SlideShare a Scribd company logo
1 of 7
Download to read offline
artigo originaL / research report / artículo




            Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho
                        funcional de idosos hospitalizados
                Psychomotor activities as intervention in the functional performance of
                                        hospitalized old people
               Actividades psicomotoras como intervención en el desempeño funcional de
                                      envejecidos hospitalizados

                                                            Laura Maria Koopman Ovando*
                                                               Tatiana Vieira do Couto**




   Resumo: O objetivo desta investigação foi minimizar a perda funcional de idosos hospitalizados a partir da estimulação de aspectos
   psicomotores, e a influência no desempenho das atividades de vida diária dos pacientes durante a internação. Para tanto, foram realizadas
   4 intervenções abordando os itens psicomotores em 30 pacientes durante o período de internação na enfermaria de geriatria Hospital
   do Servidor Público Estadual, entre setembro de 2008 e janeiro de 2009, e feito coleta da Medida de Independência Funcional (MIF)
   referente a 3 momentos: desempenho em domicílio antes da instalação patológica, na admissão da enfermaria e após a intervenção.
   Teve-se como resultados a melhora após intervenção em 83,33% dos pacientes, com melhora média de 8,5 pontos da MIF motora. Com
   maior interferência nas atividades de autocuidado, com diferença significativa nas atividades de alimentação, cuidados pessoais, banho
   e vestir parte superior, no entanto não houve diferença significativa entre os domínios locomoção e mobilidade. Houve, também, dimi-
   nuição do número de pacientes com dependência total e alta dependência, e aumento do número de pessoas com baixa dependência.
   Concluiu-se que o uso da estimulação psicomotora como atividade analisada pelo terapeuta ocupacional pode melhorar a capacidade
   funcional durante a internação.
   Palavras-chave: Idoso hospitalizado. Terapia ocupacional. Idoso - desempenho psicomotor.
   Abstract: This research aimed to reduce functional loss of hospitalized old people from the stimulation of psychomotor aspects, as well
   as the influence in the performance of patient daily activities during internment. For doing this, 4 interventions were done regarding the
   psychomotor aspects in 30 patients during the period of internment in the geriatric infirmary of Hospital do Servidor Público Estadual
   from September 2008 to January 2009; we also used the Functional Independence Measurement (FIM) for evaluation in 3 moments:
   performance at home before the pathology appeared, in the admission to the infirmary and after the intervention. The results were post-
   intervention improvement in 83.33% of patients, with an average improvement of 8.5 in motor FIM. Even after a greater interference in
   self-medication activities, with a significant difference in feeding activities, personal cares, bath and higher body parts dressing ability
   no significant difference was found between the domains locomotion and mobility. There was also a reduction in the number of patients
   with total and high dependency, as well as an increase in the number of people with low dependency. One concluded that the use of
   psychomotor stimulation as an activity analyzed by the occupational therapist may improve functional capacity during internment.
   Keywords: Hospitalized old people. Occupational therapy. Old people - psychomotor performance.
   Resumen: Esta investigación intentó minimizar la pierda funcional de envejecidos hospitalizados a partir de la estimulación de aspectos
   psicomotores, así bien la influencia en el desempeño de las actividades de la vida diaria de los pacientes durante la internación. Para eso,
   se realizaran 4 intervenciones acercando a los aspectos psicomotores en 30 pacientes durante el periodo de internación en la enfermería
   geriátrica Hospital do Servidor Público Estadual, desde septiembre de 2008 hasta enero de 2009; también se hizo una recolección de la
   Medida de Independencia Funcional (MIF) referente a 3 momentos: desempeño en domicilio antes de la instalación de la patología, en
   la admisión a la enfermería e después de la intervención. Los resultados fueron la mejoría post-intervención en 83,33% de los pacientes,
   con una mejoría media de 8,5 de la MIF motora. Aunque con mayor interferencia en las actividades de autocuidado, con una diferencia
   significativa en las actividades de alimentación, cuidados personales, baño y vestir la parte superior, no hubo una diferencia significativa
   entre los dominios locomoción y movilidad. Hubo también una disminución del número de pacientes con dependencia total y alta de-
   pendencia, así bien un aumento del número de personas con baja dependencia. Se concluyó que el uso de la estimulación psicomotora
   como actividad analizada por el terapeuta ocupacional puede mejorar la capacidad funcional durante la internación.
   Palabras-llave: Envejecidos hospitalizados. Terapia ocupacional. Envejecidos - desempeño psicomotor.



        * Terapeuta ocupacional. Aprimoramento multiprofissional em Terapia Ocupacional em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos.
                                                                E-mail: lauramko@yahoo.com.br
       ** Terapeuta ocupacional. Aprimoramento multiprofissional em Terapia Ocupacional em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos.




176	                                                                                                   O Mundo    da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




Introdução                                        provocar perda da autoestima e          de seus músculos e de suas articu-
                                                  profundo senso de dependência8,         lações, com o objetivo de fazê-lo
    Projeções indicam que a po-                   e as Instrumentais indicam a capa-      alcançar grau máximo de indepen-
pulação brasileira com mais de 60                 cidade do indivíduo de levar uma        dência13.
anos poderá ser responsável por                   vida independente dentro de sua              Pode-se dizer que ser inde-
aproximadamente 15% da popu-                      comunidade7,8.                          pendente nas atividades relacio-
lação brasileira no ano de 2025. A                    O desempenho funcional pode         nadas ao autocuidado pressupõe
queda da mortalidade faz com que                  ser mensurado pelo desempenho           que se tenha íntegro e desen-
os idosos “dependentes” vivam                     nas atividades motoras, capacidade      volvido os órgãos dos sentidos,
por mais tempo1,2, necessitando,                  de comunicação e outros aspectos        coordenação motora, esquema
assim, de mais assistência e por                  cognitivos, além de medir o grau de     corporal e noção espacial e tempo-
mais tempo.                                       solicitação de cuidados de terceiros    ral, ou seja, aspectos trabalhados na
    Os idosos são internados com                  que o paciente exige para realização    psicomotricidade14,12. É comum pa-
maior frequência e há permanência                 de tarefas motoras e cognitivas. A      cientes idosos em internação hospi-
hospitalar mais prolongada do que                 Medida de Independência Funcio-         talar apresentarem uma acentuada
as observadas em outros grupos                    nal (MIF) verifica o desempenho do      queda no desempenho funcional
etários3,4. A hospitalização é segui-             indivíduo para a realização de um       nas atividades básicas de vida diá-
da, em geral, por uma diminuição                  conjunto de 18 tarefas, dividindo-      ria, e durante esse período diminuí­
da capacidade funcional e mudan-                  se em 2 domínios: parte motora          rem sua apropriação corporal.
ças na qualidade de vida, muitas                  – referentes às subescalas de auto-          Portanto, a psicomotricidade
vezes, irreversíveis. Muitos idosos               cuidados, controle esfincteriano,       foi escolhida como recurso devido
que vivem com independência na                    transferências, locomoção – e parte     ao seu trabalho corporal, visando à
comunidade podem subitamente                      cognitiva – referentes às subesca-      melhora na consciência corporal,
se tornar dependentes ao precisa-                 las comunicação e cognição social.      e, assim, verificar seu impacto na
rem internar-se5.                                 Cada item pode ser classificado em      funcionalidade do idoso.
    No hospital, o sujeito doente                 uma escala de graus de dependên-
inicia um processo de ruptura com                 cia de 7 níveis, sendo a pontuação
a vida cotidiana, vivencia o descon-
                                                                                          Material e Método
                                                  variável de 1 (dependência total) a
forto da doença, é dominado pela                  7 (independência completa)9,20.             Trata-se de uma pesquisa quan-
dor, passa a sentir que sua vida está                 A psicomotricidade para idosos      titativa, descritiva e experimental,
em jogo, que depende de socorro                   tem como objetivo maior a manu-         realizada na enfermaria de geriatria
externo para tê-la de volta e su-                 tenção das capacidades funcionais,      do Hospital do Servidor Público Es-
cumbe à hospitalização6.                          melhorar e aprimorar o conheci-         tadual – Francisco Morato de Oli-
    Entre os idosos, as condições                 mento de si e a eficácia das ações,     veira, em São Paulo.
crônicas tendem a se manifestar                   sobretudo das atividades de vida            Foram incluídos na amostra
de forma mais expressiva. Tais                    diária. Visa a criar consciência de     pacientes internados de setembro
condições, geralmente, tendem a                   seu poder de sabedoria, valorizar       de 2008 a janeiro de 2009, na en-
comprometer de forma significa-                   suas capacidades e dar realce às        fermaria de geriatria, que participa-
tiva a qualidade de vida, afetando                suas forças, incentivar o enfrenta-     ram do processo trabalhando todos
a funcionalidade dos idosos e, con-               mento de certas limitações físicas e    os itens psicomotores (tonicidade,
sequentemente, o desempenho das                   perdas, e estimular o autocuidado       equilíbrio, lateralidade, esquema
atividades de vida diária (AVDs),                 com o desenvolvimento de hábitos        corporal, espaço temporal, e co-
que se subdividem em Atividades                   pessoais de saúde. Essa intervenção     ordenação motora), que manifes-
Básicas de Vida Diária e Atividades               certamente levará o idoso a ques-       taram declínio no desempenho
Instrumentais de Vida Diária7. As                 tionar suas atitudes e, consequen-      funcional na realização das Ativida-
atividades básicas de vida diária                 temente, ter mais possibilidades        des Básicas de Vida Diária (ABVD’s),
(ABVD’s) são tarefas de cuidados                  em adaptar-se às mudanças que o         no período de adoecimento e inter-
pessoais, mobilidade funcional,                   envelhecimento acarreta11,12.           nação, verificado por meio da ava-
comunicação funcional, que per-                       No tratamento em Terapia            liação referente ao período anterior
mitem a um indivíduo atingir a                    Ocupacional é essencial levar o         à internação e na avaliação inicial,
independência pessoal. A perda                    idoso ao restabelecimento funcio-       e que possuíam aspectos percepto-
da capacidade de cuidar das pró-                  nal máximo, manter suas funções         -cognitivos preservados, segundo
prias necessidades pessoais pode                  corporais e melhorar as funções         dados no prontuário.



