Palestra proferida na sexta edição do workshop “Ameaças Fitossanitárias – Pragas Quarentenárias de Importância para Fruticultura no nordeste brasileiro”, realizado em Fortaleza, CE, em 25/09/2014.
Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) de importância econômica no Vale do São Francisco: situação e perspectivas
1. Moscas-das-frutas (Diptera:
Tephritidae) de importância econômica
no Vale do São Francisco: situação e
perspectivas
Biofábrica Moscamed Brasil
Jair Virginio
Diretor Presidente Moscamed Brasil
Workshop Ameaças Fitossanitárias
Fortaleza, 25 de setembro de 2014
2. O que está em jogo no Vale do
São Francisco APF
Biofábrica Moscamed Brasil
3. Geração de Empregos
Gera 240.000 empregos diretos no campo
Setor Investimento por posto de
trabalho gerado US$
Químico 220.000
Indústria Alimentícia 163.000
Indústria Automobilística 91.000
Fruticultura 6.000
Biofábrica Moscamed Brasil
Fonte Instituto da Fruta
4. Exportações de Uva
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ANO
A - EXPORTAÇÕES DE UVAS NO VALE DO SÃO FRANCISCO
EM kg EM US$ 1.000,00
VALE BRASIL PARTIC VALE BRASIL PARTIC
1999 10.250 11.083 92% 7.910 8.614 92%
2000 13.300 14.000 95% 10.264 10.800 95%
2001 19.627 20.660 95% 20.485 21.563 95%
2002 25.087 26.357 95% 32.460 33.789 96%
2003 36.848 37.600 98% 58.740 59.939 98%
2004 25.927 26.456 96% 48.559 49.550 98%
2005 48.652 51.213 95% 101.912 107.276 95%
2006 59.138 62.251 95% 112.510 118.432 95%
2007 78.404 79.081 99% 168.243 169.696 99%
2008 81.595 82.242 99% 170.400 171.456 99%
2009 54.476 54.559 99% 110.388 110.574 99%
2010 60.774 60.805 99% 136.565 136.648 99%
Fonte: Secex/Datafruta-IBRAF
5. Exportações de Manga
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ANO
B - EXPORTAÇÕES DE MANGA NO VALE DO SÃO FRANCISCO
EM kg EM US$ 1.000,00
VALE BRASIL PARTIC VALE BRASIL PARTIC
1999 44.000 53.765 82% 28.600 32.011 89%
2000 57.200 67.000 85% 37.180 43.550 85%
2001 81.155 94.291 86% 43.443 50.814 85%
2002 93.559 103.598 90% 45.962 50.894 90%
2003 124.620 133.330 93% 68.256 73.394 93%
2004 102.286 111.181 92% 59.158 64.303 92%
2005 104.657 113.758 92% 66.724 72.526 92%
2006 105.410 114.576 92% 78.992 85.861 92%
2007 107.812 116.047 93% 83.281 89.643 93%
2008 117.517 133.724 87% 101.123 118.703 85%
2009 92.628 110.202 84% 77.429 97.388 79%
2010 99.002 124.694 79% 108.238 119.929 90%
Fonte: Secex/Datafruta-IBRAF
6. Área Cultivada no VSF
Área Frut as (ha) Produção ( t )
Per imet ro Out ras Tot al Per imet ro Out ras Tot al
Manga 25.630 10.000 35.630 508.200 179.200 687.400
Uva 13.310 7.000 20.310 265.430 147.292 412.722
Goiaba 3.788 1.894 5.682 77.660 38.830 116.490
Melancia 1.219 1.200 2.419 15.518 15.518 31.036
Melão 263 1.000 1.263 3.338 13.352 16.690
Acerola 948 900 1848 5.258 25.258 30.516
Maracujá 627 750 1377 3.216 3.859 7.075
Limão 101 150 251 793 1.189 1.982
Pinha 91 45 136 1.207 603 1.810
Tomate 77 308 385 910 3.640 4.550
Outras 137 548 685 1.083 4.332 5.415
Tot al 59.447 33.795 93.242 1.106.613 612.273 1.718.886
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Fonte: CODEVASF
7. Vale do São Francisco
Uma nova “latitude” para o vinho
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LLaaggooaa
GGrraannddee
((PPEE))
CCaassaa
NNoovvaa ((BBAA))
•Produção de vinhos
jovens de qualidade a 8
graus de latitude Sul;
•Produção anual media:
7 milhões de litros (15%
da produção brasileira);
•Crescimento estimado:
producão anual de 20
milhões de litros/ano
em 10 anos;
•Uma das atividades
com maior potencial
para a geração de
emprego e renda na
região.
