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IGREJA E PROFISSIONALIZAÇÃO: 
OPORTUNIDADES E RISCOS 
Afonso Murad 
afonsomurad.blogspot.com 
Versão 2
O que entendemos por 
profissionalização? 
• Adoção de procedimentos estratégicos e 
técnicos na ação evangelizadora. 
• Formação e aperfeiçoamento das pessoas que 
exercem funções de liderança na Igreja 
(presbíteros, religiosos/as e leigas) na sua área 
específica de atuação, superando o 
amadorismo. 
• Contribuição de profissionais e voluntários 
especialistas em diversas áreas, para tornar a 
evangelização mais eficaz.
Profissionalização inclui: 
• domínio e desenvolvimento de saberes 
específicos, 
• adoção de tecnologias correspondentes, 
• especialização crescente, 
• busca de qualidade para responder às 
demandas, 
• formação permanente das pessoas, 
• conexão com outras áreas do conhecimento, 
• ética profissional, 
• Inovação na sua área.
Não é transformar as pessoas em 
engrenagens de uma “máquina religiosa”
Profissionalização na ação pastoral 
em paróquias, dioceses e 
instituições da Igreja
1. Foco nos seus destinatários 
• O problema: atender mais aos interesses de 
seus membros do que às necessidades de seu 
público-alvo (corporativismo). 
• O caminho: o que fazer para que nossos 
destinatários encontrem aquilo que 
necessitam? Como melhorar os processos, para 
sermos fiéis à nossa missão? 
• Um exemplo: horário de atendimento paroquial.
2. Visão estratégica 
• Leitura de cenário -> definição da missão -> valores 
-> visão de futuro -> posicionamento -> objetivos -> 
iniciativas -> pessoas responsáveis -> indicadores - 
> avaliação -> repensar. 
• Elaborar um plano de pastoral diocesano (e 
paroquial), inspirado nas Diretrizes da CNBB, no Documento 
de Aparecida, nas orientações do Papa Francisco, que eleja 
prioridades e abra novos caminhos. 
• Visão estratégica exige renúncia de certas rotinas e 
investir em inovação. 
• Não é fruto de iniciativas individuais, mas sim de 
longo processo participativo. 
• Plano sem ação é letra morta....
Sinais da falta de estratégia: 
• imediatismo (agir pensando 
somente em curto prazo), 
• anarquia (não ter princípios 
de ação), 
• reatividade (reagir diante 
dos problemas, em vez de 
se antecipar a eles) 
• repetição de práticas. 
• Adoção de modismos 
(porque os outros fazem)
Priorizar, renunciar, lançar-se
A grande questão estratégica: 
Pastoral de 
eventos 
Pastoral de 
processos
3. Relação correta com fornecedores 
e prestadores de serviços 
• Fornecedores: pessoas físicas ou jurídicas que 
fornecem os insumos e serviços básicos necessários 
para o funcionamento da organização. 
• Fornecedores de uma paróquia: companhia de 
eletricidade, de água, de telefonia e internet; quem vende 
computadores e programas; padaria, mercearia ou 
supermercado; mecânico do carro e eletricista; loja de 
material construção; empresa de móveis; quem vende 
hóstia, vinho e material litúrgico; gráfica ou editora, 
vendedora de papéis e material de escritório. 
• Prestadores de serviços: realizam algo a partir de sua 
especialidade. Ex: escritório de contabilidade, 
assessoria jurídica, construção e reformas, organizações 
de infraestrutura para eventos (som, alimentação, 
segurança, transporte).
Relação profissional com fornecedores 
• Definir formalmente: preços, condições e 
especificação do serviço. 
• Fazer ao menos dois orçamentos. 
• Escolher serviços e produtos com a melhor 
relação custo x benefício. Recorrer ao parecer 
técnico de equipe. 
• Evitar contratações motivadas por amizade 
pessoal. Em condições semelhantes, optar por 
fornecedores que participam da Igreja. 
• Rever contratos defasados.
4. Processo de gestão de pessoas 
• Nas organizações profissionais, a riqueza que gera 
riqueza são as pessoas que produzem, e não o 
patrimônio material de terrenos, prédios, salas e 
salões. 
• Prioridade: Escolher profissionais e voluntários com 
experiência, conhecimento, habilidades e sintonia com 
os valores da instituição. 
• Como: acurados processos de seleção, preparação, 
monitoramento, avaliação, formação continuada e 
aprimoramento das pessoas. 
• Formação de equipes multidisciplinares de alto 
desempenho. 
• E na Igreja?
Gestão de pessoas na Igreja 
• O problema: investimento significa usar o dinheiro 
em patrimônio material, sobretudo em 
construções. Investir em pessoas soa como “custo”, 
“dinheiro jogado fora”. 
• Tarefa: implementar e aperfeiçoar processos de 
formação de profissionais (secretárias paroquiais, 
atendentes, pessoal administrativo) e lideranças voluntárias 
(catequistas, coordenadores de pastorais e ministérios, 
comunicadores, coordenadores, etc) 
• Definir atribuições, estimular o trabalho em equipe, 
avaliar anualmente as pessoas. 