O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.	                                                                      177
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




    Foram coletados dados clínicos        reflexão e identificação das próprias        intervenção e depois no momento
e pessoais, e foi utilizada a Medida      capacidades, e, associando com as            da admissão na internação.
de Independência Funcional (MIF)          atividades de vida diária, mesmo                 Sendo a pontuação máxima
– parte motora referente a 15 dias        que em ambiente hospitalar, man-             total 91 pontos, a média da pon-
antes da internação, na admissão          ter o indivíduo ativo, e, portanto,          tuação dos pacientes em domicí-
da enfermaria, e após a intervenção       manter funcionalidade.                       lio, antes da instalação patológica,
proposta.                                                                              foi 65,63 pontos; na admissão, foi
    As atividades desenvolvidas           Resultados                                   24,7; e após intervenção, 33,7.
foram:                                                                                     A média de ganho total na
    Atividade 1: uso de prendedor             A amostra foi composta por 30            pontuação dos pacientes após in-
de roupa – encaixe de prendedor de        idosos, sendo 6 homens e 24 mu-              tervenção foi de 8,5 pontos, sen-
roupa colorido em varal de diferen-       lheres, com média etária de 84,96            do a diferença máxima ganho de
tes alturas, conforme cor, membro         anos, variando entre 71 e 95 anos.           31 pontos e mínima, perda de 23
superior, e movimento solicitado          O período de internação médio foi            pontos. No entanto, apesar da re-
– atividade com exploração de late-       de 17,5 dias, variando entre 6 e 50          cuperação dos pacientes, ainda ob-
ralidade, coordenação motora fina         dias.                                        tiveram 32,43 pontos a menos que
e grossa, amplitude de movimento,             Entre as comorbidades, as mais           antes da instalação da patologia.
dissociação de movimento, concei-         encontradas foram: insuficiência                 As atividades que mais tiveram
to de cores, atenção, compreensão         cardíaca, hipertensão arterial sistê-        alteração positiva após interven-
de comandos, orientação têmporo-          mica, insuficiência renal, infecção          ção foram: banho (1,17 pontos),
espacial.                                 do trato urinário e pneumonia.               alimentação (1 ponto), vestuário
    Atividade 2: encaixe de potes –           Dos casos observados, 83,33%             parte superior (0,97 ponto), hi-
exposição de 9 potes de diferentes        obtiveram melhora da pontua-                 giene corporal (0,93 ponto), sendo
formas e tamanhos, de mesma cor,          ção na MIF após intervenção; dos             todas atividades pertencentes ao
solicitação para encaixe das tampas       16,67% que obtiveram piora, so-              domínio autocuidado.
e agrupamento de acordo com ca-           mente um caso não chegou a óbito                 As atividades que tiveram
tegoria – atividade com exploração        durante a internação.                        menos alteração positiva foram
de lateralidade, coordenação moto-            Ao comparar a soma total da              controle de urina (93,33% sem al-
ra fina e grossa, amplitude de mo-        avaliação na MIF dos pacientes,              teração), controle de fezes (86,66%
vimento, atenção, compreensão de          pôde-se notar que a maior pontu-             sem alteração), uso do vaso sanitá-
comandos, organização, raciocínio,        ação é no instante que o paciente            rio (80% sem alteração), vestir par-
orientação espacial, identificação e      está em domicílio seguido de após            te inferior (73,3% sem alteração)
nomeação de tamanhos e formas.
    Atividade 3: uso de hidratante
corporal – aplicação de hidratante                  Gráfico 1. Alteração da funcionalidade pós-intervenção
corporal em toda superfície corpó-
rea, de acordo com parte solicitada,
ou solicitação de nomeação – ati-
vidade com exploração de laterali-
dade, coordenação motora grossa,
imagem e esquema corporal, esti-
mulação sensorial.
    Atividade 4: jogo com bexiga –
com paciente sentado, trabalhando
movimentação de membros supe-
riores e inferiores – atividade com
exploração de lateralidade, coorde-
nação motora grossa, equilíbrio de
tronco, amplitude de movimento,
orientação têmporo-espacial.
    Os objetivos das atividades
foram estimular aspectos psico-
motores, permitir aos pacientes a



178	                                                                         O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




           Gráfico 2. Variação da MIF nos 3 períodos de avaliação e                       o terceiro, diferença entre pós-in-
                          as subdivisões da avaliação                                     tervenção com o desempenho em
                                                                                          domicílio.
                                                                                              Segundo análise estatística, as
                                                                                          avaliações de autocuidado obti-
                                                                                          veram o nível de significância de
                                                                                          p<5%, o que também ocorre com
                                                                                          o valor total da MIF parte motora,
                                                                                          excluindo-se a atividade de vestir
                                                                                          parte inferior, na qual o ganho pós-
                                                                                          -intervenção não foi estatisticamen-
                                                                                          te significativo.
                                                                                              Segundo o teste ANOVA, o ga-
                                                                                          nho nos domínios após intervenção
                                                                                          é significativo, com P valor 0,037.
                                                                                              Com o intuito de verificar o do-
                                                                                          mínio que teve maior ganho, foram
                                                                                          utilizadas comparações pareadas
                                                                                          de Turkey, as quais indicaram que
                                                                                          o domínio de autocuidado possui
                                                                                          ganho pós-intervenção maior que
                                                                                          controle de esfíncteres com con-
                                                                                          fiança de 95%, no entanto não
                                                                                          houve diferença significativa com
                                                                                          relação às atividades de mobilidade
                                                                                          e locomoção.
                                                                                              Todos os domínios tiveram a
                                                                                          diferença entre o momento pós-
                 Gráfico 3. Variação nas atividades de autocuidado                        -intervenção e antes da doença,
                                                                                          com valores iguais, P valor 0,313.
                                                                                              Agrupando os pacientes segun-
                                                                                          do nível de funcionalidade, pôde-
                                                                                          se observar, antes da condição
                                                                                          patológica, que 17 pacientes eram
                                                                                          independentes, não necessitando
                                                                                          de auxílio de outra pessoa, com
                                                                                          pontuação entre 66 e 91, segundo
                                                                                          a MIF, mas nenhum deles perma-
                                                                                          neceu nessa condição durante ad-
                                                                                          missão e alta. No início, 8 pacientes
                                                                                          necessitavam de até 25% de auxí-
                                                                                          lio, com pontuação entre 65 e 40,
                                                                                          sendo que esse número reduziu
                                                                                          para 4 na admissão e subiu para 11
                                                                                          no momento da alta; os que neces-
                                                                                          sitavam de até 75% de auxílio, com
                                                                                          pontuação entre 39 e 14, no início
                                                                                          eram 5, na admissão subiram para
e locomoção em escada (70% sem                         No Gráfico 4, pode ser observa-    18 e no momento da alta eram 15;
alteração).                                        do, a alteração de cada domínio da     e quanto aos totalmente depen-
    Segundo correlação de Pearson,                 MIF, sendo o primeiro item a varia-    dentes, com 13 pontos, não havia
os resultados não manifestaram                     ção entre MIF domicílio e momen-       nenhum nessas condições em seu
tendência e não manifestaram re-                   to da admissão, o segundo, variação    domicílio, mas eram 8 pacientes,
lação com o tempo de internação.                   entre admissão e pós-intervenção e     restando 4 no momento da alta.