10. Dados Monitoramento 2013-
BMB
MANGA Nº DE PRODUTORES
Nº DE
ARMADILHAS
TOTAL
ÁREA
(ha)
JACKSON MCPHAIL
BAHIA 140 312 149 462 2827,54
PERNAMBUCO 60 108 62 170 1120,26
TOTAL 200 420 211 631 3947,8
UVA Nº DE PRODUTORES
Nº DE
ARMADILHAS TOTAL
ÁREA
(ha)
JACKSON MCPHAIL
BAHIA 20 26 20 44 289,83
PERNAMBUCO 43 50 43 93 453,37
TOTAL 63 76 63 137 743,20
Monitoramento melão:
Ribeira do Amparo – BA (520 ha monitorados) – 104
armadilhas.
Juazeiro – BA (15,13 ha monitorados) – 03
armadilhas.
18. No. Produtor X Área
Monitorada
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19.
20. Fatores que contribuiram
Diversificação de culturas. Fruta madura
todo o ano (acerola 8,5 safras ao ano);
Incremento do ataque de moscas em uva.
Os prejuízos crescem a cada dia;
Oscilação dos preços afetando as ações de
controle;
O MAPA suspendeu as poucas ações de
controle em área de pequenos produtores
desde 2010.
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21. Situação atual
A situação pode ser ainda pior, quando
consideramos que os dados são só dos
produtores que participam de programas
de monitoramento da Moscamed.
Houve redução significativa (46%) da área
monitorada:
◦ 2007 foram 8.415 ha
◦ 2014 são 4.561 ha
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22. Situação atual
A infestação atinge todas as culturas
implantadas no VSF, exceto o coco.
Descarte de resto de frutas sem controle
dos órgãos oficiais (feiras, packing house,
supermercados, ceasa’s, campo, etc).
Áreas de risco não monitoradas (ilhas,
pomares domésticos, áreas de lazer,
pequenos produtores, etc)
Nenhuma exigência de monitoramento e
controle por parte do MAPA, para as
frutas destinadas ao mercado interno.
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23. Detecção de larvas vivas
em mangas exportadas do Brasil
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Barreiras
25. Soluções Propostas - Curto Prazo
Garantir a execução do Sistema Integrado
de Controle de Moscas-das-frutas, no
Biênio 2014/15, proposto pela Embrapa e
Moscamed;
Baixar norma do MAPA determinando o
monitoramento compulsório de todas as
áreas de plantios comerciais (mercado
externo e interno), com culturas
hospedeiras de moscas-das-frutas.
Intensificação das ações de fiscalização
nos dois estados, visando o aumento das
ações de controle de MF
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26. Soluções Propostas – Médio Prazo
Criação de um Fundo, com pagamento
compulsório por caixas de frutas
produzidas, a exemplo do FUNDEAGRO,
FUNDECITROS em São Paulo e o Mango
Board, USA.
Utilização de crédito de ICMS-BA de
produtores e empresas do setor para
alimentar esse Fundo.
Taxar as uvas importadas e usar os
recursos no controle de MF.
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27. Soluções Propostas – Longo Prazo
Implantar a Área de Proteção
Fitossanitária do Vale do São Francisco,
em parceria com os estados de Bahia e
Pernambuco e os produtores.