• Limitar o tempo de atuação de coordenações. 
• Ter critérios mais exigentes para admitir 
presbíteros.
5. Adoção de modelo de gestão adequado 
• Grandes organizações abandonaram modelo 
anacrônico, concentrador de poder, com muitas 
chefias e um corpo amorfo de colaboradores 
sem iniciativa. 
• Modelos atuais nas organizações de sucesso: 
favorecem empoderamento, criatividade, 
ousadia, trabalho em equipe, estruturas 
funcionais flexíveis, reuniões produtivas, 
controle sobre resultados e não sobre rotinas.
Tarefas da gestão na Igreja 
• Resgatar o sentido de que somos, em primeiro 
lugar, uma comunidade de irmãos e irmãs, 
seguidores de Jesus. 
• Superar o clericalismo e a concentração de 
poder nas mãos de poucas lideranças leigas a 
partir da eclesiologia de “Povo de Deus”. 
• Favorecer experiências comunitárias de reflexão 
e tomada de decisão. 
• Atuar com agilidade para responder às novas 
demandas para evangelizar.
Em síntese: 
Foco nos destinatários 
Visão estratégica 
Relação com fornecedores 
Gestão de pessoas 
Modelo de gestão adequado
Profissionalização na Igreja? 
Sim e Não!
Onde está o teu tesouro, aí estará teu 
coração! 
• A profissionalização na Igreja está no âmbito 
dos meios e não de sua finalidade, de sua 
identidade. 
• A Igreja não é um empresa, e o evangelho não 
é um produto disponível no mercado, nem o 
Evangelho somente uma logomarca poderosa. 
• O que nos define: somos a comunidades dos 
seguidores de Jesus, de seus discípulos e 
missionários.
Riscos de profissionalização 
sem espiritualidade 
• Perda da gratuidade. Valeriam somente os 
critérios da eficácia. 
• Transformar a Igreja numa empresa e o 
evangelho num produto. 
• Perder a força da sabedoria e da profecia, ao 
alinhar a Igreja a uma visão mercadológica e 
marketeira.
O grande risco.... 
não consiste na profissionalização em si, mas 
sim numa visão acrítica, que toma como modelo 
perfeito a economia de mercado. 
O profissionalismo na economia de mercado 
tem sérios limites: competição desenfreada, 
sede ilimitada de poder, exploração da Terra e 
das pessoas, ideologia do sucesso a todo custo.
A tensão produtiva 
Cultivar 
procedimentos 
profissionais 
Manter a 
paixão por 
Jesus e pelo 
Reino de Deus
Ver mais em: 
www.afonsomurad.blogspot.com 
Livro: Afonso Murad*, Gestão 
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*Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq

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Igreja e profissionalização (oportunidades e riscos)

  • 1. IGREJA E PROFISSIONALIZAÇÃO: OPORTUNIDADES E RISCOS Afonso Murad afonsomurad.blogspot.com Versão 2
  • 2. O que entendemos por profissionalização? • Adoção de procedimentos estratégicos e técnicos na ação evangelizadora. • Formação e aperfeiçoamento das pessoas que exercem funções de liderança na Igreja (presbíteros, religiosos/as e leigas) na sua área específica de atuação, superando o amadorismo. • Contribuição de profissionais e voluntários especialistas em diversas áreas, para tornar a evangelização mais eficaz.
  • 3. Profissionalização inclui: • domínio e desenvolvimento de saberes específicos, • adoção de tecnologias correspondentes, • especialização crescente, • busca de qualidade para responder às demandas, • formação permanente das pessoas, • conexão com outras áreas do conhecimento, • ética profissional, • Inovação na sua área.
  • 4. Não é transformar as pessoas em engrenagens de uma “máquina religiosa”
  • 5. Profissionalização na ação pastoral em paróquias, dioceses e instituições da Igreja
  • 6. 1. Foco nos seus destinatários • O problema: atender mais aos interesses de seus membros do que às necessidades de seu público-alvo (corporativismo). • O caminho: o que fazer para que nossos destinatários encontrem aquilo que necessitam? Como melhorar os processos, para sermos fiéis à nossa missão? • Um exemplo: horário de atendimento paroquial.
  • 7. 2. Visão estratégica • Leitura de cenário -> definição da missão -> valores -> visão de futuro -> posicionamento -> objetivos -> iniciativas -> pessoas responsáveis -> indicadores - > avaliação -> repensar. • Elaborar um plano de pastoral diocesano (e paroquial), inspirado nas Diretrizes da CNBB, no Documento de Aparecida, nas orientações do Papa Francisco, que eleja prioridades e abra novos caminhos. • Visão estratégica exige renúncia de certas rotinas e investir em inovação. • Não é fruto de iniciativas individuais, mas sim de longo processo participativo. • Plano sem ação é letra morta....