O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.	                                                                      179
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




        Gráfico 4. Alteração média de cada item por domínio da MIF                                     e peri articulares, que conduzem
                                                                                                       a contratura; para um idoso com
                                                                                                       reserva fisiológica diminuída, mas
                                                                                                       que é capaz de realizar suas ativi-
                                                                                                       dades de vida diária, o repouso na
                                                                                                       cama de alguns dias pode provocar
                                                                                                       uma perda dessas atividades19.
                                                                                                           Dos 4 casos que obtiveram pio-
                                                                                                       ra, chegando a pontuação mínima
                                                                                                       com dependência total, 3 foram a
                                                                                                       óbito, concordando com o relato de
                                                                                                       RICCI15, em que idosos com depen-
                                                                                                       dência para sete ou mais AVD têm
                                                                                                       três vezes mais risco de morte do
                                                                                                       que aqueles indivíduos indepen-
   Tabela1. Nível de funcionalidade: quantidade de pacientes por grupo                                 dentes.
                                                                        Pós
                                                                                                           No Gráfico 2, pôde ser obser-
                                     Domicílio      Admissão                      Evolução             vada a variação da MIF motora em
                                                                    intervenção
       Independente e
                                                                                                       seus 3 momentos e a variação de
                                          17              0                 0      0.00%               cada subgrupo, podendo observar
  independente modificado
  Dependência modificada:
                                                                                                       maior alteração em autocuidado e
                                          8               4                 11    23.33%               mobilidade, sendo os que mais ti-
 necessita até 25% de auxílio
  Dependência modificada:                                                                              veram intervenção, visto que essa
                                          5              18                 15    -10.00%              foi realizada ao leito.
 necessita até 75% de auxílio
   Totalmente dependente                  0               8                 4     -13.33%                  As atividades que mais tiveram
Divisão da MIF segundo critério de Rigolin21, adaptado à MIF parte motora
                                                                                                       alteração positiva após intervenção,
                                                                                                       segundo o Gráfico 3, foram: banho,
                                                                                                       alimentação, vestuário parte supe-
Discussão                                                 Quanto à soma total da MIF nos               rior e higiene corporal, sendo que,
                                                      3 instantes de avaliação, o resulta-             incluindo a atividade de higiene
    A partir da análise de atividade,                 do maior foi domicílio, seguido por              corporal, foram as atividades em
realizada pelo terapeuta ocupacio-                    após intervenção e por último, no                que houve maior foco durante a in-
nal, pôde-se desenvolver atividades                   momento de admissão. O primeiro                  tervenção. Para que o autocuidado
relacionando aspectos psicomoto-                      valor da MIF, levando em conside-                seja efetivado, é preciso que o pa-
res, compatíveis com os desempe-                      ração o desempenho em domicílio                  ciente se sinta capacitado20.Devido
nhos necessários para a realização                    antes da instalação do motivo de                 a isso, comprova-se a importância
das atividades básicas de vida diária                 internação, foi coletado a partir de             de uma conscientização de suas ca-
(ABVD), principalmente referente                      relatos familiares, o que é conside-             pacidades a partir da realização de
ao autocuidado. Durante a realiza-                    rado por RICCI15 como eficaz, se-                atividades psicomotoras, que exi-
ção das atividades, era extraído do                   gundo sua pesquisa.                              gem o desempenho físico, cogniti-
paciente seu desempenho máximo                            O Gráfico 1 demonstra que                    vo e o relacionamento entre essas
e não usual. Além disso, também                       83,44% dos casos obtiveram me-                   para a execução de suas atividades
há a atuação no comportamento                         lhora após a intervenção, dife-                  de vida diária.
no que diz respeito a: autoestima,                    rente do resultado do trabalho de                    As atividades que tiveram me-
autoconfiança e autoimagem11,14,                      Kawasaki16, Samaniego17, e de Si-                nor alteração foram controle de
visando a criar consciência de seu                    queira18, em que houve declínio                  esfíncteres, uso do vaso sanitário e
poder de sabedoria, valorizar suas                    durante internação, no entan­ o   t              locomoção, ou seja, atividades que
capacidades e dar realce às suas for-                 nesses trabalho não houve inter-                 exigiam a saída do leito, sendo que
ças, incentivar o enfrentamento de                    venção para evitar a perda. Se­                  a intervenção não contemplou es-
certas limitações físicas e perdas e                  gun­ o Creditor, o repouso na cama
                                                          d                                            ses aspectos, pois foi realizada no
estimular o autocuidado com o de-                     provoca uma perda de massa mus-                  leito, estimulando principalmente
senvolvimento de hábitos pessoais                     cular de 10% por semana, além                    atividades de autocuidado, simu-
de saúde11.                                           de produzir alterações articulares               lação e pouca mobilidade. Como



180	                                                                                         O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




pôde ser observado nos testes esta-                paciente21. A prática de uma assis-     é minimizar a perda funcional do
tísticos, o domínio autocuidado te-                tência massificada aos pacientes,       paciente internado, sendo que, por
ve uma diferença significativa com                 que ainda está presente nos espaços     meio do uso de atividade analisada
relação ao controle de esfíncteres,                hospitalares, é contrária à premissa    como seu instrumento de trabalho,
no entanto não houve o mesmo em                    do autocuidado, que baseia-se na        pudemos observar o objetivo su-
relação a locomoção e mobilidade.                  educação à saúde individualizada.       perado, visto que pacientes podem
     No Gráfico 4, foi indicado a                  Nesse sentido, o desconhecimento,       melhorar sua capacidade funcional
média da alteração por atividade                   pelos profissionais e familiares que    durante a internação.
de cada domínio, sendo que pôde                    realizam essa assistência, das ne-          Como limitações da pesquisa,
ser observada menor perda de au-                   cessidades, motivações e potencia-      pode-se citar o pequeno número da
tocuidado e maior na locomoção.                    lidades dos seus pacientes, dificulta   amostra e fatores ambientais que
Pôde ser notado, também, maior                     a educação à saúde e, por conse-        dificultaram a mobilidade dos pa-
ganho no autocuidado e menor                       guinte, não permite a efetivação do     cientes. Sugere-se que sejam feitas
ganho de controle de esfíncter du-                 autocuidado20, diminuindo, assim,       novas pesquisas, intervindo em as-
rante internação.                                  sua funcionalidade, levando-os à        pectos não estimulados, como por
     Todos os domínios apresenta-                  tendência observada em outros           exemplo, realização de atividades
ram diferença semelhante entre o                   trabalhos16,17,18, de aumento ou sur-   fora do leito para observar o ganho
momento após intervenção e de-                                                             funcional, bem como ampliar o nú-
                                                   gimento de incapacidade durante a
                                                                                           mero de pacientes e atuar em hos-
sempenho antes da instalação da                    internação. No passado, esperava-se
                                                                                           pitais de diferentes naturezas.
comorbidade.                                       que o paciente desempenhasse um
                                                                                               Ressalta-se, ainda, a importân-
     Na Tabela 1, é observado que                  papel de doente passivo durante a
                                                                                           cia de manter o idoso ativo, mesmo
não houve pacientes indepen-                       hospitalização, levando-o a uma
                                                                                           em seu período mais frágil, que é
dentes após intervenção, mas foi                   situação de dependência e deterio-
                                                                                           a hospitalização, melhorando, as-
observado diminuição do núme-                      ração de algumas de suas capacida-      sim, seu desempenho, sua própria
ro de pacientes com dependência                    des19, no entanto, como observado,      imagem e autoestima, podendo
total e alta dependência (necessita                essa crença ainda permanece para        contribuir não só para a qualidade
até 75% de auxílio), e aumento do                  alguns familiares, profissionais e      de atendimento hospitalar, mas
número de pessoas com baixa de-                    inclusive para o próprio paciente;      principalmente para a qualidade de
pendência (necessita até 25% de                    atitudes exacerbadas de protecio-       vida de nossos pacientes, ou seja,
auxílio), o que pode ser considera-                nismo e zelo estimulam a depen-         nosso principal objetivo.
do positivo, devido à diminuição do                dência funcional e comportamental
nível geral de dependência.                        do idoso12.                             Agradecimentos
     A ausência de manifestação                                                                Às Terapeutas Ocupacionais
de uma tendência nos resultados                    Conclusão                               Rosana Rita Laurenza Fatigati, Lu-
pode ser justificada pelo fato de a                                                        ciana Vilela de O. Barreiro e Ana
funcionalidade envolver aspectos                       Os resultados do presente es-       Elisa Almeida pelas valiosas discus-
ambientais, patologia, crença indi-                tudo puderam comprovar que há           sões e contribuições no decorrer do
vidual e estimulação.                              melhora funcional por meio da es-       trabalho.
     Nos fatores estruturais, arqui-               timulação psicomotora em idosos             À Claudia Tanaka, pela colabo-
tetônicos e físicos, o ambiente de-                hospitalizados, momento em que          ração na tradução do resumo.
sempenha um papel significativo                    a tendência é de fragilidade e pro-         Ao Dr. Maurício de Miranda
no comportamento do idoso, talvez                  pício à dependência.                    Ventura, diretor do Serviço de Ge-
quase equiparando-se ao papel das                      Um dos objetivos de trabalho da     riatria, por apoiar a realização do
próprias características pessoais do               terapia ocupacional na enfermaria       trabalho.




