, Catenella caespitosa, Bostrychia radicans, Enteromorpha linza, E. flexuosa ssp. paradoxa, E. prolifera, E. ramulosa, Ulva lactuca, Pitophora oedogonia e Chara hornemanii f. longifolia. A área de coleta mais rica em táxons (21) foi o Saco da Pedra de Itaúna. A 7
  • 8. 8 área mais pobre com 10 táxons em táxons, foi o Mangue degradado do Edifício Summer Palace na Avenida Sernambetiba, este em área exposta à freqüentes ventos, vindos do mar. Ventos que contribuem para conduzir as algas flutuantes para outras áreas da laguna, além de ser também a área mais degradada do presente estudo. Enquanto que na área mais rica as algas viviam em pequenas reentrâncias protegidas de ventos e da correnteza. A Fig. 2 mostra a formação de três grupos de áreas de coleta ao nível da linha A. O grupo I, abrangendo as áreas 1, 2, 3, 4, 6 e 7 que apresentam salinidades similares é também zona de percolação de água do mar (Zee et al., 1990) para a laguna. Este fenômeno foi facilmente observado "in loco" nas áreas 6 e 7 que se situam ao longo do cordão litorâneo da laguna. As áreas 1, 2 e 3 situam-se em regiões expostas à língua de água, vinda pelo Canal de Marapendi e que possibilita a renovação das águas da laguna (cf. Carvalheira, 1993). O grupo II ressalta a área de menor salinidade e ausência de muitos táxons. E o grupo III representa uma área de mangue degradada com o menor número de táxons da laguna. Inclusive com a ausência de espécies de gêneros típicos de macroalgas de manguezais como Bostrychia e Catenella. Como era de se esperar para ambientes estuarinos brasileiros, houve um amplo domínio numérico das clorófitas em relação as demais divisões (Fig. 3), com picos de riqueza de espécies nas estações 4 e 6. Apesar do número de espécies, estas estações apresentaram algumas diferenças específicas que não as tornam as mais similares entre as estações (Fig. 2). As rodófitas tiveram baixa ocorrência na laguna, sendo que as estações 1,2,3 e 4 tiveram assinaladas 2 ocorrências e a única estação a não apresentar rodófitas foi a estação 7. 8
  • 9. 9 Fig.2 : Dendrograma de similaridade dos táxons de algas entre as áreas de coleta da Laguna de Marapendi, Baixada de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. 9
  • 10. 10 Número de táxons 20 15 10 5 Clorófita 0 Rodófita 1 Carófita Divisões 2 3 4 5 6 7 8 Estações de coleta Fig. 3 : Distribuição espacial das divisões estudadas na Lagoa de Marapendi (1987-1988) 4.3 Distribuição temporal Temporalmente os táxons que ocorreram durante todos os meses de coleta ou quase, isto é, não observadas excepcionalmente no intervalo não consecutivo de um mês foram : Polysiphonia subtilissima, Enteromorpha sp., E. chaetomorphoides, Enteromorpha flexuosa, Chaetomorpha linum, C. brachygona, C. minima, Cladophora coelothrix e C. vagabunda. (Tab. 2). 10
  • 11. 11 TÁXONS DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AG SET OUT NO O V Compsopogon coeruleus - - - - x x x - x - x x Catenella caespitosa - - - - - - - - - - x - Bostrychia radicans - - - - - - - - - - - x Polysiphonia subtilissima x x x x x x x x x x x x Enteromorpha sp. x x x x x x x x x x x - E. chaetomorphoides x x x x x x x - x - x - E. clathrata x x x x x x - - - x x x E. flexuosa ssp. flexuosa x x x x x x x x x x x x E.flexuosa ssp. paradoxa x x x x - - - - x - x - E. lingulata x x x x - - - - x - x - E. linza x - - - - x - - - - - - E. prolifera x x - x - - - - - - - - E. ramulosa x - x x x x - - - - - - Ulva lactuca - - - - - x x - - - - - Chaetomorpha linum x - x x x x - x x - x x C. brachygona x x x x x x - x x x x x C. minina x x x x x x - x x x x x C. nodosa x - - x x - - - x x x x Cladophora coelothrix x x x x x x - x x x x x C. vagabunda x x x x x x x x x x x x Rhizoclonium africanun x x x x x - - - - - - - R. tortuosum x x x x x x - x x x - - Pitophora oedogonia - - - x x - - - - x x x Spirogyra sp. - - - - x x x x x x x x Chara hornemannii f. x x x x x x - - x - x - longifolia TOTAL 21 17 18 19 21 20 08 11 17 13 18 14 Legenda: x Presença - Ausência Tabela 2. : Distribuição temporal dos táxons da Lagoa de Marapendi, Rio de janeiro, 11
