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3.1
Os fósseis e a sua importância para
a reconstituição do passado da Terra
O que são fósseis?
Considera-se um fóssil qualquer resto de um ser vivo que habitou a Terra há muito
tempo, ou qualquer vestígio da sua atividade, preservado nas rochas ou noutros
materiais naturais, como o âmbar ou o gelo.
A ciência que se dedica ao estudo dos fósseis é a paleontologia e os cientistas que a
praticam são os paleontólogos.
Como se formam os fósseis?
A fossilização é um acontecimento raro, muito complexo e tão lento que pode
demorar milhões de anos a decorrer, como no caso da fossilização do corpo de um
animal de grande porte.

Um organismo morre. O seu
corpo começa a ser coberto
por sedimentos enquanto entra em decomposição
As partes moles do organismo desaparecem, mas as partes duras resistem à decomposição.
Passam milhões de anos durante os quais
se depositam várias camadas de sedimentos que se transformam em rochas consolidadas.
Lentamente ocorre a mineralização
dos ossos do organismo transformamse em fósseis
Milhões de anos mais tarde um grupo
de paleontólogos desenterra os ossos
fossilizados.
Para que se forme um fóssil é necessário estarem reunidas algumas
condições:
• O organismo, após a sua morte, deve ficar protegido da decomposição (coberto
por sedimentos, por exemplo), ficando isolado do ar, da água e da ação dos
decompositores e dos agentes erosivos. Quanto mais finos forem os sedimentos de
cobertura, maior a probabilidade de se formarem fósseis. Os locais onde os
organismos são mais facilmente cobertos por sedimentos finos são o fundo do mar
ou de lagoas e os pântanos.
• O organismo deve possuir partes duras, como ossos, dentes, escamas, conchas ou
carapaças, que resistam à decomposição. O elevado teor em água existente nas
partes moles dos organismos facilita a ação dos decompositores, dificultando o
processo de fossilização.
Tipos de fossilização
Existem vários tipos de fossilização, que dependem das características do ser vivo e
das condições ambientais em que o processo ocorre.
Incarbonização
Neste processo, ocorre um enriquecimento do organismo em carbono à custa da
perda de outros componentes químicos da matéria orgânica. Este processo é o que
ocorre com a transformação de plantas em carvão.
Tipos de fossilização
Mineralização
Processo em que a matéria orgânica do organismo é substituída, muito lentamente,
por matéria mineral.
Uma árvore morre.
As partes mais duras da árvore (tronco)
resistem à decomposição
Lentamente a matéria orgânica é totalmente substituída por minerais existentes nos sedimentos que cobriram o tronco.

Tronco mineralizado.
Tipos de fossilização
Conservação
Neste processo, o material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente
nas rochas ou noutros materiais naturais (por exemplo, resina, gelo ou asfalto) que
impedem a sua decomposição total. Este processo de fossilização só ocorre em
condições muito excecionais, sendo, portanto, muito raro.
Tipos de fossilização
Moldagem
Neste processo, os restos orgânicos do organismo desaparecem totalmente. No entanto, antes que tal aconteça, fica preservado nos sedimentos um molde (ou impressão).

Caso os sedimentos penetrem em cavidades internas do organismo, quando os seus
restos desaparecem fica apenas um molde da parte interna – o molde interno.
Se o molde corresponder à parte externa do organismo, dizemos que se trata de um
molde externo. Por vezes, ocorre o preenchimento com sedimentos do molde externo, originando-se assim o contramolde.
Tipos de fossilização
Moldagem
Um animal marinho com concha morre.

As partes moles decompõem-se mas a concha resiste e é
soterrada por sedimentos.

Ao longo do tempo, os sedimentos preenchem a cavidade
interna da concha.

Por ação de agentes erosivos os moldes podem ser
expostos.

São depositados sedimentos no molde externo.