O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.	                                                                      181
Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados




                                                        Referências

1. Camarano AA. Envelhecimento da População Brasileira: uma contribuição demográfica. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll
J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
2. Ramos LR. A Mudança de Paradigma na Saúde e o Conceito de Capacidade Funcional. In: Ramos LR, Neto JT. Guia de Geriatria
e Gerontologia. Barueri (SP): Manole; 2005.
3. Amaral ACS, Coeli CM, Costa MCE, Cardoso VS, Toledo ALA, Fernandes CR. Perfil de morbidade e de mortalidade de pacientes
idosos hospitalizados. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2004;20(6):1617-26.
4. Chaimowicz F. Epidemiologia e o Envelhecimento no Brasil. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de
Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
5. Caldas CP. O Auto-cuidado na Velhice. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia.
2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
6. Rocha EF, Mello MAF. Os Sentidos do Corpo e da Intervenção Hospitalar. In: Carlo MMRP, Luzo MCM. Terapia Ocupacional:
reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca; 2004.
7. Duarte YAO, Andrade CL, Lebrão ML. O Índex de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos. Rev Esc Enferm USP.
2007;41(2):317-25.
8. Foti D. Atividades da Vida Diária. In: Pedretti LW, Early MB. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. São
Paulo: Roca; 2004.
9. Riberto M, Miyazaki MH, Filho DJ, Sakamoto H, Battistella LR. Reprodutividade da Versão Brasileira da Medida de Independência
Funcional. Acta Fisiátrica. 2001;8(1):45-52.
10. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da Versão Brasileira da Medida de Inde-
pendência Funcional. Acta Fisiátrica. 2004;11(2):72-6.
11. Levy D. Psicomotricidade e Gerontomotricidade na Saúde Púplica. In: Ferreira CAM. Psicomotricidade – Da Educação Infantil à
Gerontologia. São Paulo: Editora Lovise; 2000.
12. Vasconcelos MM. A Psicomotricidade como Promotora da Qualidade de Vida na Terceira Idade. Rev Iberoam Psicomotricidad
Técnicas Corporales. 2003 Nov;12:51-60.
13. Motta MP, Ferrari MAC. A Intervenção Terapêutico-Ocupacional Junto a Indivíduos com Comprometimento no Processo de
Envelhecimento. In: Carlo MMRP, Luzo MCM. Terapia Ocupacional: reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca;
2004.
14. Barros DR. Gerontomotricidade e as Condutas Psicomotoras. In: Ferreira CAM. Psicomotricidade – Da Educação Infantil à Ge-
rontologia. São Paulo: Editora Lovise; 2000.
15. Ricci NA, Kubota MT, Cordeiro RC. Concordância de Observações sobre a Capacidade Funcional de Idosos em Assistência Do-
miciliar. Rev Saúde Pública. 2005;39(4):655-62.
16. Kawasaki K, Diogo MJDE. Impacto da Hospitalização na Independência Funcional do Idoso em Tratamento Clínico. Acta Fisi-
átrica. 2005;12(2):55-60.
17. Samaniego PG. Consecuencias de la Hospitalización en el Anciano. Rev Soc Peru Med Inter. 2001;14(2):90-8.
18. Siqueira AB, Cordeiro RC, Perracini MR, Ramos LR. Impacto funcional da internação hospitalar de pacientes idosos. Rev Saúde
Pública, São Paulo. 2004 Out;38(5).
19. Creditor MC. Hazards of hospitalization of the elderly. Ann Int Med. 1993 Feb 1;118:N3.
20. Ferrero SH, Cintra FA. Limitações para o Autocuidado de Idosos Reinternados, Portadores de Vasculopatias. Saúde Debate.
2004;68(28):233-42.
21. Rigolin VOS. Avaliação Clínico-Funcional de Idosos Hospitalizados [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo;
2001.


                                             Bibliografia consultada

Barreto KML, Tirado MGA. Terapia Ocupacional Gerontológica. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de
Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
Coelho Filho JM. Modelos de serviços hospitalares para casos agudos em idosos. Rev Saúde Pública, São Paulo. 2000 Dez;34(6).




                                                                                                    Recebido em 24 de fevereiro de 2010
                                                                                                     Aprovado em 30 de março de 2010



182	                                                                                 O Mundo   da   Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.

More Related Content

Similar to Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados

Plasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiaPlasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiajuuliacarolina
 
Avaliação multidimensional do idoso
Avaliação multidimensional do idosoAvaliação multidimensional do idoso
Avaliação multidimensional do idosoJanaina de Paula
 
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta otimo exemplo pratico
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta    otimo exemplo praticoAplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta    otimo exemplo pratico
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta otimo exemplo praticoMarcia Orlando
 
Reabilitação do Idoso
Reabilitação do IdosoReabilitação do Idoso
Reabilitação do IdosoDany Romeira
 
Psicologia na 3ª idade
Psicologia na 3ª idadePsicologia na 3ª idade
Psicologia na 3ª idadeRebeca Mendes
 
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)Fernanda Mayworm
 
Exercício e qualidade de vida
Exercício e qualidade de vidaExercício e qualidade de vida
Exercício e qualidade de vidaAbinef
 
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)Fernando Racim
 
Psicologia no Hospital Geral
Psicologia no Hospital GeralPsicologia no Hospital Geral
Psicologia no Hospital GeralEduardo Beck
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoCeila Coelho
 
Esquiz def cog quali
Esquiz def cog qualiEsquiz def cog quali
Esquiz def cog qualiAgenilda Lima
 
Dm marlene monteiro_2010
Dm marlene monteiro_2010Dm marlene monteiro_2010
Dm marlene monteiro_2010OTutorial2
 
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...Universidade Ferderal do Triângulo Mineiro
 
859 1900-1-sm (1)
859 1900-1-sm (1)859 1900-1-sm (1)
859 1900-1-sm (1)Flora Couto
 

Similar to Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados (20)

Plasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapiaPlasticidade e fisioterapia
Plasticidade e fisioterapia
 
Avaliação multidimensional do idoso
Avaliação multidimensional do idosoAvaliação multidimensional do idoso
Avaliação multidimensional do idoso
 
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta otimo exemplo pratico
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta    otimo exemplo praticoAplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta    otimo exemplo pratico
Aplicaçao da cif na pratica clinica do fisioterapeuta otimo exemplo pratico
 
Aula 1 fgg
Aula 1 fggAula 1 fgg
Aula 1 fgg
 
Reabilitação do Idoso
Reabilitação do IdosoReabilitação do Idoso
Reabilitação do Idoso
 
Psicologia na 3ª idade
Psicologia na 3ª idadePsicologia na 3ª idade
Psicologia na 3ª idade
 
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)
A importância do exercício físico à qualidade de vida dos idosos (2009)
 
Exercício e qualidade de vida
Exercício e qualidade de vidaExercício e qualidade de vida
Exercício e qualidade de vida
 
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)
Aimportnciadoexercciofsicoqualidadedevidadosidosos2009 100503093053-phpapp02(2)
 
Artigo bioterra v16_n1_10
Artigo bioterra v16_n1_10Artigo bioterra v16_n1_10
Artigo bioterra v16_n1_10
 
CIF em Pediatria
CIF em PediatriaCIF em Pediatria
CIF em Pediatria
 
Psicologia no Hospital Geral
Psicologia no Hospital GeralPsicologia no Hospital Geral
Psicologia no Hospital Geral
 
Psicologia urg e emer.
Psicologia urg e emer.Psicologia urg e emer.
Psicologia urg e emer.
 
