2. Na IDADE MÉDIA o açúcar era fabricado na China e transportado
até á Europa, numa rota terrestre pela Ásia e depois pelo
Mediterrâneo até aos centros de comércio da altura.
Nessa altura o açúcar era uma guloseima de ricos e um remédio.
3. O AÇÚCAR era o resultado da refinação da seiva adocicada de uma
planta existente na china que foi designada por CANA DE AÇÚCAR.
4. Em 1419, no inicio da sua
expansão marítima, os
Portugueses descobriram a
Ilha da Madeira utilizando
uma pequena embarcação.
5. Nesse novo pedaço de terra, de clima ameno, acharam por bem
plantar a CANA DE AÇUCAR, trazida secretamente da China e
transformaram-se nos novos fornecedores da tal iguaria.
6. Por essa razão a Madeira foi dotada de ENGENHOS para
esmagar a cana. Esses engenhos tinham como força motriz
a água e um sistema semelhante ás Azenhas utilizadas,
ainda há poucos anos, nas margens da Ria de Aveiro
7. A Ilha foi então recortada por um sistema de levadas, semelhantes
ás já utilizadas no continente, destinadas a levarem a água das
nascentes existentes aos locais onde existiam os engenhos.
8. Nesses engenhos, autênticas fabricas de refinação de açúcar, a
cana era esmagada e a sua seiva trabalhada de acordo com os
ensinamentos recolhidos na China, sendo utilizados uns potes de
barro de forma cónica em determinado momento da refinação.
9. È nessa altura que a Ria de Aveiro
(então em rápida evolução), e as suas
populações ribeirinhas parecem ter
entrado na ROTA do AÇUCAR como se
vai referir a seguir.
10. Dos muitos navios que ao longo de muitos séculos encontraram nas
lamas e areias da Ria a sua ultima morada, foram descobertos no
Canal de Mira, em «Aveiro A», os restos de uma embarcação
semelhante á referida BARCHA, da qual podem observar fotos do
achado ainda no fundo do curso de água e da sua réplica em
exposição.
11.
12. No achado de «Aveiro A» foram encontrados, entre
outros artefactos, grande quantidade de cerâmica
medieval que possivelmente iria ser transportada
para outro porto.
13. No leito da Ria de Aveiro têm sido encontradas
por pescadores furtivos de amêijoa e também por
entidades oficiais grandes quantidades de
artefactos em que é possível distinguir o pote
cónico que participa na refinação do açúcar.
14. No fim do século XV
Portugueses e Espanhóis
descobriram as Américas e
novos horizontes surgiram
na cultura da cana de
açúcar, permitindo que a
Europa fosse inundada do
precioso néctar.
15. Segundo alguns historiadores a sua construção aconteceu
juntamente com a formação do povoamento local por volta de 1534.
O donatário da Capitania de São Vicente, Martim Afonso de Sousa,
funda o então chamado Engenho do Senhor Governador.
Em 1958, o terreno foi doado à Universidade de São Paulo (USP) por
Octávio Ribeiro de Araújo, da firma que urbanizou a Vila São Jorge,
sendo as suas instalações restauradas e reabertas em 2005.
Segundo os pesquisadores da USP, foram encontradas formas de
pão de açúcar sob camada de cinzas.
Uma prova da
vontade dos
portugueses
produzirem açúcar
no Brasil logo no
inicio da sua
colonização é, por
exemplo, o
ENGENHO DE
ERASMUS.
16. Uma forma de «pão de
açúcar» exposta num
museu de São Paulo
17. No Novo Mundo a solução encontrada para fazer
funcionar os engenhos de açúcar foi o transporte
maciço de escravos da costa africana, sendo
muitas vezes utilizados como autênticos motores
humanos na tarefa de esmagar a cana.
18. Se adoçais a boca com açúcar, não é doce o que tomais,
mas é fel, e verdadeiro e humano; e se o tendes posto em
alguma bebida, o que bebeis é sangue.
(dizia o Padre António Vieira)
19. Também para o Brasil as formas de «pão de
açúcar» eram levadas da Ria de Aveiro, mesmo
quando esta ficou bastante assoreada, chegando
mesmo a fechar desde o século XVII ao XIX.
20. Entretanto chegou a industrialização e com ela os
equipamentos mecânicos, a maquina a vapor, as
beterrabas sacarinas, a abolição da escravatura e a
produção de açúcar acompanhou a inovação
deixando de ser utilizados os velhos «pães de
açúcar» em cerâmica.
21. As muitas FORMAS de «PÃO de AÇUCAR», que não
chegaram a partir a caminho do Brasil, foram então
utilizadas noutras tarefas, como por exemplo um muro
existente na margem de um jardim de Aveiro onde, entre
a vegetação existente, elas ainda espreitam.
22. Por diversas razões tudo leva a pensar que RIA DE
AVEIRO pode ter no seu leito lodoso e de areia um
grande espólio, desde os povos FENÍCIOS até aos
nossos dias.
infelizmente sabe-se, que além de algumas acções
pontuais das entidades oficiais, só os pescadores
furtivos da amêijoa têm, ilegalmente, nas suas casas
e de amigos, grandes quantidades de artefactos sem
que se conheça o local e o ambiente onde foram
encontrados.
Julga-se que está na altura de arranjar uma solução
para reaver tais artefactos e, de uma forma mais
cuidada e activa, desenvolver trabalhos de
arqueologia na Ria e nas suas margem para melhor
conhecermos o passado que temos mantido como
TRADIÇÃO.
Clube Natureza e Aventura de Ílhavo