Forma-se um contramolde.
Tipos de fossilização
Moldagem
Embora, em geral, apenas as partes duras dos organismos sofram moldagem, por
vezes, em condições muito raras, também as partes moles podem originar moldes.
Tipos de fossilização
Vestígios ou marcas
Nem sempre os fósseis correspondem ao corpo de organismos. Por vezes, também
podem fossilizar vestígios ou marcas da sua atividade.
Como exemplos de vestígios fósseis ou marcas têm sido encontradas estruturas
reprodutoras (ovos, sementes e pólen), excrementos (coprólitos), construções
biológicas (ninhos e galerias) e marcas de locomoção (pegadas e rastos).
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Os fósseis têm muita importância para a ciência, pois fornecem inúmeras
informações sobre a história da vida e a evolução do nosso planeta.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Estudo da evolução dos seres vivos
O estudo dos fósseis permite verificar que no passado os seres vivos eram
diferentes dos atuais. Como era o modo de vida desses organismos, como se
relacionavam entre si, as causas da sua morte ou da extinção de espécies, são
algumas das questões a que os paleontólogos tentam responder.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Estudo da evolução dos seres vivos
Outro importante contributo do estudo dos fósseis é permitir reconstituir a
evolução das espécies até aos nossos dias.
Um dos casos mais bem estudados é o do cavalo atual, que evoluiu a partir de uma
linha evolutiva do Hyracohterium, um pequeno animal de 40 cm de altura que viveu
há cerca de 60 milhões de anos.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Estudo da evolução dos seres vivos
Nos estudos de evolução são muito importantes os fósseis de transição, isto é,
fósseis de seres que apresentam características de dois grupos de organismos
atualmente distintos.
Um dos exemplos mais conhecidos é o do Archaeopteryx, considerado um elo de
transição entre os répteis e as aves atuais.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Estudo da evolução dos seres vivos
Existem alguns casos de organismos que se mantiveram quase inalterados durante
muitos milhões de anos, uma vez que as suas formas fossilizadas são praticamente
idênticas a seres vivos atuais.
A estes seres, que não sofreram grandes transformações ao longo dos tempos, dáse o nome de fósseis vivos.

Convém realçar, contudo, que esta designação não possui rigor científico, uma vez
que um fóssil vivo não é um verdadeiro fóssil. Por isso, o conceito de fóssil vivo não
é usado em estudos paleontológicos.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Reconstituição de paleoambientes
Quando uma rocha possui fósseis de organismos que apenas sobrevivem em
condições ambientais restritas, os paleontólogos podem reconstituir o ambiente
existente na altura da sua formação — paleoambiente.
Os fósseis que permitem obter informações sobre os paleoambientes designam-se
por fósseis de fácies ou fósseis de ambiente. Estes organismos viveram em
ambientes com condições muito específicas. Os corais são um bom exemplo de
fósseis de fácies.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Reconstituição de paleoambientes
Os fósseis de fácies permitem ainda estudar aspetos geográficos da Terra no
passado, como a extensão de mares, praias, lagos ou desertos, e caracterizar
antigos climas (paleoclimas).
Datação das rochas
Os fósseis de fácies permitem datar rochas.
Qual a importância dos fósseis para a ciência?
Os fósseis que permitem datar rochas designam-se por fósseis de idade ou
característicos e os seres vivos que lhes deram origem:

Existiram durante intervalos de tempo
relativamente curtos na história da Terra

Existiram em grande número

Tiveram uma ampla distribuição
geográfica
Síntese
•Um fóssil é um resto ou um vestígio de um ser vivo que habitou o planeta no
passado e que se encontra preservado nas rochas ou em outros materiais naturais.
•A ciência que se ocupa do estudo dos fósseis designa-se por paleontologia, e
é praticada por paleontólogos.
•A fossilização consiste num conjunto de processos físicos e químicos que
leva à formação de fósseis e ocorre com maior facilidade em ambientes
sedimentares,tais como mares, lagoas e pântanos.
•Os principais tipos de fossilização são a incarbonização, a conservação, a
mineralização, a moldagem e os vestígios ou marcas de atividade.
•A incarbonização consiste no enriquecimento do organismo em carbono, à
custa da perda de outros componentes da matéria orgânica.
Síntese
•Na conservação os organismos são parcial ou totalmente conservados nas
rochas ou noutro material natural.
•A mineralização é um processo onde a matéria orgânica dos seres vivos vai sendo
lentamente substituída por minerais.
•A moldagem é um processo em que os moldes do organismo ficam preservados
nas rochas, antes de o organismo desaparecer.
•Os fósseis permitem estudar a evolução dos seres vivos, reconstituir
paleoambientes e datar rochas.
•Os fósseis de fácies correspondem a organismos que viveram em condições
ambientais restritas e são bons indicadores de paleoambientes.
•Os fósseis de idade correspondem a organismos que existiram durante intervalos
de tempo relativamente curtos e tiveram uma ampla distribuição geográfica.