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28. Objetivo da Área de Proteção
Fitossanitária do Vale do
São Francisco APF
Controlar as pragas presentes, mantendo controle
oficial e ativo;
Estabelecer ações de controle baseado na realidade
de campo;
Proteger o Vale do São Francisco de novas pragas e
doenças:
◦ Mosca da Carambola;
◦ Greening
◦ Cancro Cítrico;
◦ CVC;
◦ Broca da semente da manga;
◦ Sigatoka negra
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33. Encaminhamentos
Foi entregue ao Ministro um Plano de
Controle Integrado de Moscas-das-frutas
para o VSF;
Está em dicussão com os Governos do
Estado de Pernambuco e Bahia, um projeto
emergencial, com foco nos produtores de
base familiar, nas áreas dos perímetros
irrigados
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34. Principais Gargalos
1.Liberação de Recursos oficiais
2.Limitação de Produtos Registrados para o
controle de MF;
3.Definir a operacionalização da ação
(Contratação).
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35. Produtos Registrados
Produto Ingrediente Titular Cultura
Success Espinosade Dow Manga
Safety Etonproxi Ihara Manga
Splat GF 120
(emergencial
02/10/14)
Espinosade Isca Manga, Goiba,
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Acerola e uva.
Inseto Estéril Pupa Estéril Moscamed Manga, Goiba,
Acerola e uva.
36. Plano Emergencial de Controle de
Moscas-das-frutas
Controlar as moscas-das-frutas (Ceratitis
capitata), com o emprego da Técnica do Inseto
Estéril, realizar o monitoramento da praga e
promover o fortalecimento institucional através
da capacitação de técnicos e produtores, em
apoio à produção de base familiar dos
perímetros irrigados no Submédio São
Francisco, em um período de doze meses
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37. Plano Emergencial de Controle de
Moscas-das-frutas
Aplicação do conceito de área-ampla.
Aplicação do conceito de Manejo Integrado de
Pragas-MIP.
Monitoramento de uma área de 12.954 ha, que
abrange os pomares de pequenos produtores
com produção que não se destina à exportação.
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38. Pomareas Infestados em Áreas Adjacentes
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
39. Controle Tradicional de Pragas Baseado em
Tratamento Feito de Pomar em Pomar
Hospedeiros
Silvestres
X X
XX X
X
X
XX XXX
X X X X Pomares
X
abandonados
X
Outros
campos de
produção
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
Pomares comerciais
40. Controle Tradicional de Pragas Baseado em
Tratamento feito de Pomar em Pomar
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
41. Outros
Campos de
produção
Pomares Comerciais
Pomares
Abandona
dos
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
Controle feito de pomar a pomar
(RE-INVASÃO DA PRAGA)
42. Pomares Infestados em Áreas Adjacentes
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
43. Controle de Pragas no Conceito de Insetos Estéreis
Hospedeiros
Silvestres
X X
XX X
X
X
XX XXX
X XX
X X X X
X
X
Outros
campos de
produção
XXX
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
Pomares comerciais
XXX X
XX
(Controle Total da População)
Pomares
abandonados
44. Controle alcançado em área-ampla
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
45. Plano Emergencial de Controle de
Moscas-das-frutas
Sempre que o monitoramento indicar
população de moscas em elevação, com índice
MAD acima de 1,0, serão iniciadas as ações de
controle químico.
Disponibilização dos dados do monitoramento
em site restrito, na semana seguinte à coleta de
dados.
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46. Plano Emergencial de Controle de
Moscas-das-frutas
A supressão populacional se dará por meio
de controle químico, com o objetivo de
promover uma rápida diminuição da população
da praga. A definição das áreas de aplicação se
dará em função dos dados coletados em campo
pelo monitoramento. A distribuição do produto
será feita pela Contratante.
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47. Plano Emergencial de Controle de
Moscas-das-frutas
O controle autocida com a utilização da TIE
entrará como uma etapa posterior. A dinâmica
de liberação dos machos estéreis seguirá de
acordo com as regiões que apresentarem níveis
populacionais compatíveis com à utilização da
técnica. Os três primeiros meses serão
dedicados a produção do inseto estéril em
escala massal, com início da liberação em
campo a partir do quarto mês.
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48. E se não fosse feito nada?
Aumento dos custos de produção;
Perda de mercados e
competitividade;
Abandono de pomares;
Aumento da infestação;
Perdas de postos de trabalhos.
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49. Lei dos Mínimos (Liebig) Aplicada
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Fitossanidade
VSF
Obrigado !