O documento discute a solidariedade como assistência, libertação, encontro e compromisso sócio-ambiental. A solidariedade como libertação valoriza a força dos pobres e seu protagonismo, enquanto a assistência pode levar ao assistencialismo. A solidariedade planetária exige novas formas de atuação coletiva e sustentável.
2. OPÇÃO PELOS POBRES E EVANGELIZAÇÃO
• A opção pelos pobres e a
solidariedade se insere na tarefa de
evangelizar
• Atentos aos Sinais dos Tempos,
percebemos onde se manifesta o
apelo de Deus em favor da vida e
assumimos tarefas e campos novos.
• Como somos limitados, por vezes é
preciso renunciar para avançar.
3. 1. SOLIDARIEDADE COMO ASSISTÊNCIA
• Ajudar quem precisa, fornecendo-lhe recursos.
• O pobre é um indivíduo necessitado, carente.
• Pobres: objeto da solidariedade, mas não tomam parte dela como
protagonistas.
• A assistência é necessária em muitos casos.
• Limite: Pouca perspectiva coletiva e estrutural.
• Risco: degenerar em assistencialismo.
• Lado obscuro: submissão dos pobres, dependência, favoritismo. Fortalece
a dominação. Profetismo ausente .
4. SOLIDARIEDADE COMO ASSISTÊNCIA
• Oferecem-se padrões consumistas aos pobres.
• Ambiguidade da assistência social como política pública: assegura os
direitos básicos ao mais frágeis, mas pode ser um instrumento de
manipulação do povo.
• Prática assistencial contextualizada não é assistencialismo:
- Consciência da alteridade dos pobres: cultura, histórias...
- Investe para desenvolver seu potencial
- Promove o protagonismo possível em cada momento.
5. 2.SOLIDARIEDADE COMO LIBERTAÇÃO
* Ser solidário é estar ao lado do povo, na sua luta por
uma nova sociedade.
* A originalidade da Igreja da Libertação:
Acredita na “força histórica dos pobres”
Investe em formação e desenvolvimento das
lideranças populares.
Resgata a sabedoria dos nossos povos, valoriza sua
cultura, aprende deles.
Reconhece os diferentes rostos dos pobres:
trabalhadores, mulheres, crianças, indios, negros e
mestiços, migrantes.
Afloram as questões específicas das culturas, etnias e
de gênero.
Método libertador: dá a palavra aos pobres,
desenvolve a sua capacidade de “ler a realidade”
em comunidade.
6. SOLIDARIEDADE COMO LIBERTAÇÃO
* Originalidade (continuação)
• Reposicionamento da espiritualidade e da forma
agir:
- de “salvar a alma” para “contribuir para um mundo
melhor”,
- da ênfase na moral pessoal para o compromisso
social,
- do individuo para a edificação da comunidade.
• Um jeito novo de atuar: faz juntos, aprende a ver-
julgar-agir, avaliar e celebrar.
• Propõe novas relações políticas, baseadas na
participação popular.
7. 3. SOLIDARIEDADE COMO ENCONTRO
• Ser solidário é dedicar algo de si para o
outro, num diálogo que enriquece a
ambos.
• Inspira as práticas de voluntariado em
todo o mundo.
• Encontro significa: aprender e ensinar,
trocar saberes, respeitar a visão do
outro,partilhar algo de sua vida.
• O modelo voluntariado pode ser
assistencial ou libertador. Não se
define pelo conteúdo, mas pela
postura.
8. 4. SOLIDARIEDADE E COMPROMISSO
SÓCIO-AMBIENTAL
Protagonismo das organizações:
A pressão da sociedade civil impacta no mercado
global.
Há um movimento mundial de ONGs, movimentos
populares, empresas e governos pela ética e a
sustentabilidade.
* Iniciativas:
• Sócioeconomia solidária
• Participação e monitaramento de políticas
públicas
• Financiamento de projetos sociais e ambientais
Algo confiável ou jogada de mercado?
9. SOLIDARIEDADE LIBERTADORA E
PLANETÁRIA
• Consciência sócio-ambiental.
• Novas formas de protagonismo popular,
incluindo crianças e jovens.
• Incorporação da arte e da poesia na
conscientização.
• Inclusividade: étnica, cultural, gênero,
geracional, deficiência.
• Gera um novo projeto de sociedade, ainda
incipiente
• Tarefas: formação de redes efetivas de
produção e consumo sustentáveis, redes
eficazes de comunicação e de gestão do
conhecimento.
10. PROFETISMO E MOSAICO DA
SOLIDARIEDADE
ASSISTÊNCIA
LIBERTAÇÃO
PROFETISMO
COMPROMISSO
ENCONTRO
SÓCIOAMBIENTAL
11. MÍSTICA DA SOLIDARIEDADE
• Perto dos olhos, perto do coração
(encarnação)
• Manter aceso o pavio que ainda
fumega (perseverança do Servo)
• Ler os sinais (graça e des-graça)
• Como se visse o invisível...
• Companheiro, mestre e discípulo do
povo
• Para edificar, destruir e plantar
• Come, pois o caminho é longo (Palavra
e eucaristia)
12. PROFECIA NAS OBRAS
• Ser sinal efetivo pelas práticas
pedagógicas e pastorais.
• Formar efetivamente novas
gerações na solidariedade e
sustentabilidade.
• Estar conectado com o mundo
dos pobres
13. NOSSA ATUAÇÃO NESTE CONTEXTO
• Fazer um discernimento das obras atuais.
• Exercitar solidariedade com profetismo.
• Criar e manter iniciativas com boa relação custo x benefício.
• Ensinar as pessoas a serem protagonistas dos processos.
• Participar de redes (na Igreja e na sociedade civil) para trocar
saberes, fortalecer-se e avançar.
• Tomar parte ativa nos grupos de elaboração e monitoramento
das políticas públicas
• Fazer parcerias com outros grupos eclesiais e sociais.
14. EMPENHO COMUM NA SOLIDARIEDADE
• Vida Religiosa: formar e acompanhar os consagrados(as) na
sua opção por Jesus e o Reino de Deus, conhecendo o mundo
dos pobres.
• Redimensionar as obras.
• Buscar novas iniciativas que são mais próximas às intuições
do carisma.