Saude do idoso
Saude do idosoSaude do idoso
Saude do idoso
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
 
Esquiz def cog quali
Esquiz def cog qualiEsquiz def cog quali
Esquiz def cog quali
 
Dm marlene monteiro_2010
Dm marlene monteiro_2010Dm marlene monteiro_2010
Dm marlene monteiro_2010
 
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...
Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de ...
 
859 1900-1-sm (1)
859 1900-1-sm (1)859 1900-1-sm (1)
859 1900-1-sm (1)
 
A006
A006A006
A006
 

More from Abrato-SC

Convite para mesa de autografo no COMDE
Convite para mesa de autografo no COMDEConvite para mesa de autografo no COMDE
Convite para mesa de autografo no COMDEAbrato-SC
 
6 Boletim CBTO - Stella Wit
6 Boletim CBTO -  Stella Wit 6 Boletim CBTO -  Stella Wit
6 Boletim CBTO - Stella Wit Abrato-SC
 
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfot
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfotOficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfot
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfotAbrato-SC
 
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_os
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_osOficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_os
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_osAbrato-SC
 
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)Abrato-SC
 
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clato
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clatoOficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clato
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clatoAbrato-SC
 
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015Abrato-SC
 
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATO
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATOProva de especialidades - Edital COFITTO - ABRATO
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATOAbrato-SC
 
5 - Boletim - Paola Mendez
5 - Boletim - Paola Mendez   5 - Boletim - Paola Mendez
5 - Boletim - Paola Mendez Abrato-SC
 
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorgeAbrato-SC
 
3 - Silvane penkal
3 - Silvane penkal3 - Silvane penkal
3 - Silvane penkalAbrato-SC
 
Silvane penkal
Silvane penkalSilvane penkal
Silvane penkalAbrato-SC
 
CBTO - 2013 Cláudia Pedral
CBTO - 2013  Cláudia PedralCBTO - 2013  Cláudia Pedral
CBTO - 2013 Cláudia PedralAbrato-SC
 
CBTO- 2013 Mario Battisti
CBTO- 2013 Mario Battisti CBTO- 2013 Mario Battisti
CBTO- 2013 Mario Battisti Abrato-SC
 
050 aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato
050   aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato050   aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato
050 aud pub. req.234.13 alexandre roso abratoAbrato-SC
 
Cartaz 22 02_2013
Cartaz 22 02_2013Cartaz 22 02_2013
Cartaz 22 02_2013Abrato-SC
 
Folder 22 02_2013
Folder 22 02_2013Folder 22 02_2013
Folder 22 02_2013Abrato-SC
 
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]Abrato-SC
 
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...Abrato-SC
 
Consulta publica AVC
Consulta publica AVCConsulta publica AVC
Consulta publica AVCAbrato-SC
 

More from Abrato-SC (20)

Convite para mesa de autografo no COMDE
Convite para mesa de autografo no COMDEConvite para mesa de autografo no COMDE
Convite para mesa de autografo no COMDE
 
6 Boletim CBTO - Stella Wit
6 Boletim CBTO -  Stella Wit 6 Boletim CBTO -  Stella Wit
6 Boletim CBTO - Stella Wit
 
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfot
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfotOficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfot
Oficio 019 2013_convocacao_eleicoes_wfot
 
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_os
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_osOficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_os
Oficio 022 2013_convocacao_eleicoes_gnt_os
 
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)
Estatuto da associação brasileira[aprovado em 10.10.2006] (1)
 
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clato
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clatoOficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clato
Oficio 020 2013_convocacao_eleicoes_clato
 
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015
Edital de Convocação para Eleições da ABRATO Gestão 2013-2015
 
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATO
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATOProva de especialidades - Edital COFITTO - ABRATO
Prova de especialidades - Edital COFITTO - ABRATO
 
5 - Boletim - Paola Mendez
5 - Boletim - Paola Mendez   5 - Boletim - Paola Mendez
5 - Boletim - Paola Mendez
 
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge
4 - boletim CBTO 2013 - Junia jorge
 
3 - Silvane penkal
3 - Silvane penkal3 - Silvane penkal
3 - Silvane penkal
 
Silvane penkal
Silvane penkalSilvane penkal
Silvane penkal
 
CBTO - 2013 Cláudia Pedral
CBTO - 2013  Cláudia PedralCBTO - 2013  Cláudia Pedral
CBTO - 2013 Cláudia Pedral
 
CBTO- 2013 Mario Battisti
CBTO- 2013 Mario Battisti CBTO- 2013 Mario Battisti
CBTO- 2013 Mario Battisti
 
050 aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato
050   aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato050   aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato
050 aud pub. req.234.13 alexandre roso abrato
 
Cartaz 22 02_2013
Cartaz 22 02_2013Cartaz 22 02_2013
Cartaz 22 02_2013
 
Folder 22 02_2013
Folder 22 02_2013Folder 22 02_2013
Folder 22 02_2013
 
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]
Catalogo asociaciones carreras_postgrados de terapia ocupacional_2011_2012[1]
 
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...
CATÁLOGO LATINOAMERICANO DE ASOCIACIONES CARRERAS Y POSTGRADOS DE TERAPIA OCU...
 
Consulta publica AVC
Consulta publica AVCConsulta publica AVC
Consulta publica AVC
 

Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados

  • 1. artigo originaL / research report / artículo Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Psychomotor activities as intervention in the functional performance of hospitalized old people Actividades psicomotoras como intervención en el desempeño funcional de envejecidos hospitalizados Laura Maria Koopman Ovando* Tatiana Vieira do Couto** Resumo: O objetivo desta investigação foi minimizar a perda funcional de idosos hospitalizados a partir da estimulação de aspectos psicomotores, e a influência no desempenho das atividades de vida diária dos pacientes durante a internação. Para tanto, foram realizadas 4 intervenções abordando os itens psicomotores em 30 pacientes durante o período de internação na enfermaria de geriatria Hospital do Servidor Público Estadual, entre setembro de 2008 e janeiro de 2009, e feito coleta da Medida de Independência Funcional (MIF) referente a 3 momentos: desempenho em domicílio antes da instalação patológica, na admissão da enfermaria e após a intervenção. Teve-se como resultados a melhora após intervenção em 83,33% dos pacientes, com melhora média de 8,5 pontos da MIF motora. Com maior interferência nas atividades de autocuidado, com diferença significativa nas atividades de alimentação, cuidados pessoais, banho e vestir parte superior, no entanto não houve diferença significativa entre os domínios locomoção e mobilidade. Houve, também, dimi- nuição do número de pacientes com dependência total e alta dependência, e aumento do número de pessoas com baixa dependência. Concluiu-se que o uso da estimulação psicomotora como atividade analisada pelo terapeuta ocupacional pode melhorar a capacidade funcional durante a internação. Palavras-chave: Idoso hospitalizado. Terapia ocupacional. Idoso - desempenho psicomotor. Abstract: This research aimed to reduce functional loss of hospitalized old people from the stimulation of psychomotor aspects, as well as the influence in the performance of patient daily activities during internment. For doing this, 4 interventions were done regarding the psychomotor aspects in 30 patients during the period of internment in the geriatric infirmary of Hospital do Servidor Público Estadual from September 2008 to January 2009; we also used the Functional Independence Measurement (FIM) for evaluation in 3 moments: performance at home before the pathology appeared, in the admission to the infirmary and after the intervention. The results were post- intervention improvement in 83.33% of patients, with an average improvement of 8.5 in motor FIM. Even after a greater interference in self-medication activities, with a significant difference in feeding activities, personal cares, bath and higher body parts dressing ability no significant difference was found between the domains locomotion and mobility. There was also a reduction in the number of patients with total and high dependency, as well as an increase in the number of people with low dependency. One concluded that the use of psychomotor stimulation as an activity analyzed by the occupational therapist may improve functional capacity during internment. Keywords: Hospitalized old people. Occupational therapy. Old people - psychomotor performance. Resumen: Esta investigación intentó minimizar la pierda funcional de envejecidos hospitalizados a partir de la estimulación de aspectos psicomotores, así bien la influencia en el desempeño de las actividades de la vida diaria de los pacientes durante la internación. Para eso, se realizaran 4 intervenciones acercando a los aspectos psicomotores en 30 pacientes durante el periodo de internación en la enfermería geriátrica Hospital do Servidor Público Estadual, desde septiembre de 2008 hasta enero de 2009; también se hizo una recolección de la Medida de Independencia Funcional (MIF) referente a 3 momentos: desempeño en domicilio antes de la instalación de la patología, en la admisión a la enfermería e después de la intervención. Los resultados fueron la mejoría post-intervención en 83,33% de los pacientes, con una mejoría media de 8,5 de la MIF motora. Aunque con mayor interferencia en las actividades de autocuidado, con una diferencia significativa en las actividades de alimentación, cuidados personales, baño y vestir la parte superior, no hubo una diferencia significativa entre los dominios locomoción y movilidad. Hubo también una disminución del número de pacientes con dependencia total y alta de- pendencia, así bien un aumento del número de personas con baja dependencia. Se concluyó que el uso de la estimulación psicomotora como actividad analizada por el terapeuta ocupacional puede mejorar la capacidad funcional durante la internación. Palabras-llave: Envejecidos hospitalizados. Terapia ocupacional. Envejecidos - desempeño psicomotor. * Terapeuta ocupacional. Aprimoramento multiprofissional em Terapia Ocupacional em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos. E-mail: lauramko@yahoo.com.br ** Terapeuta ocupacional. Aprimoramento multiprofissional em Terapia Ocupacional em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos. 176 O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
  • 2. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Introdução provocar perda da autoestima e de seus músculos e de suas articu- profundo senso de dependência8, lações, com o objetivo de fazê-lo Projeções indicam que a po- e as Instrumentais indicam a capa- alcançar grau máximo de indepen- pulação brasileira com mais de 60 cidade do indivíduo de levar uma dência13. anos poderá ser responsável por vida independente dentro de sua Pode-se dizer que ser inde- aproximadamente 15% da popu- comunidade7,8. pendente nas atividades relacio- lação brasileira no ano de 2025. A O desempenho funcional pode nadas ao autocuidado pressupõe queda da mortalidade faz com que ser mensurado pelo desempenho que se tenha íntegro e desen- os idosos “dependentes” vivam nas atividades motoras, capacidade volvido os órgãos dos sentidos, por mais tempo1,2, necessitando, de comunicação e outros aspectos coordenação motora, esquema assim, de mais assistência e por cognitivos, além de medir o grau de corporal e noção espacial e tempo- mais tempo. solicitação de cuidados de terceiros ral, ou seja, aspectos trabalhados na Os idosos são internados com que o paciente exige para realização psicomotricidade14,12. É comum pa- maior frequência e há permanência de tarefas motoras e cognitivas. A cientes idosos em internação hospi- hospitalar mais prolongada do que Medida de Independência Funcio- talar apresentarem uma acentuada as observadas em outros grupos nal (MIF) verifica o desempenho do queda no desempenho funcional etários3,4. A hospitalização é segui- indivíduo para a realização de um nas atividades básicas de vida diá- da, em geral, por uma diminuição conjunto de 18 tarefas, dividindo- ria, e durante esse período diminuí­ da capacidade funcional e mudan- se em 2 domínios: parte motora rem sua apropriação corporal. ças na qualidade de vida, muitas – referentes às subescalas de auto- Portanto, a psicomotricidade vezes, irreversíveis. Muitos idosos cuidados, controle esfincteriano, foi escolhida como recurso devido que vivem com independência na transferências, locomoção – e parte ao seu trabalho corporal, visando à comunidade podem subitamente cognitiva – referentes às subesca- melhora na consciência corporal, se tornar dependentes ao precisa- las comunicação e cognição social. e, assim, verificar seu impacto na rem internar-se5. Cada item pode ser classificado em funcionalidade do idoso. No hospital, o sujeito doente uma escala de graus de dependên- inicia um processo de ruptura com cia de 7 níveis, sendo a pontuação a vida cotidiana, vivencia o descon- Material e Método variável de 1 (dependência total) a forto da doença, é dominado pela 7 (independência completa)9,20. Trata-se de uma pesquisa quan- dor, passa a sentir que sua vida está A psicomotricidade para idosos titativa, descritiva e experimental, em jogo, que depende de socorro tem como objetivo maior a manu- realizada na enfermaria de geriatria externo para tê-la de volta e su- tenção das capacidades funcionais, do Hospital do Servidor Público Es- cumbe à hospitalização6. melhorar e aprimorar o conheci- tadual – Francisco Morato de Oli- Entre os idosos, as condições mento de si e a eficácia das ações, veira, em São Paulo. crônicas tendem a se manifestar sobretudo das atividades de vida Foram incluídos na amostra de forma mais expressiva. Tais diária. Visa a criar consciência de pacientes internados de setembro condições, geralmente, tendem a seu poder de sabedoria, valorizar de 2008 a janeiro de 2009, na en- comprometer de forma significa- suas capacidades e dar realce às fermaria de geriatria, que participa- tiva a qualidade de vida, afetando suas forças, incentivar o enfrenta- ram do processo trabalhando todos a funcionalidade dos idosos e, con- mento de certas limitações físicas e os itens psicomotores (tonicidade, sequentemente, o desempenho das perdas, e estimular o autocuidado equilíbrio, lateralidade, esquema atividades de vida diária (AVDs), com o desenvolvimento de hábitos corporal, espaço temporal, e co- que se subdividem em Atividades pessoais de saúde. Essa intervenção ordenação motora), que manifes- Básicas de Vida Diária e Atividades certamente levará o idoso a ques- taram declínio no desempenho Instrumentais de Vida Diária7. As tionar suas atitudes e, consequen- funcional na realização das Ativida- atividades básicas de vida diária temente, ter mais possibilidades des Básicas de Vida Diária (ABVD’s), (ABVD’s) são tarefas de cuidados em adaptar-se às mudanças que o no período de adoecimento e inter- pessoais, mobilidade funcional, envelhecimento acarreta11,12. nação, verificado por meio da ava- comunicação funcional, que per- No tratamento em Terapia liação referente ao período anterior mitem a um indivíduo atingir a Ocupacional é essencial levar o à internação e na avaliação inicial, independência pessoal. A perda idoso ao restabelecimento funcio- e que possuíam aspectos percepto- da capacidade de cuidar das pró- nal máximo, manter suas funções -cognitivos preservados, segundo prias necessidades pessoais pode corporais e melhorar as funções dados no prontuário. O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182. 177