  • 12. 12 RJ(1987-1988) Legenda das áreas de coleta: 1 - Canal de Marapendi; 2 - Marina do Condomínio Nova Ipanema; 3 -Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida das Américas); 4. - Saco da Pedra de Itaúna; 5 - Parque Zoobotânico de Marapendi; 6 Avenida Sernambetiba 11.500 ( Ex- Concharia); 7. - Cais do Condomínio Novo Leblon (Avenida Sernambetiba); 8 - Mangue degradado ao lado do Summer Palace Hotel. De dezembro a maio foi a época em que ocorreram os maiores picos de ocorrência de táxons : 21 em dezembro e abril e 20 em maio. Pedrini & Silveira (1985) também encontraram os picos altos de biomassa no verão, especialmente de Cladophora vagabunda. Também foi quando apareceram 50% das rodófitas. Nos meses de inverno (junho e julho) ocorreram as menores incidências (8 em junho e 11 em julho). Dentre as ocorrências mais ocasionais estão as rodófitas Catenella caespitosa (outubro) e Bostrychia radicans (novembro). Observadas em conjunto as clorófitas predominaram ao longo dos doze meses de coleta em relação às divisões rodófitas e carófitas. Apenas, nos meses de inverno e de seca é que pode-se notar uma pobreza geral de algas. 12
  • 13. 13 20 18 16 14 12 10 8 6 4 Núm ero de táxons 2 0 Clorófita Rodófita Divisões Carófita DEZJAN FEV MAI MAR ABR JUN JUL M eses do ano AG OSET O UT NO V Fig. 4 : Distribuição temporal das divisões estudadas na Lagoa de Marapendi (1987-1988). 4. Discussão 4.1 Composição Específica e Forma de Ocorrência. O predomínio de espécies de Ulvales e Cladophorales (Clorófitas), em lagunas hiposalinas na L. de Marapendi, na dos Patos, (Coutinho, 1982) e na L. de Tramandaí (Biancamano, 1995). Estes padrões de ocorrência, demonstram a capacidade das espécies de clorófitas filamentosas e tubulares em resistir a ambientes de constante variação de salinidade, sendo as principais colonizadoras destes ambientes adversos a espécies mais sensíveis. Yarish e Edward (1982) já haviam evidenciado que as clorófitas seriam, em termos de contribuição ao número de espécies, os organismos mais importantes. A variabilidade morfológica observada na laguna foi marcante nas 13
  • 14. 14 clorófitas (Hoek, 1963; Koeman & Hoek, 1984) e, no Brasil, por Reis (1990-92) As ramificações extensas, intensas e flácidas podem ser causadas pela movimentação fraca da água em locais onde ocorreram, por exemplo, Cladophora vagabunda e Enteromorpha spp. . Estas ocorriam também epífitas sobre Ruppia maritima (Pedrini & Silveira, 1985) , Chara hornemanni f. longifolia ou emaranhadas na vegetação terrestre marginal mormente coberta quando o nível de água da laguna subia . Visualmente percebeu-se grandes massas flutuantes e lanuginosas de talos com dezenas de centímetros em regaços marginais por parte de espécies de Chaetomorpha e Rhizoclonium. Grandes, os fios enroscam-se em substratos consolidados existentes nas reentrâncias das margens lagunares mais protegidas do vento. Assim, plantas entremeadas à outras ou flutuantes em lagunas hiposalinas costeiras já foi verificado por Abott (1947) Conover (1964), Verhoeven (1980) na Europa, Thorne-Miller et al. (1983) nos EUA, para as Ilhas Hawaianas e Coutinho (1992) no Brasil e .Pedrini & Silveira (1985). Dentre as rodófitas predominaram as Ceramiales. O mesmo foi observado por Coutinho (1992) e Biancamano (1995), respectivamente, para as Lagoas de Tramandaí e Patos (Rio Grande do Sul). Entretanto, assim como para Marapendi e as duas Lagoas do Rio Grande do Sul, a contribuição em número de espécies de rodófitas foi muito baixo quando comparada com estudos de lagunas do hemisfério norte como por exemplo Conover (1964) estudando um complexo lagunar no Texas, onde as rodófitas superaram o número de clorófitas, Gonzalez (1969) para o México onde o número de rodófitas é cerca do dobro ao de clorófitas e Mercier (1973) para estudo de um complexo de 4 lagunas francesas, onde a contribuição de rodófitas foi próxima ao de clorófitas. 14