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Importância dos fóssis na reconstituição da Terra

  • 1. 3.1 Os fósseis e a sua importância para a reconstituição do passado da Terra
  • 2. O que são fósseis? Considera-se um fóssil qualquer resto de um ser vivo que habitou a Terra há muito tempo, ou qualquer vestígio da sua atividade, preservado nas rochas ou noutros materiais naturais, como o âmbar ou o gelo. A ciência que se dedica ao estudo dos fósseis é a paleontologia e os cientistas que a praticam são os paleontólogos.
  • 3. Como se formam os fósseis? A fossilização é um acontecimento raro, muito complexo e tão lento que pode demorar milhões de anos a decorrer, como no caso da fossilização do corpo de um animal de grande porte. Um organismo morre. O seu corpo começa a ser coberto por sedimentos enquanto entra em decomposição As partes moles do organismo desaparecem, mas as partes duras resistem à decomposição. Passam milhões de anos durante os quais se depositam várias camadas de sedimentos que se transformam em rochas consolidadas. Lentamente ocorre a mineralização dos ossos do organismo transformamse em fósseis Milhões de anos mais tarde um grupo de paleontólogos desenterra os ossos fossilizados.
  • 4. Para que se forme um fóssil é necessário estarem reunidas algumas condições: • O organismo, após a sua morte, deve ficar protegido da decomposição (coberto por sedimentos, por exemplo), ficando isolado do ar, da água e da ação dos decompositores e dos agentes erosivos. Quanto mais finos forem os sedimentos de cobertura, maior a probabilidade de se formarem fósseis. Os locais onde os organismos são mais facilmente cobertos por sedimentos finos são o fundo do mar ou de lagoas e os pântanos. • O organismo deve possuir partes duras, como ossos, dentes, escamas, conchas ou carapaças, que resistam à decomposição. O elevado teor em água existente nas partes moles dos organismos facilita a ação dos decompositores, dificultando o processo de fossilização.
  • 5. Tipos de fossilização Existem vários tipos de fossilização, que dependem das características do ser vivo e das condições ambientais em que o processo ocorre. Incarbonização Neste processo, ocorre um enriquecimento do organismo em carbono à custa da perda de outros componentes químicos da matéria orgânica. Este processo é o que ocorre com a transformação de plantas em carvão.
  • 6. Tipos de fossilização Mineralização Processo em que a matéria orgânica do organismo é substituída, muito lentamente, por matéria mineral. Uma árvore morre. As partes mais duras da árvore (tronco) resistem à decomposição Lentamente a matéria orgânica é totalmente substituída por minerais existentes nos sedimentos que cobriram o tronco. Tronco mineralizado.
  • 7. Tipos de fossilização Conservação Neste processo, o material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente nas rochas ou noutros materiais naturais (por exemplo, resina, gelo ou asfalto) que impedem a sua decomposição total. Este processo de fossilização só ocorre em condições muito excecionais, sendo, portanto, muito raro.
  • 8. Tipos de fossilização Moldagem Neste processo, os restos orgânicos do organismo desaparecem totalmente. No entanto, antes que tal aconteça, fica preservado nos sedimentos um molde (ou impressão). Caso os sedimentos penetrem em cavidades internas do organismo, quando os seus restos desaparecem fica apenas um molde da parte interna – o molde interno. Se o molde corresponder à parte externa do organismo, dizemos que se trata de um molde externo. Por vezes, ocorre o preenchimento com sedimentos do molde externo, originando-se assim o contramolde.
  • 9. Tipos de fossilização Moldagem Um animal marinho com concha morre. As partes moles decompõem-se mas a concha resiste e é soterrada por sedimentos. Ao longo do tempo, os sedimentos preenchem a cavidade interna da concha. Por ação de agentes erosivos os moldes podem ser expostos. São depositados sedimentos no molde externo. Forma-se um contramolde.
  • 10. Tipos de fossilização Moldagem Embora, em geral, apenas as partes duras dos organismos sofram moldagem, por vezes, em condições muito raras, também as partes moles podem originar moldes.
  • 11. Tipos de fossilização Vestígios ou marcas Nem sempre os fósseis correspondem ao corpo de organismos. Por vezes, também podem fossilizar vestígios ou marcas da sua atividade. Como exemplos de vestígios fósseis ou marcas têm sido encontradas estruturas reprodutoras (ovos, sementes e pólen), excrementos (coprólitos), construções biológicas (ninhos e galerias) e marcas de locomoção (pegadas e rastos).