  • 3. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Foram coletados dados clínicos reflexão e identificação das próprias intervenção e depois no momento e pessoais, e foi utilizada a Medida capacidades, e, associando com as da admissão na internação. de Independência Funcional (MIF) atividades de vida diária, mesmo Sendo a pontuação máxima – parte motora referente a 15 dias que em ambiente hospitalar, man- total 91 pontos, a média da pon- antes da internação, na admissão ter o indivíduo ativo, e, portanto, tuação dos pacientes em domicí- da enfermaria, e após a intervenção manter funcionalidade. lio, antes da instalação patológica, proposta. foi 65,63 pontos; na admissão, foi As atividades desenvolvidas Resultados 24,7; e após intervenção, 33,7. foram: A média de ganho total na Atividade 1: uso de prendedor A amostra foi composta por 30 pontuação dos pacientes após in- de roupa – encaixe de prendedor de idosos, sendo 6 homens e 24 mu- tervenção foi de 8,5 pontos, sen- roupa colorido em varal de diferen- lheres, com média etária de 84,96 do a diferença máxima ganho de tes alturas, conforme cor, membro anos, variando entre 71 e 95 anos. 31 pontos e mínima, perda de 23 superior, e movimento solicitado O período de internação médio foi pontos. No entanto, apesar da re- – atividade com exploração de late- de 17,5 dias, variando entre 6 e 50 cuperação dos pacientes, ainda ob- ralidade, coordenação motora fina dias. tiveram 32,43 pontos a menos que e grossa, amplitude de movimento, Entre as comorbidades, as mais antes da instalação da patologia. dissociação de movimento, concei- encontradas foram: insuficiência As atividades que mais tiveram to de cores, atenção, compreensão cardíaca, hipertensão arterial sistê- alteração positiva após interven- de comandos, orientação têmporo- mica, insuficiência renal, infecção ção foram: banho (1,17 pontos), espacial. do trato urinário e pneumonia. alimentação (1 ponto), vestuário Atividade 2: encaixe de potes – Dos casos observados, 83,33% parte superior (0,97 ponto), hi- exposição de 9 potes de diferentes obtiveram melhora da pontua- giene corporal (0,93 ponto), sendo formas e tamanhos, de mesma cor, ção na MIF após intervenção; dos todas atividades pertencentes ao solicitação para encaixe das tampas 16,67% que obtiveram piora, so- domínio autocuidado. e agrupamento de acordo com ca- mente um caso não chegou a óbito As atividades que tiveram tegoria – atividade com exploração durante a internação. menos alteração positiva foram de lateralidade, coordenação moto- Ao comparar a soma total da controle de urina (93,33% sem al- ra fina e grossa, amplitude de mo- avaliação na MIF dos pacientes, teração), controle de fezes (86,66% vimento, atenção, compreensão de pôde-se notar que a maior pontu- sem alteração), uso do vaso sanitá- comandos, organização, raciocínio, ação é no instante que o paciente rio (80% sem alteração), vestir par- orientação espacial, identificação e está em domicílio seguido de após te inferior (73,3% sem alteração) nomeação de tamanhos e formas. Atividade 3: uso de hidratante corporal – aplicação de hidratante Gráfico 1. Alteração da funcionalidade pós-intervenção corporal em toda superfície corpó- rea, de acordo com parte solicitada, ou solicitação de nomeação – ati- vidade com exploração de laterali- dade, coordenação motora grossa, imagem e esquema corporal, esti- mulação sensorial. Atividade 4: jogo com bexiga – com paciente sentado, trabalhando movimentação de membros supe- riores e inferiores – atividade com exploração de lateralidade, coorde- nação motora grossa, equilíbrio de tronco, amplitude de movimento, orientação têmporo-espacial. Os objetivos das atividades foram estimular aspectos psico- motores, permitir aos pacientes a 178 O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
  • 4. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Gráfico 2. Variação da MIF nos 3 períodos de avaliação e o terceiro, diferença entre pós-in- as subdivisões da avaliação tervenção com o desempenho em domicílio. Segundo análise estatística, as avaliações de autocuidado obti- veram o nível de significância de p<5%, o que também ocorre com o valor total da MIF parte motora, excluindo-se a atividade de vestir parte inferior, na qual o ganho pós- -intervenção não foi estatisticamen- te significativo. Segundo o teste ANOVA, o ga- nho nos domínios após intervenção é significativo, com P valor 0,037. Com o intuito de verificar o do- mínio que teve maior ganho, foram utilizadas comparações pareadas de Turkey, as quais indicaram que o domínio de autocuidado possui ganho pós-intervenção maior que controle de esfíncteres com con- fiança de 95%, no entanto não houve diferença significativa com relação às atividades de mobilidade e locomoção. Todos os domínios tiveram a diferença entre o momento pós- Gráfico 3. Variação nas atividades de autocuidado -intervenção e antes da doença, com valores iguais, P valor 0,313. Agrupando os pacientes segun- do nível de funcionalidade, pôde- se observar, antes da condição patológica, que 17 pacientes eram independentes, não necessitando de auxílio de outra pessoa, com pontuação entre 66 e 91, segundo a MIF, mas nenhum deles perma- neceu nessa condição durante ad- missão e alta. No início, 8 pacientes necessitavam de até 25% de auxí- lio, com pontuação entre 65 e 40, sendo que esse número reduziu para 4 na admissão e subiu para 11 no momento da alta; os que neces- sitavam de até 75% de auxílio, com pontuação entre 39 e 14, no início eram 5, na admissão subiram para e locomoção em escada (70% sem No Gráfico 4, pode ser observa- 18 e no momento da alta eram 15; alteração). do, a alteração de cada domínio da e quanto aos totalmente depen- Segundo correlação de Pearson, MIF, sendo o primeiro item a varia- dentes, com 13 pontos, não havia os resultados não manifestaram ção entre MIF domicílio e momen- nenhum nessas condições em seu tendência e não manifestaram re- to da admissão, o segundo, variação domicílio, mas eram 8 pacientes, lação com o tempo de internação. entre admissão e pós-intervenção e restando 4 no momento da alta. O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182. 179
  • 5. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Gráfico 4. Alteração média de cada item por domínio da MIF e peri articulares, que conduzem a contratura; para um idoso com reserva fisiológica diminuída, mas que é capaz de realizar suas ativi- dades de vida diária, o repouso na cama de alguns dias pode provocar uma perda dessas atividades19. Dos 4 casos que obtiveram pio- ra, chegando a pontuação mínima com dependência total, 3 foram a óbito, concordando com o relato de RICCI15, em que idosos com depen- dência para sete ou mais AVD têm três vezes mais risco de morte do que aqueles indivíduos indepen- Tabela1. Nível de funcionalidade: quantidade de pacientes por grupo dentes. Pós No Gráfico 2, pôde ser obser- Domicílio Admissão Evolução vada a variação da MIF motora em intervenção Independente e seus 3 momentos e a variação de 17 0 0 0.00% cada subgrupo, podendo observar independente modificado Dependência modificada: maior alteração em autocuidado e 8 4 11 23.33% mobilidade, sendo os que mais ti- necessita até 25% de auxílio Dependência modificada: veram intervenção, visto que essa 5 18 15 -10.00% foi realizada ao leito. necessita até 75% de auxílio Totalmente dependente 0 8 4 -13.33% As atividades que mais tiveram Divisão da MIF segundo critério de Rigolin21, adaptado à MIF parte motora alteração positiva após intervenção, segundo o Gráfico 3, foram: banho, alimentação, vestuário parte supe- Discussão Quanto à soma total da MIF nos rior e higiene corporal, sendo que, 3 instantes de avaliação, o resulta- incluindo a atividade de higiene A partir da análise de atividade, do maior foi domicílio, seguido por corporal, foram as atividades em realizada pelo terapeuta ocupacio- após intervenção e por último, no que houve maior foco durante a in- nal, pôde-se desenvolver atividades momento de admissão. O primeiro tervenção. Para que o autocuidado relacionando aspectos psicomoto- valor da MIF, levando em conside- seja efetivado, é preciso que o pa- res, compatíveis com os desempe- ração o desempenho em domicílio ciente se sinta capacitado20.Devido nhos necessários para a realização antes da instalação do motivo de a isso, comprova-se a importância das atividades básicas de vida diária internação, foi coletado a partir de de uma conscientização de suas ca- (ABVD), principalmente referente relatos familiares, o que é conside- pacidades a partir da realização de ao autocuidado. Durante a realiza- rado