  • 15. 15 4.2. Distribuição espacial. A área de coleta mais rica em táxons (23) foi o Saco da Pedra de Itaúna. Pedrini & Silveira (1985) encontraram sete táxons sobre um banco de Ruppia maritima L. Estes todos foram reencontrados neste trabalho nesta mesma região. A 'pobreza de táxons encontrada na área M8 pode ser explicada pelo lançamento de esgotos in natura na laguna, impedindo um adequado desenvolvimento de algas. Yarish & Edwards (1982), atribuíram uma capacidade ligeiramente menor das rodófitas em relação as feófitas em resistirem e colonizarem ambientes estuarinos. No entanto, na Laguna de Marapendi foram encontradas somente rodófitas e clorófitas. O mesmo foi observado por Thorne-Muiller & Harlin (1984) para a Laguna Ninigret, em Rhode Island, USA. Estas autoras estimaram a produção total anual de Enteromorpha spp. em cerca de 3, 5 toneladas de peso seco. Nos meses de verão, em especial dezembro é que as carófitas ocorrem efusivamente, confirmando os resultados de Pedrini & Silveira (1985). Portanto, a importância destes fatores (ventos, salinidade e presença substrato consolidado) na ocorrência e distribuição espacial das algas é patente, tal como Conover (1964) e Den Hartog ( 1967) mencionaram para o hemisfério norte e Coutinho & Seeliger (1986) assinalaram tabém para a Lagoa dos Patos. No entanto, hipóteses explicativas de distribuições espaciais não podem ser possíveis, sem associar dados abióticos como ventos e salinidade e temperatura da água sobre a flora lagunar. 5. Bibliografia Abott, I. A. 1947. Brackish-Water Algae from the Hawaiian Islands. Pacific Science 1 (4) : 193-214. 15
  • 16. 16 Andreatta, J. V., Barbiéri, L. R. R., Sebília, A. S. C., Silva, M. H. C., Santos, M. A. & Santos, R. P. dos. 1990. Relação dos peixes da Laguna de Marapendi. Atlantica, Rio Grande, 12 (1) : 5-17. Andreatta, J. V., Moraes, L. A. F. & Lima, I. C. de. 1991. Parâmetros hidrológicos da laguna de Marapendi : distribuição e flutuações dos sais nutrientes e alguns aspectos meteorológicos. Acta Biol. Leopol. 1 : 49-64. Araujo, D. S. D. de. 1978. As comunidades vegetais das margens das lagoas da Baixada deJacarepaguá.Cadernos FEEMA, 3 : 1-35. Biancamano, M. I. M 1995. Estudo das Macroalgas na Lagoa de Tramandaí, Rio de Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 112 p. Carneiro, M. E. R., Azevedo, C., Ramalho, N. M. & Knoppers, B. A.1994. Biomassa de Chara hornemanii em Relação ao Comportamento Físico-Químico da Lagoa de Piratininga (RJ). An. Acad. bras., . 66,(2) : 213-221. Carvalheira, L. 1993, V. Macroinfauna bentica da Lagoa de Marapendi, Complexo Lagunar de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil.. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, Instituto de Oceanografia ,171 p + anexos. Conover, V. T. 1964. The Ecology, seasonal periodicity and distribution of benthic plants in some Texas Lagoons. Botanica Marina, 7 : 4-41. Coutinho, R. 1982. Taxonomia, distribuiçäo, crescimento sazonal, reproduçäo e biomassa das algas bentônicas do estuário da Lagoa dos Patos (RS). Dissertaçäo de Mestrado, Fundação Universidade do Rio Grande, 184 p. Coutinho, R. & Seeliger, U. 1984.The horizontal distribution of the benthic algal flora in the Patos Lagoon estuary, Brazil, in relation to salinity, substratum and wave exposure. J. Exp. Mar. Biol. Ecol. 80 : 247-257. Coutinho, R. & Seeliger, U. 1986. Seasonal occurence and growth of the benthic algal flora in the Patos Lagoon estuary, Brazil. Estuarine coast shelf. Sci, 23 : 889-900. Den Hartog, C. Brackish water as an environmental for algae. Blumea, 15 (10) : 30-43. FEEMA. 1988. Reservatórios e lagos do estado do Rio de Janeiro II. Diagnósticos Ambientais, 12. Sistema Lagunar de Jacarepaguá. Rio de Janeiro, FEEMA., 45 p. 16