  • 12. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Os fósseis têm muita importância para a ciência, pois fornecem inúmeras informações sobre a história da vida e a evolução do nosso planeta.
  • 13. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Estudo da evolução dos seres vivos O estudo dos fósseis permite verificar que no passado os seres vivos eram diferentes dos atuais. Como era o modo de vida desses organismos, como se relacionavam entre si, as causas da sua morte ou da extinção de espécies, são algumas das questões a que os paleontólogos tentam responder.
  • 14. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Estudo da evolução dos seres vivos Outro importante contributo do estudo dos fósseis é permitir reconstituir a evolução das espécies até aos nossos dias. Um dos casos mais bem estudados é o do cavalo atual, que evoluiu a partir de uma linha evolutiva do Hyracohterium, um pequeno animal de 40 cm de altura que viveu há cerca de 60 milhões de anos.
  • 15. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Estudo da evolução dos seres vivos Nos estudos de evolução são muito importantes os fósseis de transição, isto é, fósseis de seres que apresentam características de dois grupos de organismos atualmente distintos. Um dos exemplos mais conhecidos é o do Archaeopteryx, considerado um elo de transição entre os répteis e as aves atuais.
  • 16. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Estudo da evolução dos seres vivos Existem alguns casos de organismos que se mantiveram quase inalterados durante muitos milhões de anos, uma vez que as suas formas fossilizadas são praticamente idênticas a seres vivos atuais. A estes seres, que não sofreram grandes transformações ao longo dos tempos, dáse o nome de fósseis vivos. Convém realçar, contudo, que esta designação não possui rigor científico, uma vez que um fóssil vivo não é um verdadeiro fóssil. Por isso, o conceito de fóssil vivo não é usado em estudos paleontológicos.
  • 17. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Reconstituição de paleoambientes Quando uma rocha possui fósseis de organismos que apenas sobrevivem em condições ambientais restritas, os paleontólogos podem reconstituir o ambiente existente na altura da sua formação — paleoambiente. Os fósseis que permitem obter informações sobre os paleoambientes designam-se por fósseis de fácies ou fósseis de ambiente. Estes organismos viveram em ambientes com condições muito específicas. Os corais são um bom exemplo de fósseis de fácies.
  • 18. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Reconstituição de paleoambientes Os fósseis de fácies permitem ainda estudar aspetos geográficos da Terra no passado, como a extensão de mares, praias, lagos ou desertos, e caracterizar antigos climas (paleoclimas). Datação das rochas Os fósseis de fácies permitem datar rochas.
  • 19. Qual a importância dos fósseis para a ciência? Os fósseis que permitem datar rochas designam-se por fósseis de idade ou característicos e os seres vivos que lhes deram origem: Existiram durante intervalos de tempo relativamente curtos na história da Terra Existiram em grande número Tiveram uma ampla distribuição geográfica
  • 20. Síntese •Um fóssil é um resto ou um vestígio de um ser vivo que habitou o planeta no passado e que se encontra preservado nas rochas ou em outros materiais naturais. •A ciência que se ocupa do estudo dos fósseis designa-se por paleontologia, e é praticada por paleontólogos. •A fossilização consiste num conjunto de processos físicos e químicos que leva à formação de fósseis e ocorre com maior facilidade em ambientes sedimentares,tais como mares, lagoas e pântanos. •Os principais tipos de fossilização são a incarbonização, a conservação, a mineralização, a moldagem e os vestígios ou marcas de atividade. •A incarbonização consiste no enriquecimento do organismo em carbono, à custa da perda de outros componentes da matéria orgânica.
  • 21. Síntese •Na conservação os organismos são parcial ou totalmente conservados nas rochas ou noutro material natural. •A mineralização é um processo onde a matéria orgânica dos seres vivos vai sendo lentamente substituída por minerais. •A moldagem é um processo em que os moldes do organismo ficam preservados nas rochas, antes de o organismo desaparecer. •Os fósseis permitem estudar a evolução dos seres vivos, reconstituir paleoambientes e datar rochas. •Os fósseis de fácies correspondem a organismos que viveram em condições ambientais restritas e são bons indicadores de paleoambientes. •Os fósseis de idade correspondem a organismos que existiram durante intervalos de tempo relativamente curtos e tiveram uma ampla distribuição geográfica.