por RICCI15 como eficaz, se- atividades psicomotoras, que exi- ção das atividades, era extraído do gundo sua pesquisa. gem o desempenho físico, cogniti- paciente seu desempenho máximo O Gráfico 1 demonstra que vo e o relacionamento entre essas e não usual. Além disso, também 83,44% dos casos obtiveram me- para a execução de suas atividades há a atuação no comportamento lhora após a intervenção, dife- de vida diária. no que diz respeito a: autoestima, rente do resultado do trabalho de As atividades que tiveram me- autoconfiança e autoimagem11,14, Kawasaki16, Samaniego17, e de Si- nor alteração foram controle de visando a criar consciência de seu queira18, em que houve declínio esfíncteres, uso do vaso sanitário e poder de sabedoria, valorizar suas durante internação, no entan­ o t locomoção, ou seja, atividades que capacidades e dar realce às suas for- nesses trabalho não houve inter- exigiam a saída do leito, sendo que ças, incentivar o enfrentamento de venção para evitar a perda. Se­ a intervenção não contemplou es- certas limitações físicas e perdas e gun­ o Creditor, o repouso na cama d ses aspectos, pois foi realizada no estimular o autocuidado com o de- provoca uma perda de massa mus- leito, estimulando principalmente senvolvimento de hábitos pessoais cular de 10% por semana, além atividades de autocuidado, simu- de saúde11. de produzir alterações articulares lação e pouca mobilidade. Como 180 O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.
  • 6. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados pôde ser observado nos testes esta- paciente21. A prática de uma assis- é minimizar a perda funcional do tísticos, o domínio autocuidado te- tência massificada aos pacientes, paciente internado, sendo que, por ve uma diferença significativa com que ainda está presente nos espaços meio do uso de atividade analisada relação ao controle de esfíncteres, hospitalares, é contrária à premissa como seu instrumento de trabalho, no entanto não houve o mesmo em do autocuidado, que baseia-se na pudemos observar o objetivo su- relação a locomoção e mobilidade. educação à saúde individualizada. perado, visto que pacientes podem No Gráfico 4, foi indicado a Nesse sentido, o desconhecimento, melhorar sua capacidade funcional média da alteração por atividade pelos profissionais e familiares que durante a internação. de cada domínio, sendo que pôde realizam essa assistência, das ne- Como limitações da pesquisa, ser observada menor perda de au- cessidades, motivações e potencia- pode-se citar o pequeno número da tocuidado e maior na locomoção. lidades dos seus pacientes, dificulta amostra e fatores ambientais que Pôde ser notado, também, maior a educação à saúde e, por conse- dificultaram a mobilidade dos pa- ganho no autocuidado e menor guinte, não permite a efetivação do cientes. Sugere-se que sejam feitas ganho de controle de esfíncter du- autocuidado20, diminuindo, assim, novas pesquisas, intervindo em as- rante internação. sua funcionalidade, levando-os à pectos não estimulados, como por Todos os domínios apresenta- tendência observada em outros exemplo, realização de atividades ram diferença semelhante entre o trabalhos16,17,18, de aumento ou sur- fora do leito para observar o ganho momento após intervenção e de- funcional, bem como ampliar o nú- gimento de incapacidade durante a mero de pacientes e atuar em hos- sempenho antes da instalação da internação. No passado, esperava-se pitais de diferentes naturezas. comorbidade. que o paciente desempenhasse um Ressalta-se, ainda, a importân- Na Tabela 1, é observado que papel de doente passivo durante a cia de manter o idoso ativo, mesmo não houve pacientes indepen- hospitalização, levando-o a uma em seu período mais frágil, que é dentes após intervenção, mas foi situação de dependência e deterio- a hospitalização, melhorando, as- observado diminuição do núme- ração de algumas de suas capacida- sim, seu desempenho, sua própria ro de pacientes com dependência des19, no entanto, como observado, imagem e autoestima, podendo total e alta dependência (necessita essa crença ainda permanece para contribuir não só para a qualidade até 75% de auxílio), e aumento do alguns familiares, profissionais e de atendimento hospitalar, mas número de pessoas com baixa de- inclusive para o próprio paciente; principalmente para a qualidade de pendência (necessita até 25% de atitudes exacerbadas de protecio- vida de nossos pacientes, ou seja, auxílio), o que pode ser considera- nismo e zelo estimulam a depen- nosso principal objetivo. do positivo, devido à diminuição do dência funcional e comportamental nível geral de dependência. do idoso12. Agradecimentos A ausência de manifestação Às Terapeutas Ocupacionais de uma tendência nos resultados Conclusão Rosana Rita Laurenza Fatigati, Lu- pode ser justificada pelo fato de a ciana Vilela de O. Barreiro e Ana funcionalidade envolver aspectos Os resultados do presente es- Elisa Almeida pelas valiosas discus- ambientais, patologia, crença indi- tudo puderam comprovar que há sões e contribuições no decorrer do vidual e estimulação. melhora funcional por meio da es- trabalho. Nos fatores estruturais, arqui- timulação psicomotora em idosos À Claudia Tanaka, pela colabo- tetônicos e físicos, o ambiente de- hospitalizados, momento em que ração na tradução do resumo. sempenha um papel significativo a tendência é de fragilidade e pro- Ao Dr. Maurício de Miranda no comportamento do idoso, talvez pício à dependência. Ventura, diretor do Serviço de Ge- quase equiparando-se ao papel das Um dos objetivos de trabalho da riatria, por apoiar a realização do próprias características pessoais do terapia ocupacional na enfermaria trabalho. O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182. 181
  • 7. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados Referências 1. Camarano AA. Envelhecimento da População Brasileira: uma contribuição demográfica. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 2. Ramos LR. A Mudança de Paradigma na Saúde e o Conceito de Capacidade Funcional. In: Ramos LR, Neto JT. Guia de Geriatria e Gerontologia. Barueri (SP): Manole; 2005. 3. Amaral ACS, Coeli CM, Costa MCE, Cardoso VS, Toledo ALA, Fernandes CR. Perfil de morbidade e de mortalidade de pacientes idosos hospitalizados. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2004;20(6):1617-26. 4. Chaimowicz F. Epidemiologia e o Envelhecimento no Brasil. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 5. Caldas CP. O Auto-cuidado na Velhice. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 6. Rocha EF, Mello MAF. Os Sentidos do Corpo e da Intervenção Hospitalar. In: Carlo MMRP, Luzo MCM. Terapia Ocupacional: reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca; 2004. 7. Duarte YAO, Andrade CL, Lebrão ML. O Índex de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos. Rev Esc Enferm USP. 2007;41(2):317-25. 8. Foti D. Atividades da Vida Diária. In: Pedretti LW, Early MB. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. São Paulo: Roca; 2004. 9. Riberto M, Miyazaki MH, Filho DJ, Sakamoto H, Battistella LR. Reprodutividade da Versão Brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiátrica. 2001;8(1):45-52. 10. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da Versão Brasileira da Medida de Inde- pendência Funcional. Acta Fisiátrica. 2004;11(2):72-6. 11. Levy D. Psicomotricidade e Gerontomotricidade na Saúde Púplica. In: Ferreira CAM. Psicomotricidade – Da Educação Infantil à Gerontologia. São Paulo: Editora Lovise; 2000. 12. Vasconcelos MM. A Psicomotricidade como Promotora da Qualidade de Vida na Terceira Idade. Rev Iberoam Psicomotricidad Técnicas Corporales. 2003 Nov;12:51-60. 13. Motta MP, Ferrari MAC. A Intervenção Terapêutico-Ocupacional Junto a Indivíduos com Comprometimento no Processo de Envelhecimento. In: Carlo MMRP, Luzo MCM. Terapia Ocupacional: reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca; 2004. 14. Barros DR. Gerontomotricidade e as Condutas Psicomotoras. In: Ferreira CAM. Psicomotricidade – Da Educação Infantil à Ge- rontologia. São Paulo: Editora Lovise; 2000. 15. Ricci NA, Kubota MT, Cordeiro RC. Concordância de Observações sobre a Capacidade Funcional de Idosos em Assistência Do- miciliar. Rev Saúde Pública. 2005;39(4):655-62. 16. Kawasaki K, Diogo MJDE. Impacto da Hospitalização na Independência Funcional do Idoso em Tratamento Clínico. Acta Fisi- átrica. 2005;12(2):55-60. 17. Samaniego PG. Consecuencias de la Hospitalización en el Anciano. Rev Soc Peru Med Inter. 2001;14(2):90-8. 18. Siqueira AB, Cordeiro RC, Perracini MR, Ramos LR. Impacto funcional da internação hospitalar de pacientes idosos. Rev Saúde Pública, São Paulo. 2004 Out;38(5). 19. Creditor MC. Hazards of hospitalization of the elderly. Ann Int Med. 1993 Feb 1;118:N3. 20. Ferrero SH, Cintra FA. Limitações para o Autocuidado de Idosos Reinternados, Portadores de Vasculopatias. Saúde Debate. 2004;68(28):233-42. 21. Rigolin VOS. Avaliação Clínico-Funcional de Idosos Hospitalizados [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2001. Bibliografia consultada Barreto KML, Tirado MGA. Terapia Ocupacional Gerontológica. In: Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. Coelho Filho JM. Modelos de serviços hospitalares para casos agudos em idosos. Rev Saúde Pública, São Paulo. 2000 Dez;34(6). Recebido em 24 de fevereiro de 2010 Aprovado em 30 de março de 2010 182 O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010;34(2):176-182.