  • 17. 17 FEEMA. 1991. Qualidade das águas no estado do Rio de Janeiro; período : 1987-1989,. 23 p. Gonzales, M. O.1969. Contribution a l’étude de la vegetation de la lagune de Términos (Campeche-Mexique). Thése du Doctorat. Faculté des Sciences de Paris, 58 p, il. Koek, C. van den 1963. Revision of the European of Cladophora . E. J. Brill, Leiden, 248 p. Koeman, R. P. T. & Hoek, C. van den. 1984.The Taxonomy of Enteromorpha Link, 1820 (Chlorophyceae) in Netherlands. III. The section Flexuosa and Clathratae and adition to the section Proliferae. Cryptogamie Algologie, 5 (1) 21-61 Maia, M.C.A.C., Martin, L., Flexer, J.M. & Azevedo, A.E.G. 1984. Evolução holocênica da planície costeira de Jacarepaguá (RJ). XXXVIII Congresso Brasileiro de Geologia, Anais, p.105-118. Martens, G.Die Preussische Expedition nach Asien nach Amtlichen quellen. Bot. Theil. Berlin, 1866, p.15-17. Mercier, A. 1973. Étude Ecologique de la vegetation du Complexe Lagunaire de Bages- Sigean; Biomasse et Production Primaire des Macrophytes. Thése du Doctorat. Faculté des Sciences de Paris, 105 p. il. Moebius, M. 1889. Beardeitung der von H. Schenck in Brasilien gesammellten Algen. Hedwigia 28 : 309-347, pls. 10- 11. Oliveira Filho, E. C. 1977. Algas Marinhas Bentônicas do Brasil. Tese de Livre-Docência, Universidade de São Paulo, 477 p. Pedrini, A. de G. 1980. Algas marinhas bentônicas da Baía de Sepetiba eAarredores (RJ). Dissertaçäo de Mestrado, Universidade Federal do Rio Janeiro, 397 p.. Pedrini, A. de G. & Silveira, I. C. A. da. 1985. Composição taxonômica e estimativa da biomassa das macroalgas epífitas em Ruppia maritima L. na Lagoa de Marapendi, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Atas da Sociedade Botânica do Brasil, 3 (6) : 45-60. Pedrini, A. de G., De-Paula, J. C. & Barreto, M. B. B. B. de. Algas Bentônicas da Lagoa de Itaipu, Niterói, RJ. Composição Taxonômica e Variação Espaço-Temporal. IV Congresso Latino-americano de Ficologia, Anais, julho 1996 (no prelo). 17
  • 18. 18 Pereira Filho, O. 1990. Estudo taxonômico das algas bentônicas da Lagoa de Marapendi. , RJ., Brasil. Monografia de Bacharelado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 98 p + XIV pranchas. Reis, R,. P. 1992-1994. Variações morfológicas das Chlorophyta da Lagoa de Araruama, Rio de Janeiro. Rodriguésia, 42/44 : 25-37 Reis, R. P. & Yoneshigue-Valentin, Y. Distribuição das macroalgas na Lagoa de Araruama, estado do Rio de J Janeiro, Brasil.Revta. brasil. Bot., São Paulo, 19 ( 1) : 77-85, 1996. Roncarati, H. & Neves, L.E. 1986. Estudo geológico preliminar dos sedimentos recentes superficiais da Baixada de Jacarepaguá, município do Rio de Janeiro. PETROBRAS, i-iv + 1-89 p. Sá, M. M. & Guimarães, M. A. F.1984. Estudo Taxonômico Preliminarda flora ficológica bentônica da Lagoa de Itaipu, Niterói, Rio de Janeiro. Espaço, Rio de Janeiro, 9 : 45-60. Soares, C. L., Andreata, J. V. & Marca, A. G. 1991. Composição e sazonalidade do ictioplâncton da laguna de Marapendi, Rio de Janeiro. Biotemas 4(2) : 35-49 Thorne-Miller, B., Harlin, N. M., Thrusby, G. B.Brady-Campbel, M. M. & Aworetzky, B. A. 1983. Variation in the distribution and biomass of submerged macrophytes in five coastal lagoons in the Rhode Island, USA. Botanica Marina, Berlin, 26 : 231-241. Thorne-Miller, B. & Harlin, M. M. 1984 The Production of Zostera marina L. and Other Submerged Macrophytes in a Coastal Lagoon in Rhode Island, USA. Botanica. Marina, 27 (12) : 539-546. Van den Hoek, C. 1982. A taxonomic revision of the American species of Cladophora (Chlorophyceae) in the North Atlantic Ocean and their geographic distribution.. New York, North-Holland Publishing Company, 236 p. Verhoeven , J. T. A. 1978. The Ecology of Ruppia-dominated communities in Western Europe. I-Distribution of Ruppia representatives in relation to their auto-ecology. Aquatic Botany, Amsterdan, 6 : 197-268. Yarish, C. & Edwards, P. A field and cultural investigation of the horizontal and seasonal distribution of estuarine red algae of New Jersey. Phycologia, 21 : 112-124 Zee, D. M. V. , Paula, A. C. de & Filipo, A. M. Monitoramento Ambiental do Canal de Marapendi- Rio de Janeiro. Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira, 6 a 11 de abril de 1990, v.2, Anais, p. 360-366. 18
  • 19. 19 Fig.1 : Mapa mostrando a Baixada de Jacarepaguá, no estado do Rio de Janeiro, Brasil e a laguna de Marapendi com as áreas de coleta (M1- M8) 19