  • 8. Sinais da falta de estratégia: • imediatismo (agir pensando somente em curto prazo), • anarquia (não ter princípios de ação), • reatividade (reagir diante dos problemas, em vez de se antecipar a eles) • repetição de práticas. • Adoção de modismos (porque os outros fazem)
  • 10. A grande questão estratégica: Pastoral de eventos Pastoral de processos
  • 11. 3. Relação correta com fornecedores e prestadores de serviços • Fornecedores: pessoas físicas ou jurídicas que fornecem os insumos e serviços básicos necessários para o funcionamento da organização. • Fornecedores de uma paróquia: companhia de eletricidade, de água, de telefonia e internet; quem vende computadores e programas; padaria, mercearia ou supermercado; mecânico do carro e eletricista; loja de material construção; empresa de móveis; quem vende hóstia, vinho e material litúrgico; gráfica ou editora, vendedora de papéis e material de escritório. • Prestadores de serviços: realizam algo a partir de sua especialidade. Ex: escritório de contabilidade, assessoria jurídica, construção e reformas, organizações de infraestrutura para eventos (som, alimentação, segurança, transporte).
  • 12. Relação profissional com fornecedores • Definir formalmente: preços, condições e especificação do serviço. • Fazer ao menos dois orçamentos. • Escolher serviços e produtos com a melhor relação custo x benefício. Recorrer ao parecer técnico de equipe. • Evitar contratações motivadas por amizade pessoal. Em condições semelhantes, optar por fornecedores que participam da Igreja. • Rever contratos defasados.
  • 13. 4. Processo de gestão de pessoas • Nas organizações profissionais, a riqueza que gera riqueza são as pessoas que produzem, e não o patrimônio material de terrenos, prédios, salas e salões. • Prioridade: Escolher profissionais e voluntários com experiência, conhecimento, habilidades e sintonia com os valores da instituição. • Como: acurados processos de seleção, preparação, monitoramento, avaliação, formação continuada e aprimoramento das pessoas. • Formação de equipes multidisciplinares de alto desempenho. • E na Igreja?
  • 14. Gestão de pessoas na Igreja • O problema: investimento significa usar o dinheiro em patrimônio material, sobretudo em construções. Investir em pessoas soa como “custo”, “dinheiro jogado fora”. • Tarefa: implementar e aperfeiçoar processos de formação de profissionais (secretárias paroquiais, atendentes, pessoal administrativo) e lideranças voluntárias (catequistas, coordenadores de pastorais e ministérios, comunicadores, coordenadores, etc) • Definir atribuições, estimular o trabalho em equipe, avaliar anualmente as pessoas. • Limitar o tempo de atuação de coordenações. • Ter critérios mais exigentes para admitir presbíteros.
  • 15. 5. Adoção de modelo de gestão adequado • Grandes organizações abandonaram modelo anacrônico, concentrador de poder, com muitas chefias e um corpo amorfo de colaboradores sem iniciativa. • Modelos atuais nas organizações de sucesso: favorecem empoderamento, criatividade, ousadia, trabalho em equipe, estruturas funcionais flexíveis, reuniões produtivas, controle sobre resultados e não sobre rotinas.
  • 16. Tarefas da gestão na Igreja • Resgatar o sentido de que somos, em primeiro lugar, uma comunidade de irmãos e irmãs, seguidores de Jesus. • Superar o clericalismo e a concentração de poder nas mãos de poucas lideranças leigas a partir da eclesiologia de “Povo de Deus”. • Favorecer experiências comunitárias de reflexão e tomada de decisão. • Atuar com agilidade para responder às novas demandas para evangelizar.
  • 17. Em síntese: Foco nos destinatários Visão estratégica Relação com fornecedores Gestão de pessoas Modelo de gestão adequado
  • 19. Onde está o teu tesouro, aí estará teu coração! • A profissionalização na Igreja está no âmbito dos meios e não de sua finalidade, de sua identidade. • A Igreja não é um empresa, e o evangelho não é um produto disponível no mercado, nem o Evangelho somente uma logomarca poderosa. • O que nos define: somos a comunidades dos seguidores de Jesus, de seus discípulos e missionários.
  • 20. Riscos de profissionalização sem espiritualidade • Perda da gratuidade. Valeriam somente os critérios da eficácia. • Transformar a Igreja numa empresa e o evangelho num produto. • Perder a força da sabedoria e da profecia, ao alinhar a Igreja a uma visão mercadológica e marketeira.
  • 21. O grande risco.... não consiste na profissionalização em si, mas sim numa visão acrítica, que toma como modelo perfeito a economia de mercado. O profissionalismo na economia de mercado tem sérios limites: competição desenfreada, sede ilimitada de poder, exploração da Terra e das pessoas, ideologia do sucesso a todo custo.
  • 22. A tensão produtiva Cultivar procedimentos profissionais Manter a paixão por Jesus e pelo Reino de Deus
  • 23. Ver mais em: www.afonsomurad.blogspot.com Livro: Afonso Murad*, Gestão e Espiritualidade. Paulinas. *Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq